quinta-feira, 19 de janeiro de 2006
Perfil
Nasci em dia de eleição. E sempre gostei de política. Mas o golpe de 64 acabou com os sonhos. Voltei-me para duas outras paixões, filosofia e poesia concreta. Tanto que quando iniciei minha carreira profissional, na Veja, era repórter da editoria de arte. Depois me tornei publicitário estimulado pela poesia concreta. Somente quando fui morar em Colchester e Wivenhoe, na Inglaterra, com os amigos Marina e Laerth Pedrosa, Abel Lagos (refugiado chileno do MIR), Carol e Anton (refugiados sul-africanos) e Jim Martin (linguista canadense), todos nós vivendo a efervescência política e cultural da Universidade de Essex, voltei a me dedicar à política. Fiquei pouco tempo na Inglaterra. Quando voltei ainda priorizei poesia. Mas 3 anos depois estava nos movimentos contra a ditadura. A militância perdeu-se no tempo; a publicidade, comercial e política, passou a ser o foco. Milhares de campanhas, políticas e comerciais. Dezenas de prêmios. Contribuí para a vitória de muitos políticos. E tirei uma grande conclusão: poesia e política têm algo em comum – são feitas com a cabeça, não com o estômago. A paixão motiva, mas o pensamento é que faz certo.
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