quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Geopolitik, skitstövel!


Saiu finalmente a decisão sobre os nossos caças. Os suecos com seu Grispen NG (nova Geração) subiram aos céus. Ou melhor, os Estados Unidos e, principalmente, a França conseguiram naufragar. Na época do Governo Lula, a escolha óbvia era comprar da França, apesar do preço mais alto. Cheguei a escrever (Pourquoi “France”? It’s the geopolitics, stupid! , 10 de setembro de 2009) que o acordo Brasil-França não se situa simplesmente nesse terreno do “toma lá, dá cá” do mundo dos negócios. O mundo inteiro movimenta suas peças no novo tabuleiro das disputas energéticas e dessa vez, ao contrário do que ocorreu em outras oportunidades, o Brasil decidiu assumir (e tem condições para isso) papel de peso nesse cenário”. E citando Luiz Alberto Moniz Bandeira em “A importância geopolítica da América do Sul na estratégia dos Estados Unidos”: “uma Segunda Guerra Fria foi deflagrada e envolve a América do Sul, onde a penetração dos Estados Unidos constitui um fator de instabilidade e inquietação”. Ou como diz o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, o Brasil é o "único rival possível à influência hegemônica dos Estados Unidos" na América do Sul, devido às suas dimensões geográficas, demográficas e econômicas e à sua posição geopolítica e estratégica, ao longo de grande parte do Atlântico Sul, defrontando a África Ocidental. A França significava, naquele momento, a possibilidade de um aliado de peso dentro do jogo geopolítico. Mas a França perdeu prestígio com a crise do Euro e vacilou ao posicionar-se contra o Brasil na eleição do Roberto Azevedo para a OMC. Os Estados Unidos, com uma boa compensação comercial, até poderiam, quem sabe, entrar no páreo. Mas a impossibilidade de transferência de know-how e os grampos da Dilma lançaram definitivamente essa hipótese no vácuo.
Os Grispen suecos, além da maior autonomia no novo cenário geopolítico, parecem que são mesmo os melhores, tecnicamente falando. Sempre foram os preferidos da Aeronáutica. São realmente uma nova geração de caças. Têm um bom preço. E transferem tecnologia. O Brasil finalmente poderá voar mais alto.