quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A quartelada do Rio foi bobeira

Esses oficiais da PM do Rio que resolveram se rebelar contra o Governo escolheram uma péssima hora. Movimento grevista ou coisa assim só se faz quando se está forte. E o momento é de grande fraqueza da corporação policial. A percepção entre a população é a pior possível. E os flagrantes de corrupção de policiais parecem incessantes. Bobearam no protesto. Ter que baixar a cabeça, agora, vai ser pior.

Eleição americana: para onde vão os votos de Edwards?

O pré-candidato Democrata John Edwards fez o que todos já esperavam: desistiu de insistir. A disputa pela candidatura Democrata à Presidência dos Estados Unidos restringe-se agora a Hillary e Obama. A questão agora é: para onde irão os eleitores de Edwards? Aparentemente, o maior beneficiado será Obama. Edwards não pretende, por enquanto, apoiar qualquer um dos dois. Mas, por seu perfil, provavelmente tenderão para o Senador do Illinois. É bom lembrar que Edwards foi parceiro do antigo candidato, John Kerry, que já está apoiando Obama. Mas não se pode esquecer que, no momento, a soma total de delegados (delegados + superdelegados) dos dois (213) é inferior ao total de delegados de Hillary (230). A disputa Democrata está cada vez melhor. Do lado Republicano, parece que também começa a se definir uma polarização entre McCain (que acaba de vencer apertado na Flórida) e Romney. Huckabee ainda ameaça um pouco. E Giuliani é carta fora do baralho.

SEM AR

Obrigado, Gerchman.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Querem transformar o "mensalão" em dia-a-dia do brasileiro

A oposição está completamente desnorteada. Sem ter o que fazer, decidiu sugerir outra CPI do "mensalão"! Isso tudo porque o Delúbio teria dito agora que a cúpula do PT sabia do "caixa dois". Mas, vem cá, isso não já tinha sido dito antes? E deu em quê? E vai ter CPI para "caixa dois" de todos os partidos? Não teria sido melhor ter feito uma reforma partidária de verdade, com financiamento público de campanha? Vamos ter que reviver todo aquele chove-não-molha eleitoreiro? Essa oposição poderia aproveitar essa falta do que fazer e pensar um pouco mais no povo brasileiro.

Bush pede ajuda para resolver os estragos que fez

O tal discurso do Estado da União nos Estados Unidos ocorre uma vez por ano e é sempre celebrado como um ponto máximo no relacionamento do Presidente com o Congresso e todo o povo americano. O discurso de Bush de ontem poderia ser considerado um ponto mínimo. Na essência, pediu ajuda ao Congresso para consertar o estrago que ele fez na economia do país (recebeu as contas com superávit e está devolvendo com déficit e possivelmente com recessão) e tentou dizer que a situação no Iraque está melhorando, sem dizer desde quando (dentro de duas ou três semanas o número de soldados mortos deve chegar a 4.000!). Provavelmente vai rechear o repertório de "discursos inesquecíveis" do programa de David Letterman. Deplorável.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Maconha em máquina

Google A partir de hoje, vai ser possível comprar maconha em máquinas iguais a essas de Coca (epa!) ou Chocolate (epa!). Mas isso apenas para os moradores da Califórnia autorizados a consumir maconha por razões médicas. Diz a reportagem da BBC: "Para acionar as máquinas, os usuários precisarão de um cartão especial, adquirido mediante apresentação de receita médica e do registro de impressões digitais. O cartão de crédito pré-pago que vai conter as informações sobre dosagem e tipo da droga receitada. Com o cartão, os pacientes poderão usar as máquinas a qualquer hora. Por enquanto, há apenas duas máquinas do tipo em funcionamento. A idéia do fabricante, o Herbal Nutrition Centre, é permitir que o paciente possa comprar suprimentos extras da droga sempre que necessário. O uso das máquinas será monitorado por um guarda de segurança. O usuário terá que passar o cartão e ter suas impressões digitais verificadas, para ter acesso à droga. Uma câmera também fotografa os pacientes no momento da compra, para provar que eles não estão “emprestando” o cartão para terceiros. O uso de maconha para fins medicinais foi aprovado em 1996 na Califórnia, o primeiro Estado americano a aprovar por lei o uso terapêutico da erva. Os pacientes receitados com maconha podem, inclusive, plantar a erva para consumo próprio. Outros dez Estados americanos aprovaram a mesma legislação, mas ela é bastante polêmica. O governo federal não aprova o uso da droga para fins medicinais. Entre as doenças que qualificam um paciente para o uso da erva estão a Aids, anorexia, artrite, câncer, glaucoma e enxaqueca, entre outros. O governo permite que cada paciente tenha em casa seis plantas adultas, ou 12 mudas, ou 226.8 gramas de maconha. Até meados de janeiro, já haviam sido emitidos 18.847 cartões de identificação para pacientes autorizados a usar maconha para fins terapêuticos, segundo o governo da Califórnia". A quem interessar visitar o site do fabricante da máquina, Hebal Nutrition Center, basta clicar aqui.

Download de músicas: free and legal

A Qtrax (Beta) acaba de viabilizar o que estava caindo de maduro: download gratuito de músicas sem conflitos com autores e gravadoras.A Qtrax se intitula "o primeiro site de música tipo peer-to-peer (P2P) de todo o mundo é grátis e legal". Claro que teria que ter uma solução: anúncios. É através da venda de anúncios no site que artistas e gravadoras serão remunerados. O investimento foi da ordem de 30 milhões de dólares. Leia mais no Globo e na BBC.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Nos Estados Unidos, nudez na TV antes das 22h dá multa. Imagina se a moda pega no Brasil...

Deu na BBC: "Rede de TV americana enfrenta multa de US$ 1 mi por nudez. O seriado NYPD Blue (acho que aqui é chamado de 'Nova Iorque contra o Crime') foi ao ar na ABC até 2005. A rede de televisão americana ABC pode ter que pagar uma multa de US$ 1,4 milhão (o equivalente a R$ 2,5 milhões) por ter levado ao ar um episódio da série policial NYPD Blue com cenas de nudez feminina. A Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) disse que o capítulo exibido em 2003 mostrava "diversas cenas em close" das nádegas de uma mulher, antes das 22h. Segundo as regras da FCC, cenas com atividades sexuais mostradas de maneira "ofensiva" são "indecentes" e não podem ir ao ar neste horário. A ABC rejeita as alegações, dizendo que as nádegas não são um órgão sexual, e avisou que vai apelar da decisão. Numa declaração feita por uma porta-voz, a rede de TV diz que o programa tinha avisos sobre as cenas e que "a natureza realista das histórias da série NYPD Blue são conhecidas do público". A cena que criou polêmica mostrava um menino surpreendendo uma mulher que se preparava para tomar banho. A FCC diz que recebeu diversas reclamações sobre o episódio, que também mostrava os seios de uma mulher. A multa proposta pela comissão é a segunda maior já imposta a uma rede de televisão por indecência. A mais alta foi de US$ 3,6 milhões contra a CBS por um episódio de outra série policial: Without a Trace. Depois de um acordo, o canal teve de pagar US$ 300 mil".

Eleição americana: retorno histórico

Boa a coluna de Mauro Santayana hoje, no Jornal do Brasil, sobre as eleições americanas. Reproduzo na íntegra:
ELEIÇÕES HISTÓRICAS. Repetindo hábito antigo, o New York Times declarou apoio à indicação da senadora Hillary Clinton, candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, e à do republicano John McCain, seu provável adversário no pleito de novembro. A simpatia maior é para com a senhora Clinton, por sua postura ideológica, bem mais nítida do que a do senador pelo Arizona - mesmo porque o jornal sempre optou pelos democratas no poder. Todas as eleições, em qualquer país, acarretam riscos. O povo vota corretamente, de acordo com as informações recebidas e o discurso do candidato. Vitorioso, o candidato desaparece, para dar lugar ao poderoso. Nós, brasileiros, temos boa experiência disso. Raramente (Juscelino foi um caso positivo) o presidente cumpre a plataforma eleitoral. Em nossa memória recente há certo caçador de marajás. A experiência nacional dos Estados Unidos é caso único na História. As circunstâncias prepararam as 13 colônias da Nova Inglaterra para que alguns homens prudentes fundassem a mais democrática e a mais poderosa república dos tempos modernos. O que os distinguiu foi o conhecimento do pensamento antigo e da História Política, e a capacidade de pactuar-se em nome de sua comunidade. As doutrinas britânicas, deles mais próximas, os levaram de Locke e Hobbes aos romanos e gregos, passando pelos escolásticos e pelo inigualável renascentista Maquiavel, mas não os distanciaram dos iluministas franceses e alemães. Sua inquietação autonomista foi contemporânea ao processo revolucionário francês. Com Lafayette e seu corpo expedicionário que lutou contra os ingleses na América, Luís XVI ajudara a independência dos Estados Unidos, mas não se tratava de apoio do monarca à futura república e, sim, de manobra lateral contra os britânicos, seus adversários históricos na Europa. Como a virtude não caminha sem a companhia do vício - conforme a afirmação paradoxal de Chesterton - o que era sonho da construção de uma sociedade solidária e feliz se viu comprometido, desde o início, pela arrogante presunção de domínio. Entre os dois sentimentos antagônicos, os Estados Unidos têm percorrido os últimos 232 anos. Os fundadores da República se preocuparam em construir sistema constitucional que pudesse servir à alternância de homens e idéias no poder, mas preservasse a unidade nacional. Graças a essa precaução inteligente, o sistema funcionou bem durante dois séculos. As garantias constitucionais não foram violadas, embora sofressem restrições durante a Guerra da Secessão, quando os Estados do Sul quiseram manter a liberdade de escravizar. Mas, nos últimos decênios, sobretudo a partir da eleição de Nixon, os princípios dos pais fundadores passaram a ser esquecidos. Os homens de negócios e as figuras populares substituíram os políticos de formação humanística (advogados em sua maioria), no governo da União. Podemos dizer que, com a eleição de Nixon, o sistema começou a perder estrada, e, a partir de Reagan, perdeu sua orientação cardeal. Com todos os problemas pessoais, Bill Clinton foi o que mais se aproximou da linha anterior, ao realizar um governo mais próximo do povo, o que agora credencia sua mulher à disputa. No pronunciamento editorial, o New York Times não teme ficar contra o senador Barack Obama: para o jornal, a senhora Clinton é intelectualmente superior a seu oponente. Não porque ele seja mestiço, mas, simplesmente, porque parece menos capacitado para ocupar o cargo. O jornal ainda comenta o fato de que é a primeira vez que um "afro-americano" e uma senhora disputam o mais alto cargo público nos Estados Unidos. Mas adverte que a firstness não é, em si mesma, razão para a escolha. Os Estados Unidos se encontram no pior momento de sua História, desde a Guerra Civil de 1860 a 1865. Acossada economicamente pela China e outros países emergentes, a grande nação dispõe de potencialidade para recuperar-se de seus desacertos internacionais, e restaurar a confiança daqueles que a admiravam. Para isso, sem embargo, o governo terá que abandonar a aliança republicana com os empreiteiros do mercado da guerra, e buscar, sob os democratas, a antiga integração política com o povo. Para os americanos - e para todos - seria bom que eles voltassem às velhas virtudes e abandonassem a arrogância, exacerbada pela presença de certos homens de negócios na direção do Estado, e o afastamento dos intelectuais humanistas. Uma coisa era a presença de Chester Bowles ao lado de Roosevelt e Truman, outra a de Karl Rove junto a Bush. É difícil retornar na História, mas talvez fosse possível aos norte-americanos reinventar a democracia de massas do tempo de Andrew Jackson - o grande presidente que enfrentou os banqueiros e os venceu.

Eleição americana: como ficou o placar, depois da Carolina do Sul

Na primária de ontem na Carolina do Sul, Barack Obama teve 55% dos votos (25 delegados), contra 27% (12 delegados) de Hillary Clinton e 18% (8 delegados) de John Edwards. Considerando somente os delegados conquistados pelo voto, o placar até agora mostra Obama na frente, com 63, seguido de Hillary com 48 e Edwards com 26. Considerando também os delegados extras (ou superdelegados) que são indicados sem compromisso com o resultado eleitoral, Hillary lidera com 230 delegados, Obama tem 152 e Edwards 61.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Eleição americana: Obama arrasa na Carolina do Sul

As projeções publicadas agora há pouco pelo Washington Post mostram grande vitória de Barack Obama na corrida pela indicação do Partido Democrata na eleição presidencial deste ano. A vitória deve-se à grande participação do eleitorado negro (mais de 50%), onde Obama venceu na base de 4 para 1. Entre os brancos, Obama, Hillary e John Edwars estão mais ou menos empatados. A expectativa com relação à super terça-feira do dia 5 de fevereiro ficou maior.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Os liberais de César Maia: o passado condena

César Maia escreve hoje, em seu Ex-Blog, um texto ("Liberais e Conservadores") tentando trazer para ele e seu partido (DEM) a imagem de "liberal" e para seus opositores no poder (Lula, PT e outros) de "conservadores. Diz ele: "A política brasileira, desde o Império, tem seu eixo central de disputa do poder, entre conservadores e liberais, sejam mais a direita ou mais a esquerda. (...) os Liberais sempre se caracterizaram por duas questões centrais: a Federação e o balanço equilibrado entre Legislativo e Executivo. Por seu turno, os conservadores apoiavam-se num Estado Centralizador e num Executivo Forte passando por cima do legislativo. (...) É essa disjuntiva que continua permeando a política brasileira independente das nomenclaturas partidárias. (...) O Brasil vive há alguns anos um processo de desintegração da Federação e do Legislativo. O Senado não cumpre suas funções constitucionais de representação e coordenação da Federação. Transformou-se numa poderosa Câmara de Deputados de 81 parlamentares. Suas funções constitucionais são invadidas pelo Ministério da Fazenda que incorporando - manu militari - as atribuições do Senado, tornou-se o árbitro da Federação, assumindo papel regulamentador e até legislador ao se atribuir decisões, e um poder, que a constituição não lha faculta. O Executivo em sua forma de constituir uma base parlamentar majoritária avilta e humilha o Legislativo, com mensalões, emendas, cargos e trocas de favores. O Legislativo chegou a um ponto que nem suas funções constitucionais fundamentais - legislar e fiscalizar -, cumpre. (...) Os Liberais - na forma que assumiram na historia política do Brasil nos últimos 200 anos - afirmam sua condição defendendo o resgate da Federação e do Legislativo enquanto poder efetivo. É nesses pontos que a luta política no Brasil vai se tornando mais clara, em torno dos quais a oposição parlamentar hoje passa a se organizar, e que estarão condicionando a política na direção de 2010". Ele só deixa de dizer uma coisa: o DEM (ou Demo, para alguns) é o novo nome do PFL, que era o novo nome da Arena. E é exatamente aí que está a origem de tudo de ruim que temos na nossa política mais recente.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Greve do IPTU: rebeldes sem causa

Muito bom o texto de Dimmi Amora que saiu hoje no Globo e que reproduzo mais abaixo. Parece bem correto em sua análise, mas não concordo muito quando ele reduz o movimento a "pueril". Tem algo pueril, sim. Mas ele tem valor político-eleitoral, exatamente porque nasce e ganha força onde César Maia sempre teve grande poder de fogo eleitoral. O movimento vale não pelo IPTU em si, mas como mobilização em ano eleitoral.
Rebeldes sem causa
DimmiI Amora
Ninguém gosta de pagar imposto e, por isso, nada mais apropriado que o nome que ele tem. No Brasil, ele é pesado em todos os aspectos e, em geral, torna-se injusto devido aos desperdícios do serviço público. Mas ele tem um princípio que norteia as dezenas de siglas a qual temos de nos acostumar no dia-a-dia: tirar dos que têm mais para dar aos que têm menos. Agora, no Rio, os que têm mais querem parar de pagar o imposto sobre seus imóveis, o IPTU, ou adiá-lo para depois das eleições. É um movimento elitista baseado nos argumentos que a prefeitura abandonou o espaço urbano nesses bairros, deixando-os sem conservação e ordem, e que o prefeito vai gastar o dinheiro para eleger seus candidatos na eleição de 2008. Eles podem ser usados para justificar a iniciativa aos marcianos. Os homenzinhos verdes, se não viessem ao Rio, poderiam acreditar que a prefeitura não cuida das áreas dos líderes rebeldes que não querem pagar o imposto (a saber: Leblon, Ipanema, Lagoa, Fonte da Saudade e Humaitá) e que o prefeito não tem o apoio deles. A quem mora no Rio, parece ser algo digno de marchinha de carnaval. Justamente onde a prefeitura mais gasta dinheiro com conservação e vigilância é de onde vem o movimento. Nessas áreas, a limpeza urbana é feita até com carros especiais para tirar o pó das ruas. Um morador de Sepetiba que vir uma máquina dessas em frente à sua casa pode até se assustar pensando ser um veículo lunar. Um carro de Fórmula-1 poderia tranqüilamente andar pelas avenidas Borges de Medeiros e Vieira Souto, no Leblon e em Ipanema. Já na Avenida Ernani Cardoso, em Cascadura, não seria possível andar com ele nem empurrando, tantos são os buracos e as ondulações. Isso sem falar nos milhares que nem calçamento têm e pagam seus impostos. No quesito ordem, a Guarda Municipal mantém um efetivo por habitante nessas regiões muito superior a qualquer outro lugar da cidade. Há guardas até para tomar conta de pracinhas nessas áreas, enquanto no resto da cidade as praças nem gente têm de tão abandonadas. Assim é com todo o restante dos serviços de controle e fiscalização, como em transportes, postura, vigilância sanitária etc. Na Ilha do Governador, por exemplo, a falta de fiscalização nos transportes levou o trânsito ao caos a qualquer hora do dia num emaranhado de microônibus, Kombis legais e ilegais circulando pelas ruas do bairro. Mas o principal argumento dos rebelados é o demófobo crescimento da área ocupada pelas favelas. Não há qualquer estudo ou pesquisa que comprove o tal crescimento nessas regiões. Os que são feitos pelo Instituto Pereira Passos (IPP) — um órgão de pesquisa da prefeitura — mostram que ele é insignificante. O crescimento atual da área de favela é na Zona Oeste da cidade, principalmente Recreio, Vargem Grande e Jacarepaguá, para onde também é a expansão formal dela. Para quem não acredita em isenção, a Federação das Indústrias fez um estudo semelhante este ano. O resultado foi o mesmo do IPP. O argumento de que o prefeito vai gastar o dinheiro para eleger seus candidatos mostra que os insuflados não querem mais no poder o Czar que manda na cidade há 15 anos. É um direito legítimo. Mas é preciso lembrar que foi justamente nessas regiões onde o prefeito conseguiu suas mais expressivas votações nas eleições de 1992, 1996, 2000 e 2004. Neste último pleito, o apoio de mais de 60% dos moradores dessas áreas fez com que nem fosse necessário o segundo turno. Foram necessários quatro eleições para tomar consciência de que o administrador não é bom? Parece muito. Em outubro haverá eleição e os revoltosos — assim como o restante dos bairros que se sentem abandonados — podem mostrar seu descontentamento votando em candidatos da oposição. Mas não pagar o imposto é uma solução pueril que afetaria principalmente os mais pobres (ou alguém imagina que o varredor de pozinho vai sair de Ipanema?). Há sempre a alternativa da revolução para dissolver com o sistema vigente e fazer com que, por exemplo, os impostos não cheguem aos mais pobres. Os rebeldes podem lutar pela formação do Principado do Leblon e se separar do restante da cidade, quem sabe do estado e do país. A água, a energia elétrica, o lugar para depositar o lixo podem ficar caros no Principado, mas, quem liga? Afinal, todos parecem estar podendo pagar 31% mais de IPTU

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Eleição americana: Obama para brancos


Bonito comercial com a mensagem de mudança e união de Barack Obama para veiculação nacional. Muito bem feito. Tem uma foto em que ele parece o Simonal. Mas o mais curioso é que todos os depoimentos de apoio são feitos por pessoas brancas - inclusive um Senador Republicano. Soa estranho. Mas a mensagem final funciona: "Não existe América liberal, nem América conservadora - o que existe são os Estados Unidos da América".

César Maia tenta provar que greve do IPTU não tem apoio

A pretexto de mostrar o que foi um domingo na cidade, César Maia, no seu Ex-Blog de hoje, procura desqualificar o movimento de boicote ao IPTU no Rio de Janeiro comparando o compareceimento de público em várias atividades de ontem. Veja:
Passeata do IPTU: 300 moradores do Rio de Janeiro, na orla do Leblon, Zona Sul.
Estréia da Roda-Gigante de 36 metros em Copacabana: 1.000 pessoas usaram.
Jogo Flamengo e Boa Vista: 23.779 torcedores pagantes.
Procissão de São Sebastião: 30.000.
Ensaio técnico da Unidos da Tijuca e Grande Rio: 40.000 pessoas no Sambódromo.
Essa manifestação de César Maia prova que o movimento está preocupando.

Eleição americana: delegados eleitos e não eleitos

Nas confusas eleições americanas, existem, durantes as primárias e caucuses, as figuras do “delegado eleito” e do “delegado indicado” (não comprometido com o resultado das urnas). Os Democratas, por exemplo, têm,no total, 3.253 “delegados eleitos” e 796 “delegados indicados”, formando um total de 4.049 delegados. Já os Republicanos, têm 1.917 “delegados eleitos” e 463 “delegados indicados”, formando um total de 2.380 delegados. Assim, o resultado até agora entre os Democratas é: Obama, 38 “delegados eleitos”, 6 “delegados indicados”, com um total de 44 delegados; Hillary, 36 “delegados eleitos”, 7 “delegados indicados” com um total de 43 delegados; e John Edwards, 18 “delegados eleitos”, 36 “delegados indicados”, com um total de 21 delegados. Previsões da CNN mostram que Hillary contará com pelo menos 174 “delegados indicados” até o final, enquanto Obama contará com pelo menos 88 e Edwards com pelo menos 34. Somando aos “delegados eleitos” já conquistados, pode-se dizer que Hillary já poderia contar, hoje, com 210 delegados, Obama com 123 e Edwards com 52. Há outras projeções. De qualquer maneira, é tudo muito flutuante (O Globo de hoje, por exemplo, publica uma projeção diferente - talvez da AP) e prefiro seguir a tabela dos estritamente eleitos.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Eleição americana: novo placar Republicano

Depois da primária da Carolina do Sul, ficou assim o quadro de delegados Republicanos (os democratas somente dia 26): Romney 66, McCain 38, Huckabee 26, Thompson 8, Ron Paul 6, Giuliani 1 e Hunter 1. A próxima dos Republicanos será dia 29, na Flórida, com cerca de 57 delegados em disputa. A direção nacional dos Democratas não pretende reconhecer delegados na Flórida.

sábado, 19 de janeiro de 2008

César Maia, a mídia e a greve do IPTU

Quero começa dizendo que me oponho politicamente a César Maia (DEM, ex-PFL) e que acho interessante (como manifestação política) a idéia do boicote (feito por vários movimentos do Rio de Janeiro) ao pagamento do IPTU antes antes das eleições. Mas acho também completamente descabidas algumas reportagens que estão sendo feitas contra o atual Prefeito. Ouvi ontem (não sei se na CBN, na BandNews, na Globo News ou nas três) reportagem afirmando que César Maia teria mudado o discurso. Segundo foi afirmado, primeiro ele teria dito que, com o boicote, a Prefeitura arrecadaria mais; e depois teria mudado o discurso, dizendo que, com o boicote, faltaria dinheiro para novos investimentos. Na verdade, ele disse as duas coisas, mas elas não se opõem. Esclareçamos: 1. Com o pagamento do IPTU apenas em novembro, a Prefeitura vai arrecadar mais, provavelmente pelo fim dos descontos e com a inclusão de multas, juros, sei lá o quê. 2. Como disse César Maia em seu Ex-Blog, "se a previsão de arrecadação antecipada cair, e os pagamentos vierem só após as eleições (...), a boa regra de administração financeira indicaria a necessidade de reduzir novos gastos de investimento na proporção do que entrou a menos na cota antecipada e primeira cota. No custeio não se toca. Nos investimentos em andamento não se toca. Mas os novos investimentos a serem licitados ou em licitação seriam reduzidos proporcionalmente". O que ele disse é que a arrecadação será maior, mas só acontecerá no fim do ano, prejudicando, obviamente, os investimentos do ano inteiro. A distorção da informação ou foi feita por má fé ou por incompetência. Seja como for, não contribui para o avanço político. O engraçado nisso tudo é que César Maia sempre soube usar a mídia a seu favor. Seja pautando o noticiário, seja valorizando ângulos da informação que lhe são favoráveis. Se com ele está sendo assim, imagina-se muito bem o que é feito com o Governo Lula. Aliás, imagina-se, não - isso pode ser comprovado diariamente.

Eleição americana: Hillary empata com Obama, McCain fica pra trás

Com a importante vitória de Hillary Clinton no caucus de Nevada do Partido Democrata, ela e Barack Obama empataram em 37 delegados, enquanto John Edwards está com 18. Hillary está com a percepção melhor, porque venceu em dois estados, enquanto Obama venceu em um. Isso pode influenciar psicologicamente na primária da Carolina do Sul, no próximo dia 26. Por outro lado, Obama tem a seu favor a possível desistência de John Edwards, que, no momento, divide os votos com ele. Do lado Republicano, a indefinição é maior. O placar, em delegados, sem o resultado da Carolina do Sul (ocorrendo hoje),está assim: Romney 66, Huckabee 21, McCain 19, Fred Thompson 8, Ron Paul 6, Giuliani 1 e Duncan Hunter 1. Podemos dizer que entre os Democratas a parada está entre Hillary e Obama (com vantagem para ela), enquanto entre os Republicanos está dificil apontar vantagem para Romney, Huckabee ou McCain. Para Giuliani, a situação está cada vez mais difícil.

"It´s the economy, stupid!"

"È a economia, idiota!" Essa frase, dita por James Carville, marqueteiro de Bill Clinton, dirigindo-se a Bush Pai, está mais atual do que nunca, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Nos Estados Unidos, repete o momento econômido-político-eleitoral - dessa vez contra os Republicanos de Bush Filho. Aqui no Brasil, funciona no sentido inverso, porque pode ser dirigida à mídia e à oposição em geral. Talvez fosse o caso de nossos políticos raivosamente oposicionistas passarem a se dedicar a ler jornais e revistas internacionais, como "The Christian Science Monitor, "The Economist" ou "Financial Times". Poderão, quem sabe, entender que políticas sociais, bem feitas, não podem ser reduzidas a "populismo". Poderão entender a importância do fortalecimento do mercado interno e nunca mais ter saudades dos tempos da ditadura e seu slogan "exportar é o que importa" (o publicitário que foi autor dela - ou talvez simplesmente utilizava nos anúncios - morria de vergonha). "É a economia, oposição!"

199 anos de Poe

Hoje, 19 de janeiro, faz 199 anos do nascimento de Edgar Allan Poe - que morreu aos 40 anos. Poeta, contista, ensaísta brilhante. "Os Assassinatos da Rua Morgue" e "A Carta Roubada" são referências em literatura policial. Seus trabalhos de criptografia ganharam fama e, parece, contribuíram, na Segunda Guerra, para as ações de inteligência. Seu poema "O Corvo" (Raven/nevaR) é fortíssimo.
Nota: segundo o tradutor e biógrafo Oscar Mendes, "os escritos de Poe sobre criptografia formaram a base para a decifração de uma das mais importantes mensagens, em código secreto, enviados pelos alemães durante a Grande Guerra de 1914-1918 (não "Segunda Guerra", com o escrevi acima).

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Bobby Fischer: xeque-morte

Google Quando me dedicava a jogar xadrez, admirava em primeiro lugar Mikhail Tahl, embora, com as brancas, preferisse usar os movimentos fechados do dinamarquês Bent Larsen (com as pretas, aprendi com Herman Claudius a gostar da siciliana clássica - que aliás usou certa vez quando foi arrasado por Mequinho). Fazia isso, mesmo depois de Bobby Fischer ter vencido Larsen por 6 a zero. Mas acontece que Fischer era um gênio. Insuportável, mas genial. Guardo até hoje a partida que a revista Time considerou "the game of the century", em que Fischer deu xeque-mate no então campeão americano. Se bem me lembro, foram 42 lances, com sacrifício da dama no 17º movimento. Na época, Bobby Fischer tinha 13 anos.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

César Maia e a greve do IPTU

Hoje de manhã, ouvindo a BandNews, fiquei impressionado com a agressividade do Boechat contra César Maia. Tudo em função da tal "greve do IPTU" que associações de moradores da Cidade do Rio de Janeiro estão promovendo. A idéia é que ninguém pague o IPTU do Rio antes de novembro, para que, supostamente, César Maia não possa usar esse dinheiro na campanha política. César Maia argumentou em seu Ex-Blog que isso fará com que o contribuinte pague muito mais, que saia perdendo, no final das contas. Ele está certo, colocando os números no papel. Sai perdendo todo mundo - o contribuinte, a Prefeitura, a Cidade e, quem sabe, o Prefeito César Maia. Tem mais: com certeza, a grande maioria dos contribuintes - principalmente os de faixa de renda inferior e os que alugam imóvel - não vai fazer greve, vai preferir pagar a sua contribuição mensal. A questão não é de números, é de imagem. A "greve do IPTU" coloca em evidência - e cada vez cristaliza mais - um lado "politiqueiro" e "mau administrador" do Prefeito César Maia. E isso acontece exatamente no terreno preferencial de César Maia - a classe média carioca. O movimento não deixa de ser interessante. Mas nada justifica o tom grosseiro de Boechat, chamando aos berros César Maia de maluco e, de certo modo, insinuando que ele é corrupto. A "greve do IPTU" é politicamente salutar. Mas a baixaria tem que ser evitada.

De bem com a vida

Lula fotografando Fidel sorridente. Imagem que emociona quem sempre sonhou por um mundo mais justo, mais humano.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Bush aproveitou-se do Museu do Holocausto para atacar os Democratas

Dentro do seu fabuloso espetáculo midiático, Bush desculpou-se pelo fato de os Estados Unidos não terem impedido a matança de milhões de judeus bombardeando os acessos aos campos de concentração. Não dá para acreditar na sua sinceridade. Ele só disse isso para jogar a culpa no presidente americano da época, Franklin Delano Roosevelt, que era Democrata.

Febre amarela: afinal, quem é o paranóico?

No seu programa da BandNews de hoje, Ricardo Boechat chegou à conclusão de que não existe febre amarela, "a população é que é paranóica". As coisas não são bem assim. A população realmente ficou paranóica - mas principalmente por culpa da mídia, que estava louca por ver uma tragédia. Veja só o exemplo desse mapa que o Jornal Nacional e todos os noticiários globais repetiram exaustivamente na semana passada. Seriam as áreas de risco de contágio da febre amarela - ou seja, praticamente o Brasil inteiro! Vendo o mapa tantas vezes até pensei em me vacinar... No gráfico, diziam que a fonte era o Ministério da Saúde. Mas o Ministério dizia claramente que só poderia haver risco em áreas silvestres.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Lágrimas de Bush: o espetáculo midiático chegou ao seu ponto máximo

Lágrima de crocodilo / Google Alô, mídia brasileira! Ninguém ainda conseguiu tratar o passeio de Bush pelo Oriente Médio como "espetáculo midiático"? Nem depois das lágrimas de Bush na visita ao Museu do Holocausto? Será que ninguém até agora ficou indignado com a exploração política diante de um símbolo tão importante para a humanidade? Bush quer porque quer disputar o espaço na mídia ocupado por Obama, Hillary e companhia. É a coisa mais escandalosa que vi. E a nossa mídia só tem olhos para o "espetáculo midiático de Hugo Chávez". Tenha dó!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Qual o maior "espetáculo midiático"do momento?

A mídia está tratando a libertação das reféns das FARC basicamente como um "espetáculo midiático" de Hugo Chávez (com reassalva a Cony, que fez boa análise, em sua tertúlia matinal com Artur Xexéo e Heródoto Barbero na CBN, opondo-se ao preconceito dos outros convivas). Claro que houve o espetáculo. Mas com uma boa causa muito bem inserida no contexto. Bem diferente do espetáculo midiático patrocinado no momento por Bush em seu passeio pelo Oriente Médio. Com o objetivo de deslocar a atenção da mídia que estava voltada para as prévias eleitorais (destaque para Obama e os Clinton) e para a crise econômica, ele se deslocou para Israel e Palestina para fazer exatamente... ninguém sabe o quê. Mas ninguém tratou isso como "espetáculo midiático" de Bush - mesmo tratando-se do maior de todos.

A mídia não sabe a diferença entre "apagão" e "prevenção"

A mídia trata a escassez de chuvas do momento como se estivéssemos vivendo um verdadeiro "apagão", nos moldes do que aconteceu durante o Governo Fernando Henrique. Quando alguma autoridade do Governo Federal garante que não vai haver "apagão", a mídia insinua que é mentira, que estão cobrindo o sol com a peneira. A possibilidade de uso de termelétrica passa a ser tratada como um terror. Típico dessa mídia-partido de oposição. Primeiro, é bom que se saiba que a função da ONS - Operadora Nacional do Sistema elétrico é exatamente o de harmonizar as diversas ofertas de energia (hidrelétrica, termelétrica, nuclear, ou seja lá o que for), de modo que o País possa contar a cada momento com a fonte melhor e mais econômica. Em segundo lugar, é bom entender que, ao se anunciar a "prevenção", não se está anunciando o "apagão". Muito ao contrário. Aliás, se Fernando Henrique tivesse feito o que está sendo feito agora, o termo "apagão" não faria parte do nosso dicionário.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Quem ganhou e quem perdeu com a novela na selva colombiana?

Todos têm muito a ganhar com a libertação das reféns colombianas. Em primeiro lugar, ganharam as reféns e suas famílias. Chávez também saiu ganhando, porque mostrou seriedade, apesar do seu estilo espalhafatoso. As FARC também ganharam, demonstrando que pretendem negociações e atingir um novo estágio político. Até o Governo Uribe saiu ganhando, porque jogaram no seu colo a possibilidade de um novo patamar de relacionamento com as FARC. Então, quem perdeu? Talvez Bush, que viu as coisas saírem do seu controle. Palmas para o sucesso da missão humanitária. Veja o vídeo da chegada.

Eleição americana: as lições de New Hampshire

A primeira lição que devemos ter das primárias de New Hampshire para a indicação do candidato Democrata à Presidência da República é simples: não esquecer nunca que o sistema eleitoral americano é uma grande maluquice. Um exemplo é a ordem dos nomes na cédula de votação. No jornal O Globo de hoje, "Jon Krosniak, professor de ciências políticas da Universidade de Stanford, na Califórnia, apontou um fator técnico como provável causa do erro (das pesuisas): a cédula de votação democrata desta vez apresentou a lista de candidatos em ordem alfabética, por sobrenome, e não de acordo com o seu prestígio popular com base nas pesquisas nacionais, como era costume. — Dessa forma o nome de Hillary (Clinton) aparecia logo no alto, com o de Barack (Obama) no pé. Pelos meus cálculos isso deu uma vantagem de pelo menos três pontos percentuais a ela. Muita gente marca o primeiro nome que salta aos seus olhos — afirmou ele". Há também o fator "caucus" versus "primária". No "caucus (como em Iowa), temos assembléias partidárias, onde há discussão e mais engajamento político, envolvimento mais efetivo. No sistema de "primária", temos voto direto e secreto. Há também a possibilidade de flutuação do eleitor, votando suprapartidariamente. Em Iowa, a participação do Partido Republicano foi menor, o que permitiu a Barack Obama conquistar votos fora do Partido Democrata. Outra lição, foi ouvir mais o experiente Bill Clinton. O consultor político de Hillary (esqueci o nome agora) foi para escanteio e Bill Clinton pôde assumir melhor o comando. Se Hillary perdesse, ele seria o grande derrotado (como falei aqui) - e certamente o cachê de suas palestraas cairiam substancialmente. Aparentemente, partiu de Bill e seus assessores (colocou James Carville de novo em cena) a orientação para as lágrimas de Hillary. Ela pôde descer de seus sapatos altos e apresentar uma face mais humana, mais feminina, mãe, mais tradicional, mais emotiva. Ela não pode de forma alguma tentar a marca da "mudança", porque ela já pertence a Obama. E a "mudança", como ela queria antes, soava muito mais como "arrogância". Não parecer arrogante cabe agora a Obama, com uma dificuldade: ele não pode chorar. Está com a marca da juventude, do entusiasmo e não pode se fazer de fraco nessa hora. Nem as mulheres querem isso. E os negros muitos menos. Em Nevada, no próximo dia 19, Obama conta de novo com a vantagem de um "caucus", com maior participação de movimentos organizados que apóiam a sua candidatura. A disputa está muito boa.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Hillary desmente pesquisas e vence em New Hampshire; Obama lidera em delegados

"Aqui em New Hampshire, eu reencontrei minha voz", mais ou menos disse Hillary Clinton em seu discurso de vitória. Teve 39% dos votos contra 37% de Barack Obama e 17% de John Edwards. Em delegados, Hillary e Obama empataram em 9 e Edwards ganhou 4. O total agora é: Obama 25; Hillary 24; e Edwards 18.

Eleição americana: as lágrimas deram certo

Aquele passeio que Barack Obama daria hoje nas primárias de New Hampshire não se confirmaram. Neste exato momento, 1:30 h de quinta, mais de 60% dos votos contados, a eleição está pau a pau. Uma pequena vantagem de votos para Hillary Clinton (39%) sobre Obama (36%), mas com o mesmo número de delegados (8) para os dois. As lágrimas que Hillary divulgou foram fundamentais para tirar a imagem de arrogante.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Eleição americana: Obama vence hoje, mas a final será dia 5 de fevereiro

Todas as pesquisas indicam que hoje vai dar Barack Obama na eleição primária de New Hampshire pela indicação do Partido Democrata para seu candidato à Presidência dos Estados Unidos. Depois haverá o caucus de Nevada (19/jan, 33 delegados) e a primária da Carolina do Sul (26/jan, 54 delegados). Michigan (15/jan) e Flórida (29/jan) mudaram as datas das primárias sem autorização da direção nacional do Partido Democrata e foram punidos, não terão direito a delegados. Depois disso vem a super terça-feira do dia 5 de fevereiro. Vai ser um verdadeiro carnaval de 22 estados (além dos Democratas no exterior) elegendo 2.075 delegados (entre os Republicanos, serão 21 estados elegendo 1.081 delegados). Ainda teremos 15 primárias e caucuses, sendo o último em Porto Rico, que vai eleger 56 delegados no dia 7 de junho. Mas acredito que no dia 5 de fevereiro já saberemos quem será o indicado. Aparentemente, o grande derrotado é o ex-Presidente Bill Clinton.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Menos, CBN, menos...

Gosto muito de ouvir a CBN. E sei de muita gente apaixonada por ela. Sei até do pai de um amigo que fez uma instalação elétrica no banheiro para que, toda vez que alguém entrasse e acendesse a luz, a emissora fosse ligada simultaneamente. Mas hoje eu vi um comercial da CBN de doer. É com aquela jornalista, Lucia Hippolito falando na rua para uma multidão. Falando aquelas coisas esquisitas de sempre. E a conclusão do comercial é de que "inteligência atrai inteligência". Tenha dó! Alguém vai ter que provar que existe ali alguma força inteligente atraindo seja lá o que for. Não exagera, CBN!

Agripino Maia está pra lá de Marraquech

Esse Senador Agripino Maia sempre me pareceu meio adoidado, com olhar estranho. Hoje, em entrevista à CBN, diretamente do Marrocos, ele se referiu ao seu próprio partido, o DEM (ex-PFL, ex-Arena), como sendo o Partido Democrata! Deve ser o sol quente africano fazendo a cabeça do Senador. Se nem ele sabe o nome do próprio partido, o que será que essa oposição espera da vida?

Eleição americana: o bipartidarismo muda?

Barack Obama / Stephan Savoia - Associated Press / Washington Post É claro que ninguém vai mudar o sistema praticamente bipartidário americano. Mas o apelo suprapartidário de Barack Obama está incomodando. Em artigo de hoje, "GOP Doubts, Fears 'Post-Partisan' Obama", no Washington Post, Jonathan Weisman escreve que "ele está prometendo fazer algo que ainda não foi feito na política americana moderna: a união de Democratas, Republicanos e independentes em torno de uma agenda ampla de mudança". Será que os Republicanos realmente temem que isso aconteça? Não. Na verdade, "eles temem que o apelo funcione eleitoralmente".

Eleição americana: o que (e quem) significa mudança?

Barack Obama incorporou como nenhum outro o sentimento de mudança entre os pré-candidatos à Presidência dos Estados Unidos. Mas John Edwards também fez o discurso da mudança. E até Hillary Clinton, em seu discurso de derrota em Iowa, apontou que aquele caucus significava um alerta do povo americano contra o governo Republicano, um apelo pela mudança. Podemos dizer que até mesmo pelo lado Republicano há apelos pela mudança, através do atual líder Mike Huckabee. O apelo está dando certo, mas, afinal, o que significa mudança no atual processo eleitoral americano? Significa não a Bush e sua política militarista e suas incertezas na economia. O grito da maioria americana por mudança não vai além disso, mas aquele candidato que conseguir vencer e levar isso adiante estará fazendo uma grande reviravolta (positiva) no mundo inteiro. Por enquanto, Barack Obama é quem melhor incorpora o sentimento de mudança. Mas Hillary Clinton também pode representar isso.

Eleição americana: Huckabee já lidera nacionalmente entre os Republicanos

Coisa de doido. O até a semana passada azarão Mike Huckabee lidera as intenções de votos em âmbito nacional para a indicação do Partido Republicano, segundo o tracking diário Instituto Rasmussen. Está empatado com McCain em 19%. Giuliani vem em seguida, com 15%; Mitt Romney, 15%; Fred Thompson, 13% e na rabeira Ron Paul com 4%. Por aí a gente vê a importância de Iowa como primeiro resultado da corrida. No dia 3 (dia que ele venceu o caucus de Iowa), Huckabee estava em terceiro nacionalmente (embora estivesse liderando pelo empate técnico), e na pesquisa de ontem já passou à frente. A pequena vitória de Iowa (que tem 40 delegados) tem grande valor psicológico, além de representar mídia gratuita para o vencedor. É verdade que dia 5 teve o caucus de Wyoming (14 delegados), mas sem grande repercussão para a vitória de Mitt Romney. Veremos o que acontecerá amanhã em New Hampshire, que tem apenas 12 delegados, mas o apelo de ser a primeira primária (os anteriores eram caucus - ou caucuses, se preferirem).

domingo, 6 de janeiro de 2008

Primárias de New Hampshire: Hillary pega pesado

Hillary Clinton, a grande derrotada do caucus de Iowa pela indicação do candidato Democrata à Presidência da República, resolveu bater forte em Barack Obama, o grande vitorioso. Bateu na tecla de que ele não tem experiência e que mudança não se faz apenas com palavras. Mas principalmente Hillary Clinton acusou Obama de não cumprir suas promessas de campanha, como teria acontecido depois de eleito Senador pelo Illinois. Segundo ela, "Obama havia prometido aos seus eleitores votar contra o Patriot Act quando elegeu-se senador e na primeira oportunidade votou a favor na lei proposta por Bush que suspendeu parte das garantias individuais dos cidadãos americanos, permitiu o grampo secreto de telefones e emails, além de criar um sistema paralelo militar de investigação, prisão e julgamento de suspeitos de terrorismo que tem em Guantânamo seu maior símbolo" - é o que conta Marília Martins, em seu Diário de Nova York, para O Globo. John Edwards (que corre em terceiro, mas com chances reais, pelo menos de ser Vice) sabiamente colocou-se ao lado de Obama, em defesa de mudança (Hillary Clinton, portanto, não significaria mudança substancial). A verdade é que os Clinton vão ter que suar. As pesquisas sobre as primárias em New Hampshire, dia 8, são favoráveis a Barack Obama (ver tabela de três institutos).

sábado, 5 de janeiro de 2008

Obama e Axelrod: trabalhando por música

Foto de Jamie Rose para The New York Times / International Heral Tribune O sucesso da candidatura de Barack Obama como pré-candidato Democrata à Presidência da República nos Estados Unidos está revelando uma dupla afinadíssima no marketing político. Trata-se do próprio Barack Obama e seu consultor, David Axelrod. Eles já tinham tocado juntos a campanha para o Senado em Illinois, em 2004, com absoluto sucesso. Axelrod, ex-jornalista político, vem sendo considerado, há algum tempo, como um dos melhores Consultores americanos. Pelos vídeos de apresentação da candidatura de Obama no ano passado já era possível perceber que havia um excelente trabalho por trás de tudo. Não apenas pela qualidade técnica, mas principalmente pelo trabalho de conceituação da candidatura. Os conceitos de mudança e multirracilidade foram muito bem desenvolvidos. Há sempre quem enxergue o trabalho de Axelrod nas falas de Obama. Mas ele é o primeiro a esclarecer que entra apenas com 20% - é o próprio Obama o responsável por 80%. Como disse David Montgomery em seu artigo "Barack Obama's On-Point Message Man" (Washington Post, 15/fev/2007), Axelrod, como um verdadeiro consultor, é "indispensável, invisível".

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Caucus de Iowa: a esperança venceu o medo no Meio-Oeste americano

A vitória de Barack Obama em Iowa é marcante. Não porque ele venceu com boa margem a favorita Hillary Clinton. Mas principalmente porque trouxe a esperança de alguma mudança na política americana. Falou para os jovens que sonham com mudança. Trouxe a cor negra para falar de igual para igual com outras raças - sem rupturas drásticas ou necessidades de afirmação que não trazem resultado. Conquistou o voto feminino. Trouxe um discurso sereno, mas firme. Trouxe cara nova para a política americana. Isso não quer dizer que a vitória está garantida. Mas ficou menos difícil. O resultado de New Hampshire pode ser decisivo. Há um ano (17/jan/2007), escrevi aqui: "Pode ser que ele não consiga derrotar a Senadora Hillary Clinton, mas está demonstrando que vai dar trabalho". Veja seu comercial de 60". Simples e sofisticado, bem iluminado, sereno, firme:

Caucus de Iowa: a sabedoria Clinton

Mesmo sendo a grande derrotada, a terceira colocada Hillary Clinton (com as maiores chances, ainda, de ser a indicada do Partido Democrata) está fazendo um discurso bem inteligente (acompanhada do marido Bill Clinton), parabenizando tanto Obama quanto Edwards (pode escolher um dos dois para Vice) e dizendo que foi uma grande vitória Democrata, porque o eleitor está apoiando a mensagem de mudança (Seu tema é "Ready for change. Ready to lead.").

Caucus de Iowa: primeiras análises

O Republicano Dwight Eisenhower, eleito presidente americano em 1952, está presente na campanha deste ano: o famoso tema de sua campanha ("I like Ike") está sendo copiado pelo também Republicano Mike Huckabee ("I Like Mike"). O Democrata John Edwards, que ficou em segundo, fez discurso de vitorioso. Com apelo bem "classe média" (equivale mais ou menos ao nosso "povão"), faz o apelo do "tostão contra o milhão".

Caucus de Iowa: Obama vence a primeira

Segundo projeção da CNN, Barack Obama venceu o caucus de Iowa, com 37%, contra 30% para Hillary Clinton e 30% para John Edwards. Vitória apertada, mas importantíssima para a estratégia de Obama, que buscou o apoio jovem e o apelo da mudança ("Change. We can believe in", mesmo apelo da primeira campanha de Bill Clinton), apesar dos eleitores não serem tão jovens assim. Mesmo considerando a pequena diferença, Hillary Clinton (até agora considerada poule de 10) é a maior derrotada. Nota: à 1:00h, confirmada a vitória de Obama.

Caucus de Iowa: Mike Huckabee é o indicado entre os Republicanos

Segundo a projeção da CNN, o ex- Governador do Arkansas e reverendo Mike Huckabee venceu a primeira prévia do Partido Republicano na corrida para a indicação do candidato à Presidência da República nos Estados Unidos. Ganhou com uma estratégia de buscar o voto do campo. Entre os Democratas, a disputa está indefinida, com pequena vantagem para Obama. Acesse o vídeo ao vivo do Washington Post. Os resultados de Iowa são psicologicamente importantes, mas há quem julgue os de New Hanpshire (dia 8) ainda mais importantes.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Caucus de Iowa: ils sont fous ces americains!

Ninguém deve tentar entender as eleições americanas. Eles mesmos já desistiram de entender e vão apenas tocando o barco. Mais engraçado é quando eles tentam pôr ordem no caos, como é o caso dessa "agenda" do site patrocinado pelo Estado de Iowa sobre o "caucus" que começa daqui a pouco (23 horas de Brasília) e trata da indicação do candidato Democrata:
Caucus Night Agenda
1) Registration
· Caucus Attendees read candidate letters and sign nomination papers
· Caucus Attendees fill out surveys
2) Caucus is called to order by Temporary chair
· At 6:30pm or when registration is complete
3) Iowa Democratic Party Presentation
· Temporary Chair reads letter from Scott Brennan, State Party Chair
· Absentee Ballot Presentation
4) Elected Officials' Presentations
5) Election of the Permanent Chair and Permanent Secretary
6) Viability Threshold Determined and Preference Groups Form
· This cannot happen before 7:00pm
· Groups have up to 30 minutes to form
7) Delegates Awarded to Viable Preference Groups
· Using Caucus Math Worksheet
8) Caucus Results Reported to IDP Toll-Free Reporting Line
9) Election of Delegates and Alternates
10) Ratification of the Slate of Delegates and Alternates
11) Election of County Convention Committee Representatives
12) Election of Precinct Committee Persons
13) Resolution Discussion and Adoption for submission to the County Platform
14) Any new business
15) Caucus Adjournment

A democracia na era eletrônica, segundo César Maia

No seu Ex-Blog de hoje, o Prefeito César Maia (DEM, ex-PFL, Rio) discorre de forma interessante sobre a dicotomia entre "democracia representativa" e "democracia direta". Ele mostra, com razão, que os novos meios de comunicação da era eletrônica contribuem fortemente para a superação desse conflito. Ele exagera, a meu ver, quando afirma que "a partir de agora termina a dicotomia entre democracia representativa e direta". Veja o texto completo (com mínima intererência minha):
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA E DIRETA, NA ERA ELETRÔNICA! 1. Por décadas e décadas debateu-se conflituosamente na esfera política, seja entre políticos seja entre acadêmicos, a convergência ou divergência entre democracia representativa e direta. Setores de esquerda, fora do poder e sem lastro eleitoral, negavam à representação parlamentar legitimidade, alegando poder econômico, compra de votos, demagogia, etc... Como alternativa propunham instâncias de democracia direta, através de associações de moradores, sindicatos, conselhos diversos. 2. Por outro lado, seus críticos reforçavam a democracia representativa, questionando a representatividade dessas associações e conselhos, que seriam na verdade manipulados por profissionais de partidos, que não representavam as bases e que aqueles diminutos grupos ativos que se reuniam, apenas representavam a si mesmos. 3. Em outro corte, os partidos de quadros sublinham a democracia representativa, e os partidos de militantes, especialmente os profissionalizados, reforçam a democracia direta, especialmente quando não têm votos. 4. Com a comunicação eletrônica, esse quadro muda radicalmente. Os políticos têm a possibilidade de serem alcançados a qualquer momento por qualquer pessoa, através de mensagens individuais por e-mail, por web direto, em grupos, em redes, em sites, etc... Podem ter o contato individual ou coletivo com o corte que desejarem. 5. Essa é uma prática de democracia direta cuja representatividade será tanto maior quanto maior interesse o eleitor tiver em contatar o político, interagir e dialogar com ele. O político pode ir desenhando redes - gerais e parciais - e submeter a elas idéias e interagir com as mesmas - desenhar grupos via Orkut, dialogar em tempo real via MSN, etc.... 6. Com isso, a dicotomia democracia representativa e direta desaparece e fica à disposição dos partidos de qualquer tipo usar esses instrumentos de democracia direta explorando a representatividade que o voto lhe deu, tendo seu próprio campo de articulação direta. 7. Dessa forma, os intermediários profissionais que levam e trazem demandas e reclamações da base social e mistificam seu poder manipulando as diretorias que nomearam, que iludem a mídia com nomes e sobrenomes de associações e conselhos, perderam os instrumentos de falsa representação que detinham. 8. A partir de agora termina a dicotomia entre democracia representativa e direta. Passam a ser um todo integrado e único e à disposição daqueles que, tendo voto, passam a ter contatos diretos e a qualquer momento com a população - individual e coletivamente - setorial ou regionalmente, corporativa ou horizontalmente.

Saudades da CPMF

Pronto, aconteceu o óbvio. É a classe média consumidora que vai pagar pelo fim da CPMF. As novas medidas compensatórias pelo fim da CPMF caem no colo de quem mais apoiou o bloco da oposição. O consumo fácil vai ficar menos fácil. O cheque especial vai doer mais um pouco. As vendas de imóveis, automóveis e outros objetos de desejo passarão por uma rearrumação. A oposição, com alguma razão, vai tentar pôr a culpa no Governo. Mas ninguém pode dizer que "Santo Antônio me enganou". Todo mundo foi amplamente avisado do que aconteceria. Agora só resta trocar os sonhos. Mas não vale sonhar com a volta da CPMF...

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

As eleições americanas e a complexidade da democracia direta

Os caucus americanos parecem coisa do PT: democráticos e complicados (para quem não participa). Veja esse texto distibuído pela AFP sobre o tema:
Caucus de Iowa: democracia direta e quebra-cabeças metodológico. Des Moines, EUA (AFP) — Primeira etapa do longo processo eleitoral americano, os 'caucus' (assembléias partidárias) de quinta-feira no Iowa são um exercício de democracia direta, mas de uma complexidade desconcertante. Os caucus, que pegaram seu nome emprestado de uma reunião de chefes tribais entre os índios algonquinos, são formados por um grande número de reuniões (1.784 no total) organizadas em lugares públicos (escolas, bibliotecas e hotéis, entre outros) nos 99 condados deste Estado rural do centro dos Estados Unidos. A participação nos caucus está reservada aos militantes partidários maiores de 18 anos (ou que terão 18 anos até 4 de novembre de 2008, data das eleições). Os participantes podem se inscrever no início do caucus e, inclusive, mudar a afiliação um pouco antes de participar. No entanto, se decidir participar num caucus democrata não pode fazê-lo num republicano e vice-versa. Os caucus começam às 18H30 local (00H30 GMT de sexta-feira, 22h30 de quinta-feira, horário de Brasília) no campo democrata e às 19H00 (01H00 GMT/23H de Brasília) entre os republicanos. As reuniões duram entre uma hora e meia e duas horas. Do lado republicano, o procedimento é bastante simples. Depois das discussões, os eleitores escrevem o nome do candidato de sua escolha em uma folha de papel. Quem conseguir mais votos é declarado vencedor. Entre os democratas, o procedimento é infinitamente mais complicado. Não há cédula eleitoral, nem mesmo voto com mão erguida. Em compensação, formam grupos favoráveis aos diferentes candidatos em distintos cantos do lugar da reunião. Cada candidato deve receber a aprovação de pelo menos 15% dos presentes para ser declarado candidato "viável". Quem ficar entre os "não-viáveis" tem 30 minutos para repassar seu voto para outro candidato ou tentar convencer os outros militantes para alcançar o fatídico piso de 15%. Caso contrário, o grupo do "não-viável" deve se dissolver. A contagem de votos também é de uma curiosidade complexa. Os candidatos que receberem menos de 15% terão delegados em nível do condado. Estes 13.000 delegados elegerão posteriormente delegados em nível de circunscrições (divisões territoriais), que, por sua vez, designarão os delegados em nível de estado. Estes últimos representarão o Iowa na convenção do Partido Democrata, prevista de 25 a 28 de agosto, em Denver (Colorado, oeste), que designará formalmente seu candidato para as eleições de novembro de 2008. Em janeiro de 2004, apenas 22% dos democratas inscritos nas listas eleitorais compareceram aos 1.993 caucus organizados então pelo Partido Democrata (não houve caucus republicanos em 2004).

Barack Obama e Hillary Clinton: mensagens de Ano Novo em busca de voto

Surpreendentemente, o Senador (Illinois) Barak Obama, pré-candidato à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, está liderando com folga as pesquisas de opinião sobre o "caucus" Democrata que se realiza dia 3, quinta, no Estado de Iowa. Será a primeira etapa de um longo processo de escolha do nome para representar o partido nas eleições de outubro. Quem sai na frente nos dois primeiros estados (a prévia em New Hampshire será dia 6, terça-feira) costuma ganhar vantagem psicológica significativa. E um bom exemplo disso temos nas últimas eleições, quando John Kerry investiu tudo nas prévias iniciais e acabou conquistando a indicação. É bom lembrar que o resultado de um "caucus" (como o que vai ocorrer em Iowa) pode dar um resultado bem diferente do apontado pelas pesquisas. Os "caucus" são assembléias partidárias e o de Iowa caracteriza-se como "um exercício de democracia direta, mas de uma complexidade desconcertante", como define a AFP (ver postagem que farei a seguir). Exigem muita experiência e profissionalismo político. Até aqui, Barack Obama tem demonstado grande competência, mas não se deve esquecer que Hillary Clinton conta com mais experiência. Pessoalmente, acho que dará Obama, mas não aposto todas as fichas nisso. Veja a seguir vídeos com as mensagens de Barack Obama e Hillary Clinton: