O recente ataque de Israel à Síria me parece que vai além do bloqueio a envios de armas para o Hesbolá, a milícia xiita-libanesa, de 2 mil a 4 mil homens, que em 2006 deu um chega pra lá no exército israelense (Leia O mundo se surpreende com a organização do Hesbolá na guerra contra Israel). Israel, se quisesse, poderia ter feito esse ataque há mais tempo, mas não gostaria de mexer em vespeiro. Talvez o papel de Israel seja o de estimular pretextos para uma intervenção internacional na Síria. Equivalente ao pretexto das armas de destruição em massa que Bush usou para invadir o Iraque. Xiitas, alauítas, sunitas e laicos da Síria que se preparem: podem estar chegando os boinas de todas as cores – talvez até mesmo os da Rússia. Quem sobreviver verá?
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terça-feira, 7 de maio de 2013
Israel – arma de destruição em massa?
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Obama sinalizou acesso a água aos palestinos; agora tem que ajudar a concretizar
No seu pronunciamento, hoje, sobre o Oriente Médio, Barack Obama nega o seu próprio veto, feito em 18 de fevereiro deste ano, contra um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU, apresentado pelos países árabes, condenando Israel, por promover a construção de assentamentos em territórios palestinos. O texto reafirmava que todas as atividades israelenses relacionadas aos assentamentos nos Territórios Palestinos Ocupados, inclusive em Jerusalém Oriental, seriam ilegais e constituiriam grande obstáculo para alcançar-se a paz com base na solução dos dois Estados – Israel e Palestina. Ora, Obama defendeu hoje o retorno às fronteiras de antes da Guerra dos Seis Dias de 1967 – exatamente a essência do projeto do CS. Foi um passo gigantesco, em direção a um Oriente Médio de paz e prosperidade. Para os palestinos, significa em primeiro lugar a formação do estado palestino. Além disso, o retorno do poder sobre Jerusalém Oriental. Mais ainda: significa o retorno ao acesso às águas do Rio Jordão, sob domínio absoluto de Israel e proibidas para os palestinos. Em abril de 2009, postei aqui : “As principais fontes de água na região são a bacia do rio Jordão (incluindo o alto Jordão e seus tributários), o mar da Galiléia, o rio Yarmuk e o baixo Jordão, além de 2 grandes sistemas de aquíferos, o aquífero da Montanha (totalmente sob o solo da Cisjordânia, com uma pequena porção sob o Estado de Israel), o aquífero de Basin e o aquífero Costeiro que se estende por quase toda faixa litorânea israelense até Gaza (Ana Echevenguá). Os reservatórios subterrâneos são 80% explorados por Israel e o sistema do rio Jordão (que divide a Palestina da Jordânia) não tem acesso permitido a palestinos. A distribuição justa das terras da região implica, em primeiro lugar, distribuição justa das águas. E nisso Israel não cede uma gota”.
Obviamente Obama está em busca de recuperar prestígio junto aos países muçulmanos, e se ele conseguir os dois Estados – Israel e Palestina – com fronteiras de 1967, terá realizado façanha monumental, capaz de ganhar beijinho até dos talibãs. Diga-se de passagem que Obama só pôde tomar essa decisão por causa da morte de bin Laden. Até aquele momento, ele não tinha credibilidade com relação à sua capacidade de enfrentamento. Era considerado frágil e qualquer concessão ao mundo árabe/muçulmano seria considerada covardia e tiraria milhões de votos em 2012. Com a caça a bin Laden, Obama retomou o posto de grande líder e pode falar mais grosso com a direita israelense. Se isso se concretiza (mais alguma recuperação da economia), sua reeleição é líquida e certa.
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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Obama e a crise árabe: perdendo-se em miragens
Não tem herança maldita pior do que essa política para o Oriente Médio que Obama herdou de Bush. Desde a invasão do Iraque, a presença americana na região torna-se cada vez mais mal vista e tudo aponta para um terreno extremamente árido. Os Estados Unidos tentavam manter posição estreitando as relações com tradicionais aliados, como Egito, Arábia Saudita, Jordânia e outros – países dispostos a dialogar com Israel e que poderiam ajudar a isolar o “demoníaco” Irã. Obama ainda tentou acariciar o povo palestino na sua luta contra Israel. Chegou a apertar a mão do “monstruoso” Kadafi. E talvez tenha sonhado com o distanciamento entre Síria e Irã. Nada deu certo. O Oriente Médio, apesar de todos seus conflitos internos, inclusive religiosos, parece ter mais afinidade (e interesses) com Ahmadinejad do que com qualquer presidente americano. E as ações radicais (como a rejeição do acordo nuclear patrocinado por Brasil e Turquia) de Obama, pressionado pelo seu eleitorado judeu, só fizeram piorar a situação. Quando ele vivia a situação de que pior não poderia ficar, veio o pior, vieram os ventos “democratizantes” levando para mais distante a influência americana.
Os Estados Unidos passaram a percorrer um deserto sem camelo. Não poderiam ir contra os revoltosos, sob risco de perderem os votos progressistas internos e o papel de paladino do “mundo livre”. Mas não poderiam se esforçar pela queda de dirigentes palatáveis no Egito, Bahrein, Iêmen, etc. A mídia e a Administração Obama, como analisa o Foreign Policy (Obama Is Helping Iran), chegaram a pensar que “a onda de revolta popular que derruba um após o outro os aliados dos Estados Unidos acabaria por derrubar a República Islâmica do Irã e talvez o governo sírio de Assad – mas isso foi apenas o triunfo do pensamento sonhador (wishful thinking) sobre o pensamento analítico (thoughtful analysis)”. O bilionário George Soros arriscou calcular que o regime iraniano não duraria nem mesmo um ano. Apenas miragem. As pesquisas de opinião mostram que os principais líderes na resistência aos Estados Unidos (Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, Bashar Assad, da Síria, Hassan Nasrallah, do Hesbolá libanês, Khaled Mishaal, do Hamas palestino e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia) são imensamente mais populares do que os aliados americanos. Contra todas as preces de Obama, o Irã de Ahmadinejad está cada vez mais forte e ganhando trânsito mais livre com as “revoltas democráticas” – a travessia de seus navios de guerra pelo Canal de Suez é um bom exemplo disso. Mesmo a queda de Kadafi, o “mal absoluto” nos olhos do mundo ocidental, pode ser prejudicial aos propósitos americanos. Apesar dos pesares, ele sempre manteve elos com a Europa e bastante autonomia com relação aos outros países da região, chega a ser inimigo declarado da Al-Qaeda de Osama Bin Laden. Com a possível vitória dos revoltosos da Líbia, os Estados Unidos podem ficar a pão e água (ou nem isso...). Estão perdidos nesse deserto, vivendo o drama de “se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come” - e esse bicho se chama Ahmadinejad. Todos nós, de todos os mundos, esperamos que logo, logo, surja um oásis de verdade.
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domingo, 6 de junho de 2010
Fernando Henrique parece que veio de outro mundo
Muito bom de ler – para melhor conhecer – esse artigo que Fernando Henrique publicou hoje no Globo, “Política externa responsável”. Logo no primeiro parágrafo encontramos termos como “basófias” e “bordão” que dão a certeza de que se trata de documento de outra época somente agora revelado.
Avançando na leitura, encontramos o relato óbvio de que nossa diplomacia sempre defendeu os valores democráticos, a busca pela paz entre as nações, sua igualdade jurídica e nossos interesses econômicos.
Em seguida, o texto parece procurar se justificar com o Terceiro Mundo – que sempre foi o nosso mundo – ao dizer que “não nos distanciamos do que então se chamava de Terceiro Mundo. Se não nos juntamos propriamente ao grupo dos ‘não alinhados’, dele sempre estivemos próximos”.
Depois, um trecho que parece inexplicável: “nunca nos solidarizamos com o grito de “delenda Israel”, nem com as afrontas de negação do Holocausto”. Fernando Henrique pretende com isso acusar o Governo Lula de fazer algo que nunca fez. E a partir daí percebemos que se trata de um texto vindo de outra época, carregado de ego, que (apesar de citar atitudes soberanas e óbvias tomadas pelo Brasil no Governo passado) veio ao nosso mundo defender algo inteiramente superado que é o atrelamento incondicional do Brasil aos interesses americanos.
A questão central é o sucesso e a projeção do Brasil na elaboração do Acordo Nuclear de Teerã. Fernando Henrique, por vaidade e por ideologia, não aceita o acordo e se apresenta descalço lado a lado com Hillary Clinton. Ele – que além de Presidente foi Ministro das Relações Exteriores – parece querer dar aulas ao peão Lula dizendo que “o xis da questão (...) seria a obtenção pelo Brasil e pela Turquia de garantias mais efetivas de que tal (a fabricação da bomba no Irã) não acontecerá”. Esquece (como fez Hillary) que a garantia que Brasil e Turquia obtiveram foi a mesma exigida por toda a comunidade internacional. Além disso, é impossível garantia total e o melhor que se pode fazer – como deixam claro todos os analistas – é tentar recuperar a confiança entre as partes. O Governo Hillary Clinton não está interessado nisso. Exige que o Irã tire os sapatos e se “agache”. Coisa que não exige de Israel, que nem mesmo assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
Ao final, analisando bem o alfarrábio produzido por Fernando Henrique, podemos concluir que o sucesso de Lula – seja na política internacional, seja na política interna e principalmente no processo eleitoral – parece que lhe faz doer os calos. E em política, como ele mesmo diz, “così è (se vi pare)”.
Política externa responsável
A despeito das bazófias presidenciais que, vez por outra, voltam ao bordão de que “hoje não nos agachamos mais” perante o mundo, se há setor no qual o Brasil ganhou credibilidade e, portanto, o respeito internacional, foi o das relações exteriores. Elas sempre foram orientadas por valores e estiveram intransigentemente fincadas no terreno do interesse nacional. A demagogia presidencial não passa de surto de ego deslumbrado, que desrespeita os fatos e mesmo a dignidade do país.
Com exceção dos flertes com o totalitarismo europeu durante o Estado Novo, sempre nos orientamos pela defesa dos valores democráticos, pela busca da paz entre as nações, por sua igualdade jurídica e pela defesa de nossos interesses econômicos. Com toda a dificuldade do período da Guerra Fria — quando os governos militares se opuseram ao mundo soviético e a seus aliados —, não nos distanciamos do que então se chamava de Terceiro Mundo. Se não nos juntamos propriamente ao grupo dos “não alinhados”, dele sempre estivemos próximos. Terminada a Guerra Fria, restabelecemos relações com os países do campo socialista, Cuba e China à frente, voltamos a estar mais ativamente presentes na África, apoiamos o Conselho de Segurança nos conflitos entre Israel e a Palestina, sustentamos a posição favorável à criação de “dois Estados” e o respeito às fronteiras de 1967, e nunca nos solidarizamos com o grito de “delenda Israel”, nem com as afrontas de negação do Holocausto.
Seguindo esta mesma linha, assinamos o Tratado de Não Proliferação de Armas Atômicas (TNP), com ressalvas quanto à manutenção dos arsenais pelos “Grandes”, fomos críticos das invasões unilaterais no Iraque e só aceitamos a intervenção no Afeganistão graças à supervisão das ações bélicas pela ONU. A reação ao unilateralismo foi tanta que, em discurso na Assembleia Nacional da França, cheguei a aludir à similitude entre o unilateralismo e o terrorismo, provocando certo malestar em Washington. Procedemos de igual modo na defesa de nossos interesses como país em desenvolvimento. No dia em que se publicarem as cartas que dirigi aos chefes de Estado do G-7, ver-seaacute; que predicávamos desde então maior regulação financeira no plano global e maior controle do FMI e do Banco M u n d i a l p e l o s p a í s e s emergentes. Reivindicamos nossos direitos comerciais na OMC, a começar pelo caso do algodão, e, no caso das patentes farmacêuticas, defendemos vitoriosamente em Doha o ponto de vista de que a vida conta mais que o lucro.
Todas estas políticas tiveram desdobramentos positivos no atual governo.
Temos, portanto, credenciais de sobra para exercer uma ação mais efetiva na condução dos negócios do mundo. A hegemonia norte-americana vem diminuindo pelo fortalecimento econômico dos Brics (metáfora que abrange não só os quatro países, mas vários novos atores econômicos), especialmente da China, pela presença da União Europeia, e também vem sendo minada pelas rebeliões do mundo árabe e muçulmano, como o próprio governo Obama reconhece. É natural, portanto, que o Brasil insista em sentar à mesa dos tomadores de decisões globais. Sendo assim, por que a celeuma causada pela tentativa de acordo entre Irã e a comunidade internacional empreendida pelo governo brasileiro? Há duas ordens distintas de questões para explicar o porquê de tanto barulho. A primeira é a falta de clareza entre a ação empreendida e os valores fundamentais que orientam nossa política externa. A segunda é a forma um tanto retórica e pretensiosa que ela vem assumindo.
Quanto ao primeiro ponto, como compatibilizar o repúdio às armas nucleares com a autonomia decisória dos povos? Esta abrange inclusive o direito ao conhecimento de novas tecnologias, mesmo as “duais”, que tanto podem ser usadas para a paz como para a guerra. Em nosso caso, conseguimos, por exemplo, dominar a técnica de foguetes propulsores de satélites (e quem lança satélite pode lançar mísseis). Ninguém desconfia, entretanto, de que a utilizaremos para a guerra, até porque obedecemos às regras do acordo internacional que regula a matéria. Do mesmo modo, dominamos o ciclo completo de enriquecimento do urânio. Mas não cabem dúvidas de que não estamos fazendo a bomba atômica, não só porque nossa Constituição proíbe, mas porque inexistem ameaças externas e porque submetemos o enriquecimento do urânio (guardado o sigilo da tecnologia usada) ao duplo controle de um tratado de fiscalização recíproca com a Argentina e da Agência Internacional de Energia Atômica.
É precisamente isso que falta no caso do Irã: a confiabilidade internacional nos propósitos pacíficos do domínio da tecnologia.
E é isso que o governo americano alega para recusar a intermediação obtida, ao reafirmar que a quantidade de urânio já disponível, mesmo descontada a quantidade a ser remetida para enriquecimento no exterior, permitiria a fabricação da bomba. O xis da questão, portanto, seria a obtenção pelo Brasil e pela Turquia de garantias mais efetivas de que tal não acontecerá.
Deixando de lado as alegações recíprocas sobre se houve o estímulo americano à ação intermediadora (que, para quem quer ter uma posição independente na política externa, é de somenos), uma ação eficaz para evitar o confronto e as sanções — posição coerente com nossa tradição negociadora — deveria buscar desfazer a sensação da maioria da comunidade internacional de que o governo iraniano está ganhando tempo para seguir em seus propósitos nucleares.
Neste ponto, a retórica dos atores brasileiros parece ter falhado.
O levantar de mãos de Ahmadinejad e Lula, à moda futebolística, e as declarações presunçosas do presidente brasileiro passando a impressão de que havíamos dado um drible nas “grandes potências”, digno de Copa do Mundo, reforçaram a sensação de que estaríamos (no que não creio) nos bandeando para o “outro lado”. E em política internacional, mais do que em geral, così è (se vi pare).
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segunda-feira, 31 de maio de 2010
Obama, fale agora ou cale-se para sempre!
Essa matança que (mais uma vez...) Israel acaba de executar não pode ser respondida com silêncio. A nação mais poderosa do mundo (e principal apoiadora de Israel) tem condições de dar um basta! a essa crise interminável no Oriente Médio. A região clama por paz, e o povo palestino - tanto quanto o povo de Israel - merece sobreviver. Não dá mais para manter essa política de satanizar Ahmadinejad e fechar os olhos para as atrocidades israelenses.
O Presidente Obama tem a responsabilidade (não apenas diante do povo americano, mas de todo o mundo) de pôr freio nesses desmandos. É sua oportunidade de entrar para a história - ou ficar lembrado apenas como mais um embushte.
O Presidente Obama tem a responsabilidade (não apenas diante do povo americano, mas de todo o mundo) de pôr freio nesses desmandos. É sua oportunidade de entrar para a história - ou ficar lembrado apenas como mais um embushte.
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terça-feira, 13 de abril de 2010
A diplomacia americana ainda não sabe falar chinês
Que será que deu na Casa Branca para espalhar que a China estava a seu lado contra o Irã? O assessor do Conselho de Segurança Nacional americano, Jeff Bader, chegou a declarar que os chineses “estão preparados para trabalhar conosco”!
O Diário do Povo de hoje coloca a notícia nos eixos com a manchete “China declara que sanções não resolvem a questão nuclear iraniana”. E na manchete principal, sintomaticamente, o jornal informa que o “Presidente Hu participa do Encontro sobre Segurança Nuclear, tem encontros dos BRICs e visita Brasil, Venezuela e Chile”. Claro que não seria diferente. O Irã é uma fonte de energia estratégica e não pode ser jogada pra escanteio assim sem mais nem menos. Precisa ser estimulado para negociações mais amplas, não forçado a uma rendição inexplicável.
Como explicar mais essa trapalhada da diplomacia americana – falta de cursos de chinês? Aliás, como explicar todo esse Encontro? Qual será o proveito de tudo isso? Como explicar que Israel tenha decidido não participar? Se o objetivo fosse realmente o de garantir mais segurança para o mundo contra a ameaça nuclear, mereceria todo o nosso aplauso. Mas com o objetivo de obter unanimidade contra o Irã mostrou-se um grande fiasco. A nossa imprensa adora chamar Lula de “ingênuo” (ontem chegou a dizer que ele estava isolado entre os líderes), mas fecha bem os olhinhos para as barbaridades da “tucana” Hillary Clinton.
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sábado, 6 de fevereiro de 2010
Paz no Oriente Médio
Apesar de ser antigo, vale a pena ver de novo esse ótimo comercial isaraelense promovendo a paz no Oriente Médio.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Oriente Médio: a maioria quer "dois povos, dois estados", mas a proposta está fazendo água
O Haaretz está divulgando pesquisa feita pelo OneVoice Movement (Poll: Most Palestinians, Israelis want two-state solution), conduzida por Colin Irwin (do Instituto de Estudos Irlandeses da Universidade de Liverpool), Nader Said (do Mundo Árabe para Pesquisa e Desenvolvimento da Margem Ocidental) e o Instituto de Pesquisa Dahaf em Tel Aviv, sobre a proposta de "dois estados" como solução dos problemas regionais. 74% dos palestinos (margem de erro de 4,1%) e 78% dos israelenses (margem de erro de 4,5%) disseram "sim" à proposta. Mas o governo direitista de Israel diz "não". O Ministro de Relações Exteriores Avigdor Lieberman já declarou que é contra qualquer iniciativa que leve ao que ele chama de "direito de retorno dos refugiados palestinos a terras de Israel". A intransigência israelense já está sofrendo forte oposição européia e pode levar o Governo Obama a tomar iniciativas mais duras. A alegação de Israel é a necessidade de garantir a segurança do país, o que é meia-verdade, já que a atual situação não garante segurança alguma. A questão da água é mais séria. "Temos uma escassez crônica de água que está piorando a cada ano. Devido ao fato de vivermos uma seca a cada ano, temos de cortar nossos suprimentos de água anualmente", já declarava o responsável pelo setor hídrico do Ministério das Relações Exteriores de Israel em 2003, Jacob Kaidar. Durante a 3ª Conferência Mundial sobre Água, realizada em 2003 em Kyoto, o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev disse que já tinham ocorridos 21 conflitos armados envolvendo água na história mundial recente e destacou que 18 desses embates ocorreram em Israel (BBC). As principais fontes de água na região são a bacia do rio Jordão (incluindo o alto Jordão e seus tributários), o mar da Galiléia, o rio Yarmuk e o baixo Jordão, além de 2 grandes sistemas de aqüíferos, o aqüífero da Montanha (totalmente sob o solo da Cisjordânia, com uma pequena porção sob o Estado de Israel), o aqüífero de Basin e o aqüífero Costeiro que se estende por quase toda faixa litorânea israelense até Gaza (Ana Echevenguá). Os reservatórios subterrâneos são 80% explorados por Israel e o sistema do rio Jordão (que divide a Palestina da Jordânia) não tem acesso permitido a palestinos. A distribuição justa das terras da região implica, em primeiro lugar, distribuição justa das águas. E nisso Israel não cede uma gota.
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domingo, 8 de fevereiro de 2009
Eleições israelenses: as bombas contra palestinos servem de cortina de fumaça para a crise econômica e social em Israel
Nas eleições da próxima terça-feira, dia 10, não importa quem vença, Israel vai obedecer ao comando de “direita, volver!”. Sem ter como viabilizar propostas capazes de solucionar os graves problemas econômicos e sociais que afligem o país, os partidos de esquerda e de centro buscaram um discurso mais próximo da direita, fundamentado na questão da segurança. O bombardeio de Gaza foi conseqüência natural. Conseguiram embaralhar a cabeça do eleitor e passaram a ter chances em uma eleição que já estava praticamente perdida. Enquanto isso, um quarto das famílias vive abaixo da linha de pobreza, 1/3 da população não tem meios para comprar remédio e a metade não dispõe de plano de aposentadoria. Curiosamente, a parcela da população em estado mais crítico é a que apóia os candidatos da direita, com sua proposta neoliberal e de radicalismo antipalestino. Que os deuses de todas as religiões ajudem a região! Leia mais no Le Monde: Législatives en Israël: l'économie une nouvelle fois éclipsée par les questions de sécurité, do correspondente em Israel Benjamin Barthe.
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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Vivendo da guerra
A guerra, em primeiro lugar, traz morte, destruição, dor, trizteza, tudo isso. Mas muita gente acaba ganhando novo sentido (e dinheiro) na vida, graças à guerra (sem falar, claro, da grande indústria armamentista, dos senhores das guerras). A reportagem que a Folha trouxe nesse domingo, feita por Raphael Gomide, seu enviado especial à Faixa de Gaza, dá uma luz sobre o dia-a-dia dos túneis palestinos de ligação com o Egito. Vejam como é impressionante:
Bloqueio a Gaza faz de túneis negócio rentável e canal vital
O ar é pesado, faz calor, e a respiração, difícil, tem gosto de terra. Não é preciso ser claustrofóbico para se sentir desconfortável dez metros abaixo do solo, ainda mais sob as precárias estruturas de madeira que escoram a terra em um dos 1.800 túneis subterrâneos que ligam a faixa de Gaza ao Egito. Não é reconfortante saber que se está dentro de um alvo potencial de aviões israelenses.
Os túneis cresceram como alternativa ao rígido bloqueio econômico imposto por Israel à faixa de Gaza, após o movimento extremista islâmico Hamas, que havia vencido as eleições legislativas do ano anterior, romper com o Fatah e assumir o controle, em junho de 2007. Hoje, as importações ilegais do Egito têm papel vital na arruinada economia local.
Como as fronteiras estão totalmente fechadas, quase todos os produtos são contrabandeados pelos túneis: comida, roupas, celulares, cigarros, motos e combustível -perigosamente armazenado em casa, em tinas e galões. Até animais entram em Gaza por baixo da terra.
A Folha entrou em uma dessas passagens. Para descer os 10 metros até o túnel propriamente dito, senta-se numa cadeirinha improvisada com ripas de madeira presas a cordas, atreladas a um gancho. Um cabo de aço passa por uma roldana até o "carretel". É esse motor que solta o cabo até embaixo, trazendo para cima e para baixo pessoas e mercadorias.
Dentro, é preciso quase engatinhar, as mãos no chão de terra, ultrapassando galões e sacos de produtos, sob a luz de esparsas lâmpadas ligadas a fios presos às paredes de contenção de madeira. Três rapazes, descalços, guiam o repórter com lanternas. Escondem o rosto, mas posam para fotos, e um exibe os bíceps trabalhados na academia subterrânea, a face coberta pela camiseta, qual um Hulk sem cabeça.
O túnel foi um dos afetados pelo bombardeio israelense da última quarta. Com britadeiras manuais e pás, tentavam desbloqueá-lo. O caminho subterrâneo ficou obstruído por um deslizamento de terra após cerca de 40 metros. Não fosse isso, seria possível chegar ao Egito por baixo do posto de fronteira em 30 minutos -para entrar oficialmente, são 5h30. Trata-se de um empreendimento irregular, mas amplamente tolerado. Em Gaza, as entradas ficam às claras, formando uma extensa fila de ostensivas tendas de plástico, com intervalos de 20 ou 30 metros e buracos que parecem poços artesianos expostos.
Fica evidente que, se o Egito quisesse, fecharia as bocas do seu lado, interrompendo o fluxo -que hoje o beneficia. Israel, que acusa o Hamas de contrabandear armas pelos túneis, poderia destruir todos com poucos ataques, mas, durante a guerra, estima-se que apenas 300 ou 400 dos cerca de 1.800 buracos tenham sido atingidos por bombas.
A área onde foram construídos era residencial. Com o bloqueio e a proliferação do negócio dos túneis, quarteirões foram demolidos e deram lugar aos buracos. "As pessoas venderam as joias de suas mulheres para investir como sócios neste negócio", conta o homem que se identifica como Abu Jihad, 31, sócio de um túnel construído há seis meses. À distância, sente-se o odor da gasolina que sobe por mangueiras até caminhões-tanques ou caixas-d'água de 3.000 litros presas a caçambas.
O dono do terreno recebe participação do operador. Os funcionários -de 10 a 20 por túnel- recebem de US$ 30 a US$ 50 dólares por dia. Um quilo de carga, independentemente do conteúdo, custa US$ 1. Assim, cem quilos de banana, cigarros ou telefones custam o mesmo. Passam de duas a três toneladas de produtos diariamente por túnel. A maioria nega transportar armamentos, embora um atravessador no Egito tenha dito à Folha que leva fuzis para a faixa de Gaza.
Os contrabandistas circulam com desenvoltura, sentam para almoçar ou conversar do lado de fora, sem serem importunados por fiscalização, numa linha de "trincheiras" com terra revirada, a 100 metros do muro da fronteira com o Egito.
Guaritas de militares egípcios têm vista privilegiada dos buracos. Na guerra, antecipavam bombardeios israelenses aos donos de túneis. Segundo comerciantes, o contrabando chega a quadruplicar os preços. Os 1,5 milhão de moradores de Gaza paga a conta. O Hamas cobra uma taxa anual dos donos das bocas, de US$ 4.000. "Se Israel abre as fronteiras, acabam os túneis", diz Ibrahim Dia, dono de sapataria.
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terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Obama toma posse, Palestina agradece

domingo, 11 de janeiro de 2009
Uma voz israelense pela paz possível
O jornalista israelense Tom Segev é colunista do Haaretz e escreveu para o Washington Post esse artigo que O Globo reproduziu:
Um novo fatalismoJERUSALÉM. Ao fim do 10º dia da operação de Israel na Faixa de Gaza, eu estava zapeando na TV.As imagens se tornavam mais e mais horríveis. Então um amigo me ligou para falar que um canal estava transmitindo “Cristo no Monte das Oliveiras”, de Beethoven.Ao ouvir Beethoven na TV eu estava fazendo o que mais e mais israelenses tendem a tentar nestes dias: escapar das notícias e se refugiar em atividades culturais e não-políticas. Esse escapismo reflete o novo fatalismo israelense.Pertenço a uma geração de israelenses que cresceu acreditando na paz. Ao fim da Guerra dos Seis Dias, de 1967, eu tinha 23 anos e não tinha dúvidas de que em 40 anos a guerra árabe-Israel teria acabado. Hoje, meu filho, de 28 anos, não mais acredita em paz assim como muitos israelenses. Eles sabem que Israel talvez não sobreviva sem paz, mas de guerra em guerra, eles têm perdido o otimismo.Agora me vejo como parte dessa maioria de israelenses que não acredita mais na paz.Acredito num melhor gerenciamento do conflito, incluindo diálogos com o Hamas, um tabu que precisa ser quebrado.A necessidade do engajamento dos Estados Unidos tem me conduzido, assim como a muitos israelenses, a abrigar esperanças na administração de Barack Obama.A coisa mais amigável que Obama pode fazer por Israel seria induzir o país a se voltar para sua proposta original: ser um Estado judeu e democrático.O governo Obama poderá ser mais útil e ter mais sucesso tentando simplesmente gerenciar o conflito, mirando no mais urgente objetivo: fazer a vida mais suportável para israelenses e palestinos.
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sábado, 10 de janeiro de 2009
Israel está perdendo a guerra
Quero dizer em primeiro lugar que não consigo mais assistir às imagens dessa guerra suja. A matança de centenas de civis, incluindo mais de 200 crianças, me deixam completamente arrasado. Mas não podemos recuar. Temos que nos unir a todos aqueles que lutam contra o absurdo dessa sórdida invasão israelense. O povo israelense merece viver em paz, e não pode ficar entregue a seus governos sanguinários. O povo palestino idem. No campo da opinião pública, está a derrota mais óbvia dos truculentos de Israel. Mas a derrota também está evidente no campo político e no campo militar. Um dos exércitos mais poderosos do mundo não consegue uma vitória desde 1982, quando derrotou a OLP em Beirute (ver adiante texto do Counterpunch com entrevista com o líder do Hamas Khaled Meshal), e agora, depois de já ter completado mais de duas semanas de fogo intenso, não consegue nada conclusivo contra um inimigo praticamente desarmado, sem água, sem alimento, sem ter para onde correr. Militarmente, essa investida é um desastre. E politicamente é pior ainda. Conseguiu fortalecer o seu maior adversário (Hamas), conseguiu unir os árabes, conseguiu até mesmo unir as Nações Unidas contra suas ações e, pior, não conseguiu atrair o Irã para uma aventura na região. Sob a pressão das eleições parlamentares agora em fevereiro (a candidata Tzipi Livni do Kadima, partido da situação, estava em desvantagem nas últimas pesquisas contra o ultradireitista Netanyahu, do Likud) e pressionado também pela posse de Barack Obama agora no dia 20, Israel fez um movimento extremamente arriscado que pode levar a perdas significativas. Dificilmente poderá evitar a formação do Estado Palestino. Dificilmente manterá as fronteiras atuais. Dificilmente deixará de devolver pelo menos parte da água que usurpou. O tempo logo mostrará. Por enquanto, vale a pena ler o texto de Alexander Cockburn, do Counterpunch, que inclui trecho da entrevista com Khaled Meshal:
Israel's Onslaught on Gaza: Criminal, for Sure; But Also StupidBy ALEXANDER COCKBURNIn contrast to the grim forecasts of many fine contributors to this site over the past days, your CounterPunch editors have been inclined to take the view that Israel’s onslaught on Gaza, appalling though the carnage has been, is not only a crime but a blunder, like the attack on Lebanon in 2006, which demonstrated Israel’s military weakness, and the corruption of its armed forces after long years of bravely tormenting unarmed Palestinian peasants at check points, sawing down their olive groves and crushing their homes with bulldozers and high explosive.The left has a tendency to demonize its enemies in terms of proficiency in administering their dastardly onslaughts. Through this optic, the claims of the arms manufacturers are always taken at face value, whether about the effectiveness of bunker busters, or devices to detect Hamas’ Qassams. In our latest newsletter we print a long interview with Hamas’ leader in Damascus, Khaled Meshal, conducted by CounterPuncher Alya Rea, myself and others, including former US Senator James Abourezk. Meshal made a case for Israel’s decline in military effectiveness:Meshal: Since 1948, if we want to draw a curve of Israel’s progress, do you think that this curve is still heading up, or maybe is at a plateau, or is heading down? I believe that the curve is now in descent. And today, the military might of Israel is not capable of concluding matters to Israel’s satisfaction. Since 1948, you may notice that Israel has defeated 7 armies. In ’56 they defeated Egypt. In ’67 they defeated 3 countries: Egypt, Syria, and Jordan. In ’73, the war was somewhat equal in both sides between Egypt and Israel, if not for Nixon’s airlift to Israel’s forces at that time, the map of the world would be different. In ’82 Israel defeated the PLO in Beirut.But since ’82, 26 years ago, Israelis has not won any war. They did not defeat the Palestinian resistance, and they did not defeat the Lebanese resistance. Since that time, Israel has not expanded but has contracted. They have withdrawn from southern Lebanon and from Gaza. These are indicators that the future is not favorable to Israel. Then today Israel, with all its military capabilities – conventional and unconventional – are not enough to guarantee Israel’s security. Today, with all these capabilities, they can’t stop a simple rocket from being launched from Gaza. Hence the big question is, can military might ensure security? Hence, we may say that when Israel refuse the Arab and the Palestinian offer, a state of Palestine on the border of 1967, Israel is losing a big opportunity. Some years down the road, a new Palestinian generation, new Arab generations, may not accept those conditions, because the balance of power may not be in Israel’s favor.Hamas, as I remarked last week, has been greatly strengthened by the current attack and the status of President Abbas reaffirmed as a spineless collaborator with Israel; Mubarak likewise; Syria and Turkey alienated from Western designs; Hezbollah and Iran vindicated by the world condemnation of Israel’s barbarous conduct. For months Israel besieged Gaza, starving its civilian inhabitants of essential supplies with no effective international reproach. It’s hard to take dramatic photographs of an empty medicine bottle, but easy to film a bombed out girl’s dorm or a Palestinian mother weeping over the bodies of her five dead daughters, featured on the front page of the Washington Post two weeks ago. Efforts to keep reporters out of Gaza have not been entirely successful, and both UN and Red Cross workers on the ground have sent outraged reports denouncing Israel’s barbarities. They have also been fierce State Department memos from USAID workers.As we go into the weekend, an admittedly toothless resolution in the UN calling for a ceasefire was not vetoed by the US. The UK Guardian ran a story on Friday suggesting that my view expressed last week, that there were two ways to read Obama’s initial silence about the onslaughts – which he was finally forced to break after Israel killed nearly 50 women and children trying to shelter in the UN School. The Guardian story began:The incoming Obama administration is prepared to abandon George Bush's doctrine of isolating Hamas by establishing a channel to the Islamist organisation, sources close to the transition team say.The move to open contacts with Hamas, which could be initiated through the US intelligence services, would represent a definitive break with the Bush presidency's ostracising of the group. The state department has designated Hamas a terrorist organisation, and in 2006 Congress passed a law banning US financial aid to the group.The Guardian has spoken to three people with knowledge of the discussions in the Obama camp. There is no talk of Obama approving direct diplomatic negotiations with Hamas early on, but he is being urged by advisers to initiate low-level or clandestine approaches, and there is growing recognition in Washington that the policy of ostracizing Hamas is counter-productive. A tested course would be to start contacts through Hamas and the US intelligence services, similar to the secret process through which the US engaged with the PLO in the 1970s. Israel did not become aware of the contacts until much later.One has to caution that there could be more than one reason for such a leak from the transition team – including an alert to the Israel lobby to start piling on the pressure to head off any such contacts. With men like Emanuel and “special assistant on the Middle East” Dan Kurtzer at Obama’s elbow, I imagine the Israeli embassy won’t have much difficulty in monitoring Obama’s plans, though his National Security Advisor, Jim Jones, apparently once filed a report to Condoleezza Rice with criticisms of Israel’s conduct so harsh that the whole report was hastily deep-sixed.
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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
O exército de Israel, além de cruel e poderoso, é incompetente
Aquele comentarista do Manhattan Connection chamado Diogo Mainardi - que apóia os bombardeios feitos pelo governo israelense - disse na semana passada que "Israel vai voltar com o rabo entre as pernas". Está certo ele. Pelo menos é o que podemos deduzir pelo fracasso da operação contra o Hesbolá há 2 anos e por algumas notícias que recebemos agora. Acho que foi ontem que ouvi na rádio que Israel reconhecia as mortes de alguns soldados, mas causadas pelo fogo de suas próprias tropas. Tem absurdo maior, vindo do exército considerado como um dos mais preparados do mundo? Claro que alguma coisa deve estar errada nessa informação ridícula. Outra burrice monumental - além da crueldade, claro - é essa história de bombardear criancinha. A opinião pública internacional obviamente não perdoa. Mas o pior é o Shimon Peres explicar que só morrem crianças palestinas porque eles, israelenses, cuidam melhor de suas crianças. Tem asneira maior? E ainda tem mais: criticam tanto a falta de pontaria do Hamas e eles bombardeiam logo o quê? A escola da ONU, matando mais de 40 crianças! Definitivamente, isso tem que acabar. Israel tem todo o direito ao seu Estado, mas os palestinos também têm. E têm direito às suas terras e suas águas e seu direito de ir e vir. A paz é possível. Desde que outros interesses (como o eleitoral, ou o que gira em torno do petróleo) sejam deixados de lado.
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sábado, 21 de junho de 2008
Eleição americana: o que faz diferença a favor de Obama

Para enterrar de vez a candidatura de McCain basta a dobradinha Bush com a direita de Israel fazer a besteira de atacar o Irã. Dessa vez, não terão o apoio interno que houve na época da caça a Saddam.
- os eleitores independentes (48 a 36)
- os eleitores não-brancos (71 a 16)
- as mulheres (54 a 33)
- os eleitores entre 18 e 39 anos (66 a 27)
- os simpatizantes de Hillary Clinton (69 a 18)
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
Qual o maior "espetáculo midiático"do momento?
A mídia está tratando a libertação das reféns das FARC basicamente como um "espetáculo midiático" de Hugo Chávez (com reassalva a Cony, que fez boa análise, em sua tertúlia matinal com Artur Xexéo e Heródoto Barbero na CBN, opondo-se ao preconceito dos outros convivas). Claro que houve o espetáculo. Mas com uma boa causa muito bem inserida no contexto. Bem diferente do espetáculo midiático patrocinado no momento por Bush em seu passeio pelo Oriente Médio. Com o objetivo de deslocar a atenção da mídia que estava voltada para as prévias eleitorais (destaque para Obama e os Clinton) e para a crise econômica, ele se deslocou para Israel e Palestina para fazer exatamente... ninguém sabe o quê. Mas ninguém tratou isso como "espetáculo midiático" de Bush - mesmo tratando-se do maior de todos.
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terça-feira, 5 de junho de 2007
Michel Debrun e a Guerra dos Seis Dias
Há exatamente 40 anos, eu (ainda estudante), meus primos e amigos tomamos um susto com o início da guerra entre Israel e os países árabes. Não entendemos direito o que estava acontecendo e corremos ao apartamento de Michel Debrun, marido de minha prima, Solange Gadelha, professora de História do Pedro II. Ele era cientista político respeitado ("Ideologia e Realidade", "O Fato Político") e, na época, morava no Rio (voltou para a França e depois foi professor na Unicamp). Sentamos diante dele e queríamos saber o que os árabes fariam com Israel. Para nossa surpresa, eles nos mostrou pormenores do quadro político, falou sobre as forças e a organização de cada uma das partes, detalhou o cenário e concluiu: "Israel vence em menos de uma semana". Talvez tenha sido a partir daí que comecei a gostar de estratégia política e estratégia militar.
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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
Bush piscou para a paz
Depois de muitos anos de intransigência, o Governo Bush deu um passo em direção a um "diálogo de alto nível com o Irã e a Síria", informa a Reuters. Parece que os sucessivos insucessos na opção pelo confronto e a pressão da maioria Democrata no Congresso e dos aliados sauditas abriram os teimosos olhos bushianos. A estratégia da diplomacia ganhou força, tendo como exemplo o sucesso nas conversas com a Coréia do Norte sobre as usinas nucleares. O Governo Bush percebeu também que não havia como estabelecer a paz no Iraque, na Palestina e em Israel sem a participação dos países vizinhos. "Em um movimento surpreendente, a Secretária de Estado Condoleezza Rice aproveitou um depoimento no Senado para anunciar a participação de duas conferências sobre como estabilizar o Iraque. A primeira conferência, no próximo dia 10, em Bagdá, será de trabalho. E a segunda, envolvendo ministros, deverá ser no começo de abril, provavelmente em Istambul". A Síria já confirmou a participação e o Irã está analisando o convite. Tomara que esse namoro vá longe.
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