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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Percepções: Palocci, Obama, Battisti, bombeiros e Humala

Em política, mais do que em qualquer outro aspecto da vida, não basta ser – tem que ser percebido que é. Foi o que aconteceu com Palocci. Não bastou provar que não há nada concreto contra o seu enriquecimento súbito, nada demonstra que foi ilícito. Mas, se pretende ser percebido como íntegro, o homem público não pode deixar transparecer enriquecimento malvisto – por mais honesto que tenha sido. O erro de Palocci foi esquecer essa regra. A oposição está mais interessada nas percepções do que nas comprovações, é o que lhe resta para crescer. Como teria dito Lula, Palocci saiu na hora certa.
Obama ganhou admiração do eleitor americano quando mostrou que sabe falar grosso no combate ao terrorismo. Invadiu o Paquistão, matou bin Laden, sequestrou e desapareceu com seu corpo – e seus índices de aprovação dispararam. Agora precisa ser percebido como aquele que também fala grosso na economia.
Sobre Battisti, a Itália e Gilmar Mendes podem dizer o que bem entenderem – mas o caso é político, e foi com essa visão que Lula corretamente agiu. Mas a guerra de percepções continua.
Os bombeiros do Rio (e provavelmente do mundo inteiro) sempre foram percebidos como heróis. Além de combatentes do fogo, a partir do Governo Brizola, passaram a atuar no atendimento de emergência para acidentes. E no Governo Sérgio Cabral sua ação se ampliou, com os bombeiros agindo como auxiliares da saúde, muitas vezes substituindo com vantagem os profissionais tradicionais da saúde. Infelizmente, esse novo papel causou fissuras internas (“brancos” x “vermelhos”), inclusive em questões salariais. A insatisfação cresceu e uma espécie de movimento sindical-fundamentalista (evangélico) ganhou força. Com a votação da PEC 300 em perspectiva e a decisão de radicalizar diante de impasses, os bombeiros ganharam as ruas. Provocaram uma situação de confronto irreversível e, ao contrário do que normalmente ocorre nessas situações, conservaram a simpatia pública. O Governo não teve alternativa a não ser cumprir a lei. Mas agora está enfrentando uma difícil guerra de percepções, que pode se ampliar nacionalmente.
Humala confirmou a previsão deste Blog. Reagiu na reta final e superou a adversária, Filha de Fujimori, em uma guerra de percepções bastante complexa. Agora, eleito, enfrenta o terceiro turno dessa guerra, a luta contra os neoliberais que buscam inviabilizar o seu governo associando-o a Hugo Chávez. Como antídoto inicial, Humala escolheu o Brasil de Lula e Dilma como primeiro país a ser visitado.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Obama sinalizou acesso a água aos palestinos; agora tem que ajudar a concretizar


No seu pronunciamento, hoje, sobre o Oriente Médio, Barack Obama nega o seu próprio veto, feito em 18 de fevereiro deste ano, contra um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU, apresentado pelos países árabes, condenando Israel, por promover a construção de assentamentos em territórios palestinos. O texto reafirmava que todas as atividades israelenses relacionadas aos assentamentos nos Territórios Palestinos Ocupados, inclusive em Jerusalém Oriental, seriam ilegais e constituiriam grande obstáculo para alcançar-se a paz com base na solução dos dois Estados – Israel e Palestina. Ora, Obama defendeu hoje o retorno às fronteiras de antes da Guerra dos Seis Dias de 1967 – exatamente a essência do projeto do CS. Foi um passo gigantesco, em direção a um Oriente Médio de paz e prosperidade. Para os palestinos, significa em primeiro lugar a formação do estado palestino. Além disso, o retorno do poder sobre Jerusalém Oriental. Mais ainda: significa o retorno ao acesso às águas do Rio Jordão, sob domínio absoluto de Israel e proibidas para os palestinos. Em abril de 2009, postei aqui : “As principais fontes de água na região são a bacia do rio Jordão (incluindo o alto Jordão e seus tributários), o mar da Galiléia, o rio Yarmuk e o baixo Jordão, além de 2 grandes sistemas de aquíferos, o aquífero da Montanha (totalmente sob o solo da Cisjordânia, com uma pequena porção sob o Estado de Israel), o aquífero de Basin e o aquífero Costeiro que se estende por quase toda faixa litorânea israelense até Gaza (Ana Echevenguá). Os reservatórios subterrâneos são 80% explorados por Israel e o sistema do rio Jordão (que divide a Palestina da Jordânia) não tem acesso permitido a palestinos. A distribuição justa das terras da região implica, em primeiro lugar, distribuição justa das águas. E nisso Israel não cede uma gota”.
Obviamente Obama está em busca de recuperar prestígio junto aos países muçulmanos, e se ele conseguir os dois Estados – Israel e Palestina – com fronteiras de 1967, terá realizado façanha monumental, capaz de ganhar beijinho até dos talibãs. Diga-se de passagem que Obama só pôde tomar essa decisão por causa da morte de bin Laden. Até aquele momento, ele não tinha credibilidade com relação à sua capacidade de enfrentamento. Era considerado frágil e qualquer concessão ao mundo árabe/muçulmano seria considerada covardia e tiraria milhões de votos em 2012. Com a caça a bin Laden, Obama retomou o posto de grande líder e pode falar mais grosso com a direita israelense. Se isso se concretiza (mais alguma recuperação da economia), sua reeleição é líquida e certa.

Obama no Oriente Médio: Israel ou não Israel, eis a questão

Obama vai fazer pronunciamento sobre o Oriente Médio ainda hoje. Um tema espinhoso, mas necessário. O apoio aos Estados Unidos, na região, tem caído vertiginosamente. Melhorou um pouco com a eleição de Obama, mas já voltou a cair. A intensificação da guerra no Afeganistão, as revoltas árabes e a morte de bin Laden são pontos negativos. Obama responde com mais grana e com sinais de que pode sair do Afeganistão (decisão que conta também com apoio interno, principalmente depois da ação anti-bin Laden). E há quem fale que ele pode defender o retorno de Israel às fronteiras pré-67 – o que me parece muito difícil, mas seria o que mais fortemente lhe garantiria apoio no mundo árabe/muçulmano, porque praticamente garantiria a formação do estado palestino. Israel é a mais forte ponta-de-lança dos Estados Unidos na região, além de dominar corações e mentes de milhões de eleitores americanos. É verdade que tem perdido fôlego, principalmente para os adversários Irã, Hamas e Hesbolá, mas ainda é forte o suficiente para impedir atos mais ousados vindos de Obama.
Seja como for, o próximo pronunciamento de Obama com certeza vai ser feito com um olho no calendário eleitoral e outro em pesquisas como a feita pelo Pew Research Center’s Global Attitudes Project, entre 21 de março e 26 de abril, em 7 importantes países de influência muçulmana – Egito, Indonésia, Jordânia, Líbano, Paquistão, Território Palestino e Turquia. Seus índices sobre a imagem americana são muito preocupantes. No Paquistão, por exemplo, onde os “Navy Seals” entraram sem pedir licença e mataram Bin Laden, ele conta com 10% de “confiança” contra 65% de “desconfiança”. Obama terá que fazer oferta muito alta para conquistar corações muçulmanos – sem poder entregar a cabeça israelense de bandeja...
(veja a pesquisa PEW clicando aqui)

(clique para ampliar)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Noam Chomsky: “A minha reacção à morte de Osama bin Laden"



A mentalidade imperial é tão profunda que ninguém
se apercebe que estão a glorificar Bin Laden,
ao identificá-lo com a valorosa resistência
aos invasores genocidas. 

Poderíamos perguntar-nos como reagiríamos se um comando iraquiano pousasse de surpresa na mansão de George W. Bush, o assassinasse e, em seguida, atirasse o seu corpo no Oceano Atlântico.
Fica cada vez fica mais evidente que a operação foi um assassinato planeado, violando as normas elementares do direito internacional de múltiplas formas. Aparentemente não houve qualquer tentativa de prender a vítima desarmada, o que presumivelmente 80 soldados poderiam ter feito, já que virtualmente não enfrentaram oposição – excepto, como afirmam, a da esposa de Osama bin Laden, que se atirou contra eles.
Em sociedades que professam algum respeito pela lei, os suspeitos são detidos e levados a um julgamento justo. Sublinho a palavra "suspeitos". Em Abril de 2002, o chefe do FBI, Robert Mueller, informou a imprensa que, depois da investigação mais intensiva da história, o FBI só podia dizer que "acreditava" que a conspiração fora tramada no Afeganistão, embora tenha sido implementada nos Emirados Árabes Unidos e na Alemanha.
O que apenas acreditavam em Abril de 2002, obviamente não sabiam 8 meses antes, quando Washington desdenhou de ofertas exploratórias dos talibans (não sabemos a que ponto eram sérias, pois foram descartadas imediatamente) de extraditar Bin Laden se lhes fosse apresentada alguma prova, que, como logo descobrimos, Washington não tinha. Portanto, Obama simplesmente mentiu quando disse, na sua declaração da Casa Branca, que "rapidamente soubemos que os ataques de 11 de Setembro de 2001 foram realizados pela al-Qaeda”.
Desde então não revelaram mais nada sério. Há muita conversa sobre a "confissão" de Bin Laden, mas é como se eu confessasse que venci a Maratona de Boston. Bin Laden alardeou aquilo que considerava um grande feito.
Também há muita discussão sobre a cólera de Washington contra o Paquistão, por este não ter entregado Bin Laden, apesar de elementos das forças militares e de segurança seguramente estarem informados de sua presença em Abbottabad. Fala-se menos da cólera do Paquistão por ter tido o seu território invadido pelos Estados Unidos para realizarem um assassinato político. O fervor anti-americano já é muito forte no Paquistão, e estes acontecimentos vão provavelmente exacerbá-lo. A decisão de lançar o corpo ao mar já está a provocar, previsivelmente, cólera e cepticismo em grande parte do mundo muçulmano.
Poderíamos perguntar-nos como reagiríamos se comandos iraquianos aterrassem na mansão de George W. Bush, o assassinassem e lançassem o seu corpo no Atlântico. Indiscutivelmente, os seus crimes excederam muito os de Bin Laden, e Bush não é um "suspeito", mas, sem qualquer dúvida, o “decisor” que deu as ordens para cometer o "supremo crime internacional, que difere só de outros crimes de guerra por conter em si o mal acumulado da totalidade" (citando o Tribunal de Nuremberga), pelo qual foram enforcados os criminosos nazis: as centenas de milhares de mortes, os milhões de refugiados, a destruição de grande parte do Iraque, o encarniçado conflito sectário que agora se espalhou ao resto da região.
Há também mais coisas a dizer sobre Bosch (Orlando Bosch, o terrorista que explodiu um avião cubano), que acaba de morrer pacificamente na Flórida, e sobre a "doutrina Bush" de que as sociedades que abrigam terroristas são tão culpadas quanto os próprios terroristas, e que é preciso tratá-las da mesma maneira. Parece que ninguém se deu conta de que Bush estava a conclamar à invasão e à destruição dos Estados Unidos e ao assassinato do seu criminoso presidente.
O mesmo passa com o nome escolhido: Operação Jerónimo. A mentalidade imperial é tão profunda, em toda a sociedade ocidental, que ninguém se apercebe que estão a glorificar Bin Laden, ao identificá-lo com a valorosa resistência aos invasores genocidas. É como baptizar as nossas armas assassinas com os nomes das vítimas dos nossos crimes: Apache, Tomahawk [nomes de tribos indígenas dos Estados Unidos]. É como se a Luftwaffe desse aos seus caças nomes como "Judeu", ou "Cigano".
Há muito mais a dizer, mas mesmo os factos mais óbvios e elementares deveriam dar-nos muito que pensar.
Publicado no Guernica Magazine
Tradução do Vermelho, adaptada por Luis Leiria
Copiei do site Esquerda.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Reflexões de Fidel sobre a ação americana que matou bin Laden


O assassinato de Osama Bin Laden

• AQUELES que se ocupam desses temas sabem que, em 11 de setembro de 2001, nosso povo se solidarizou com o dos Estados Unidos e deu a modesta cooperação que podíamos oferecer no campo da saúde às vítimas do brutal atentado às torres gêmeas do World Trade Center de Nova York.
Oferecemos também, de imediato, as pistas aéreas de nosso país para os aviões norte-americanos que não tivessem onde aterrissar, dado o caos reinante nas primeiras horas depois daquele golpe.
É conhecida a posição histórica da Revolução Cubana, que se opôs sempre às ações que puseram em perigo a vida de civis.
Partidários decididos da luta armada contra a tirania batistiana, éramos, por outro lado, opostos por princípios a todo ato terrorista que conduzisse à morte de pessoas inocentes. Tal conduta, mantida ao longo de mais de meio século, nos dá o direito de expressar um ponto de vista sobre o delicado tema.
No ato público de massas efetuado na Cidade do Esporte expressei, naquele dia, a convicção de que o terrorismo internacional jamais se resolveria mediante a violência e a guerra.
Osama Bin Laden foi, certamente, durante anos, amigo dos Estados Unidos, que o treinou militarmente, e adversário da URSS e do socialismo, mas qualquer que fossem os atos atribuídos a ele, o assassinato de um ser humano desarmado e acompanhado de familiares constitui um fato nojento. Aparentemente, foi isso que fez o governo da nação mais poderosa de todos os tempos.
O discurso elaborado com esmero por Obama para anunciar a morte de Bin Laden afirma: "…sabemos que as piores imagens são aquelas que foram invisíveis para o mundo. O lugar vazio na mesa. As crianças que se viram forçadas a crescer sem sua mãe ou seu pai. Os pais que nunca voltarão a sentir o abraço de um filho. Cerca de 3 mil cidadãos se foram para longe de nós, deixando um enorme buraco em nossos corações".
Esse parágrafo encerra uma dramática verdade, mas não pode impedir que as pessoas honestas recordem as guerras injustas desencadeadas pelos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão, as centenas de milhares de crianças que se viram forçadas a crescer sem sua mãe ou seu pai e os pais que nunca voltariam a sentir o abraço de um filho.
Milhões de cidadãos se foram para longe de seus povos no Iraque, Afeganistão, Vietnã, Laos, Cambodja, Cuba e outros muitos países do mundo.
Da mente de centenas de milhões de pessoas não se apagaram tampouco as horríveis imagens de seres humanos que em Guantánamo, território ocupado de Cuba, desfilam silenciosamente submetidos durante meses e inclusive anos a insuportáveis e enlouquecedoras torturas; são pessoas sequestradas e transportadas a prisões secretas, com a cumplicidade hipócrita de sociedades supostamente civilizadas.
Obama não tem como ocultar que Osama foi executado na presença de seus filhos e esposas, agora em poder das autoridades do Paquistão, um país muçulmano de quase 200 milhões de habitantes, cujas leis foram violadas, sua dignidade nacional ofendida, e suas tradições religiosas ultrajadas.
Como impedirá agora que as mulheres e os filhos da pessoa executada sem lei nem julgamento expliquem o ocorrido, e as imagens sejam transmitidas ao mundo?
Em 28 de janeiro de 2002, o jornalista da CBS Dan Rather, difundiu por meio dessa emissora de televisão que em 10 de setembro de 2001, um dia antes dos atentados ao World Trade Center e ao Pentágono, Osama Bin Laden foi submetido a uma hemodiálise do rim em um hospital militar do Paquistão. Não estava em condições de esconder-se nem de proteger-se em cavernas profundas.
Assassiná-lo e enviá-lo às profundezas do mar demonstra medo e insegurança, convertem-no em um personagem muito mais perigoso.
A própria opinião pública dos Estados Unidos, depois da euforia inicial, terminará criticando os métodos que, longe de proteger os cidadãos, terminam multiplicando os sentimentos de ódio e vingança contra eles.
Fidel Castro Ruz
4 de maio de 2011
20 h 34

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Bin Laden decide a reeleição de Obama


Com a morte de Osama Bin Laden, ficou praticamente impossível derrotar Obama em 2012. A existência – contra tudo e contra todos – do líder da Al Qaeda simbolizava fraqueza dos Estados Unidos, a maior máquina de guerra do mundo. Encontrá-lo e matá-lo lavou a alma do povo americano – que comemora nas ruas como se fosse a vitória de uma grande guerra – e traz de volta o símbolo de poder ao país que andava meio combalido. Ainda afasta de Obama a imagem de vacilão que os Republicanos tentavam fixar.
Sua morte prova ainda duas coisas: 1) não se pode acreditar em tudo que se vê – todo mundo via um Bin Laden maltrapilho, carregando uma espingarda velha nas montanhas do Afeganistão, mas ele vivia em mansão perto de Islamabad, capital do Paquistão; 2) Obama sem dúvida sabe usar a inteligência bem melhor do que Bush.

terça-feira, 22 de março de 2011

Michael Moore tuíta contra o ataque à Líbia


#1. This appears to be a civil war in Libya. Not a war of genocide. Not a revolution. One thing's clear: None of us want Khadaffy to win.
# 1. Na Líbia, parece que se trata de uma guerra civil. Não é uma guerra de genocídio. Não é uma revolução. Uma coisa é clara: nenhum de nós quer que Kadafi vença.

#2. But who is the opposition? Don't send weapons 2 rebels til u know who they r! Last time we did that we armed bin Laden & the Taliban.
# 2. Mas quem é a oposição? Não enviem armas para rebeldes até que saibam quem são! A última vez que fizemos isso nós armamos Bin Laden e os Talibãs.


#3. Stop lying. Quit saying "Khadaffy's not the target." Really? If he's the target... Then spend a decade cleaning up the mess left behind.
# 3. Parem de mentir. Chega de dizer que "
Kadafi não é o alvo." Sério? Se ele é o alvo ... Então, passem uma década limpando o caos deixado pra trás.

#4. If the rebels want a democracy then support them w/ the arms they need. But u must do same 2 help Bahrain/Yemen or u have no credibility.
 # 4. Se os rebeldes querem uma democracia, então apoiem com as armas de que precisam. Mas vocês devem fazer o mesmo para ajudar o Bahrein e o Iémen, ou não terão credibilidade.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O discurso de Obama fez mais pela segurança americana do que todos os exércitos de Bush

Em vinte e quatro horas, dois fatos históricos, que revogam erros americanos. Anteontem, a OEA abriu as portas – que nunca deveriam ter sido fechadas – para Cuba. Ontem, em discurso na Universidade do Cairo, Barack Obama reconheceu os inúmeros erros praticados pelos Estados Unidos (e seus aliados) na política para o Oriente Médio (e outros “orientes”). É natural que a direita americana proteste. Acostumada a discursar usando canhões, considera qualquer coisa diferente como manifestação de fraqueza. Não percebe que o uso indiscriminado da força foi o que enfraqueceu os Estado Unidos. Obama reergueu a imagem americana junto ao mundo árabe e, principalmente, dificultou o discurso de Bin Laden e do Hamas. Enquadrou o governo israelense (“O presidente dos EUA entende os interesses de Israel melhor do que o governo de Israel”, disse o líder pacifista Uri Avnery), e aumentou a esperança da criação do Estado Palestino e de uma era de paz na região. Isso tudo reduz as possibilidades das ações terroristas, protege muito mais o povo americano do que as torturas bushianas. Não podemos achar que foram apenas palavras, sem ações concretas. Um discurso desses vale mais do que mil canhões. Ler também “O discurso do Cairo”, de Mauro Santayana, no JB.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Eleição americana: o Bin Laden de hoje foi o comunismo de ontem

O uso do medo como arma eleitoral é coisa antiga. Na maioria das vezes não dá certo, porque é preciso saber sair do medo para a esperança. As eleições americanas têm bons exemplos, e um deles é o que Hillary Clinton está usando agora contra Barack Obama. É uma peça de puro terror, onde aparece até Bin Laden. O outro exemplo é o de Jackie Kennedy falando espanhol em campanha para o seu marido. Ela também usa a arma do medo - que na época era o comunismo(!). Mas sabe mostrar o caminho da esperança e conclui: "Que viva Kennedy!".

quinta-feira, 27 de março de 2008

McCain sugere novo inimigo para governo americano

Desde que inventaram a luta eterna do Bem contra o Mal, o homem, individualmente ou politicamente, sempre elege um Mal para referendar o avanço do seu Bem. Os Governos sempre fazem isso. As grandes potências não fazem outra coisa. Bush aproveitou o atentado de 11 de Setembro para eleger o “eixo do mal” (Irã, Iraque e Coréia do Norte) como seu adversário maior. Seriam os países inimigos que poderiam utilizar-se da energia nuclear e de atos terroristas para atacar os Estados Unidos. Com essa estratégia “anti-terrorista”, Bush fez de Bin Laden a face de todos os inimigos e fez de Saddam Hussein o seu bode expiatório. Não deu muito certo. Bush perdeu a guerra e não sabe o que fazer para sair dela. Por causa disso, sua rejeição é cada vez maior. Para tentar provar que caminha independente de seu Presidente, o atual candidato Republicano à Casa Branca, John McCain, resolveu escolher outro Mal para carregar a tiracolo. Resolveu atacar (em discurso, claro...) a Rússia de Putin. Chegou a dizer que ela é inimiga da democracia (lá vem esse papo furado de novo...) e que deveria ser afastada do G8 (no seu lugar, entrariam Brasil e Índia). McCain quer apenas ganhar pontos na sua corrida eleitoral, tirando o foco da guerra do Iraque e provando que tem um novo Mal de sua própria autoria. Será que vai emplacar? Curiosamente, McCain fez seu discurso anti-russo no mesmo dia em que Bush anunciou um encontro com Putin para resolver questões pendentes. Será que combinaram? Provavelmente, sim.

sábado, 8 de setembro de 2007

O papel da mídia: 11 de Setembro

O Blog do Mello tem feito excelentes postagens sobre o papel político da grande imprensa, no Brasil e no mundo. Hoje ele coloca vídeo e texto sobre a mídia americana, Bin Laden e Al Qaeda. Clique aqui.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Ponte que caiu: o culpado foi Bush ou foi Lula?

Atenção, mídia: com toda certeza Lula não é responsável pela queda da ponte sobre o rio Mississipi ocorrida ontem, em Minnesota, Estados Unidos, com a morte de pelo menos 4 pessoas (por favor, sem exploração da dor da família das vítimas). Parece que Bin Laden também não tem nada a ver com a história. Segundo o correspondente (Roberto Kovalick, creio) do Jornal Hoje, calcula-se que existam cerca de 160.000 pontes em estado precário nos Estados Unidos!!! Não seria o caso de convocar o Nelson Jobim?