Obama vai fazer pronunciamento sobre o Oriente Médio ainda hoje. Um tema espinhoso, mas necessário. O apoio aos Estados Unidos, na região, tem caído vertiginosamente. Melhorou um pouco com a eleição de Obama, mas já voltou a cair. A intensificação da guerra no Afeganistão, as revoltas árabes e a morte de bin Laden são pontos negativos. Obama responde com mais grana e com sinais de que pode sair do Afeganistão (decisão que conta também com apoio interno, principalmente depois da ação anti-bin Laden). E há quem fale que ele pode defender o retorno de Israel às fronteiras pré-67 – o que me parece muito difícil, mas seria o que mais fortemente lhe garantiria apoio no mundo árabe/muçulmano, porque praticamente garantiria a formação do estado palestino. Israel é a mais forte ponta-de-lança dos Estados Unidos na região, além de dominar corações e mentes de milhões de eleitores americanos. É verdade que tem perdido fôlego, principalmente para os adversários Irã, Hamas e Hesbolá, mas ainda é forte o suficiente para impedir atos mais ousados vindos de Obama.
Seja como for, o próximo pronunciamento de Obama com certeza vai ser feito com um olho no calendário eleitoral e outro em pesquisas como a feita pelo Pew Research Center’s Global Attitudes Project, entre 21 de março e 26 de abril, em 7 importantes países de influência muçulmana – Egito, Indonésia, Jordânia, Líbano, Paquistão, Território Palestino e Turquia. Seus índices sobre a imagem americana são muito preocupantes. No Paquistão, por exemplo, onde os “Navy Seals” entraram sem pedir licença e mataram Bin Laden, ele conta com 10% de “confiança” contra 65% de “desconfiança”. Obama terá que fazer oferta muito alta para conquistar corações muçulmanos – sem poder entregar a cabeça israelense de bandeja...
(veja a pesquisa PEW clicando aqui)
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