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sábado, 15 de dezembro de 2012
A campanha de Obama killed the snake and showed the stick
Em abril de 2011, a campanha de Obama distribuiu uma espécie de "vídeo-convocação", onde o coordenador Jim Messina fala diretamente para o cabo eleitoral. Fala de estratégia, da missão de cada um, mostra mapas eleitorais, a conquista do voto um a um (microtargetting) e mostra o que deverá ser o principal confronto de focos em 2012: enquanto os Republicanos deverão focar sua campanha em Obama, os Democratas deverão focar no povo. Enfim, ele fala exatamente o que pretendiam fazer para vencer – e fizeram. Vale a pena ver o vídeo de Messina para aplaudir o bom trabalho pela conquista de corações e mentes de cada eleitor. Clique aqui para reler o post e ver o vídeo.
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Sarah Palin será a adversária de Obama?
Sarah Palin, aquela figura estranha que foi Governadora do Alaska e concorreu à vice-presidência na última eleição americana, ainda pode ser a escolhida do Partido Republicano para enfrentar Obama em 2012. Quem avisa é Rhodes Cook, colunista sênior do Sabato’s Crystal Ball, em artigo de hoje (texto completo clicando aqui). Segundo ele, a chance de Sarah Palin aumenta em função do calendário das primárias republicanas que, dessa vez, concentra maior número de eleições mais para o final. Se os principais nomes republicanos não desencantarem logo de início, darão chance aos ultraconservadores para lançar um nome como o de Sarah Palin. Vejam o texto (parcial):
Corrida republicana 2012: o cenário talvez não esteja definido
Rhodes Cook
A sabedoria convencional diz que o cenário republicano na corrida à presidência está definido, e que é tarde demais para um novo candidato entrar na corrida.
Nos últimos anos, isso seria absolutamente correto. Ao longo das últimas décadas, dezenas de primárias e caucuses foram encaixadas na semana de abertura do ano eleitoral, com a tendência, no campo republicano, de seu candidato líder realizar nocaute rápido.
Mas, no próximo ano, o arranjo do calendário das primárias é muito diferente. É menos condensado no início, muito mais carregado de eleições na parte final, com a perspectiva bem real de um candidato de última hora tornar-se uma alternativa viável.
Não quer dizer que isso vá acontecer, mas é uma possibilidade. Tal cenário não poderia acontecer em 2008, quando as eleições de janeiro foram seguidas de perto pelas votações de uma Super Terça-Feira de Fevereiro que envolveu quase metade do país.
Mas o perfil alongado do calendário de votações de 2012 cria a oportunidade para um candidato de última hora. Se Mitt Romney se der mal nas primárias de janeiro em Iowa, New Hampshire, Carolina do Sul e Flórida, outro republicano talvez possa entrar na corrida no início de fevereiro e ainda competir diretamente em estados com pelo menos 1.200 dos 2.282 delegados do Partido Republicano. Muitos deles estarão na disputa após 1º de abril, com as primárias do tipo “leva-tudo” de alguns estados.
Da mesma forma, se as alternativas Newt Gingrich, Michele Bachmann e Rick Perry caírem por terra em janeiro, haverá tempo para a ala conservadora do partido encontrar um novo líder para levar a sua bandeira pela maior parte das primárias.
Em alguns aspectos, o perfil do calendário das primárias de 2012 assemelha-se ao de 1976, começando no auge do inverno com as eleições de Iowa e New Hampshire e crescendo com a da Califórnia no início de junho. Naquele ano, o presidente Gerald Ford e o ex-governador da Califórnia Ronald Reagan lutaram delegado por delegado até Ford prevalecer na convenção do verão em Kansas City. Foi a primária republicana mais acirrada e mais longa dos últimos 40 anos.
No lado democrata, esse arranjo de final de calendário estimulou duas pré-candidaturas no final de 1976, a do governador Jerry Brown, da Califórnia, e a do senador Frank Church, de Idaho. Cada um venceu várias primárias de primavera. Mas eles montaram suas campanhas muito tarde para compensar os delegados conquistados pelo ex-governador da Geórgia, Jimmy Carter, em sua campanha longa.
Oito anos antes, o senador Robert Kennedy, de Nova York, teve muito mais sucesso em sua estratégia de campanha curta. Ele entrou na corrida democrata após a primária de New Hampshire e começou a colecionar vitórias importantes, culminando com um triunfo “leva-tudo” na Califórnia no início de junho. Se ele não tivesse sido baleado na noite de sua vitória na Califórnia, Kennedy poderia ter tomado do vice-presidente Hubert Humphrey a indicação para a candidatura. A campanha inacabada de Kennedy é um dos mais intrigantes "e se fosse diferente?" da história americana.
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quarta-feira, 2 de março de 2011
Krig-ha, Bandolo: o 7º Regimento de Cavalaria prepara-se para invadir a terra dos tuaregs
Ok, os Estados Unidos conseguiram a solução de “Mubarak sem Mubarak” no Egito, algo provisório ainda, mas que serve para preservar boa parte de seus interesses na região e acalmar os ânimos dos “revoltosos da internet”. De um modo geral, procuram driblar as revoltas com uma espécie de “ditadura com roupagem nova” – apesar dos discursos em defesa da instauração da democracia. Mas na Líbia essa jogada não parece que vai dar certo. Não dá para imaginar a terra dos tuaregs com um “Kadafi sem Kadafi”. Lá é “bola ou búlica”. Na hipótese – bem complicada – de Kadafi cair, ninguém sabe o que virá depois. Com medo de ficar com nada, o Governo Obama está disposto a tudo. Mobilizou a ONU, convocou os aliados ocidentais, bloqueou bens e já prepara o “7º Regimento de Cavalaria” para ocupar o Saara. Claro que, para os interesses americanos, o melhor cenário seria a preservação de Kadafi, com um novo discurso de “abertura” política. Mas acham isso difícil e não querem correr riscos. O preço do petróleo sobe ameaçadoramente, outras ditaduras aliadas começam a balançar, o Irã ganha força e até a Al-Qaeda começa a ter a imagem de “boazinha”, aliada dos que protestam – o que é ainda mais ameaçador. Temendo o pior dos mundos, os Estados Unidos fazem movimentos que os afastam dos “democratas” árabes. Se concretizam as ameaças, correm o risco de tornarem-se o próximo grande alvo das redes sociais revoltosas. Até Lord Greystoke (Krig-ha! Cuidado! Tarzan bandolo – matar!) poderia tomar posição contrária. Nem mesmo Edgar Rice Burroughs conseguiria um final feliz para essa história.
Leia o artigo de Steven Erlanger, do NYT, "Even a Weakened Qaddafi May Be Hard to Dislodge".
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terça-feira, 1 de junho de 2010
O principal alvo do ataque israelense foram os Estados Unidos
Vamos deixar claro uma coisa: os dirigentes israelenses são truculentos, mas não são burros. Eles estavam carecas de saber que o mundo inteiro condenaria a matança que fizeram na Flotilha da Liberdade, e não se preocuparam com isso. A grande preocupação israelense é com a posição americana que, ultimamente, tem desagradado a seus interesses.
A Estratégia de Segurança da Era Obama não está afinada com Israel. Os Estados Unidos procuram acabar com os conflitos no Oriente Médio e empurrá-los para o Extremo, mais para perto da China. Cedo ou tarde, os Estados Unidos forçarão a criação do Estado Palestino e até mesmo chegarão a um acordo com o Irã. Para manter o poder em mundo de perfil mais multipolar, Obama sabe que é melhor perder alguns anéis (mesmo sendo valiosos) a perder as garras. Esse novo quadro causa preocupação a Israel, cercado de árabes, turcos e iranianos por todos os lados. Teme perder terreno e água (o Rio Jordão, em território Palestino), teme pela sobrevivência. Mas Israel conta com um grande aliado: o eleitorado americano.
Dia 2 de novembro é dia da Declaração de Balfour, feita pelos ingleses, em 1917, sob inspiração sionista, determinando a criação de um “lar” para o povo judeu, em pleno território palestino. Também no próximo 2 de novembro ocorrerá mais uma dramática eleição americana, renovando toda a Casa dos Deputados e um terço do Senado. Obama, evidentemente, aposta tudo em uma vitória dos Democratas. Mas sabe que isso significa ter que agradar a poderosa AIPAC (American Israel Public Affairs Committee), ou seja o lobby israelense nos Estados Unidos.
Israel está chantageando Obama. Procura frear seus movimentos rumo a um mundo menos favorável aos interesses israelenses. Usando como refém o eleitorado americano, Israel tensiona, encosta Obama contra a parede e trata de garantir seu espaço – mesmo que seja matando meio mundo.
Leia também o artigo do escritor israelense Uri Avnery, no CounterPunch.
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segunda-feira, 19 de abril de 2010
Pesquisa global da BBC: a influência do Brasil no mundo é mais positiva do que a dos Estados Unidos, China, Rússia e Índia
(clique na imagem para ampliar)
Desde 2005, o Serviço Mundial da BBC, através da GlobeScan/PIPA, realiza pesquisa – pessoalmente ou por telefone – com pessoas de 28 países, para medir a percepção que se tem da influência de 17 países sobre o resto do mundo. Este ano foram feitas 29.997 entrevistas, entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010, que colocaram o Brasil em 7º lugar. Diz a reportagem da BBC que “a imagem do Brasil foi vista como altamente positiva pelos entrevistados brasileiros (84%, mas na determinação da média global a pesquisa não considera os índices dos próprios países) e chilenos (77%). No México, 59% dos entrevistados veem o Brasil como uma influência positiva, bem como 55% na América Central. A imagem do país também é positiva entre países asiáticos como a China (55%), Coreia do Sul (51%), Filipinas (47%) e Tailândia (44%). Em Portugal, 51% dos entrevistados também veem o Brasil como influência positiva. É destaque äinda o fatos dos Estados Unidos pós-Obama passarem a ter imagem (ligeiramente) positiva.
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segunda-feira, 19 de outubro de 2009
"Esse canal de televisão é um partido político": não é frase do Chávez nem sobre a Globo
Quem falou isso foi David Axelrod, principal assessor de comunicação de Obama, no programa "This Week", da ABC, ao defender a decisão da Casa Branca de passar a tratar a Fox News como partido, não jornalismo. Peguei a notícia da coluna Toda a Mídia, de Nelson de Sá, da Folha: "Mr. Rupert Murdoch tem talento para fazer dinheiro, e eu entendo que sua programação é voltada a fazer dinheiro. Só o que argumentamos é que eles não são um canal de notícias de verdade. Não só os âncoras, mas a programação. Não é notícia de verdade, mas forçar um ponto de vista. E nós vamos tratá-los assim, e outras organizações jornalísticas deveriam tratá-los assim". O chefe da casa civil, Rahm Emanuel, sublinhou, também ontem na CNN, que outras organizações não deveriam "deixar-se guiar pela Fox News". Aqui no Brasil, a mídia está quase pedindo registro partidário no TSE...
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
The Independent: Obama e Hillary divergem sobre Honduras
Em longa reportagem sobre o Brasil, onde exalta o papel do Brasil como cada vez mais protagonista no cenário mundial, o jornal inglês The Independent fala das divergências entre Obama e Hillary. Diz o jornal: “Brazilian action, closely backed by the Venezuelan government, has wrong-footed Washington, exposing a clear gulf on the Honduran mess between Obama, who wants decisive action to restore Zelaya, and a shilly-shallying Hillary Clinton, whose right-wing advisers have other ideas”. Mais ou menos isso: “A ação brasileira, fortemente apoiada pelo governo venezuelano, pegou Washington no contrapé e expôs um claro abismo na confusão hondurenha entre Obama – que quer uma ação decisiva para repor Zelaya no poder – e uma vacilante Hillary Clinton, cujos assessores direitistas têm outras idéias”. Enquanto isso, a Mídia de Bananas... deixa pra lá.
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segunda-feira, 29 de junho de 2009
Lula 3, Obama 2

quinta-feira, 23 de abril de 2009
Oriente Médio: a maioria quer "dois povos, dois estados", mas a proposta está fazendo água
O Haaretz está divulgando pesquisa feita pelo OneVoice Movement (Poll: Most Palestinians, Israelis want two-state solution), conduzida por Colin Irwin (do Instituto de Estudos Irlandeses da Universidade de Liverpool), Nader Said (do Mundo Árabe para Pesquisa e Desenvolvimento da Margem Ocidental) e o Instituto de Pesquisa Dahaf em Tel Aviv, sobre a proposta de "dois estados" como solução dos problemas regionais. 74% dos palestinos (margem de erro de 4,1%) e 78% dos israelenses (margem de erro de 4,5%) disseram "sim" à proposta. Mas o governo direitista de Israel diz "não". O Ministro de Relações Exteriores Avigdor Lieberman já declarou que é contra qualquer iniciativa que leve ao que ele chama de "direito de retorno dos refugiados palestinos a terras de Israel". A intransigência israelense já está sofrendo forte oposição européia e pode levar o Governo Obama a tomar iniciativas mais duras. A alegação de Israel é a necessidade de garantir a segurança do país, o que é meia-verdade, já que a atual situação não garante segurança alguma. A questão da água é mais séria. "Temos uma escassez crônica de água que está piorando a cada ano. Devido ao fato de vivermos uma seca a cada ano, temos de cortar nossos suprimentos de água anualmente", já declarava o responsável pelo setor hídrico do Ministério das Relações Exteriores de Israel em 2003, Jacob Kaidar. Durante a 3ª Conferência Mundial sobre Água, realizada em 2003 em Kyoto, o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev disse que já tinham ocorridos 21 conflitos armados envolvendo água na história mundial recente e destacou que 18 desses embates ocorreram em Israel (BBC). As principais fontes de água na região são a bacia do rio Jordão (incluindo o alto Jordão e seus tributários), o mar da Galiléia, o rio Yarmuk e o baixo Jordão, além de 2 grandes sistemas de aqüíferos, o aqüífero da Montanha (totalmente sob o solo da Cisjordânia, com uma pequena porção sob o Estado de Israel), o aqüífero de Basin e o aqüífero Costeiro que se estende por quase toda faixa litorânea israelense até Gaza (Ana Echevenguá). Os reservatórios subterrâneos são 80% explorados por Israel e o sistema do rio Jordão (que divide a Palestina da Jordânia) não tem acesso permitido a palestinos. A distribuição justa das terras da região implica, em primeiro lugar, distribuição justa das águas. E nisso Israel não cede uma gota.
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domingo, 8 de março de 2009
Obama, Lula e a crise, vistos por um Galbraith
Dá prazer ler uma entrevista como essa, do economista americano James K. Galbraith (feita por Martha Beck, do Globo). Além de ser filho damoso keynesiano John K. Galbraith, ele faz parte equipe de conselheiros do presidente Barack Obama e participou na quinta-feira, em Brasília, do Seminário Internacional sobre Desenvolvimento, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Sua visão é da crise é bastante objetiva, sem meio termos. Ao mesmo tempo, tem o cuidado de não parecer aquele conomista pretensioso do primeiro mundo que vem aqui nos dar aula de economia.
Colocar dinheiro nos bancos é um passo fútil
O GLOBO: Por que o senhor afirma que o governo do presidente Obama tem sido excessivamente otimista em relação à crise?
JAMES GALBRAITH: Todo o governo trabalha com a expectativa de que a crise vai acabar até o fim deste ano e que vai haver crescimento forte no ano que vem. Isso é baseado numa projeção mecânica de que a normalidade vai retornar em quatro ou cinco anos. Mas essa é uma visão equivocada, e a política adotada se baseia nisso. Veremos que ela será insuficientemente agressiva. Mais precisa ser feito.
O GLOBO: Quando o senhor acha que a dimensão da crise ficará clara?
GALBRAITH: As coisas vão piorar até que as pessoas que acreditam no término da crise no curto prazo pensem: ‘Bem, acho que isso não vai ocorrer logo. Devemos agir mais fortemente.’
O GLOBO: As medidas anunciadas até agora pelo governo americano não surtiram efeito no mercado financeiro. Essa é uma crise de confiança?
GALBRAITH: Confiança é algo superestimado. A crise não pode ter fim por uma mudança de humor. A razão dela é o colapso do sistema bancário. Há grandes instituições insolventes porque adquiriram ativos com risco excessivo, e que foram olhados de forma negligente
O GLOBO: Por que essa crise é mais grave do que outras?
GALBRAITH: Porque suas origens estão no derretimento do setor bancário. Trata-se do colapso da integridade do sistema bancário. Em outras crises, o problema era formado por choques externos dos quais o sistema se recuperava. Agora, bancos, muitos deles grandes, já passaram do ponto de recuperação.
O GLOBO: O que o senhor acha que ainda precisa ser feito?
GALBRAITH: Nos Estados Unidos, a ampliação dos benefícios previdenciários, por exemplo. Isso ajudaria a estabilizar a situação financeira de boa parte dos idosos, que foram muito afetados pela perda do valor de imóveis e investimentos. Isso seria uma forma de restaurar o poder de compra desse grupo. Também poderia haver uma redução de impostos sobre a folha de pagamentos. Isso daria aumento de renda à população para poder honrar compromissos, como pagar a hipoteca ou o carro.
O GLOBO: O que o senhor acha da estratégia de injetar dinheiro nos bancos em dificuldades financeiras?
GALBRAITH: Colocar dinheiro nos bancos não vai fazê-los emprestar mais. Eles não precisam de dinheiro para emprestar. Eles concedem empréstimos que geram dinheiro (para eles). Isso não estimula crédito. O crédito está travado. Esse é um passo fútil. Estão fazendo isso porque o Tesouro ainda é muito influenciado pelo mercado financeiro. A realidade é que, quando um banco falha, o governo tem que usar seu time de reguladores, fazer uma auditoria e identificar quanto do banco pode ser salvo. Mas agora os bancos envolvidos são tão grandes que os reguladores estão preocupados com as consequências sistêmicas desse tipo de medida.
O GLOBO: O senhor defende a criação de um banco público (no estilo do BNDES) para ajudar a financiar pequenas empresas em momento de crise. Qual a importância disso?
GALBRAITH: Numa crise, temos que sustentar muitos negócios. Deveria haver uma autoridade competente para fazer isso. Sem ela, a ajuda aos setores se mistura com decisões políticas e há prejuízo para a atividade produtiva.
O GLOBO: Como o senhor avalia a política social do governo de Barack Obama?
GALBRAITH: O governo Obama e o governo Bush são como dia e noite. O atual colocou a agenda social como prioridade. Estamos saindo de um governo que era reacionário e indiferente em relação a qualquer assunto social ou ambiental para um governo que está determinado a fazer alguma coisa.
O GLOBO: Qual o efeito da crise para os países emergentes?
GALBRAITH: Como a crise está centrada nos sistemas bancários americano e europeu, os países ricos vão sofrer mais com ela. Mas, de forma geral, os mais pobres são os mais afetados porque dependem das exportações para os países ricos.
O GLOBO: O governo brasileiro afirma que o país está mais protegido contra a crise em função de uma política econômica voltada ao crescimento, com a ajuda de programas de investimentos. O que o senhor acha disso?
GALBRAITH: Obviamente há verdade nisso. Depois de 1997, os países latino-americanos controlaram melhor seu sistema financeiro e não se envolveram nessa loucura do mercado subprime (de créditos podres). Eles podem não ser afetados pelos efeitos imediatos da crise. Espero que o governo brasileiro esteja investindo. Fazer investimentos públicos é o caminho para sair da crise e manter o crescimento econômico.
O GLOBO: O Brasil estuda a possibilidade de reduzir seu superávit primário para garantir investimentos públicos este ano. O senhor acha esta opção correta?
GALBRAITH: Essa é a coisa certa a se fazer. Num momento em que o setor privado está reduzindo investimentos, não há por que o setor público não agir.
O GLOBO: O que o senhor acha da política econômica do governo Lula?
GALBRAITH: Não vou fazer comentário ou dar conselhos ao Brasil. Há um péssimo hábito dos economistas americanos de sair do avião e imediatamente ditar regras para um país.
O GLOBO: Até que ponto o senhor acredita que deve haver uma intervenção do Estado na economia?
GALBRAITH: Acho esse conceito de intervenção estatal muito estranho. O Estado é parte da economia. Sem ele, sem regulação, a economia não funciona. Eu diria que a diferença entre um país desenvolvido e um não desenvolvido não é tecnologia, é a existência de uma regulação eficiente para o setor privado.
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Eleição israelense: Estados Unidos e Europa perto de escolherem o novo Gabinete
Os governos americanos e europeus já mandaram o recado: não querem ver um governo de direita assumindo em Israel. O direitista Benjamin Netanyahu (que pretende ser o Primeiro Ministro, apesar do seu partido, o Likud ter ficado em segundo lugar) seria um desastre para as negociações de paz com os palestinos. Pior ainda para a pretensão da formação de dois estados e para a melhoria nas relações com o Hesbolá e com o Irã. Estados Unidos e União Europeia trabalham para que Kadima e Likud se aliem, de preferência sob o comando de Tzipi Livni. Ou pelo menos que o Kadima ocupe postos chaves como Relações Exteriores, Defesa e Fazenda. Seja como for, nada avançará sem o voto de Obama, Sarkozy, Gordon e Merkel. Leia mais nas reportagens U.S., EU say prefer Kadima-Likud unity gov't e King of comeback do jornal Haaretz.
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terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Obama toma posse, Palestina agradece

terça-feira, 25 de março de 2008
Eleição no Rio: César Maia errou como político e como marqueteiro
César Maia acreditou piamente que a aliança do seu DEM (ex-PFL) com o PMDB no Rio seria pra valer. Eu cansei de dizer aqui que isso não faria qualquer sentido para o PMDB. Parafraseando Obama (e depois o Alckmin), como pode o maior ceder o lugar para quem está acabando? O PMDB, caso se aliasse a César Maia, estaria simplesmente entregando de bandeja o Rio a um DEM em fim de carreira. César Maia também errou como marqueteiro, ao se empenhar tanto em demonstrar que sua pupila, Solange Amaral, era viável eleitoralmente. Veio a superchapa de Sérgio Cabral e Lula, com apoio de Dornelles e do PSB... e o sonho acabou. Claro que é louvável o esforço que César Maia estava fazendo, mas qualquer um podia prever que era um esforço inútil. Relendo agora o seu Ex-Blog de hoje sobre os candidatos no Rio, chega a dar pena:
O QUADRO PRÉ-ELEITORAL DO RIO EM MARÇO!
- Com as pesquisas informadas pela imprensa e as articulações políticas seguidas de informações a respeito, o quadro eleitoral do Rio está definido em dois vetores: Crivella e Solange Amaral. Embora a candidatura de Gabeira com o tempo de TV do PSDB também esteja definida, o campo da dinâmica de sua candidatura não está.
- Entre os candidatos deste campo estão Jandira, Gabeira, Chico Alencar e Molon. Os dois últimos parecem ter suas candidaturas confirmadas. Mas estas se sobrepõem à do Gabeira e com isso ficam inviabilizadas e apenas trocam votos entre si.
- Jandira tem suas intenções de voto muito melhor espalhadas que as do Gabeira. Mas sem tempo de TV ficará inviabilizada para abrir seu leque eleitoral, regional e socialmente. Por isso sua procura do PSB e do PDT para ter algum tempo significativo de TV. Não será simples, pois isso afetará as chapas de vereadores do PDT e PSB e inviabilizará o crescimento dos mesmos no Rio.
- Desta forma, o mais provável é que Crivella e Solange avancem sobre seus campos de eleitores potenciais e os demais façam uma espécie de eleição paralela entre eles. Nesse momento nesta eleição paralela - só com os nomes deles - venceria - entre estes 4 - Jandira, Gabeira, Chico e Molon - Jandira com alguma folga.
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terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
Hillary cai, Obama sobe

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
Bush "elege" Obama
Em entrevista ao canal Fox News, Bush declarou que o pré-candidato Democrata à Casa Branca, Senador Barack Obama, "é um tipo sedutor. É objetivo. Fiquei impressionado quando o conheci em pessoa, mas ainda tem um longo caminho a percorrer antes de ser presidente". Obama é negro, crítico ferrenho da invasão do Iraque e é considerado estrrela ascendente na política americana. Apesar disso, nos últimos dias ele perdeu terreno para a pré-candidata Hillary Clinton. Com essa declaração, Bush procura inflar a candidatura Obama para aumentar o confronto nas fileiras Democratas. Leia notícia completa na AFP.
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