quarta-feira, 2 de março de 2011
Krig-ha, Bandolo: o 7º Regimento de Cavalaria prepara-se para invadir a terra dos tuaregs
Ok, os Estados Unidos conseguiram a solução de “Mubarak sem Mubarak” no Egito, algo provisório ainda, mas que serve para preservar boa parte de seus interesses na região e acalmar os ânimos dos “revoltosos da internet”. De um modo geral, procuram driblar as revoltas com uma espécie de “ditadura com roupagem nova” – apesar dos discursos em defesa da instauração da democracia. Mas na Líbia essa jogada não parece que vai dar certo. Não dá para imaginar a terra dos tuaregs com um “Kadafi sem Kadafi”. Lá é “bola ou búlica”. Na hipótese – bem complicada – de Kadafi cair, ninguém sabe o que virá depois. Com medo de ficar com nada, o Governo Obama está disposto a tudo. Mobilizou a ONU, convocou os aliados ocidentais, bloqueou bens e já prepara o “7º Regimento de Cavalaria” para ocupar o Saara. Claro que, para os interesses americanos, o melhor cenário seria a preservação de Kadafi, com um novo discurso de “abertura” política. Mas acham isso difícil e não querem correr riscos. O preço do petróleo sobe ameaçadoramente, outras ditaduras aliadas começam a balançar, o Irã ganha força e até a Al-Qaeda começa a ter a imagem de “boazinha”, aliada dos que protestam – o que é ainda mais ameaçador. Temendo o pior dos mundos, os Estados Unidos fazem movimentos que os afastam dos “democratas” árabes. Se concretizam as ameaças, correm o risco de tornarem-se o próximo grande alvo das redes sociais revoltosas. Até Lord Greystoke (Krig-ha! Cuidado! Tarzan bandolo – matar!) poderia tomar posição contrária. Nem mesmo Edgar Rice Burroughs conseguiria um final feliz para essa história.
Leia o artigo de Steven Erlanger, do NYT, "Even a Weakened Qaddafi May Be Hard to Dislodge".
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