Esses 10 dias que me separam da última postagem foram bem atípicos, para o mundo e para mim. Fiz alguns destaques.
Carnaval Nota 10. A Nota 10 ficou por conta de minha filha de 10 anos, que fez uma redação na escola sobre o Catacorno, bloco carnavalesco tocado pela família de minha mulher e que arrasta milhares de pessoas no interior do Rio. O atípico ficou por conta de este ano não termos saído no bloco, ilhados por causa da lama nas estradas, uma chuva sem parar. Nem internet eu tive.
Um Japão sem saída? Sem dúvida, o grande acontecimento desses dias foi a catástrofe japonesa. Uma tristeza imensa. Em primeiro lugar, para o povo japonês, glorioso, apesar de seus governos terem uma história de intolerância. E foi também uma tristeza para toda a humanidade. Somos solidários e ao mesmo tempo ficamos apreensivos sobre outras surpresas que a natureza nos prepara. No meio de todo esse caos, meu filho de 15 anos me veio com uma informação sobre o Google Maps: quando você indaga “como chegar” de algum endereço da costa japonesa para algum endereço da costa americana (de Tsuchiura para Seattle, por exemplo), ele sugere em certo ponto “cruzar o Oceano Pacífico em um caiaque”!!! Não são engraçadinhos? Ou trágicos? Se for para a China, em vez de caiaque, jet ski.
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Túnel do tempo. Nessa questão do melhor meio de ir de um lado para o outro, o Globo falou de uma carta que sua redação recebeu há 50 anos: o Sr. Djalma Nunes, presidente do Comitê Pró-Construção do Túnel Rio-Niterói, escreveu-nos uma carta, para defender essa iniciativa e, ao mesmo tempo, contestar afirmações contidas numa conferência do Sr. Alberto Lélio Moreira, em favor de uma Ponte Rio-Niterói.A carta justifica a opção pelo túnel pela despesa mais reduzida, a facilidade de conservação, a conveniência da maior segurança e “a ausência de contra-indicações, inclusive de ordem militar — o Exército, por exemplo, alegou que o túnel seria mais útil, podendo vir a servir como excelente abrigo antiaéreo, ficando, no futuro, em conexão com o metrô”. É ou não é curioso?
Política do tapinha nas costas. Leitura interessante é o texto-prefácio de Samuel Pinheiro Guimarães para o livro de Moniz Bandeira, "Relações Brasil-EUA no Contexto da Globalização: Rivalidade Emergente". Começa com uma frase de J. Foster Dulles, Secretário de Estado americano na década de 50: "Você tem de dar-lhes um tapinha nas costas e fazer com que eles pensem que você gosta deles". Esperamos (com todas as forças) que não seja esse o pensamento de Barack Obama, que está prestes (epa!) a chegar ao Brasil – aliás quando se comemoram os 50 anos da malfadada Aliança para o Progresso, criada com objetivos anti-Cuba.
Kadafi rides again. Quem soube aproveitar esse período de Carnaval para soltar suas bombinhas foi Kadafi. Se ele continuar nesse ritmo de reconquista, não duvido que as potências ocidentais (apesar dos protestos de Sarkozy) retomem as negociações com ele, e tudo volte “às boas”...