sábado, 19 de março de 2011

Mensagem a Obama: "Yes we can’t"



Caro, Obama.
Se eu fosse americano, certamente você teria tido meu voto. Eu teria tido prazer em eleger o primeiro presidente negro da maior potência mundial. Um presidente em tudo superior à tralha que andava desgovernando os Estados Unidos.
Mas, eu sou da América do Sul.
Eu sei, você não vai saber, mas sou brasileiro com muito orgulho. Hoje, mais do que nunca, ando de cabeça erguida e não aceito os desmandos “ocidentais”.
Sim, não podemos aceitar o seu modelo neoliberal que só serve para aumentar as diferenças sociais, tornar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres.
Sim, não podemos aceitar sua política externa apoiada na mais poderosa máquina de matar e dominar.
Sim, não podemos aceitar o estrangulamento de Cuba, o golpe do Haiti, a destruição da Palestina, a invasão do Iraque, as suas botas avançando por toda parte.
Sim, não podemos aceitar o extermínio praticado há décadas no mundo árabe.
Sim, não podemos aceitar mais o alinhamento automático, que durante décadas tirou nossa soberania e empobreceu o nosso povo.
Sim, não podemos aceitar ameaças contra a Amazônia e contra o pré-sal.
Eu sei, você não vai saber, mas não somos mais o lixo ocidental.
Temos prazer em recebê-lo. Podemos negociar, ampliar o comércio, fazer alianças – desde que isso seja de igual para igual, em bases justas para todo mundo.
Como disse Lula, não vamos mais nos curvar e tirar o sapato diante da arrogância. Não precisamos do medo, não precisamos da timidez.
Se não for nesses termos, de igualdade e justiça, não podemos aceitar.
Yes we can’t.