quinta-feira, 3 de março de 2011

Crise árabe: conflito entre o Departamento de Estado e a Defesa dos Estados Unidos


O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, considerou que a história de “zona de exclusão aérea” na Líbia, sugerida pela Secretária de Estado Hillary Clinton, é papo furado. "Vamos falar claro", disse Gates, "uma zona de exclusão aérea começaria com um ataque à Líbia". E ele observou que a ONU não autorizou o uso da força. Essa autorização seria necessária antes que os EUA atacassem, e a Rússia, membro do Conselho de Segurança, já se opôs. Representantes da OTAN também estariam preocupados com o risco, o custo e a eficácia da criação de uma zona de exclusão aérea.
Antes, na terça-feira, em audiência no Senado, o comandante das forças dos EUA no Oriente Médio, almirante James Mattis, declarou: "Minha opinião militar é de que seria um desafio. Teríamos que eliminar a capacidade de defesa aérea a fim de estabelecer a zona de exclusão aérea – e isso, sem ilusões aqui, seria uma operação militar. Não seria simplesmente dizer às pessoas para não utilizar aviões”.
Como podemos perceber, antes de se “desentender” com a Líbia, os Estados Unidos têm que se entender internamente.
Leia a reportagem "U.S. Cools 'Loose Talk' Over No-Fly Zone" do The Wall Street Journal.