quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sarah Palin será a adversária de Obama?


Sarah Palin, aquela figura estranha que foi Governadora do Alaska e concorreu à vice-presidência na última eleição americana, ainda pode ser a escolhida do Partido Republicano para enfrentar Obama em 2012. Quem avisa é Rhodes Cook, colunista sênior do Sabato’s Crystal Ball, em artigo de hoje (texto completo clicando aqui). Segundo ele, a chance de Sarah Palin aumenta em função do calendário das primárias republicanas que, dessa vez, concentra maior número de eleições mais para o final. Se os principais nomes republicanos não desencantarem logo de início, darão chance aos ultraconservadores para lançar um nome como o de Sarah Palin. Vejam o texto (parcial):
Corrida republicana 2012: o cenário talvez não esteja definido 
Rhodes Cook
A sabedoria convencional diz que o cenário republicano na corrida à presidência está definido, e que é tarde demais para um novo candidato entrar na corrida.
Nos últimos anos, isso seria absolutamente correto. Ao longo das últimas décadas, dezenas de primárias e caucuses foram encaixadas na semana de abertura do ano eleitoral, com a tendência, no campo republicano, de seu candidato líder realizar nocaute rápido.
Mas, no próximo ano, o arranjo do calendário das primárias é muito diferente. É menos condensado no início, muito mais carregado de eleições na parte final, com a perspectiva bem real de um candidato de última hora tornar-se uma alternativa viável.
Não quer dizer que isso vá acontecer, mas é uma possibilidade. Tal cenário não poderia acontecer em 2008, quando as eleições de janeiro foram seguidas de perto pelas votações de uma Super Terça-Feira de Fevereiro que envolveu quase metade do país.
Mas o perfil alongado do calendário de votações de 2012 cria a oportunidade para um candidato de última hora. Se Mitt Romney se der mal nas primárias de janeiro em Iowa, New Hampshire, Carolina do Sul e Flórida, outro republicano talvez possa entrar na corrida no início de fevereiro e ainda competir diretamente em estados com pelo menos 1.200 dos 2.282 delegados do Partido Republicano. Muitos deles estarão na disputa após 1º de abril, com as primárias do tipo “leva-tudo” de alguns estados.
Da mesma forma, se as alternativas Newt Gingrich, Michele Bachmann e Rick Perry caírem por terra em janeiro, haverá tempo para a ala conservadora do partido encontrar um novo líder para levar a sua bandeira pela maior parte das primárias.
Em alguns aspectos, o perfil do calendário das primárias de 2012 assemelha-se ao de 1976, começando no auge do inverno com as eleições de Iowa e New Hampshire e crescendo com a da Califórnia no início de junho. Naquele ano, o presidente Gerald Ford e o ex-governador da Califórnia Ronald Reagan lutaram delegado por delegado até Ford prevalecer na convenção do verão em Kansas City. Foi a primária republicana mais acirrada e mais longa dos últimos 40 anos.
No lado democrata, esse arranjo de final de calendário estimulou duas pré-candidaturas no final de 1976, a do governador Jerry Brown, da Califórnia, e a do senador Frank Church, de Idaho. Cada um venceu várias primárias de primavera. Mas eles montaram suas campanhas muito tarde para compensar os delegados conquistados pelo ex-governador da Geórgia, Jimmy Carter, em sua campanha longa.
Oito anos antes, o senador Robert Kennedy, de Nova York, teve muito mais sucesso em sua estratégia de campanha curta. Ele entrou na corrida democrata após a primária de New Hampshire e começou a colecionar vitórias importantes, culminando com um triunfo “leva-tudo” na Califórnia no início de junho. Se ele não tivesse sido baleado na noite de sua vitória na Califórnia, Kennedy poderia ter tomado do vice-presidente Hubert Humphrey a indicação para a candidatura. A campanha inacabada de Kennedy é um dos mais intrigantes "e se fosse diferente?" da história americana.