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sábado, 29 de janeiro de 2011

Protestos no Egito: o Facebook pode substituir o Partido?



É interessante ver toda essa agitação das massas egípcias, arregimentadas pela internet, aparentemente sem grande organização por trás. Como veriam tudo isso os velhos compêndios leninistas? Com certeza veriam a confirmação dos seus ensinamentos, quando dizem que a Revolução exige a combinação de condições objetivas com as condições subjetivas (o Partido revolucionário forte, com uma direção centralizada, revolucionária). As condições econômicas egípcias parecem fortalecer a ideia de grande transformação, mas o movimento parece bem voluntarista (para usar a terminologia leninista). Apesar de muitos falarem em revolução (como o músico de 41 anos, Sabri Amin, que declarou ao jornal israelense Haaretz: “isto não é uma demonstração, é uma revolução”), é difícil imaginar uma organização determinada e capaz disso. O momento egípcio, ao contrário, pode facilitar um golpe militar. A grande capacidade da web de interligar e mobilizar as pessoas é algo excelente e indispensável, mas ainda não substitui o tal do partido revolucionário...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Jornal israelense chama Lula de “profeta do diálogo”

Enquanto a imprensa local, comprometida com o projeto oposicionista, critica Lula por aproximar-se do Irã e por tentar meter-se na questão de árabes e judeus, o jornal Haaretz de hoje faz reportagem sobre a ação de Lula com o título “Phophet of dialog”.  A reportagem, de certo modo, dá boas-vindas a esse novo player na busca da paz no Oriente Médio e dá exemplos de diálogos “impossíveis” dentro do próprio Brasil. Cita o Saara, no Rio de Janeiro, onde árabes e judeus convivem lado a lado, na mais perfeita harmonia. Cita também o comercial do Banco Itaú, onde dois meninos, um árabe e outro judeu, encontram o diálogo através da camisa da Seleção Brasileira. E o jornal ainda dá um exemplo simpático do que é o “profeta do diálogo”: no início da entrevista, diante do impasse sobre qual dos jornalistas (dois israelenses e um árabe) presentes faria a primeira pergunta, Lula resolveu o problema na base do par ou ímpar. (Deve ser a mania da eleição plebiscitária...)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Banco Mundial faz denúncia semelhante a que este Blog já fez sobre o problema da água na Palestina

Pelo menos em duas postagens já denunciei aqui o massacre que Israel faz na Palestina através do controle da água: "Vergonha sem fim: Oriente Médio" e "Como Israel destrói mais: com bombas ou com o racionamento de água?". Agora o jornal israelense Haaretz antecipa relatório do Banco Mundial sobre o problema em reportagem de Avi Issacharoff "World Bank: Israelis get four times more water than Palestinians". Segundo o relatório do Banco Mundial, "o sistema de suprimento de água utilizado por Israel e a Palestina tem que ser mudado". Israel pega 4 vezes mais da água (que fica basicamente na Palestina) e o sistema palestino, adverte o Banco Mundial, "está beirando a catástrofe". O pior é que Israel atinge essa cota sem a autorização do Comitê Conjunto que estabeleceu os acordos de Oslo sobre a água. Não sei realmente o que mata mais, se as bombas ou o abuso da água. Não haverá paz sem solução para isso.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Thru You: palmas universais, que eles merecem

Os pitagóricos (tidos como criadores da escala musical dodecafônica ocidental) falavam de um som universal que não conseguíamos ouvir, porque nascíamos ouvindo e não conseguíamos mais percebê-lo. Não sei, não. Só sei que Thru You do israelense de 27 anos Ophir Kutiel (Kutiman) é realmente universal. Ele mergulhou no oceano do You Tube e fisgou mais de 100 video clips caseiros e editou-os em 7 vídeos. Cada vídeo é uma espécie de “orquestra de indivíduos”, uma “sinfonia de anônimos”. Assista aqui e leia mais na reportagem do Haaretz.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um guia para o esquerdista israelense perplexo

A esquerda israelense não vive apenas o drama humanitário causado pelos bombardeios de Gaza. Vive o drama da sua própria identidade. E esse drama torna-se maior diante da decisão que tem que ser tomada nas eleições desta terça-feira. É mais importante votar em um partido que melhor representa a esquerda ou votar naquele que, taticamente, melhor serve para derrotar a direita representada pelo Likud ("União", em hebraico, de Benjamin Netanyahu)? A indecisão permanece até os últimos instantes. Para tentar ajudar, Akiva Eldar, do jornal Israelense Haaretz ("Terra", de tendência de esquerda), publicou A guide for the perplexed leftist, onde apresenta testes comparativos entre os partidos Kadima ("Avante", centrista, fundado por Ariel Sharon, partido de Ehud Olmert e da candidata Tzipi Livni), o tradicional Avoda ("Partido Trabalhista", centroesquerda, de Shimon Peres, David Ben-Gurion, Yitzhak Rabin, Golda Meir e Ezer Weizman) e o Meretz ("Vitalidade", de esquerda, socialdemocrata). Uma decisão difícil de tomar para quem é de esquerda em um país como Israel. Vale a pena ler o artigo. E tomara que o resultado da eleição contribua com mais paz para a região.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Uma voz israelense pela paz possível

O jornalista israelense Tom Segev é colunista do Haaretz e escreveu para o Washington Post esse artigo que O Globo reproduziu:
Um novo fatalismo
JERUSALÉM. Ao fim do 10º dia da operação de Israel na Faixa de Gaza, eu estava zapeando na TV.
As imagens se tornavam mais e mais horríveis. Então um amigo me ligou para falar que um canal estava transmitindo “Cristo no Monte das Oliveiras”, de Beethoven.
Ao ouvir Beethoven na TV eu estava fazendo o que mais e mais israelenses tendem a tentar nestes dias: escapar das notícias e se refugiar em atividades culturais e não-políticas. Esse escapismo reflete o novo fatalismo israelense.
Pertenço a uma geração de israelenses que cresceu acreditando na paz. Ao fim da Guerra dos Seis Dias, de 1967, eu tinha 23 anos e não tinha dúvidas de que em 40 anos a guerra árabe-Israel teria acabado. Hoje, meu filho, de 28 anos, não mais acredita em paz assim como muitos israelenses. Eles sabem que Israel talvez não sobreviva sem paz, mas de guerra em guerra, eles têm perdido o otimismo.
Agora me vejo como parte dessa maioria de israelenses que não acredita mais na paz.
Acredito num melhor gerenciamento do conflito, incluindo diálogos com o Hamas, um tabu que precisa ser quebrado.
A necessidade do engajamento dos Estados Unidos tem me conduzido, assim como a muitos israelenses, a abrigar esperanças na administração de Barack Obama.
A coisa mais amigável que Obama pode fazer por Israel seria induzir o país a se voltar para sua proposta original: ser um Estado judeu e democrático.
O governo Obama poderá ser mais útil e ter mais sucesso tentando simplesmente gerenciar o conflito, mirando no mais urgente objetivo: fazer a vida mais suportável para israelenses e palestinos.