sábado, 29 de janeiro de 2011

Protestos no Egito: o Facebook pode substituir o Partido?



É interessante ver toda essa agitação das massas egípcias, arregimentadas pela internet, aparentemente sem grande organização por trás. Como veriam tudo isso os velhos compêndios leninistas? Com certeza veriam a confirmação dos seus ensinamentos, quando dizem que a Revolução exige a combinação de condições objetivas com as condições subjetivas (o Partido revolucionário forte, com uma direção centralizada, revolucionária). As condições econômicas egípcias parecem fortalecer a ideia de grande transformação, mas o movimento parece bem voluntarista (para usar a terminologia leninista). Apesar de muitos falarem em revolução (como o músico de 41 anos, Sabri Amin, que declarou ao jornal israelense Haaretz: “isto não é uma demonstração, é uma revolução”), é difícil imaginar uma organização determinada e capaz disso. O momento egípcio, ao contrário, pode facilitar um golpe militar. A grande capacidade da web de interligar e mobilizar as pessoas é algo excelente e indispensável, mas ainda não substitui o tal do partido revolucionário...