terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Caso Battisti: penso, logo desisto


Passados 11 dias desde que Lula decidiu negar a extradição de Cesare Battisti, ninguém ainda está feliz.
Battisti está infeliz, porque ainda não conseguiu a liberdade, apesar da determinação de Lula.
O STF, perdido nas suas tertúlias jurídicas, está infeliz, porque não consegue provar que é mais poderoso do que o Poder Executivo.
O Executivo está infeliz, porque não consegue entender o que se passa na cabeça dos ministros do STF.
Talvez o único feliz da vida seja Silvio Berlusconi, empresário e primeiro-ministro italiano. Berlusconi, que vive com a cabeça a prêmio graças a escândalos constantes, encontrou na não-extradição de Battisti uma excelente bandeira para reabilitar sua própria imagem. Como é dono de um verdadeiro império da comunicação, conseguiu por alguns dias mobilizar a opinião pública italiana (e até mesmo boa parte da nossa mídia), apoiando o seu governo e pedindo a extradição de Battisti. O governo Berlusconi chegou a divulgar ameaças contra o Brasil. Pura bravata espertalhona, já que existem muitos outros interesses entre os dois países.
Não há porque perpetuar esse cazzo, perdão, esse caso. Não tenho a menor simpatia ou antipatia por Cesare Battisti, mas é evidente que se trata de uma questão política. Uma idiotice dos tempos obscuros na Itália, mas ainda assim política. Vamos dar uma basta a essas questiúnculas e tratar de tocar o barco. Não aguento mais esse ramerrame jurídico, desisto de entender o STF.