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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Caso Battisti: penso, logo desisto


Passados 11 dias desde que Lula decidiu negar a extradição de Cesare Battisti, ninguém ainda está feliz.
Battisti está infeliz, porque ainda não conseguiu a liberdade, apesar da determinação de Lula.
O STF, perdido nas suas tertúlias jurídicas, está infeliz, porque não consegue provar que é mais poderoso do que o Poder Executivo.
O Executivo está infeliz, porque não consegue entender o que se passa na cabeça dos ministros do STF.
Talvez o único feliz da vida seja Silvio Berlusconi, empresário e primeiro-ministro italiano. Berlusconi, que vive com a cabeça a prêmio graças a escândalos constantes, encontrou na não-extradição de Battisti uma excelente bandeira para reabilitar sua própria imagem. Como é dono de um verdadeiro império da comunicação, conseguiu por alguns dias mobilizar a opinião pública italiana (e até mesmo boa parte da nossa mídia), apoiando o seu governo e pedindo a extradição de Battisti. O governo Berlusconi chegou a divulgar ameaças contra o Brasil. Pura bravata espertalhona, já que existem muitos outros interesses entre os dois países.
Não há porque perpetuar esse cazzo, perdão, esse caso. Não tenho a menor simpatia ou antipatia por Cesare Battisti, mas é evidente que se trata de uma questão política. Uma idiotice dos tempos obscuros na Itália, mas ainda assim política. Vamos dar uma basta a essas questiúnculas e tratar de tocar o barco. Não aguento mais esse ramerrame jurídico, desisto de entender o STF.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Brasil – o Filho dos Lulas


Em 88, o PT reuniu em Cajamar, São Paulo, responsáveis pela comunicação petista nos diversos estados brasileiros. Discutiam-se os conceitos da campanha de Lula para a Presidência em 89, ao mesmo tempo em que o Núcleo Central procurava tirar dúvidas e unificar a comunicação nacionalmente. Em certo momento, um jovem, representando Tocantins (estado que começava a se emancipar de Goiás), colocou a dúvida: “Quando Lula for lá na minha terra, como é que comunico a visita?”. Alguém do grupo respondeu rápido: “É fácil. Basta fazer um cartaz dizendo TEM LULA NO TOCANTINS”. Todos riram com o trocadilho, menos o jovem que fez a pergunta, que voltou a falar: “Não entendi, de que vocês estão rindo?” Na verdade, ele nunca tinha ouvido falar de “lula”, o molusco. Lula, para ele, era apenas Luiz Inácio, o líder dos trabalhadores que iria se candidatar a Presidente pela primeira vez. Aquele jovem tocantinense talvez fosse mais um dos milhões de “Lulas”, esses teimosos que dão vida ao país. Essa é a importância do filme “Lula – o Filho do Brasil”, contar a epopeia desses anônimos, tirá-los do anonimato, mostrar o seu valor. Como faz “2 Filhos de Francisco”, de Breno Silveira, tomando como fio a história de Zezé di Camargo e Luciano. O filme de Fábio Barreto, que vi na sexta, faz o mesmo, toma a vida de Lula como fio da meada para contar a história de milhões de “Lulas” e vai além, mostra um trecho significativo dos anos negros da ditadura militar – fundamental que fiquem vivos na memória, para que jamais se repitam. “Lula – o Filho do Brasil” também serve para fazer propaganda da figura do Presidente da República, claro. Mas isso é coisa menor, que só preocupa à Oposição desorientada, que não sabe que rumo tomar na vida.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Lula-Obama: a sorte do Brasil é que a mídia de lá não é da nossa Oposição

A nossa mídia trata o encontro Lula-Obama como um encontro vazio, sem resultados práticos, semelhante aos encontros com Bush. “Lula-Obama é remake sem novidades de Lula-Bush”, diz o título da análise da Folha, sintetizando as análises de nossa mídia. Claro que não se poderia esperar do encontro venda monumental de etanol e petróleo para os Estados Únicos, nem que fosse suspenso o bloqueio a Cuba graças a Lula. Nada bombástico assim estava realmente em pauta. O que mudou foi o modo de ver o Brasil, e podemos comprovar isso por parte do noticiário internacional. “Os líderes estrangeiros que quiserem ter uma boa química com o Presidente Barack Obama devem tomar lições com o Pesidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva”, mancheta a Reuters. “Maravilhoso encontro de mentes”, destaca o importante site Político, referindo-se à definição do encontro feita por Obama. “Nasce a aliança Obama-Lula – os presidentes criam um novo modelo de relações no continente americano”, diz El País, saudando o encontro. “Bye, bye, México”, declara o Miami Herald, elegendo Lula como novo porta-voz da América Latina. O Washington Post publica reportagem (Brazil's President to Seek a Change in U.S. Approach) com Thomas Shannon, secretário-assistente de Estado para a região, que descreve o Brasil como "o tipo de parceiro que nós queremos". Ficou mais do que evidente o salto de qualidade nas relações do Brasil com os Estados Unidos, assim como tem acontecido em outras partes do mundo. A nossa mídia oposicionista sabe disso. Mas por questões políticas não quer admitir. Felizmente ela não representa o governo americano...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

E nasce o da Silva...

Não andava querendo falar sobre o bispo, dom Luiz Cappio, que fez greve de fome contra a chamada "transposição do São Francisco". Primeiro, porque confesso que ainda não entendi exatamente o que o bispo quer. Segundo, porque são tantas emoções envolvendo a celeuma que as razões acabam ficando em segundo plano. Recebi e-mails de amigos em defesa de dom Cappio, mas não me convenceram. Recebi um texto de Cesar Benjamin (ex-candidato a Vice-Presidente do PSOL) bastante interessante (apesar de carregado de emoção e de luta política) com a proposta de um milhão de cisternas, como alternativa à transposição do São Francisco. O argumento principal é de que, com a transposição, a água se evaporaria rapidamente e serviria basicamente à indústria da seca e ao hidronegócio, além de custar o dobro. Notei que o argumento de que o São Francisco ia acabar acabou. Mas gostei da proposta das cisternas - não como alternativa, mas para se somar à transposição, se isso é possível. Pronto, acabei falando do assunto, sem querer falar. Queria falar era sobre essa dualidade, essas duas "entidades" citadas por dom Cappio, o "Lula" e o "da Silva". Talvez ele pretenda contrapor o Luiz Inácio Lula da Silva "sonhador" que foi símbolo das lutas progressistas deste País e o Luiz Inácio Lula da Silva "realista" que ocupa a Presidência da República. Obviamente dom Cappio (um sonhador, parece) identifica-se com o "Lula" líder dos movimentos operários organizados do ABC paulista, admirado pelos movimentos das liberdades democráticas e venerado por toda a classe média progressista. Um nome importantíssimo nas conquistas sociais do Brasil. O "da Silva" a que se refere dom Cappio com razão é outro. Mas isso não quer dizer que "Lula" tenha morrido. Aquele "Lula" de pura emoção era importante para alavancar as lutas sociais. Agora ele chegou à idade da razão, à dura realidade de quem alcançou o poder de um país que ainda está bem longe de seus sonhos. "Lula" não morreu, mas nasceu o "da Silva". Mais perto do sentimento do povo, mais envolvido com a busca de soluções concretas, tendo que engolir sapos de todo tipo (até mesmo os sapos iguais a ele). Um não é melhor do que outro, fazem parte de um processo e devem ser vistos assim. Sinceramente, não vejo como ser muito diferente. Talvez possa melhorar um pouco aqui, avançar bastante acolá, mas na essência seria tudo igual. Precisamos de muitos e muitos "Lulas", mas não podemos abrir mão dos "da Silva" que nascerão em seguida. É melhor ter na Presidência um "Lula da Silva" do que um "Lula de Cappio".