O recente ataque de Israel à Síria me parece que vai além do bloqueio a envios de armas para o Hesbolá, a milícia xiita-libanesa, de 2 mil a 4 mil homens, que em 2006 deu um chega pra lá no exército israelense (Leia O mundo se surpreende com a organização do Hesbolá na guerra contra Israel). Israel, se quisesse, poderia ter feito esse ataque há mais tempo, mas não gostaria de mexer em vespeiro. Talvez o papel de Israel seja o de estimular pretextos para uma intervenção internacional na Síria. Equivalente ao pretexto das armas de destruição em massa que Bush usou para invadir o Iraque. Xiitas, alauítas, sunitas e laicos da Síria que se preparem: podem estar chegando os boinas de todas as cores – talvez até mesmo os da Rússia. Quem sobreviver verá?
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terça-feira, 7 de maio de 2013
Israel – arma de destruição em massa?
quinta-feira, 29 de março de 2007
Arábia Saudita levanta a voz
Pela primeira vez a Arábia Saudita falou grosso contra a ocupação americana do Iraque. Na cerimônia de abertura da Liga Árabe, ontem, em Riyad, o rei Abdulla disse aos líderes árabes que "no amado Iraque, a carnificina continua, sob uma ocupação estrangeira ilegal e um sectarismo detestável" e ainda advertiu que ou os governos árabes resolvem suas diferenças ou as potências estrangeiras, como os Estados Unidos, continuarão a ditar a política da região. Vindo de quem vem, essa declaração cai como uma bomba nos meios políticos internacionais, particularmente no Salão Oval da Casa Branca. A Arábia Saudita sempre foi o aliado preferencial dos Estados Unidos no mundo árabe, seja por sua monumental produção de petróleo, seja por seu posicionamento político "moderado". Nos últimos meses, a Administração Bush chegava até a contar fortemente com a sua liderança para um realinhamento político no Oriente Médio, opondo de um lado Arábia Saudita, Egito, Jordânia, Líbano e Israel contra Irã, Síria e os grupos Hesbolá (xiita) e Hamas (sunita). Doce ilusão judaico-cristã... A Arábia Saudita começa a dar sinais de caminhar em sentido oposto, buscando, isso sim, a união árabe, alinhavando entendimentos que ultrapassem as sub-divisões islâmicas. Foi ela que construiu o acordo entre as facções palestinas no último mês, causando desconforto em Israel, que pretendia trocar o Hamas pelo Fatah na direção palestina. Também contrariando os interesses americanos e israelenses, o rei Abdula pediu o fim do boicote internacional à Palestina. Além disso, o rei recebeu este mês o presidente Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, inimigo nº 1 de americanos, israelenses e, agora mais do que nunca, de britânicos, e ainda está tentando resolver as tensões no Líbano em negociações com o Irã e o Hesbolá. Para finalizar, o rei saudita cancelou a participação em um jantar em abril na Casa Branca, alegando "conflito de agenda". Em outras palavras, "tô fora". Mustapha Hamarneh, diretor do Centro de Estudos Estratégicos da Universidade da Jordânia disse que os sauditas parecem estar enviando uma mensagem a Washington: "É melhor vocês ouvirem mais seus aliados, em vez de sempre impor suas decisões e ficarem alinhados a Israel". O mundo árabe, em geral, está mudando e mostrando que pode ter voz ativa no cenário internacional. Com essa mudança de rumos, os sauditas não poderiam correr o risco de ficar à margem do processo, perderem força diante das novas lideranças árabes. Além disso, os sauditas, sabiamente, perceberam a fraqueza interna do Governo Bush e não querem ser associados a um "aliado" em estado terminal. Em vez de conclamar os árabes a deixarem Israel de lado, como fez nesta semana, Condoleezza Rice vai ter que ler mais o Alcorão. Leia mais no New York Times.
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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
Bush piscou para a paz
Depois de muitos anos de intransigência, o Governo Bush deu um passo em direção a um "diálogo de alto nível com o Irã e a Síria", informa a Reuters. Parece que os sucessivos insucessos na opção pelo confronto e a pressão da maioria Democrata no Congresso e dos aliados sauditas abriram os teimosos olhos bushianos. A estratégia da diplomacia ganhou força, tendo como exemplo o sucesso nas conversas com a Coréia do Norte sobre as usinas nucleares. O Governo Bush percebeu também que não havia como estabelecer a paz no Iraque, na Palestina e em Israel sem a participação dos países vizinhos. "Em um movimento surpreendente, a Secretária de Estado Condoleezza Rice aproveitou um depoimento no Senado para anunciar a participação de duas conferências sobre como estabilizar o Iraque. A primeira conferência, no próximo dia 10, em Bagdá, será de trabalho. E a segunda, envolvendo ministros, deverá ser no começo de abril, provavelmente em Istambul". A Síria já confirmou a participação e o Irã está analisando o convite. Tomara que esse namoro vá longe.
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