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sábado, 22 de dezembro de 2012
Zé Dirceu, bem consciente, diante da prisão que não houve
Muito boa a reportagem de Mônica Bergamo, da Folha, acompanhando, desde as 5,30h da manhã de ontem, aqueles que poderiam ter sido os minutos que antecederiam a prisão de José Dirceu. Seria o Dia JD do chamado “mensalão”. Felizmente, isso não aconteceu. Tudo me pareceu mais uma pirraça do Procurador Geral da República, uma bobagem.
Apesar da tensão natural do momento, Dirceu demonstrou tranquilidade e ainda soube fazer análise da luta política que se trava no país. Belo flagrante da vida real. Abaixo, a reportagem na íntegra.
DIRCEU TEM MOMENTOS DE TENSÃO À ESPERA DA POLÍCIA
Mônica Bergamo
O interfone tocou ontem às 5h30 da manhã na casa do ex-ministro José Dirceu, na Vila Mariana, em São Paulo.
Um de seus advogados, Rodrigo Dall'Acqua, e a Folha pediam para subir.
O porteiro hesita. "Como é o seu nome? Ele [Dirceu] não deixou autorização para vocês subirem, a gente não chama lá cedo assim." Ele acaba tocando no apartamento do ex-ministro, ninguém atende. Dall'Acqua liga para o advogado José Luis Oliveira Lima, que está a caminho. Telefonemas são trocados, e Dirceu autoriza a subida.
Na saída do elevador, o ex-ministro abre a porta de madeira que dá para o hall. Por uma fresta, pede alguns minutos para se trocar.
Abre a porta.
Pega a Folha entre vários jornais sobre uma mesa. Comenta algumas notícias. Nada sobre a possibilidade de Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), decretar a sua prisão ainda naquela manhã.
Intuição
Está de camiseta preta e calça jeans cinza.
Senta no sofá da sala. A empregada ainda não chegou. Ele se desculpa. Não tem nada o que servir.
"Eu não vou dar entrevista para você, não", diz à colunista da Folha. "Podemos conversar, mas não quero gravar. Não estou com cabeça. Dar uma entrevista agora, sem saber se vou ser preso? É loucura, eu não consigo."
E, diante da insistência: "Estou com uma intuição, não devo dar".
Em poucos minutos, chegam o advogado Oliveira Lima, três assessores e uma repórter que trabalha no blog que o petista mantém.
Dirceu pega o seu iPad.
"Acho que eu vou lá [no escritório do apartamento] fazer um artigo para o blog. Mas falar sobre a situação econômica do Brasil, gente? Hoje? Eu não estou com cabeça." {Nota deste Blog: o Blog do Zé fez 5 posts ontem}
Hora marcada
Os advogados alertam: se houver ordem de prisão, a polícia deve chegar em meia hora, às 6h. Se até as 7h nenhuma viatura aparecer, é porque eventual ordem só sairia mais tarde. Ou então Barbosa não decretaria a prisão (o que acabou ocorrendo).
A Folha questiona se ele já tinha preparado a mala para ir para um presídio. "Eu não. Eu fui procurar, estou sem mala aqui. Achei uma mochila esportiva. Depois o Juca [o advogado José Luis Oliveira Lima] leva as coisas para mim. Ele vai ser a minha babá." No primeiro momento, só os advogados podem visitar o detento.
"Os policiais dão um tempo para a pessoa se arrumar [antes de levá-la presa]", explica Oliveira Lima.
Dirceu diz acreditar que Joaquim Barbosa não determinará a sua reclusão. "Ele não vai fazer, ele estaria rasgando a Constituição."
Diz que não está com medo da prisão. "Eu me organizo. Eu vou voltar a estudar. Vou fazer um mestrado, alguma coisa. E tenho que imediatamente começar a trabalhar na prisão. Até para começar a abater da pena."
"Se eu for para [a penitenciária de] Tremembé 2 [no Vale do Paraíba], dá para trabalhar." O presídio ofereceria as condições necessárias.
"Eu não sou uma pessoa de me abater. Eu não costumo ter depressão. Mas a gente nunca sabe o que vai acontecer. Uma coisa é falar daqui de fora, né? A outra é quando eu estiver lá dentro. Eu posso ter algum tipo de abatimento, sim, de desânimo. Tudo vai depender das condições da prisão. Às vezes elas são muito ruins, isso pode te abater muito."
Leitura
Dirceu ainda não sabe se, na cela, terá acesso a livros, jornais, iPad. "A lei permite, para o preso trabalhar e estudar. Tem gente aí até querendo mudar essa lei. Foi aprovada proibição no Senado, o PT bloqueou na Câmara."
Se puder acessar publicações, acredita que o tempo passará mais rápido. "São 33 meses. Não é fácil."
Analisa que poderá ser colocado numa cela com outro preso. "Isso pode ser bom, mas pode ser ruim também. Vai depender da pessoa."
Escola do crime
Diz que não tem medo de sofrer eventual violência no presídio. "Mas em termos. É um ambiente de certo risco."
Acha que o sistema carcerário nunca vai melhorar. "Isso não é prioridade de nenhum governo, nem dos governos do PT", afirma.
"Nenhum governo nosso se preocupou com essa questão, nenhum Estado se preocupou em ter um sistema modelo. É caro, não tem dinheiro. O governo federal é que deveria dar os recursos. Nós [no governo Lula] fizemos, construímos os presídios federais para isolar os presos de maior periculosidade. Tinha que fazer, senão virava uma escola do crime."
Os advogados consultam o telefone, os assessores leem jornais e a internet em busca de alguma pista sobre a decisão que Joaquim Barbosa em breve tomará.
'Oi, Bonitinha'
"Se ele [Barbosa] mandar me prender, vai pedir para que nos apresentemos, vocês não acham?", pergunta Dirceu aos advogados. "Não vão mandar polícia aqui, eu acho que ele vai dar algumas horas para eu me apresentar em algum lugar."
Atende o celular. "Oi, bonitinha. Você vem aqui me visitar?" É Evanise Santos, sua companheira, que estava em Brasília porque não tinha conseguido lugar no avião na noite anterior. Ela avisa que já está embarcando para SP.
"Para mim é uma tragédia ser preso aos 66 anos. Eu vou sair da cadeia com 70. São mais de três anos. Porque parte [da pena] é cumprida em regime fechado, mas depois [no semiaberto] vou ter que dormir todos os dias na cadeia. Sabe o que é isso?"
"Eu perdi os melhores anos da minha vida nesses últimos sete anos [em que teve que se defender das acusações de chefiar a quadrilha do mensalão]. Os anos em que eu estava mais maduro, em que eu poderia servir ao país", diz.
Luta política
"Eu transformei isso [mensalão] em uma luta política. Eu poderia ter ganhado muito dinheiro como consultor. Poderia estar rico, ter ganhado R$ 100 milhões. Mas é por isso que eu sou o José Dirceu. Tudo o que eu ganhei eu gastei na luta política."
Ele avisa à Folha que o presidente do PT, Rui Falcão, chegará às 7h. E que terá que interromper a conversa.
"Eu sugeri a eles que fizéssemos uma manifestação em fevereiro, colocando 200 mil pessoas na rua". "Eles" são o ex-presidente Lula e dirigentes do PT. Acha que nem todos "da esquerda" fazem a avaliação correta sobre "a disputa política em curso". "É preciso dar uma demonstração de força."
A disputa, no seu entendimento, incluiria a desqualificação não só de petistas, mas da política de forma geral.
Clichê
"Sempre foi assim. Parece clichê, mas em 1954 [quando Getúlio Vargas se suicidou] foi assim, em 1964 [no golpe militar] foi assim. Era a guerra contra a subversão e a corrupção. Depois entrou a Arena [partido que apoiou a ditadura]. Aí sim foi tudo à base de corrupção."
Ele acha que o PT falhou ao não estimular, nos últimos anos, uma "comunicação e uma cultura" de esquerda no país. "Até nos Estados Unidos tem isso, jornais de esquerda, teatro de esquerda, cinema de esquerda. É uma esquerda diferente, deles, mas que é totalmente contra a direita. Aqui no Brasil não temos nada disso."
A classe média está "vivendo num paraíso, e isso graças ao Lula". Mas, ao mesmo tempo, está sendo "cooptada" por valores conservadores.
Já disse a Lula que "o jogo pode virar fácil. Nós [PT] não temos a maioria, a esquerda ganha eleição no Brasil com 54% dos votos".
"É preciso trabalhar. A esquerda nunca teve uma vida tranquila no Brasil nem no mundo. Nunca usufruiu das benesses do poder."
grampos
"De 1889 a 1946, o poder era militar. Tudo era decidido por tenentes e depois pela cúpula militar. Depois, o país viveu seu período político, mas sempre sob tutela militar, até o golpe de 64. Só em 1989 retornamos [civis]. É tudo muito recente", diz.
"Ninguém hoje vai bater nos quartéis. A situação é outra: a esquerda ganha [eleição], mas não tem o poder midiático, o poder econômico. E nós [PT] nunca fizemos política profissional nas indicações do Judiciário, no Ministério Público, como outros governos fizeram. Nunca."
Ele segue: "O Ministério Público e a polícia com esse poder, esses grampos... isso está virando uma Gestapo. Quando as pessoas acordarem, pode ser tarde demais."
Natal
Para Dirceu, a maioria dos empresários não apoia o que seriam investidas contra Lula e o PT. Teriam medo de uma crise política, com manifestações e greves combinadas com uma situação econômica mais delicada.
E o empresário Marcos Valério, pode atingir Lula com suas acusações? "Esquece. Nem a mim ele conhece direito. Nunca apertei direito a mão do Marcos Valério."
Os advogados o chamam na varanda. Dirceu em seguida diz à Folha que precisa encerrar a conversa. Ele ainda esperaria sete horas até que, às 13h30, Barbosa divulgasse que não mandaria prender os réus ontem. Fez as malas e foi passar o Natal na casa da mãe em Passa Quatro (MG).
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Roberto Gurgel
domingo, 3 de junho de 2012
Palmas para Gilmar, ele (des)merece!
Ninguém, além dos personagens presentes, pode descrever exatamente o que aconteceu no encontro (casual? proposital?) entre Lula e Gilmar Mendes que gerou tanta polêmica. É uma questão de acreditar ou não acreditar nas versões dos fatos. Eu acredito no Lula. Por sua história, por suas ações, por tudo que fez pelo Brasil. Consequentemente, não acredito em Gilmar Mendes. Mas me surpreendeu a sua ousadia em colocar tanta aversão no ventilador. Que motivos terá tido? Vejo pelo menos dois, que podem até se fundir em um único. Primeiro, de ordem pessoal. Ao sair na frente com a sua versão do encontro, ele ganharia credibilidade (coisa que parece que lhe tem faltado). Segundo, de ordem política. E aí já não estaria agindo por conta própria – estaria a serviço da oposição tucana que busca uma forma de desviar a atenção da questão principal no momento (que é a CPI de Cachoeira), e trazer de volta 2005 com seu "mensalão". Pessoalmente, acredito que os nomes envolvidos no chamado processo "mensalão" não estão tão preocupados em que a sentença - favorável ou não - saia agora ou em 2013 - afinal, o mal maior a eles já foi feito. Perderam seus cargos, perderam sua imagem, agora seja o que Deus quiser. Mais importantes pra eles - e todos nós, claro - é que o desenrolar do processo não seja usado para outros fins, como as eleições municipais próximas. Nessa perspectiva, Lula não teria o menor interesse em influenciar o resultado. No máximo seu interesse seria não misturar a cenografia do julgamento com o momento político, momento absolutamente inoportuno, por tentar influenciar o eleitor, como feito anos atrás. Gilmar Mendes sabe disso melhor do que ninguém. E se é verdade que está mentindo, foi brilhante ao pegar carona no uso político do “mensalão” para melhorar a própria imagem. Ainda tentou se identificar com o próprio Supremo – como se isso fosse possível. Ou melhor, se isso é possível, com certeza esse não é o Supremo que o país espera ter. De qualquer maneira, devemos reconhecer que para quem sempre viveu do marketing das caras e bocas, até que o ministro se saiu bem na tarefa de estimular aversões aos fatos. Ou não?
sexta-feira, 3 de abril de 2009
A volta do Delúbio
Essa semana o Delúbio Soares me telefonou, perguntou se eu não ia tomar posição aqui no Blog sobre a sua reivindicação de reintegração ao PT. Já tinham me dito que ele era leitor do meu Blog, mas fazia tempo que não nos falávamos. Aliás, poucas vezes nos falamos, mas sempre foi em clima bem simpático. Em uma das últimas vezes, no início de 2002, não pude atender a uma sugestão sua. Ele de certa maneira me sondou sobre a possibilidade de fazer campanha eleitoral para o PT. Respondi que infelizmente não seria possível, por questões éticas, já que minha empresa atendia na época o Governo do Estado do Rio de Janeiro, e Garotinho, então Governador, poderia ser candidato à Presidência da República. Cada um seguiu seu caminho, mas o clima de amizade continuou. Nessa questão do seu retorno a seu partido, sou favorável, porque acredito inteiramente nas razões apresentadas em sua carta ao Presidente Nacional do PT, acredito quando ele escreve que cada dia de sua vida "foi dedicado ao PT e à causa de construção de um país mais justo e solidário”. Mas não me sentia confortável para opinar, porque não sou filiado ao PT. Pelo que pude perceber até aqui, há duas questões principais sobre a aprovação ou não da sua volta. A primeira, gira em torno de se ele “pagou” ou não “pagou” pelos seus “erros” partidários. A segunda, indaga sobre a oportunidade ou não dessa volta, já que estamos à beira de um ano eleitoral importante e o retorno do Delúbio ao PT certamente será muito explorada pela Oposição. Não quero me intrometer na primeira questão, mas me sinto bem à vontade para falar da segunda questão. Claro que no dia seguinte à aprovação da reintegração de Delúbio, a grande imprensa vai estampar as primeiras páginas com algo como “líder dos mensaleiros volta ao PT”, algumas sessões do Congresso serão gastas com discursos oposicionistas em torno do assunto e, quem sabe, algumas manifestações pela “ética na política” sairão às ruas. Alguma dúvida quanto a isso? Não. Mas não tenho dúvida também que algo semelhante ocorrerá, mesmo sem a volta de Delúbio. A Oposição não tem discurso para 2010, e a reintegração de Delúbio não vai lhe significar um único voto novo. Ela já percebeu que seu adversário não é a candidata do PT, mas, sim, a candidata do "político mais popular do mundo". O discurso chamado "ético" não terá peso substancial, porque estará enfrentando o discurso do mais emprego, do mais crescimento, da redução da pobreza, do sucesso internacional, da empatia com relação a Lula. Essa questão do "volta" ou "não volta" do Delúbio está me soando muito mais como uma questão de luta interna do PT. Acredito que ele será reintegrado. Leia a íntegra da carta de Delúbio:
Ao Presidente Nacional do PT, Dep. Ricardo Berzoini
Cada dia de minha vida foi dedicado ao PT e à causa de construção de um país mais justo e solidário. São públicos os fatos que levaram ao meu afastamento do Partido dos Trabalhadores, Partido que ajudei a fundar e ao qual dediquei minha vida, desde sua fundação. Relembro que todos os meus atos sempre foram pautados pela vontade política da transformação social e econômica deste país. Notório também e do conhecimento de todos que sempre apoiei e contribuí com o Partido, sempre ao lado de meus companheiros e comprometido com a causa coletiva, nos momentos bons e nos momentos de dificuldades.
Exilado, cumpro meu degredo doloroso há mais de 3 anos, afastado do Partido dos Trabalhadores, sem que a essência de nossa causa deixasse de pulsar em meu coração e permanecer em minha mente. Com minha vida investigada e virada do avesso, não pesam sobre mim acusações de qualquer alcance de dinheiro público e não sou acusado de um único ato que visasse meu beneficio, seja político, financeiro ou pessoal. Sinto-me cumprindo a pena capital, o que não é - nem nunca foi - compatível com nossos ideais.
Por isso, venho como cidadão, eleitor e principalmente como militante que viveu e vive essa causa como sua própria, pedir minha reintegração ao PT, onde quero ser mais um militante de base, com os ideais e compromissos intactos, firmes e sólidos.
Saudações, Delúbio Soares de Castro
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quarta-feira, 11 de junho de 2008
Eu sou você ontem...
O Painel de Renata Lo Prete, na Folha de hoje, a propósito da crise tucana no Rio Grande do Sul, dá a seguinte nota: "É ou não é? Em 14 de julho de 2005, no auge da crise do mensalão, a então deputada federal Yeda subiu à tribuna para apontar "o mar de corrupção que se organizou no palácio" e perguntar: "Não é caso de impeachment?".
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Sem mensalão, sem recessão e sem apagão, Oposição apela para o cartão
Às vezes sinto uma espécie de pena desses combativos militantes da Oposição. Eles não conseguem emplacar nada na vida. O mensalão, o grande momento que eles viveram, não pôde se transformar em vitória eleitoral. Pior: contribuiu para desgastar as CPIs e a imagem de todos os políticos - inclusive os que militam em suas hostes. Passaram a apostar em um baixo crescimento econômico do país, pediram ALCA, berraram para que o Brasil deixasse de ser BRIC, mobilizaram toda a imprensa contra a política econômica vigente - e o Brasil acabou transformando-se em exemplo para o mundo. Depois lançaram seus holofotes sobre o atraso nas chuvas e juraram que estávamos prestes a viver um apagão, nos moldes daquele patrocinado pelo Governo Fernando Henrique. As ações preventivas do Governo garantiram tranqüilidade durante a seca e a chegada da chuva funcionou literalmente como uma ducha de água fria nas pretensões oposicionistas. Quando tudo já tinha ido por águas abaixo, surgiram as compras malucas do cartão corporativo do Governo. Era o copo d'água que a Oposição esperava para fazer sua tempestade. Mas foram com tanta sede ao pote que não perceberam que o feitiço pode virar contra o feiticeiro. Ao mesmo tempo em que o Governo agia com rapidez e transparência, foram surgindo comparações que mostram o telhado de vidro da Oposição. No Governo Fernando Henrique, por exemplo, não havia a mínima transparência sobre o uso do cartão corporativo e o abuso poderá ter sido imenso. No Governo de São Paulo, tucano, descobriu-se que no ano passado o uso do cartão corporativo alcançou um valor cerca de 50% superior ao da União! Pior: quase a metade foi em saque, o que dificulta a transparência do uso. Apesar disso, a Oposição ainda sonha em obter dividendos de uma CPI do Cartão. Mas acho que ela vai acabar recebendo cartão vermelho...
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terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Querem transformar o "mensalão" em dia-a-dia do brasileiro
A oposição está completamente desnorteada. Sem ter o que fazer, decidiu sugerir outra CPI do "mensalão"! Isso tudo porque o Delúbio teria dito agora que a cúpula do PT sabia do "caixa dois". Mas, vem cá, isso não já tinha sido dito antes? E deu em quê? E vai ter CPI para "caixa dois" de todos os partidos? Não teria sido melhor ter feito uma reforma partidária de verdade, com financiamento público de campanha? Vamos ter que reviver todo aquele chove-não-molha eleitoreiro? Essa oposição poderia aproveitar essa falta do que fazer e pensar um pouco mais no povo brasileiro.
domingo, 2 de dezembro de 2007
Até quando vão dizer que o PT tem que discutir o mensalão?
Hoje, foi dia das eleições diretas petistas para escolher seu presidente. E adivinha qual foi o título de uma entrevista publicada pelo Globo? "As diferenças estão debaixo do tapete". Não pertenço ao PT nem tenho procuração para defendê-lo, mas acho que a mídia está fazendo tudo para riscá-lo do mapa. A entrevista, feita com o professor de ética e filosofia Roberto Romano, é uma gracinha. Segundo ele, o PT continua "sem ter resolvido a crise que abalou o partido em 2005, quando veio à tona o escândalo do mensalão". O partido teria adotado a "tática de empurrar a crise para debaixo do tapete, sem punir os envolvidos". Em outras palavras, o PT tem que parar tudo para se dedicar a uma discussão interna sobre o mensalão e punir os "envolvidos". Pelo que conheço do PT, duvido que essa discussão não tenha sido exaustivamente feita. E também acho que os pretensos envolvidos já foram "punidos". O que se quer, na verdade, é que o PT se enfraqueça, entregue os pontos e, ao fazer seu mea culpa, abra caminho para os partidos adversários ocuparem o seu espaço (provavelmente fazendo um "mensalão sem culpa"). Com todo o respeito aos teóricos da ética, o PT, segundo seu Estatuto, "se propõem a lutar por democracia, pluralidade, solidariedade, transformações políticas, sociais, institucionais, econômicas, jurídicas e culturais, destinadas a eliminar a exploração, a dominação, a opressão, a desigualdade, a injustiça e a miséria, com o objetivo de construir o socialismo democrático". A discussão que se coloca - não apenas para petistas, mas para todos os que se propõem uma luta em termos semelhantes - é bem diferente: como governar nessa "democracia representativa" que domina o mundo e está fundamentada na corrupção? Infelizmente, não há como ser plenamente ético e governar com o que temos aí. A discussão não é do PT. É de todos nós.
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terça-feira, 27 de novembro de 2007
CPMF passou, Renan ficou, o mensalão de Minas pipocou, Fernando Henrique escorregou - e à oposição, o que restou?
A aprovação da CPMF, na minha opinião, são favas contadas. Muda um pouco aqui, um pouco ali, mas vai ser aprovada, não importa a cara final. Renan Calheiros vai sobreviver como personagem folclórico. Como bem disse, acho que foi o Noblat, não existe ninguém no Senado preocupado em defenestrá-lo. A história do mensalão deixou de ser uma exclusividade anti-Lula/PT - os tucanos reivindicam a sua fatia na história. O Congresso Tucano reduziu-se a Fernando Henrique escorregando nas palavras - ou seja, não decolou. Certamente o discurso oposicionista ainda vai insistir na CPMF, mas de fato resume-se no momento a duas palavras: Chávez e Morales. Palavras, aliás, que estão ilustradas na primeira página do Globo de hoje, com o título "CONSTITUIÇÃO INCENDEIA BOLÍVIA E VENEZUELA". A Folha também noticia na primeira página - mas o destaque maior é para os incêndios de Paris. O Estadão segue o mesmo caminho. Que mais a oposição pode inventar? Terceiro mandato? TV pública? É, pode ser... mas é muito pouco.
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segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Sonho de Lula: o Congresso que Cristina Fernández de Kirchner vai ter

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