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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Cesar Maia e o fim do PSDB


No seu Ex-Blog de hoje, Cesar Maia (DEM) sintetiza muito bem a agonia tucana. Diante da movimentação de Aécio, de Fernando Henrique e de outros líderes pela "refundação" programática do partido, Cesar Maia é bem preciso: "o problema principal não está aí, mas na marca de identidade do partido, que se esvaiu". Me parece que esse é um risco que todo partido corre quando faz alianças extremadas para garantir o poder e, tempos depois, perde o poder. O PSDB chegou ao poder central - e manteve-se no topo durante muito tempo - graças à sua guinada para a direita, aliando-se ao PFL (ex- Arena e agora DEM) e seu caminhão de votos no Nordeste. Ao perder o Nordeste para o PT de Lula, o PSDB perdeu o rumo e vive um momento meio zumbi. O PT também tem feito alianças bastante questionadas, por parecerem afastar o partido de seus princípios. Mas o PT tem fundamentos bem melhores do que o PSDB, o próprio Cesar Maia reconhece isso. O PT nasceu do encontro das organizações clandestinas de esquerda, da Igreja Católica e do sindicalismo do ABC paulista, tendo como amálgama imediato o combate não armado à ditadura. Havia certa estreiteza original com a defesa de um “governo dos trabalhadores” (ou seja, do “socialismo já”), mas isso pôde ser superado (com forte influência de José Dirceu) com a defesa de um “governo democrático e popular”.  O PT ainda mantém sua identidade bem viva, ao contrário do PSDB que teve a sua identidade... qual era mesmo? Vale a pena ler o Ex-Blog:
RISCOS PARA O FUTURO DO PSDB!
1. Os principais líderes do PSDB, a começar por FHC e Aécio, falam em refundação, em renovação programática... Tudo bem. Mas o problema principal não está aí, mas na marca de identidade do partido, que se esvaiu. Pode-se dizer que essa é uma característica de todos os partidos brasileiros, com exceção – ainda – do PT, por sua conexão sindical. Mas não era do PSDB (e não era do PFL). Agora é. Bom que se refunde e que tenha um programa renovado, mas isso não resolve o problema de identidade.
2. Porém, há um risco transversal e mortal para o PSDB. E há referência disso em sua própria história. Seu núcleo paulista, no governo Montoro, abriu as portas para o PSDB sair do PMDB como uma costela de qualidade, diferenciando-se do “franciscanismo” imperante no PMDB de SP, como se dizia. Deu certo: o PMDB de S. Paulo, com o tempo, se desintegrou.
3. Ficou o PSDB que, com suas marcas de identidade (modernidade, grandes quadros, classe média, apoio do alto empresariado...), atraiu quadros nacionais e construiu um binário  – PT/PSDB – na cabeça dos analistas e da imprensa. Esse binário terminou de ser desmontado na eleição de 2012. Talvez por isso a disposição de renovação e a antecipação de candidatura presidencial por FHC. Nos EUA, com “primárias”, a dinâmica é muito diferente.
4. Mas há uma questão crítica e grave. A coluna Painel da Folha de SP (23) informa: “Serra tem demonstrado a aliados preocupação com o cenário eleitoral para Alckmin em 2014. Ele tem insistido na importância de tentar preservar a aliança com o PSD de Kassab”. Com a “franciscanização” quase generalizada da política brasileira, o poder de atração de um partido articulado por experimentados cardeais da “franciscanização”, será o golpe final na dissolução da identidade do PSDB de SP com a liquidação de vez do sistema binário imaginado.
5. Em poucas palavras: o PSD pode ser para o PSDB o que o PSDB foi para o PMDB em S. Paulo.
6. Nesse momento, o alto empresariado já não tem o PSDB como partido preferencial e circula com desenvoltura e intimidade entre o Instituto Lula e o Palácio do Planalto. O agronegócio ainda é uma exceção, pois não confia em PT de nenhuma espécie. O PSD tenta gerar esta confiabilidade junto a Dilma. Se conseguir, nem essa base que deu vitórias em seus espaços regionais a Alckmin e Serra restará.
7. Bem, é hora de pensar estrategicamente (o que há de futuro no presente, como ensinava Peter Drucker). E com pressa. Ficar sonhando com uma campanha bem “abastecida” e com um marqueteiro genial é marcar um jogo só na Loteria da Virada. Ganhar capilaridade política e eleitoral e desenhar, como ponte, a identidade de sua candidatura a presidente é o básico. E o tempo urge (ruge?).

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Tucanos perdem Sarney

Os tucanos perceberam claramente que seus votos não tinham grande valor na eleição de Sarney para a Presidência do Senado e decidiram apoiar o petista Tião Vianna. Tentam com isso criar confusão no processo de escolha, não apenas no Senado, mas também na Câmara, com ameaças de traição a Temer. Talvez tenham contribuído para fortalecer ainda mais a aliança Lula-PMDB.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Tucanos: ser ou não ser Sarney

A disputa pelas Presidências da Câmara e do Senado, obviamente, têm fortes conotações fisiológicas. Afinal, disputam-se orçamentos astronômicos (3,5 bilhões na Câmara e 1,5 bilhão no Senado – algo assim) e uma imensidão de cargos, poder que não acaba mais. Mas é 2010 que está na pauta principal. As Presidências das duas Casas serão decisivas na agenda dos próximos meses pré-eleitorais e tudo isso terá influência determinante nas alianças nos estados e para a Presidência da República. Sarney na Presidência, os tucanos sabem, fortalece a aproximação entre Lula e o PMDB, dá maior envergadura à candidatura de Dilma, o que exaspera tucanos de todas as plumagens. Por outro lado, apoiar Tião Vianna não prejudica tanto a aproximação Lula-PMDB. Muito ao contrário, pode irritar profundamente os peemedebistas contra a oposiçaõ e – pior – deixará os tucanos sem os almejados cargos na mesa. Tenta-se melar o jogo com a ameaça de traição na até aqui eleição tranquila de Michel Temer para a Presidência da Câmara. Mas tudo isso parece que já são favas contadas. Em vez de viver o drama de ser ou não ser Sarney, os tucanos devem tratar de buscar outra sarna pra se coçar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Datafolha revela o óbvio: polarização entre Lula e Serra para 2010

A não ser que ocorram tsunamis - o que não é impossível -, a disputa para Presidente em 2010 está mesmo entre o(a) candidato(a) de Lula e o tucano José Serra. Uma tsunami possível é a candidatura de Aécio, seja pelo PSDB, seja pelo PMDB. Há também a possibilidade da tsunami nordestina através de Ciro, inviabilizando a opção Dilma. Heloísa Helena, no momento, ameaça com um terceiro lugar que poderia decidir o segundo turno, mas o mais provável é que até lá o seu discurso perca espaço. O certo de tudo isso é que não adianta o Serra dizer que a disputa "não pode ser um Fla X Flu" - porque já está assim.

domingo, 8 de junho de 2008

Lula e a alternativa à esquerda para 2010

Todo mundo sabe que as eleições municipais de 2008 são em larga medida movidas pelo espírito de 2010. Nesse ponto o PMDB é craque, e está em movimento acelerado, preparando-se para ser mais uma vez o infiel da balança. Não é que o PMDB esteja insatisfeito com o Governo Lula, muito ao contrário. Mas é que faz parte da natureza do partido a ameaça pendular de infidelidade. E é isso que ele indica nos três grandes centros com o apoio a Serra e, de certo modo, com a aproximação de Aécio e o rompimento da aliança com o PT no Rio. Claro que há fatores locais com força específica, como é o caso do Rio de Janeiro, onde o fracasso da candidatura Molon estava levando o governo peemedebista de Sérgio Cabral a um beco sem saída. Já não tinha argumentos para segurar os outros caciques do partido e, por seu lado, estava correndo o risco de ficar alijado da disputa do segundo turno, diante do provável confronto entre Crivella (PRB) e Jandira (PCdoB). Seja por questões estritamente locais, seja pela ameaça genérica de infidelidade, Lula e o PT já perceberam que não podem se prender unicamente à opção PMDB. Assim, correm para fortalecer laços mais à esquerda, como o que está sendo tentado em São Paulo e agora também no Rio, junto ao PCdoB. Contra a ameaça da infidelidade, é fundamental contar com outros fiéis – ou outra balança...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

CPMF passou, Renan ficou, o mensalão de Minas pipocou, Fernando Henrique escorregou - e à oposição, o que restou?

A aprovação da CPMF, na minha opinião, são favas contadas. Muda um pouco aqui, um pouco ali, mas vai ser aprovada, não importa a cara final. Renan Calheiros vai sobreviver como personagem folclórico. Como bem disse, acho que foi o Noblat, não existe ninguém no Senado preocupado em defenestrá-lo. A história do mensalão deixou de ser uma exclusividade anti-Lula/PT - os tucanos reivindicam a sua fatia na história. O Congresso Tucano reduziu-se a Fernando Henrique escorregando nas palavras - ou seja, não decolou. Certamente o discurso oposicionista ainda vai insistir na CPMF, mas de fato resume-se no momento a duas palavras: Chávez e Morales. Palavras, aliás, que estão ilustradas na primeira página do Globo de hoje, com o título "CONSTITUIÇÃO INCENDEIA BOLÍVIA E VENEZUELA". A Folha também noticia na primeira página - mas o destaque maior é para os incêndios de Paris. O Estadão segue o mesmo caminho. Que mais a oposição pode inventar? Terceiro mandato? TV pública? É, pode ser... mas é muito pouco.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Eleição do Rio deve se polarizar entre César-Tucanos X Lula-Sérgio ou "Povão" X "Classe Média Zona Sul"

Com a indicação (praticamente certa) de Eduardo Paes para candidato do PMDB a Prefeito do Rio, o atual Prefeito César Maia deve redirecionar seus esforços na indicação do candidato de seu partido, o DEM (ex-PFL). É bem provável que volte a se aliar a Denise Frossard (PPS), que, no momento está em 2º ou 3º lugar nas intenções de votos, mas que venceu na cidade do Rio quando se candidatou, no ano passado, a Governadora do Estado (teve 33% dos votos válidos e agora tem cerca de 11% das intenções). Eduardo Paes, que se candidatou a Governador pelo PSDB, teve 6,67% dos votos válidos na cidade e agora está com cerca de 9% das intenções de votos. No "campo Lula-Sérgio", temos ainda Marcelo Crivella (PRB), que teve 16,26% dos votos válidos na cidade quando se candidatou a Governador, e agora lidera as pesquisas com 20%. Temos Jandira Feghalli (PCdoB), que, quando se candidatou a Senadora em 2006, foi vitoriosa na cidade, com 39,85% dos votos válidos, e agora está com cerca de 13%. E temos ainda a candidatura do PT, que está ainda indefinida e pode variar nas intenções de voto de cerca de 2% (se o candidato for Edson Santos, Molon ou Minc) até cerca de 4% (se for Vladimir) ou cerca de 7% ou 9%, se a candidata for Benedita (há ainda as candidaturas do PSB e do PDT, que estão muito indefinidas). Claro que estou arredondando esses números a partir de informações diversas sobre pesquisas, mas para mim fica claro que o "campo César" está meio encurralado. A eleição dirige-se para uma polarização onde podemos enxergar uma classe média conservadora de um lado e candidaturas de perfil mais popular de outro. No caso de Eduardo Paes e de Jandira, por mais que tenham um perfil mais próximo da classe média, é evidente que terão que buscar uma candidatura mais popular. E isso é mais um problema para César, que não tem alianças fortes de perfil popular (Garotinho e Picciani - que teriam esse perfil - não podem ser considerados aliados). Com a candidata Denise, ele pode forçar o tema da segurança (que é a principal preocupação do carioca). Aliás, é exatamente o seu tema na inserção do DEM e, na minha opinião, é mais um erro de César, apesar de ter dado certo em 98 (quando ele perdeu no Estado, mas ganhou na Capital). Seja quem forem os candidatos, deveremos ter um 2º turno enlouquecerdor, que pode levar ao fim de 18 anos de reinado de César Maia na cidade.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Lula está certo quando dá bronca no PT pelas brigas que saem na imprensa e está certo também quando diz que não há racha no PT

Lula apareceu no encontro do Diretório Nacional do PT e reclamou de ver mais notícias sobre as brigas internas do PT do que notícias sobre as realizações do Governo. Estava certo. As lideranças do PT têm que estar mais atentas às manipulações da grande imprensa conservadora. Desde 2005, qualquer grão de areia petista pode virar terremoto nas manchetes do dia seguinte. Mais: a imprensa usa esses “problemas petistas” para tentar minar o Governo. As lideranças petistas – não importa de qual tendência interna – não pode se entregar à manipulação da imprensa. Isso é contra sua própria tendência, seu próprio partido, seu próprio governo. Fora do ambiente petista, Lula declarou que o PT “não está dividido nem rachado (...) está exercitando uma coisa que chamamos de democracia”. A imprensa tratou de ver nisso uma contradição – afinal, o PT está ou está rachado? Claro que não está. Esse tipo de debate interno no PT sempre existiu – desde que o PT é PT. E não significa racha. Pode parecer loucura, mas é exatamente isso que o Lula falou – o exercício da democracia. Devo dizer que essa democracia petista, nas vezes que presenciei, me pareceu extremamente chata – mas devo reconhecer que parece necessária ao partido. Talvez as tendências minoritárias estejam se aproveitando da imprensa conservadora para tentar minar o chamado Campo Majoritário que conta, entre outros, com o grupo liderado por José Dirceu, que foi por muitos anos a principal referência interna. Se isso é verdade, é um risco muito grande, que pode minar a todos. A imprensa conservadora não pode ser vista como tendência interna – e sim como adversária. Aliás, isso serve não apenas para o PT. É uma regra básica para todos os partidos progressistas.