IMBRÓGLIO ELEITORAL NO ESTADO DO RIO!
1. O quadro eleitoral no Estado do Rio caminha para uma eleição em que quem chegar aos 25% dos votos irá para o segundo turno.(Os cenários não estão definidos. Mas a eleição pode até mesmo ser definida no primeiro turno. Se Gabeira e Garotinho forem candidatos, pode ser que haja segundo turno. O papel de Zito é uma incógnita, mas seu nome tornou-se um balde de água fria em todas as pretensões de Gabeira.) Cabral, com um noticiário convergente, com comícios periódicos de Lula e todos os recursos que precisa, empacou no entorno dos 30%. Esse, claramente, é seu teto. (Já vi pesquisas apontando Sérgio Cabral com 47% - no primeiro turno!) Quando a pré-campanha esquentar, ano que vem, as demais forças políticas terão espaços crescentes e o quadro deverá afunilar mais. Ou seja, ninguém pode afirmar que esse ou aquele candidato estará no segundo turno. (Se houver segundo turno, é fácil prever que Sérgio Cabral estará nele, disputando com vantagens. A seu favor, podemos anotar a aprovação de seu governo, o apoio de Lula, a máquina partidária, o Rio 2016, o desenvolvimento, a segurança)
2. Garotinho cresceu em qualquer pesquisa que se faça, estando quase no empate técnico com Cabral no Interior e Baixada Fluminense. Coloca-se como adversário contundente de Cabral. (É verdade que Garotinho cresceu, mas nada que garanta qualquer coisa. Aliás, colocar-se como o oponente de Sérgio Cabral está correto porque não lhe sobrou outra alternativa de posicionamento, mas pode significar queda mais rápida) Para isso basta ler seu blog (http://www.blogdogarotinho.com.br). Diz que tem armas poderosas contra Cabral. O problema é que boa parte dessas armas atingem indistintamente os dois governos do PMDB, o atual e o anterior. Afirma que é candidato a pedido de Dilma, para armar outro palanque, pois o palanque de Cabral seria insuficiente. Bem, se o PR do ministro de transportes o lançou, parece que é verdade.
3. Lindbergh cada dia é mais candidato. (Lindberg cada dia é mais candidato – a Deputado Estadual...) Usar de forma isolada o número 13 dará ao PT mais deputados que numa campanha de apoio a Cabral, onde o número 15 só favorecerá os deputados do PMDB (Não necessariamente. Já mostrei aqui que em 98, quando preferiu apoiar Garotinho a lançar Vladimir, o PT conquistou 7 vagas de deputados estaduais; já em 2006, quando lançou Vladimir, conquistou apenas 6 vagas). Por outro lado, se o recuo dele significar um acordo com Cabral, será ele o candidato ao senado. Benedita não terá legenda. Nesse caso, como votarão - discretamente - os delegados de Benedita na convenção? Lindbergh terá que se desincompatibilizar em abril: é acordo de campanha. Como sempre fez suas campanhas com grande energia e competência, uma vez sendo candidato, em pouco tempo estará sinalizando suas possibilidades de ir a um segundo turno. (Lindberg prepara-se para ser candidato a Deputado Estadual. Será a melhor forma de apoiar a bancada estadual do PT)
4. A entrada de Marina Silva terminou servindo de pretexto para um processo com o qual Cabral sonhava. Gabeira vence, e na campanha muito mais, nas pesquisas no Rio-Capital e Niterói, e com isso sua probabilidade de bater os 25% é enorme. Afinal, Denise Frossard foi para o segundo turno com 22% contra um Cabral muito mais forte com 37%. A confusão, ou pretexto, a partir do nome de Marina, tem colocado em suspenso a coligação ampla com PV, PPS, PSDB e DEM. Com isso, a decisão estará sendo deslocada para depois da semana santa. Nada disso ajuda a campanha presidencial do PSDB no Estado do Rio. Afinal, a diferença de Serra para Ciro não é tão grande aqui. (Caso seja candidato a Governador, Gabeira certamente perderá até mesmo no Rio-Capital e Niterói – afinal, esse eleitorado não é inteiramente de elite).
5. E ainda há a possibilidade – ou necessidade – de Ciro ter candidato a governador no Rio, onde seu nome é forte, o que ajudaria sua alavancagem. Se for assim, o quadro caminharia para todos os candidatos serem competitivos na faixa dos 20%. (Devaneios de uma madrugada chuvosa...)