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Eleições 2010, RJ: o imbróglio eleitoral de Cesar Maia
Cesar Maia continua fazendo o que mais gosta, “imbrogliar”. No seu Ex-Blog de hoje volta com sua ladainha de oposição a Sérgio Cabral e Lula. Faz a análise que mais lhe agrada como se fosse uma análise altamente científica. Interessa que Sérgio Cabral seja derrotado? Lança todos os possíveis argumentos nessa direção. Interessa que Lindberg (ou Lindbergh, nome real, que Cesar prefere) seja candidato a governador? Apresenta essa hipótese distante como se fosse fato consumado. Interessa que Gabeira seja candidato a Governador? Faz de conta que ele já está eleito. Veja o texto, com observações que fiz, em negrito e itálico.IMBRÓGLIO ELEITORAL NO ESTADO DO RIO!
1. O quadro eleitoral no Estado do Rio caminha para uma eleição em que quem chegar aos 25% dos votos irá para o segundo turno.(Os cenários não estão definidos. Mas a eleição pode até mesmo ser definida no primeiro turno. Se Gabeira e Garotinho forem candidatos, pode ser que haja segundo turno. O papel de Zito é uma incógnita, mas seu nome tornou-se um balde de água fria em todas as pretensões de Gabeira.) Cabral, com um noticiário convergente, com comícios periódicos de Lula e todos os recursos que precisa, empacou no entorno dos 30%. Esse, claramente, é seu teto. (Já vi pesquisas apontando Sérgio Cabral com 47% - no primeiro turno!) Quando a pré-campanha esquentar, ano que vem, as demais forças políticas terão espaços crescentes e o quadro deverá afunilar mais. Ou seja, ninguém pode afirmar que esse ou aquele candidato estará no segundo turno. (Se houver segundo turno, é fácil prever que Sérgio Cabral estará nele, disputando com vantagens. A seu favor, podemos anotar a aprovação de seu governo, o apoio de Lula, a máquina partidária, o Rio 2016, o desenvolvimento, a segurança)
2. Garotinho cresceu em qualquer pesquisa que se faça, estando quase no empate técnico com Cabral no Interior e Baixada Fluminense. Coloca-se como adversário contundente de Cabral. (É verdade que Garotinho cresceu, mas nada que garanta qualquer coisa. Aliás, colocar-se como o oponente de Sérgio Cabral está correto porque não lhe sobrou outra alternativa de posicionamento, mas pode significar queda mais rápida) Para isso basta ler seu blog (http://www.blogdogarotinho.com.br). Diz que tem armas poderosas contra Cabral. O problema é que boa parte dessas armas atingem indistintamente os dois governos do PMDB, o atual e o anterior. Afirma que é candidato a pedido de Dilma, para armar outro palanque, pois o palanque de Cabral seria insuficiente. Bem, se o PR do ministro de transportes o lançou, parece que é verdade.
3. Lindbergh cada dia é mais candidato. (Lindberg cada dia é mais candidato – a Deputado Estadual...) Usar de forma isolada o número 13 dará ao PT mais deputados que numa campanha de apoio a Cabral, onde o número 15 só favorecerá os deputados do PMDB (Não necessariamente. Já mostrei aqui que em 98, quando preferiu apoiar Garotinho a lançar Vladimir, o PT conquistou 7 vagas de deputados estaduais; já em 2006, quando lançou Vladimir, conquistou apenas 6 vagas). Por outro lado, se o recuo dele significar um acordo com Cabral, será ele o candidato ao senado. Benedita não terá legenda. Nesse caso, como votarão - discretamente - os delegados de Benedita na convenção? Lindbergh terá que se desincompatibilizar em abril: é acordo de campanha. Como sempre fez suas campanhas com grande energia e competência, uma vez sendo candidato, em pouco tempo estará sinalizando suas possibilidades de ir a um segundo turno. (Lindberg prepara-se para ser candidato a Deputado Estadual. Será a melhor forma de apoiar a bancada estadual do PT)
4. A entrada de Marina Silva terminou servindo de pretexto para um processo com o qual Cabral sonhava. Gabeira vence, e na campanha muito mais, nas pesquisas no Rio-Capital e Niterói, e com isso sua probabilidade de bater os 25% é enorme. Afinal, Denise Frossard foi para o segundo turno com 22% contra um Cabral muito mais forte com 37%. A confusão, ou pretexto, a partir do nome de Marina, tem colocado em suspenso a coligação ampla com PV, PPS, PSDB e DEM. Com isso, a decisão estará sendo deslocada para depois da semana santa. Nada disso ajuda a campanha presidencial do PSDB no Estado do Rio. Afinal, a diferença de Serra para Ciro não é tão grande aqui. (Caso seja candidato a Governador, Gabeira certamente perderá até mesmo no Rio-Capital e Niterói – afinal, esse eleitorado não é inteiramente de elite).
5. E ainda há a possibilidade – ou necessidade – de Ciro ter candidato a governador no Rio, onde seu nome é forte, o que ajudaria sua alavancagem. Se for assim, o quadro caminharia para todos os candidatos serem competitivos na faixa dos 20%. (Devaneios de uma madrugada chuvosa...)