Vira e mexe sai uma denúncia contra as pesquisas, às vezes com fundamento, às vezes completamente desprovida de sentido. Mas inúmeras vezes os institutos erram não por questões estritamente técnicas, mas, sim, pelo uso dos resultados das pesquisas. Vejam o exemplo desse Ibope publicado hoje na coluna Informe do Dia. Diz a manchete da coluna, com suas letras garrafais: “SERRA LIDERA NO RIO”. E o texto continua: “José Serra (PSDB) é o favorito dos fluminenses para a Presidência da República”. Mostra Serra com 27% e Marina, Dilma e Ciro tecnicamente empatados (suponho, porque não foi divulgada a margem de erro) entre 12% e 17%. A coluna depois diz que a pesquisa foi “feita na semana passada”. De tudo que foi divulgado, há dois aspectos que tornam a pesquisa altamente desclassificável. O primeiro diz respeito ao fato de o questionário não tornar evidente que “Dilma” significa “Lula”. Até agora, pelo menos, a próxima eleição resume-se a estar contra ou a favor de Lula, ou melhor, quem é que ele indica. Sem isso, desconsidere qualquer pesquisa. Outro aspecto é a data provável em que ela entrou em campo, fim de semana anterior ao resultado do Rio 2016. O Brasil – principalmente o Rio – é outro desde sexta-feira. E por que divulgar agora essa pesquisa antiga? Para dar sobrevida a Serra (que, parece, anda tropeçando feio nos obstáculos)? Garantir que o tucano apareça bem no photochart em meio à euforia olímpica? Isso, pra mim, é puro doping. Reprovação certa em qualquer exame sério.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Pesquisa Ibope não passa no exame antidoping
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