The Wall Street Journal abriu o jogo e abriu o bico: os países emergentes que se danem. O editorial do jornalão dos poderosos (Debtors to the Front) não entende por que os países emergentes devem ter mais poder de decisão dentro do FMI. Ele não entende por que "devedores" devem decidir como os "credores". E ainda faz questão de distinguir os "credores de longo prazo" dos "credores de curto prazo", onde se incluiria o Brasil, um dos líderes dessa verdadeira revolução (dentro dos conceitos do WSJ). O editorial acha que os "credores" deveriam ter deixado claro que aquilo não é uma democracia e que para ter mais direito a voto é preciso botar mais dinheiro no fundo, o que não foi feito. O board do FMI aprovou transferir mais 5% de poder de voto para os emergentes - para desespero do WSJ, que propõe que os constribuintes americanos parem de contribuir com o fundo. O que o jornalão esconde é que foram esses "credores" todo-poderosos que inventaram o Consenso de Washington (que acabou tendo o consenso do "nosso" FHC e sua trupe...), que levaram o mundo a uma crise sem precedentes e que só estão se safando agora graças a esses países emergentes que eles amaldiçoam. Com todo o respeito aos editorilistas do WSJ, esse não é o momento para "eles" (no casos os chamados "países credores") radicalizarem. Se não dialogarem com "nós", "eles" não têm muito futuro.