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terça-feira, 6 de março de 2012

Resposta a Merkel: quem vive o azedo do “agressionismo” não pode falar de protecionismo


Angela Merkel tenta desviar a atenção de sua política extremamente agressiva, expansionista, atacando o Brasil como protecionista. Que moral ela tem para falar assim? A Alemanha é um dos maiores países exportadores do mundo, com saldo na balança comercial no ano passado de cerca de 17% superior a suas importações. Enquanto isso, no acumulado de 12 meses, nosso saldo foi negativo em janeiro e apenas 7% superior às importações no acumulado de 12 meses em fevereiro. E não é só isso. A Alemanha é um dos principais responsáveis pela aniquilação da economia da Grécia (e de outros países europeus) por impor um comércio desigual entre eles, com um euro super forte que encarecia os produtos dos países vizinhos economicamente mais fracos. Foi sugando essas economias que ela cresceu mais. Como a fonte secou, ataca os emergentes com movimento inverso: desvaloriza o euro, através de seu tsunami monetário, para avançar mais facilmente sobre nossas economias. Foi mais de 1 trilhão de euros o total de empréstimos que o Banco Central Europeu concedeu ao sistema financeiro com juros subsidiados. (Similar ao que fazem os Estados Unidos com sua política de juros a quase zero.) Isso provoca uma avalanche de dólares em nossa economia, valorizando o real, prejudicando nossas exportações e dificultando ainda mais nosso setor produtivo. Felizmente temos um mercado interno forte, ainda em expansão (graças à política de inclusão social iniciada por Lula e continuada por Dilma), que garante um PIB em crescimento constante. Nossas medidas “protecionistas” foram bem tímidas e atingem muito mais os países asiáticos. Por isso, é melhor escolher palavras menos azedas, Dona Angela. E trate de vender seu Sauerkraut em outro lugar!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Rubens Ricupero: arrogância X arrogância


O jurista, diplomata e Ministro da Fazenda do Plano Real, Rubens Ricupero, aproveitou esta segunda de Carnaval para escrever, na Folha, um artigo que parece procurar rasgar todas as fantasias. “Perdão pela Crise” é um texto muito bom celebrando “os 30 anos do início do Relatório sobre Comércio e Desenvolvimento da Unctad, um dos raríssimos estudos que advertiram sobre a ameaça que se avizinhava”. Mas ele acusa os todo-poderosos da economia mundial de menosprezarem a advertência sobre a crise econômico-financeira que explodiu em 2008. “Os sabichões, alguns ganhadores do Nobel, seguros da infalibilidade de seus cálculos sobre o sistema financeiro, haviam tomado seus desejos pela realidade e tinham sido culpados de  hubris, a soberba que desafia os deuses. Em relação às advertências prevalecera naqueles anos uma psicologia da negação”, escreve ele, que também disse: “Tão logo passem os piores efeitos na economia, os sabichões voltarão com a arrogância de sempre”. Tudo bem, se Ricupero ele próprio não tivesse se tornado célebre por uma frase bem arrogante que vazou dos microfones da Globo para todo o Brasil, em setembro de 94, em plena campanha pela eleição de Fernando Henrique:  "Eu não tenho escrúpulos: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde".
Arrogâncias à parte, vale a pena ler o texto completo.
Perdão pela crise
Rubens Ricupero

Tão logo passem os piores efeitos na economia, os sabichões voltarão com a arrogância de sempre
Noventa e quatro vezes pediu o papa João Paulo 2º perdão pelos crimes cometidos pelos cristãos ao longo de 2.000 anos. Seria demais esperar que ao menos uma vez as organizações internacionais e os economistas convencionais admitam a parte de responsabilidade que lhes cabe na crise financeira em que mergulharam o mundo?
Quando for publicada esta coluna, estarei iniciando desse modo o discurso de abertura no Palais des Nations em Genebra da reunião para celebrar os 30 anos do início do Relatório sobre Comércio e Desenvolvimento da Unctad, um dos raríssimos estudos que advertiram sobre a ameaça que se avizinhava.
Em visita à London School of Economics, em 2008, a rainha Elizabeth 2ª fez a pergunta inocente que estava em todos os lábios: "Como foi que ninguém havia previsto a crise?". Após meses de silêncio embaraçado, um grupo de economistas britânicos se desculpou: "Majestade, o fracasso em prever o momento, a extensão e a gravidade da crise e em evitá-la (...) foi, sobretudo, uma falha da imaginação coletiva de muitas pessoas brilhantes (...) em entender os riscos que corria o sistema como um todo".
Os sabichões, alguns ganhadores do Nobel, seguros da infalibilidade de seus cálculos sobre o sistema financeiro, haviam tomado seus desejos pela realidade e tinham sido culpados de "hubris", a soberba que desafia os deuses. Em relação às advertências prevalecera naqueles anos uma "psicologia da negação".
Essa é a verdadeira explicação para a imprevisão e as suas devastadoras consequências. Nem todos estiveram cegos para os perigos da orgia de liberalização financeira. A Unctad, no começo dos anos 1990, em pleno auge do triunfalismo da globalização como ideologia (para distingui-la da versão autêntica e histórica), já previa que a década se caracterizaria pela frequência, intensidade e caráter destrutivo das crises financeiras e monetárias.
Poucos prestaram atenção. No Brasil, os mestres do "saber superficial, pretensioso e tendencioso" (mas de grande prestígio em Washington e Davos), julgavam a Unctad um dinossauro em extinção. Ao contrário do Fundo Monetário Internacional, que na véspera da crise asiática de 1997 proclamava em seu relatório: "O futuro da economia mundial é cor-de-rosa"! Ou que, um ano após o início da atual crise, insistia que tudo não passava de perturbação passageira.
Não é o feio pecado da "alegria do profeta" que me leva a dizer tais coisas. É que, tão logo passem os piores efeitos da crise, esse pessoal, hoje de rabo entre as pernas, há de voltar com a arrogância de sempre. Basta atentar na teimosia do FMI em só aceitar controles de capital como último remédio, e não como arma normal do arsenal para evitar crises.
 Não foi a falha de imaginação ou inteligência a culpada da imprevisão. A causa é a ideologia, o disfarce de interesses de classe e setores sob roupagem científica. Os que dão as cartas no Departamento do Tesouro e equivalentes na Europa são os mesmos homens do setor financeiro que prepararam a crise. E o único arrependimento que deles se pode esperar é o daqueles que choram o tempo todo no trajeto para depositar no banco seus bônus milionários.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Manchetes do Globo, de tsunamis a marolinhas


Os mancheteiros do Globo pautam seu dia-a-dia por marolinhas e tsunamis. Por oposição a Lula, fazem um tsunami; por imposição da realidade, têm que surfar na marolinha. Vejam o festival aquático de hoje:
Manchetão da capa – tsunami (não foi tsunami, graças à marolinha)


Página 27 – marolinha (Brasil ficou em 4º do mundo)

Página 25 – tsunami (não foi tsunami, graças à marolinha)

Página 28 – marolinha (graças à marolinha, crescimento maior que antes)

Página 29 – tsunami (no subtítulo, Lula fez melhor que Fernando Henrique)


Página 27 – marolinha (graças à marolinha, Brasil vive em ondas crescentes... positivas)


domingo, 8 de novembro de 2009

Elio Gaspari compara as soluções anticrise de Lula e Fernando Henrique

Interessante essa comparação feita hoje por Elio Gaspari, na Folha e no Globo:
Duas crises financeiras, dois resultados
Um malvado devorador de números fez um exercício e comparou as iniciativas tomadas pelo tucanato durante a crise financeira internacional de 1997/1999 com as medidas postas em prática pelo atual governo desde o ano passado. Fechando o foco nas mudanças tributárias, resulta que os tucanos avançaram no bolso da patuléia, enquanto Nosso Guia botou dinheiro na mão da choldra.
Entre maio de 1997 e dezembro de 1998, o governo remarcou, para cima, as alíquotas de sete impostos, além de passar a cobrar um novo tributo.
A alíquota do Imposto de Renda do andar de cima passou de 25% para 27,5%. O IOF de créditos pessoais dobrou e aumentaram-se as dentadas nas aplicações. O IPI das bebidas ficou 10% mais caro e a alíquota do Cofins passou de 2% para 3%. Tudo isso e mais a entrada em vigor da CPMF, que arrecadou R$ 7 bilhões em 1997.
A voracidade arrecadatória elevou a carga tributária de 28,6% para 31,1% do PIB. O produto interno fechou 1998 com um crescimento de 0,03% e a taxa de desemprego pulou de 10% para 13%. Em 1999, o salário mínimo encolheu 3,5% em termos reais.
A crise financeira mundial de 2008/2009 foi mais severa que as dos anos 90. Em vez de aumentar impostos, o governo desonerou setores industriais, baixou o IPI dos carros, geladeiras e fogões, deixando de arrecadar cerca de R$ 6 bilhões nos primeiros três meses do tratamento. Uma mudança na tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas, resolvida antes da crise, deixou cerca de R$ 5,5 bilhões na mão da choldra.
A carga tributária caiu de 35,8% do PIB para 34,5%. Em 2009, o salário mínimo teve um ganho real de 6,4%.
O desemprego deu um rugido mas voltou aos níveis anteriores à crise.
Ao que tudo indica, a crise de 2008 sairá pelo mesmo preço que a de 1997/98: um ano de crescimento perdido.
As duas situações foram diferentes, mas o fantasma do populismo cambial praticado pela ekipekonômica de 1994 a 1998 acompanhará o tucanato até o fim de seus dias. O dólar-fantasia teve uma utilidade, ajudou a reeleger Fernando Henrique Cardoso. Ele derrotou Lula em outubro e o real foi desvalorizado em janeiro.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

The Wall Street Journal diz como o FMI deve funcionar: "É nós contra eles"

The Wall Street Journal abriu o jogo e abriu o bico: os países emergentes que se danem. O editorial do jornalão dos poderosos (Debtors to the Front) não entende por que os países emergentes devem ter mais poder de decisão dentro do FMI. Ele não entende por que "devedores" devem decidir como os "credores". E ainda faz questão de distinguir os "credores de longo prazo" dos "credores de curto prazo", onde se incluiria o Brasil, um dos líderes dessa verdadeira revolução (dentro dos conceitos do WSJ). O editorial acha que os "credores" deveriam ter deixado claro que aquilo não é uma democracia e que para ter mais direito a voto é preciso botar mais dinheiro no fundo, o que não foi feito. O board do FMI aprovou transferir mais 5% de poder de voto para os emergentes - para desespero do WSJ, que propõe que os constribuintes americanos parem de contribuir com o fundo. O que o jornalão esconde é que foram esses "credores" todo-poderosos que inventaram o Consenso de Washington (que acabou tendo o consenso do "nosso" FHC e sua trupe...), que levaram o mundo a uma crise sem precedentes e que só estão se safando agora graças a esses países emergentes que eles amaldiçoam. Com todo o respeito aos editorilistas do WSJ, esse não é o momento para "eles" (no casos os chamados "países credores") radicalizarem. Se não dialogarem com "nós", "eles" não têm muito futuro.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ok, a crise acabou. Por causa de quem, por causa de quê?

Agora à tarde, em discurso na comemoração dos 45 anos do IPEA, Lula disse que “viu na televisão muitos analistas econômicos que, se vivessem de bônus pelos acertos de suas previsões, acabariam falidos”. É verdade. Os Cavaleiros do Apocalipse cavalgaram por aqui livres, leves e loucos. Erraram em tudo, porque, em vez de fazer análises, torceram por um final catastrófico. Mas agora tudo é passado. O PIB está em alta, o emprego está em alta, as exportações estão crescendo, a indústria volta a crescer, o consumo dispara, a Bovespa bate recordes, o futuro já começou para o Brasil. E por que tudo isso foi possível? Temos vários pontos de partida para as respostas. Fundamentos da economia sólidos, política fiscal correta, regulação rígida do sistema financeiro, moeda estável, commodities, desoneração, oferta de crédito, mercado interno, nova classe média, etc, etc, etc. Todos os caminhos levam ao mesmo resultado. Mas prefiro escolher “a opção pelos mais pobres”. Soa lugar comum, mas foi o profundo “sentimento social” do Governo Lula que fez a diferença. O investimento social em larga escala gerou consumo, fortaleceu a economia, e foi além. Provocou as condições políticas necessárias para o Governo Lula enfrentar os poderosos grupos de oposição e, com isso, por exemplo, tomar as medidas econômicas que transformaram o tsunami internacional em marola nacional. Ainda no discurso de hoje à tarde, relacionando algumas conquistas de seu Governo, Lula disse: “Gente, o Brasil entrou no primeiro mundo”. É isso mesmo, entramos no primeiro mundo. Com ajuda dos que eram mais pobres.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Economist repete as palavras de Lula sobre a crise

Enquanto a nossa Oposição e a nossa Mídia vivem ironizando as frases de Lula sobre os efeitos da crise aqui no Brasil, a revista The Economist prefere praticamente repetir as suas palavras. Agora mesmo, dia 9, Lula voltou a dizer "eu continuo acreditando, pelos números, que nós fomos o último país a entrar na crise e que vamos ser o primeiro a sair". No dia 11, The Economist abre a reportagem a Brazil's recovering economy: Ready to roll again dizendo que "Among the last to fall into recession, Brazil may be among the first to grow out of it". Em seguida, escreve: "Many analysts believe that Brazil is now starting to grow again, and will return to annual growth of 3.5% to 4% next year. If so, that would mean that the country has escaped with only a brief recession". Isso quer ou não quer dizer que aqui no Brasil provavelmente a crise será apenas uma marolinha?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Mídia dá destaque ao que Delfim trata como irrelevante

Tdos mundo viu as manchetes com "recessão no Brasil". Agora leiam a entrevista de Delfim Neto dada a Toni Sciarretta, publicada na Folha de hoje:
Em 2010 país já crescerá a 4%, afirma Delfim
Ex-ministro da Fazenda, o economista Delfim Netto afirma que é "irrelevante" o marco da recessão técnica, configurada pelos dois trimestres seguidos de contração. Para ele, o país sairá com facilidade do atual quadro, que poderia ter sido melhor se o BC tivesse instrumentos para garantir o financiamento às exportações e a rolagem da dívida privada.
FOLHA - Essa discussão sobre a recessão técnica é relevante? DELFIM NETTO - Essa discussão é completamente irrelevante. Como toda convenção, não significa mais do que isso: duas quedas continuadas e sucessivas do PIB. O importante é que tivemos uma queda generalizada. É uma situação que já passou, mas que foi bastante ruim.
FOLHA - Qual a sua avaliação?
DELFIM - É uma situação um pouco menos ruim do que se supunha. Os pessimistas esperavam 3%, e os otimistas, 1,5%. Acredito que no segundo trimestre tenha recuperado um pouquinho, mas você terá ainda notícias ruins.
FOLHA - Por que todos erraram?
DELFIM - Tudo isso é palpite. Ontem o mercado apostava em [PIB de] menos 3,5%. Leva à conclusão de que o mercado não sabe nada.
FOLHA - Qual a diferença em relação às recessões anteriores?
DELFIM - As grandes recessões que tivemos foram todas induzidas-aconteceu em 1981, 1982 e 1983. Induzidas porque você tinha um déficit externo que não era financiável. Aquela recessão produziu os resultados que dela se esperavam: o equilíbrio externo. Esta recessão é muito mais importada. Certamente, [a recessão] foi muito maior do que precisava se o BC pudesse usar sua musculatura para dar conforto para o sistema bancário. O BC agiu sempre na direção certa, mas sempre lentamente. O agente público do BC não tem segurança jurídica para tomar a responsabilidade que ele precisava. Age com essa autonomia restrita.
FOLHA - O senhor está se referindo apenas aos juros?
DELFIM - Não é só juros. Era dar conforto, garantir que podíamos financiar os títulos [privados] que estavam vencendo, que podíamos acelerar as exportações.
FOLHA - Como sairemos da atual recessão?
DELFIM - Vamos supor que não tenhamos crescido no segundo trimestre em relação ao primeiro -que o PIB fique constante; no terceiro trimestre, que cresça 1%, e, no quarto trimestre, mais 1%. Quando chegar ao final do ano, já está com crescimento próximo do positivo. De alguma forma, a política monetária terá algum efeito. Os investimentos do governo também estarão maturando. Quando estivermos nos aproximando do segundo semestre de 2010, vamos estar rodando entre 3,5% a 4%. Não é preciso um esforço gigantesco. Se isso acontecer, a eleição será com o Brasil a 3,8%, 4%, o que não é mau. Estamos fazendo o que pode ser feito no Brasil. Se comparar o esforço brasileiro com o chinês é uma piada. Eles têm muito mais recursos e outra estrutura.

O que aconteceu com Míriam Leitão e Alexandre Garcia?

Com os novos números do PIB, hoje, no Bom dia Brasil, Míriam Leitão teve que lançar um sorriso amarelo e anunciar otimismo para a economia brasileira. E Alexandre Garcia, com o sorriso mais amarelo ainda, reconheceu que a Crise, aqui no Brasil, pode não ter sido uma marolinha, mas não foi uma tsunami. O que está acontecendo, meu Deus? Vamos acabar caindo em uma unanimidade...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dívida pública e reservas brasileiras: mais uma dor de cabeça para o "marketing cabeça" da Oposição

O Plantão Globo acaba de publicar notícia ("Meirelles diz que reservas do Brasil subiram e dívida pública diminuiu") sobre depoimento do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nesta quarta-feira em audiência pública na Câmara. Meirelles afirmou que as reservas internacionais do Brasil estão maiores do que no início da crise global. Em setembro do ano passado, segundo ele, as reservas eram de 205,1 bilhões de dólares, e no último dia 1º eram de 205,4 bilhões de dólares. A dívida pública do Brasil,antes da crise, correspondia a 40,5% do PIB, e hoje corresponde a 38%. No fim do ano que vem, esse percentual deverá cair para 37,5%. Para o presidente do BC, o aumento das reservas internacionais, associado à redução da dívida pública em relação ao PIB, fará com que o Brasil saia mais fortalecido da crise global. Esse, segundo ele, é o motivo da "euforia" do mercado internacional em relação ao Brasil. E conclui: "O Brasil deve ser o único país do G-20 que deverá sair da crise com um percentual da dívida menor em relação ao PIB e com reservas internacionais maiores". São notícias assim que fazem o "marketing cabeça" da Oposição perder a cabeça completamente.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

César Maia se rende a Lula

A principal atividade de César Maia nos últimos anos tem sido combater Lula e sua popularidade. Lançou um arsenal infindável de teorias políticas e econômicas para provar que o Governo Lula acabaria fracassando, que a aprovação popular despencaria, que a Oposição, logo, logo, conquistaria o lugar ao sol. Mas, mais uma vez, a realidade vai além da imaginação. A popularidade de Lula bate recordes, a economia brasileira está bem diante da crise (até virou referência internacional) e a candidata apoiada por Lula cresce sem parar nas pesquisas. Na sua coluna de sábado na Folha, César Maia se pergunta “por que razão a máxima (‘é a economia estúpido’) de Carville, assessor de Clinton na época, que relaciona a economia à política, não atingiu Lula?” Mergulha em números econômicos e de pesquisas na tentativa de encontrar resposta, mas continua atônito. “Passando à lógica política, talvez os discursos de Lula o situem como um protetor. Isso explicaria até números piores e sua avaliação. O mais provável é que os números estejam certos e que os primeiros meses de desemprego estejam protegidos pela indenização, FGTS, seguro-desemprego e a esperança. Mas não explicam a avaliação crescente de Lula no Rio”, conclui César Maia visivelmente desorientado. Hoje, no seu Ex-Blog, analisando a Pesquisa Datafolha ele admite: “Este Ex-Blog questionou em fevereiro a capacidade de Lula transferir votos a um personagem antípoda ao seu. Hoje deixa aquela afirmação em processo de re-avaliação”. Veja parte do Ex-Blog aqui:
A CRISE ECONÔMICA AINDA NÃO AFETOU A APROVAÇÃO DE LULA!
Trechos da coluna de Cesar Maia, na Folha de SP, da semana passada.
1. A pesquisa GPP -maio- ERJ, mostrou níveis de aprovação de Lula que nunca antes no RJ se havia visto. A avaliação –ótimo+bom- de Lula na Capital-RJ não chegava a 50%. Agora, no Estado 65%, na Capital 59%, na Baixada 74%, no Interior Industrial 72% e no Interior Rural 65%. As avaliações do governador permanecem entre 30% e 35%, apesar de feéricas campanhas publicitárias na TV, colagem em Lula e a boa vontade da imprensa local.
2. Lá se vão oito meses da crise econômica. O Brasil, neste período, ficou entre os países com dados mais acentuados de queda na indústria, no PIB e no comércio exterior. Por que razão a máxima (“é a economia estúpido”) de Carville, assessor de Clinton na época, que relaciona a economia à política, não atingiu Lula? O indicador mais óbvio seria o desemprego. A pesquisa mensal de emprego do IBGE pode ajudar.
3. Compare a PME de abril, de 2008 e de 2009 para as Regiões Metropolitanas agregadas. Pessoas em Idade Ativa 1,2%. Pessoas Economicamente Ativas (PEA) 0,6% e as Não Economicamente Ativas (PNAE) 2%. Em seguida, abram-se os elementos negativos da PNEA. As pessoas que gostariam e estavam dispostas a trabalhar diminuíram percentualmente de 12,2% para 12%. As marginalmente ligadas a PEA, cresceram de 4,6% a 5,2%. As desalentadas diminuíram de 0,1% a 0%.
4. A Taxa de Desocupação cresceu de 8,5% para 8,9%, mas, paradoxalmente o percentual de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas caiu de 3,4% a 3%. Vale dizer: a Taxa Efetiva de Desocupação, somando o desemprego aberto com o emprego precário, ficou estável em 11,9%.
5. Questionar os números vis a vis a crise é infantil depois de tantos anos. Os trabalhadores metropolitanos irem para o interior? A lógica é o inverso. É provável que o Bolsa Família tenha reduzido a migração e isso ajudaria a explicar os números. Passando à lógica política, talvez os discursos de Lula o situem como um protetor. Isso explicaria até números piores e sua avaliação. O mais provável é que os números estejam certos e que os primeiros meses de desemprego estejam protegidos pela indenização, FGTS, seguro-desemprego e a esperança. Mas não explicam a avaliação crescente de Lula no Rio.
NOTAS SOBRE A PESQUISA DATA-FOLHA-BRASIL!
1. A avaliação de Lula ter voltado a crescer (agora 69% de ótimo+bom) confirma os dados sobre sua avaliação (GPP), no Rio-Capital, apresentados no sábado na coluna de Cesar Maia na Folha de SP. E da mesma forma que a crise econômica não o afetou, apesar de ter se intensificado. Data-Folha mostra as seguintes respostas entre março e maio de 2009: a) a situação do país vai melhorar de 31% para 41%. b) O desemprego vai aumentar, cai de 59% para 43%. c) Inflação vai aumentar cai de 48% para 36%.
2. Os que estão de acordo com um terceiro mandato passam de 34% para 63%. Atenção! A campanha que Lula faz todos os dias aumenta a sua capacidade de transferir votos. Lula (na induzida) tem 47% das intenções de voto e Serra 25%, caindo 13 pontos. Essa é uma boa e má notícia. Boa porque define um piso para Serra. Má porque ele ainda pode perder 1/3 de suas intenções de voto se Lula mantiver capacidade de transferi-los.
3. Lula tem na espontânea 27% ou 57% da induzida. Serra tem 5% ou 13% da induzida sem Lula. Dilma tem 4% (e com Lula marcado), ou 25% de seus 16%.
4. Sem SP (supondo diferença aqui pró-Serra de 40 pontos), o resultado seria Serra 32% e Dilma 20%.
5. Este Ex-Blog questionou em fevereiro a capacidade de Lula transferir votos a um personagem antípoda ao seu. Hoje deixa aquela afirmação em processo de re-avaliação.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A mídia oposicionista continua burra

Com tantas notícias positivas no Brasil e no mundo sobre sinais de recuperação econômica, a Folha de hoje prefere manchete terrorista no alto da primeira página. E o pior é que a notícia principal da reportagem é bastante positiva:
"A balança comercial brasileira fechou o primeiro quadrimestre de 2009 com saldo de US$ 6,7 bilhões, alta de 49,4% ante o mesmo período de 2008. Em abril, ela ficou positiva em US$ 3,7 bilhões - o melhor desempenho nos últimos 11 meses. Os dados do mês passado, porém, também mostram que o Brasil exportou mais produtos básicos (como metal e soja) que manufaturados."
Em época de crise, é dever, mesmo para a mídia de oposição, procurar levantar o astral da população. Ajuda a superar os problemas - e ajuda os negócios até da própria mídia...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A mídia defende juros altos

Não entendo essa mídia. Ou talvez entenda demais. Ela é capaz de ir contra o país ou até mesmo de esquecer suas próprias dificuldades de financiamento, mas não pode deixar de criticar Lula. A reação histérica à troca de presidentes do Banco do Brasil é uma coisa escandalosa. Como a manchete de hoje do Globo. Ou o editorial da Folha. Um preferiu dar destaque à queda na Bolsa das ações do BB, o que foi natural. O outro especulou sobre aparelhamento político do BB. Nenhum deles quis acreditar na luta real contra o spread bancário atual. O Governo está de fato empenhado em entrar na concorrência com os bancos em defesa da nossa economia. Não é isso que se defende, a concorrência aberta? É isso que vai ser feito através do Banco do Brasil: baixar os juros, aumentar a participação no crédito e deixar claro para os bancos privados que acabaram os tempos do ganho fácil (como existia, por exemplo, no tempo da inflação). É com mecanismos como esse (e outros, sem dúvida) que o Brasil terá condições de combater a crise - e acabar com as marolas da Oposição...

domingo, 5 de abril de 2009

Lula, afinal?

A coluna de Fernando Henrique neste domingo é bem interessante. Trata da reunião do G-20 que está “sendo saudada com alívio”. Diz ele que foi preciso “uma crise dessa gravidade para despertá-los para a natureza da questão: há um descompasso no plano mundial entre as formas institucionais e o mercado”. Fernando Henrique diz em seguida: “Disso há muito se sabia”. E completa a abertura do texto com “não faltaram vozes isoladas a clamar por uma reordenação global, não só do mercado, mas das instituições financeiras e da sua regulação”. Apesar da clara tentativa de se inserir de qualquer maneira nesse novo momento de superação da crise, o texto é bom e até bem humorado, quando ele acrescenta um “sic” após a expressão “talibãs moderados” de Hillary Clinton – ironia de quem sabe muito bem que é contraditório associar “moderação” com “talibãs” (fundamentalistas islamitas). O problema do texto é que ele não se refere em momento algum ao grande vitorioso desse encontro do G-20 em Londres. Mas, pelo título que ele escolheu (“Luz, afinal?”), imaginamos que a figura sorridente de Lula ficou-lhe bruxuleando o tempo todo. Veja o texto completo:
Luz, afinal?
Diante da crise, o revigoramento da ordem global começa a ganhar fôlego
A reunião do G-20, em Londres, está sendo saudada com alívio. Finalmente os líderes mundiais começam a acertar o passo. Foi preciso uma crise dessa gravidade para despertá-los para a natureza da questão: há um descompasso no plano mundial entre as formas institucionais e o mercado. Disso há muito se sabia. Nos anos 90, quando a globalização financeira começara a se fazer sentir com força, o problema já se colocava: a falta de regas internacionais mais objetivas complicava a situação de vários países que, eventualmente, nada tinham a ver com o estopim da crise. Desde então, não faltaram vozes isoladas a clamar por uma reordenação global, não só do mercado, mas das instituições financeiras e da sua regulação. Clamava-se, ainda, por uma reordenação comercial (vejamse os esforços de Doha), pela reordenação das políticas de meio ambiente (os acordos de Kioto), pela reordenação bélica (com o empenho nos tratados de não proliferação atômica ou no controle dos mísseis), pela reforma do Conselho de Segurança e assim por diante. Mesmo os esforços globais de redução da pobreza e de melhoria da qualidade de vida foram objeto dos acordos que resultaram nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, aprovados pela ONU em 2000. Tudo isso caminhou a passos de tartaruga porque não é fácil complementar as ações que se devem dar no plano nacional com as que são de outra natureza e dependem de regras e decisões globais. Desde Kant se sabe que a paz universal requer um direito universal. Por que as finanças globalizadas escapariam dessa condição? Mas também se sabe que o fracasso da Liga das Nações, se não foi responsável pela Segunda Grande Guerra, abriu espaço para que a crise de 1929 despedaçasse o mundo em isolacionismos protecionistas e, no final, em guerras de conquista. Foi pela visão generosa de um mundo de paz e prosperidade que Roosevelt — como se vê em sua correspondência com Stalin durante a guerra — cedeu tanto aos soviéticos. Queria construir a ONU mantendo a União Soviética comprometida com a ordem global. Apesar da Guerra Fria e de tantos avatares mais, a ONU evitou uma guerra mundial. Hoje, diante da impossibilidade de os Estados nacionais controlarem a crise financeira, o revigoramento da ordem global começa a ganhar fôlego. Até aqui, com a impotência das instituições de Bretton Woods para enfrentar a maré de papéis tóxicos espalhados pelo mundo, o que vimos foi o Banco Central dos Estados Unidos e o Tesouro americano espalhando recursos aos trilhões de dólares, tentando irrigar o sistema bancário. Os resultados, entretanto, foram magros até agora. O mercado permanece amortecido pelo temor dos bancos em fazer novos empréstimos e pela preferência dos eventuais tomadores em se resguardarem. Só deseja empréstimo quem já está quebrado. Os europeus, ingleses à frente, mais prudentes, injetaram capital nos bancos e assumiram parcialmente o seu controle. Consequentemente, surgiu um cisma que poderia paralisar as decisões em Londres: de um lado, a Europa tratando de impedir que os estímulos fiscais arruínem o futuro de sua moeda e, do outro, os americanos, donos da mágica de produzir dinheiro lastreado na confiança no governo e em sua economia, provendo liquidez e aumentando os déficits sem muita preocupação com equilíbrios fiscais. Entretanto, como o mundo agora é mais plano, os chineses deram o grito de alarma pela boca do primeiroministro: e se o dólar desvalorizar? Por certo, o problema hoje não é a inflação, mas a deflação; as taxas de juros americanas podem se manter rentes a zero. Mas será assim amanhã se a dívida crescer a tal ponto que coloque em questão, ao longo do tempo, a capacidade de recuperação dos orçamentos americanos? Foi significativo ver que no G-20 falou-se de uma cesta de moedas que sirva de reserva, e houve a decisão de aumentar o capital do FMI e até de utilizar os direitos especiais de saque, uma espécie de dinheiro internacional próprio do FMI. Noutros termos: há no horizonte distante o que Keynes previra e desejava, a formação de uma Autoridade Monetária Central. Não será o Banco Central Europeu uma antevisão do que poderá ocorrer em décadas adiante? O Conselho de Estabilidade Financeira não poderá exercer papel efetivo na coordenação das políticas e em seu controle? Reordenação mais profunda do sistema financeiro global implicaria em um novo arranjo político, do qual estamos distantes. Mas, assim como o unilateralismo dos neoconservadores e do governo Bush esticou a corda nos dois lados, invadindo países e dando licença aos mercados para fazer o que quisessem sem consultar ninguém, a atitude do governo Obama (Hillary Clinton falando até de incluir os talibãs “moderados” (sic) na mesa de negociações) prenuncia algo melhor para o mundo. Gordon Brown foi perspicaz e procurou os emergentes para aumentar suas chances de liderança apostando em mais regulamentação. Isso, com maior legitimidade, ampliando-se o número de atores que decidem, talvez seja a fórmula para se falar com mais seriedade em um outro e melhor mundo. Georges Soros, voz dissidente e clarividente nas finanças, colocou a outra condição para um ponto de partida positivo: será necessário prover muito dinheiro para evitar tragédias maiores nos países pobres e em algumas economias emergentes. O G-20 falou de US$ 1 trilhão. É um começo. Os ativos globais perderam de US$ 30 trilhões a US$ 50 trilhões! Os socorros de todo tipo, incluindo-se estímulos fiscais, devem roçar os US$ 2 trilhões, as promessas vão aos US$ 5 trilhões. Em Londres, os líderes esperam que lá pelo fim de 2010 a economia flua outra vez. Tomara. Isso se houver restabelecimento da confiança e do crédito e avanços no reordenamento político e financeiro do mundo. Se, entretanto, houver fracasso, o protecionismo e o nacionalismo bélicos podem voltar à cena. Espero, por isso, que a reunião do G-20 não se resuma a uma oportunidade fotográfica.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Absurdo oposicionista: também o fim da crise pode ser ruim para o Brasil!

Li a reportagem “Crise nivela preço de ações na Folha e achei engraçado o destaque dado ao trecho “o problema é que, no momento em que o mercado financeiro estiver pronto para se recuperar, isso pode ser desvantajoso ao Brasil”. O que quer dizer isso? A matéria trata de levantamento feito pela consultoria Economática, a pedido da Folha, nas 50 maiores empresas da Bolsa de Nova York e da Bovespa, que mostra que "o índice P/L dos EUA saiu de um patamar de 25 no fim de 2003 para 12,5 nesse momento. No caso do Brasil, o índice recuou de 11,9 para 10,2 no período". Isso quer dizer, em primeiro lugar, que o risco e a expectativa de crescimento dos lucros pioraram significativamente nos Estados Unidos e apenas um pouco no Brasil. Poderíamos até dizer que é isso que traduz a diferença momentânea entre “tsunami” e “marola”. Mas o que faz a Folha? Baseada na grande queda dos preços das ações nos Estados Unidos, a Folha destaca que, quando a crise começar a acabar, a situação vai ser melhor para os Estados Unidos do que para o Brasil. Até o César Maia, no seu Ex-Blog de hoje, realça esse pensamento. Ora, convenhamos, isso já é muita forçação de barra. Vamos deixar claro o seguinte: quando a crise acabar, vai ser bom para o mundo inteiro. Se tudo voltar ao que era antes, viveremos todos um mundo de mais sorrisos – exceto, claro, a nossa Oposição, que vai viver uma crise ainda maior...

domingo, 1 de março de 2009

Economista alemão repete Lula

O Globo de hoje apresenta boa entrevista com Reinhard H. Schmidt, professor de política financeira da Universidade Johann Wolfgang Goethe, de Frankfurt, sobre a crise global. A correspondente, Graça Magalhães-Ruether, em certo momento pergunta: “Os países emergentes, como China, Índia e Brasil, tiveram desaceleração em consequência da crise. O senhor acha que esses países terão mais problema em superar a crise?” Vejam se a resposta de Schmidt não lembra (para desespero da Oposição, principalmente Fernando Henrique) as palavras de Lula?
O mais importante é que, pela primeira vez, esses países vão a uma reunião internacional como atores e não com um papel passivo de aceitar as regras ditadas pelo Primeiro Mundo e pelas instituições financeiras. E os países que antigamente sofriam com as regras impostas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) podem agora, de cabeça erguida, dizer: “Não criem regras que vocês mesmos não são capazes de cumprir”.