Mostrando postagens com marcador G-20. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador G-20. Mostrar todas as postagens
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Tighten the belt – o mercado sumiu!
O G-20 encerrou o último show e deixou seu recado: cada um por si e Deus contra todos. No caso, “Deus” são os Estados Unidos, com auxílio do dragão chinês. A desvalorização do dólar, a enxurrada de dólar especulativo, a crise europeia e o freio na compra de commodities pela China são as principais ameaças do momento. O Brasil – como todos os emergentes – obviamente serão afetados. Felizmente, ainda temos a nosso favor um excelente mercado interno (na mira de todos), economia bem fundamentada, bom controle da inflação e temos energia. Além de medidas defensivas temos que aumentar a ofensiva em busca de novos mercados. Não basta apertar o cinto – é preciso também usá-lo para abrir caminho.
Abaixo, artigo de Delfim Netto publicado hoje na Folha:
Amarrem os cintos!
Antonio Delfim Netto
O encontro do G20 em Seul, na Coreia do Sul, foi uma reunião lítero-musical de qualidade duvidosa. O seu resultado, pífio. A "solução prática" foi a cínica entrega da questão aos cuidados do FMI.
No ano que vem, ele deve apresentar um programa factível que distribua equanimente os custos do ajuste. Em poucas palavras e sem nhe-nhe-nhem: cada um que volte para casa, trate de cuidar dos seus interesses e ponha as barbas de molho.
Há uma grande dificuldade em dar peso adequado ao problema dos EUA e às malfeitorias da China, o que provoca ataques cruzados.
Os EUA meteram-se numa grave crise e, desde 2007, destruíram 10 milhões de empregos. Para retornar à taxa de desemprego aceitável de 5%, precisam reconstruí-los. Devido ao crescimento da população, para manter apenas o inaceitável nível atual de desemprego, de 9,6%, precisam criar 1,5 milhão de empregos por ano, ou seja, 125 mil por mês.
Mesmo que haja uma rápida recuperação e a economia possa absorver 600 mil empregos por mês (que é o dobro da média dos anos 90!), serão precisos dois anos antes que se volte ao nível de 2007.
Não se trata de um problema de liquidez, mas de confiança: as empresas não financeiras têm em caixa US$ 3 trilhões e não investem a não ser em tecnologias poupadoras de mão de obra. As instituições financeiras têm excesso de reserva de US$ 1 trilhão e não emprestam porque não há tomadores (o nível de endividamento das famílias é da ordem de 100% do PIB).
O único tomador de recursos é o próprio Tesouro dos EUA, cujo endividamento só poderá ser sustentado com a volta ao crescimento, que, por sua vez, depende do investimento do setor privado e do consumo das famílias.
Os EUA pagam agora o preço de sua miopia. Aumentaram o emprego nas finanças e na habitação enquanto transferiam alegremente (graças à valorização do dólar) para a China suas fábricas e seus empregos industriais e para a Índia os do setor de serviços.
Com a explosão das duas "bolhas", no setor financeiro e no imobiliário, o emprego no primeiro talvez nunca se recupere, e o do segundo demorará muito tempo. Uma coisa é certa. Se a demanda interna nos EUA não se recuperou, porque o governo foi incapaz de restabelecer a confiança no circuito econômico interno, só lhe resta a saída das exportações e a substituição do petróleo importado por biocombustíveis. Ele vai persegui-la com a desvalorização do dólar.
Devemos "amarrar os cintos" e aguentar a competição que vem por aí! Parece que com a taxa de câmbio de R$ 1,60 já podemos importar o etanol de milho dos EUA...
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Recado do G-20: Bretton Woods virou “Woodstock”
Em 44, quando os países vencedores da Segunda Guerra resolveram se reunir para botar ordem na economia mundial, os Estados Unidos eram literalmente os donos do pedaço. Em situação diferenciadamente robusta, eles davam as cartas. Nas Conferências de Bretton Woods, como ficou conhecido o encontro, o ouro, representado pelo dólar, passou a ser “moeda padrão”. No Governo Nixon, diante de dificuldades na economia, foi interrompida a paridade ouro-dólar. Apesar de tudo, os Estados Unidos continuaram no comando, até que a crise do Lehman Brothers embaralhou tudo. Os herdeiros de Bretton Woods ficaram parecendo herdeiros de Woodstock – o mundo ficou "doidão". Os Estados Unidos ficaram profundamente abalados pelas dificuldades internacionais que eles ajudaram a criar. E agora está praticamente impossível manter o dólar como referência internacional. Principalmente após a enxurrada de 600 bilhões de dólares com que Obama inundou o mundo. O dever do G-20 que se reúne a partir de hoje é transformar Seul em “Seul Woods”, criar uma nova ordem para as relações entre as economias mundiais. É muito saudável a proposta de Mantega de criar uma cesta de moedas para substituir o dólar como moeda-referência. Nessa cesta, estariam dólares, euros, ienes, libras (que já participam do FMI), e também o real e o Yuan. Vai dar muito bate-boca nesse “Seul Woods”, mas a verdade é que os Estados Unidos não têm mais “condições de ser o país com a moeda de reserva universal”. O próprio Capitalismo aplaudirá essa mudança. E o mundo ficará menos “pirado”.
Leiam esse artigo do sociólogo e doutor em geografia humana Demétrio Magnoli publicado hoje no Globo:
G-20, o espetáculo da soberania
Demétrio Magnoli
Aquilo que o ministro Guido Mantega define como guerra cambial é a paisagem superficial da longa crise do sistema de Bretton Woods. O desequilíbrio entre os superávits chineses e os déficits americanos forma o relevo destacado nessa paisagem, mas não a esgota nem a explica. A crise de fundo tem uma dimensão econômica mas uma raiz geopolítica. No fim das contas, as engrenagens institucionais da ordem econômica global parecem emperradas, pela primeira vez desde o pósguerra.
O G-20, palco da estreia de Dilma Rousseff na cena internacional, não é a ferramenta milagrosa de solução da crise. Antes, figura como uma expressão singular do impasse evidenciado desde a quebra do Lehman Brothers.
Na sua versão original, o edifício de Bretton Woods praticamente excluía a necessidade de interferência política no sistema monetário. O dólar refletia o ouro, que lhe servia de lastro nominal, e uma coleção de moedas orbitava em torno do dólar segundo um mecanismo de paridades quase fixas. As fundações do edifício estavam assentadas na rocha da escassez de dólares, num tempo em que os EUA eram os credores do mundo. O arranjo promoveu as três décadas gloriosas de crescimento acelerado das economias de mercado. Voluntariamente, para salvar o capitalismo, os EUA ajudaram a criar centros independentes de poder econômico, sacrificando no caminho a posição de hegemonia absoluta adquirida durante a guerra.
Quando a escassez de dólares desapareceu, premido pelo financiamento da Guerra do Vietnã, Richard Nixon levantou a âncora da paridade com o ouro. Bretton Woods 2 não emanou de uma conferência, mas de um gesto unilateral do gerente do sistema: a retomada da prerrogativa soberana de imprimir moeda. No novo ambiente de flutuação cambial, a interferência política dos principais atores tornouse um imperativo. O G-5 e o G-7, seu sucessor, nasceram como respostas à necessidade de tecer consensos em torno da governança econômica global.
Eles operaram como um clube seleto, que compartilhava uma visão de mundo similar e tomava decisões informais em reuniões fechadas, protegidas do assédio da imprensa.
Desde 1971, os EUA agem de olho nas suas prioridades nacionais, dividindo com o resto do sistema internacional o custo das políticas domésticas.
A desvalorização de Nixon difundiu para o mundo as pressões inflacionárias geradas no interior da economia americana. Dez anos depois, a “revolução econômica” de Ronald Reagan provocou a elevação dos juros globais, o desvio da liquidez mundial na direção de Wall Street e uma forte apreciação do dólar. Poucos anos mais tarde, tornou-se inadiável uma brusca correção de rumo, com a depreciação do dólar frente ao marco e ao yen, algo que demandava a aquiescência da Alemanha e do Japão. Washington obteve o que desejava no Acordo do Plaza de 1985, uma prova indiscutível da eficácia política do clube das potências.
Há dois anos, os EUA buscam uma reedição do Acordo do Plaza, sob a forma de um pacto de limitação de superávits ao máximo de 4% dos PIBs nacionais, o que implicaria forte apreciação do renminbi chinês. A proposta faz sentido, mas não decola, pela conjunção de dois motivos. Um: a China não admite reproduzir a função desempenhada pelo Japão há um quarto de século.
Dois: o G-20 não é um G7 ampliado.
Os chineses temem repetir a trajetória do Japão depois do Plaza, quando o influxo de capitais coagulou-se em bolhas especulativas nos mercados de imóveis e ações, que explodiram na crise financeira de 1990 e redundaram numa estagnação de quase dez anos. O consenso interno em torno do renminbi depreciado estendese do núcleo dirigente do Partido Comunista, que resiste a conferir direitos econômicos à população, até as empresas transnacionais estabelecidas no país, que funcionam como plataformas de exportações.
O G-20, consolidado após a quebra do Lehman Brothers, reflete o declínio relativo dos EUA e a multiplicação dos centros de poder econômico gerados pela globalização. Ele não é um clube, mas um fórum. Seus integrantes, especialmente a China, não compartilham a visão de mundo que moldou o sistema de Bretton Woods. Suas reuniões, escancaradas ao escrutínio público, são teatros do espetáculo da soberania. Hoje, em Seul, chineses, alemães, brasileiros e sul-africanos erguerão suas vozes para acusar os EUA. Todos eles estarão de olhos postos nas manchetes dos telejornais e das publicações impressas.
A decisão do Federal Reserve de inundar o mercado com uma torrente de US$ 600 bilhões assinala um ponto de inflexão. Os EUA cansaram de esperar e resolveram mudar unilateralmente o cenário mundial. A China retrucou num tom incomum, anunciando que erguerá uma “muralha de fogo” contra o ingresso de capitais especulativos.
A guerra cambial assume a configuração de um confronto político e ameaça converter o G-20 em praça de combates. Em meio aos disparos, o governo brasileiro transforma a justificada indignação com a iniciativa americana em pretexto para circundar o debate sobre a conexão entre os gastos públicos, as taxas de juros e a apreciação do real.
Uma falência do G-20 não serviria a nenhum dos atores de uma ordem econômica global que precisa da “mão visível” da política para conservar alguma estabilidade.
Mas o espetáculo da soberania, por sua própria dinâmica, pode desandar em guerra cambial e comercial, arrastando o mundo pela ladeira da depressão.
Hoje, só o FMI, que faz reuniões fechadas, propícias à separação entre a soberania e seu exercício espetacular, tem as condições políticas para exercer a mediação entre as potências do G-20.
Depois dos retumbantes fracassos dos anos 90, o FMI pode encontrar um novo papel útil nessa função de intermediação.
Se isso acontecer, o Brasil de Dilma Rousseff reconhecerá na antiga instituição de Bretton Woods um parceiro insubstituível.
Ironias da história.
Marcadores:
Bretton Woods,
crise econômica,
Damétrio Magnoli,
Dilma Roussef,
FMI,
G-20,
guerra cambial,
Guido Mantega,
Lehman Brothers,
Nixon,
Ronald Reagan,
Woodstock
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Obama: enfraquecido em casa, joga pesado contra o G-20
As grandes potências, principalmente os Estados Unidos, nunca viram com bons olhos esse admirável mundo novo, cada vez mais “globalizado”. G-5, tudo bem – deixa que a gente resolve entre nós... G-7, G-8, ainda aceitamos... Mas, G-20? BRIC? BASIC? Nem pensar!! Os Estados Unidos resolveram melar esse próximo G-20. Primeiro lançaram uma revoada de dólares, acirrando a guerra cambial. Prejudicados pela redução do capital especulativo na crise de 2008, resolveram dar uma forcinha para esses “investidores” espalhados pelo mundo. Ao mesmo tempo, mostraram suas garras diante dos parceiros globais, principalmente os emergentes, procurando enfraquecê-los nas próximas discussões. Não contentes com a guerra cambial, iniciaram um minucioso trabalho de cizânia, principalmente entre os BRICs. Puxaram a Rússia para um lado, a China pro outro e decidiram dar um chega pra lá no incômodo Brasil, priorizando a Índia para uma cadeira cativa no Conselho de Segurança. Os Estados Unidos dão sua demonstração de força no cenário internacional, que com certeza vai funcionar para o público interno. Mas não conseguirão impedir que novas forças emerjam defendendo interesses divergentes dos seus. Nem conseguirão que o G-20 se transforme em mero G-“10+10”...
domingo, 5 de abril de 2009
Lula, afinal?
A coluna de Fernando Henrique neste domingo é bem interessante. Trata da reunião do G-20 que está “sendo saudada com alívio”. Diz ele que foi preciso “uma crise dessa gravidade para despertá-los para a natureza da questão: há um descompasso no plano mundial entre as formas institucionais e o mercado”. Fernando Henrique diz em seguida: “Disso há muito se sabia”. E completa a abertura do texto com “não faltaram vozes isoladas a clamar por uma reordenação global, não só do mercado, mas das instituições financeiras e da sua regulação”. Apesar da clara tentativa de se inserir de qualquer maneira nesse novo momento de superação da crise, o texto é bom e até bem humorado, quando ele acrescenta um “sic” após a expressão “talibãs moderados” de Hillary Clinton – ironia de quem sabe muito bem que é contraditório associar “moderação” com “talibãs” (fundamentalistas islamitas). O problema do texto é que ele não se refere em momento algum ao grande vitorioso desse encontro do G-20 em Londres. Mas, pelo título que ele escolheu (“Luz, afinal?”), imaginamos que a figura sorridente de Lula ficou-lhe bruxuleando o tempo todo. Veja o texto completo:
Luz, afinal?
Diante da crise, o revigoramento da ordem global começa a ganhar fôlego
A reunião do G-20, em Londres, está sendo saudada com alívio. Finalmente os líderes mundiais começam a acertar o passo. Foi preciso uma crise dessa gravidade para despertá-los para a natureza da questão: há um descompasso no plano mundial entre as formas institucionais e o mercado. Disso há muito se sabia. Nos anos 90, quando a globalização financeira começara a se fazer sentir com força, o problema já se colocava: a falta de regas internacionais mais objetivas complicava a situação de vários países que, eventualmente, nada tinham a ver com o estopim da crise. Desde então, não faltaram vozes isoladas a clamar por uma reordenação global, não só do mercado, mas das instituições financeiras e da sua regulação. Clamava-se, ainda, por uma reordenação comercial (vejamse os esforços de Doha), pela reordenação das políticas de meio ambiente (os acordos de Kioto), pela reordenação bélica (com o empenho nos tratados de não proliferação atômica ou no controle dos mísseis), pela reforma do Conselho de Segurança e assim por diante. Mesmo os esforços globais de redução da pobreza e de melhoria da qualidade de vida foram objeto dos acordos que resultaram nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, aprovados pela ONU em 2000. Tudo isso caminhou a passos de tartaruga porque não é fácil complementar as ações que se devem dar no plano nacional com as que são de outra natureza e dependem de regras e decisões globais. Desde Kant se sabe que a paz universal requer um direito universal. Por que as finanças globalizadas escapariam dessa condição? Mas também se sabe que o fracasso da Liga das Nações, se não foi responsável pela Segunda Grande Guerra, abriu espaço para que a crise de 1929 despedaçasse o mundo em isolacionismos protecionistas e, no final, em guerras de conquista. Foi pela visão generosa de um mundo de paz e prosperidade que Roosevelt — como se vê em sua correspondência com Stalin durante a guerra — cedeu tanto aos soviéticos. Queria construir a ONU mantendo a União Soviética comprometida com a ordem global. Apesar da Guerra Fria e de tantos avatares mais, a ONU evitou uma guerra mundial. Hoje, diante da impossibilidade de os Estados nacionais controlarem a crise financeira, o revigoramento da ordem global começa a ganhar fôlego. Até aqui, com a impotência das instituições de Bretton Woods para enfrentar a maré de papéis tóxicos espalhados pelo mundo, o que vimos foi o Banco Central dos Estados Unidos e o Tesouro americano espalhando recursos aos trilhões de dólares, tentando irrigar o sistema bancário. Os resultados, entretanto, foram magros até agora. O mercado permanece amortecido pelo temor dos bancos em fazer novos empréstimos e pela preferência dos eventuais tomadores em se resguardarem. Só deseja empréstimo quem já está quebrado. Os europeus, ingleses à frente, mais prudentes, injetaram capital nos bancos e assumiram parcialmente o seu controle. Consequentemente, surgiu um cisma que poderia paralisar as decisões em Londres: de um lado, a Europa tratando de impedir que os estímulos fiscais arruínem o futuro de sua moeda e, do outro, os americanos, donos da mágica de produzir dinheiro lastreado na confiança no governo e em sua economia, provendo liquidez e aumentando os déficits sem muita preocupação com equilíbrios fiscais. Entretanto, como o mundo agora é mais plano, os chineses deram o grito de alarma pela boca do primeiroministro: e se o dólar desvalorizar? Por certo, o problema hoje não é a inflação, mas a deflação; as taxas de juros americanas podem se manter rentes a zero. Mas será assim amanhã se a dívida crescer a tal ponto que coloque em questão, ao longo do tempo, a capacidade de recuperação dos orçamentos americanos? Foi significativo ver que no G-20 falou-se de uma cesta de moedas que sirva de reserva, e houve a decisão de aumentar o capital do FMI e até de utilizar os direitos especiais de saque, uma espécie de dinheiro internacional próprio do FMI. Noutros termos: há no horizonte distante o que Keynes previra e desejava, a formação de uma Autoridade Monetária Central. Não será o Banco Central Europeu uma antevisão do que poderá ocorrer em décadas adiante? O Conselho de Estabilidade Financeira não poderá exercer papel efetivo na coordenação das políticas e em seu controle? Reordenação mais profunda do sistema financeiro global implicaria em um novo arranjo político, do qual estamos distantes. Mas, assim como o unilateralismo dos neoconservadores e do governo Bush esticou a corda nos dois lados, invadindo países e dando licença aos mercados para fazer o que quisessem sem consultar ninguém, a atitude do governo Obama (Hillary Clinton falando até de incluir os talibãs “moderados” (sic) na mesa de negociações) prenuncia algo melhor para o mundo. Gordon Brown foi perspicaz e procurou os emergentes para aumentar suas chances de liderança apostando em mais regulamentação. Isso, com maior legitimidade, ampliando-se o número de atores que decidem, talvez seja a fórmula para se falar com mais seriedade em um outro e melhor mundo. Georges Soros, voz dissidente e clarividente nas finanças, colocou a outra condição para um ponto de partida positivo: será necessário prover muito dinheiro para evitar tragédias maiores nos países pobres e em algumas economias emergentes. O G-20 falou de US$ 1 trilhão. É um começo. Os ativos globais perderam de US$ 30 trilhões a US$ 50 trilhões! Os socorros de todo tipo, incluindo-se estímulos fiscais, devem roçar os US$ 2 trilhões, as promessas vão aos US$ 5 trilhões. Em Londres, os líderes esperam que lá pelo fim de 2010 a economia flua outra vez. Tomara. Isso se houver restabelecimento da confiança e do crédito e avanços no reordenamento político e financeiro do mundo. Se, entretanto, houver fracasso, o protecionismo e o nacionalismo bélicos podem voltar à cena. Espero, por isso, que a reunião do G-20 não se resuma a uma oportunidade fotográfica.
Marcadores:
crise financeira global,
Fernando Henrique Cardoso,
G-20,
Hillary Clinton,
Lula,
talibã
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Brasil de Lula ganha destaque pelo jogo de cintura

Brasil: ´jogo de cintura´
El gigante latinoamericano trata de potenciar sus recursos ante la caída de las materias primas
Nicolás Torrent
Una de las sorpresas del G-20 - quizá la única-fue ver al presidente brasileño Luiz Inácio Lula da Silva a la derecha de George Bush en la foto de familia. Todo un símbolo de la posición que ha conseguido este país en la economía mundial. Y es que de los llamados BRIC - acrónimo para referirse a los emergentes Brasil, Rusia, India y China-,el país latinoamericano destaca por su combinación de libre mercado, políticas sociales y sostenibilidad. En brasileño, este modus operandi que a veces parece funambulismo, se llama jogo de cintura, en referencia a los movimientos de cadera de sus estrellas del fútbol. "Uno se sorprende todos los días de las oportunidades que ofrece Brasil". Las palabras no son de Lula, ni siquiera de un empresario brasileño. No, esta frase es de Ángel Agallano, director ejecutivo del Banco Santander en Brasil. El grupo de Emilio Botín acaba de fusionarse con una de las mayores entidades brasileñas, el Banco Real y en los tres próximos años, invertirá más de 920 millones de euros en este país para una ganancia prevista de unos 7.000 millones de euros.
Marcadores:
Ángel Agallano,
Banco Real,
Banco Santander,
BRIC,
Emilio Botín,
G-20,
Governo Lula,
La Vanguardia
Assinar:
Postagens (Atom)