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sábado, 7 de abril de 2012

Inflação: o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil?


Na quinta-feira, dia 5, o Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman publicou um artigo, Not Enough Inflation (traduzido hoje na Folha com o título de “Mais inflação, por favor”, reproduzido mais abaixo), que certamente deixou nossos analistas econômicos de plantão com o estômago embrulhado. Afinal, ele diz com todas as letras que o Fed (Banco Central de lá) deve “preocupar-se com a oferta de empregos e também com a estabilidade dos preços”. Aliás, vai além: “A direita quer que o Fed se mantenha obsessivo com a inflação, quando a verdade é que estaríamos melhor se, em vez disso, ele se preocupasse mais com o desemprego”. Isso nos lembra muito do desvario que tomou conta de nossos “analistas de mercado” quando o nosso Banco Central, em agosto do ano passado, decidiu reduzir os juros para 12% ano. Foi um Deus nos acuda, todos dizendo que era irresponsabilidade, que a inflação ia voltar, etc, etc. Este Blog fez questão de sair em defesa do Banco Central e esclarecer, como Paul Krugman, que a sua função não se restringe a garantir inflação baixa, de forma submissa ao cassino financeiro. O Banco Central acima de tudo tem que ter responsabilidade social – e às vezes isso pode significar criar estímulos a mais empregos, mesmo que represente inflação. Krugman  reconhece que “uma política mais agressiva para lutar contra o desemprego talvez levasse a inflação acima dos 2%”, mas ressalta que “se a taxa tivesse uma alta maior, para 3% ou 4%, seria terrível? Pelo contrário, iria ajudar a economia”, e se o Fed desistisse de combater o desemprego seria o mesmo que “violar seu próprio estatuto”. Na nossa postagem do dia 2 de setembro passado (A autonomia do Banco Central está em “cheque” ; ver também Paul Krugman e os bancos centrais, do dia 10 de setembro de 2011), igualmente afirmamos que “não existe sistema financeiro forte e eficiente sem princípios sociais”. Será que isso tudo quer dizer, como diria o ministro da ditadura, Juracy Magalhães, que o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil? Nessa questão do papel dos bancos centrais, estamos de acordo. Mas, aqui entre nós, se apesar do desemprego o Fed aumentasse um pouco os seus juros e valorizasse mais o dólar, nossas exportações agradeceriam...
Mais inflação, por favor
Paul Krugman
O Fed tem mandato duplo: se preocupar com a estabilidade dos preços e também os empregos
Há alguns dias, Alan Greenspan, o ex-presidente do Federal Reserve (o banco central americano), fez um discurso em defesa de seu sucessor. Ataques de republicanos a Ben Bernanke, ele disse, são "completamente inapropriados e destrutivos".
Mas por que os ataques são tão devastadores? Afinal de contas, ninguém na América deveria ser imune a críticas, muito menos aqueles -como os diretores do Fed- que têm o poder de fazer nossas vidas melhores ou piores.
Não. O real motivo dos ataques a Bernanke serem tão negativos é que eles são um esforço para induzir o Fed a tomar a decisão errada. Quem critica a política da instituição quer que ela sufoque a recuperação, ao invés de acelerá-la.
A direita quer que o Fed se mantenha obsessivo com a inflação, quando a verdade é que estaríamos melhor se, em vez disso, ele se preocupasse mais com o desemprego.
Na realidade, um pouco mais de inflação não seria uma má ideia.
O Fed tem, segundo a lei, um mandato duplo: preocupar-se com a oferta de empregos e também com a estabilidade dos preços.
E uma política mais agressiva para lutar contra o desemprego talvez levasse a inflação acima dos 2%.
Mas lembre-se das obrigações do Fed: se ele se recusar a aceitar os riscos no campo da inflação, mesmo com a desastrosa performance do emprego, seria o mesmo que violar seu próprio estatuto.
E, mais que isso, se a taxa tivesse uma alta maior, para 3% ou 4%, seria terrível? Pelo contrário, iria ajudar a economia.
A maioria do setor privado continua a ser prejudicada pelo excesso de dívida acumulada durante o período da bolha imobiliária. Esse débito é, sem dúvida, o principal fator a impedi-lo de investir e, por consequência, perpetua a crise.
Uma taxa modesta de inflação poderia, no entanto, reduzir essa ameaça -fazendo com que a dívida assuma seu real valor- e ajudar a promover a melhora de que o setor privado necessita.
Ao mesmo tempo, outras áreas do setor privado acumularam grandes quantias; uma inflação moderada faria esse montante estagnado menos atraente, agindo como um estímulo ao investimento.
Em resumo, longe de temer que medidas contra o desemprego levem a uma escalada da inflação, o Fed deveria desejar essa previsão.
Esse raciocínio me leva de volta às criticas republicanas e seu efeito negativo na política.
Realmente, Bernanke gosta de insistir que ele e seus colegas não são afetados pela política. Mas essa afirmação não é coerente com o comportamento do Fed -ou, às vezes, com a falta de medidas tomadas pela entidade.
Como muitos analistas têm notado, a própria previsão do Fed indica que, enquanto as coisas têm melhorado um pouco, ainda são esperados inflação baixa e desemprego alto nos próximos anos.
A mais recente reunião desse órgão mostrou que o Fed está inclinado a não tomar providências, a não ser esperar que as coisas se direcionem para o pior caminho.
Então, o que está acontecendo? Creio que os membros do Fed, admitam eles ou não, estão se sentindo intimidados -e são os trabalhadores americanos que estão pagando o preço por essa timidez.

sábado, 10 de setembro de 2011

Paul Krugman e os bancos centrais


O economista (Prêmio Nobel) Paul Krugman publicou há dois dias um artigo (“Setting Their Hair on Fire”, traduzido na Folha de hoje) que tem tudo a ver com a decisão do nosso Banco Central de baixar juros e que tanto chocou nossos “analistas de plantão”. O artigo é sobre o discurso de Obama com o plano para redução das taxas de desemprego que apavoram os Estados Unidos (e o mundo...), mas ele faz um parêntese para “discorrer sobre outro discurso econômico importante da semana, pronunciado por Charles Evans, presidente do Federal Reserve de Chicago”. Evans teria afirmado que “o Fed (Banco Central de lá), tanto em função da lei quanto por responsabilidade social, deveria se esforçar para manter tanto a inflação quanto o desemprego baixos”. Guardadas as devidas proporções, isso me lembra o que escrevi neste Blog na semana passada: “(O Banco Central) não pode esquecer que não existe ‘sistema financeiro forte e eficiente’ sem princípios sociais”. Infelizmente, não é assim que entendem nossos analistas do mercado financeiro. Como diz Krugman, “hoje em dia, falta convicção aos homens e mulheres supostamente sábios que deveriam cuidar do bem estar da nação”.
Abaixo, o texto traduzido pela Folha, e você pode ver o vídeo do The Wall Street Journal onde o nosso Banco Central é tratado como "vanguarda".

Ateando fogo aos cabelos
Paul Krugman

Devemos ser gratos a Obama por ele perceber até que ponto a situação do emprego é desesperada
O novo plano de emprego do presidente Barack Obama me surpreendeu de maneira positiva. É muito melhor e mais audacioso do que eu esperava. Caso venha a ser aprovado, é provável que reduza o desemprego de maneira substancial.
Não é provável que o plano seja aprovado, evidentemente, graças à oposição do Partido Republicano. E tampouco é provável que qualquer coisa mais aconteça para ajudar os 14 milhões de americanos que estão sem trabalho. O que representa tanto uma tragédia quanto um ultraje.
Antes de chegar ao plano de Obama, permitam-me discorrer sobre outro discurso econômico importante da semana, pronunciado por Charles Evans, presidente do Federal Reserve de Chicago. Evans declarou sem meias medidas aquilo que alguns de nós esperávamos há anos ouvir de um dirigente do banco central.
Evans afirmou que o Fed, tanto em função da lei quanto por responsabilidade social, deveria se esforçar para manter tanto a inflação quanto o desemprego baixos – e embora a inflação provavelmente deva continuar perto ou abaixo da meta de cerca de 2% adotada pelo banco central, o desemprego permanece extremamente elevado.
Qual deveria ser a reação do Fed, portanto? Evans: "Imagine que a inflação estivesse correndo próxima aos 5%, ante nossa meta de 2%. Há alguma dúvida de que um dirigente competente de banco central reagiria de maneira vigorosa para combater uma inflação tão alta? Não. Estariam agindo com se os seus cabelos estivessem pegando fogo. Deveríamos trabalhar de maneira semelhantemente enérgica para a melhora das condições do mercado de trabalho".
Mas o cabelo do Fed não está em chamas, e a maioria dos políticos tampouco parece considerar a situação urgente. Hoje em dia, falta convicção aos homens e mulheres supostamente sábios que deveriam cuidar do bem estar da nação, enquanto os piores, representados por boa parte do Partido Republicano, estão repletos de intensidade apaixonada. E por isso os desempregados terminam abandonados.
Bem, quanto ao plano de Obama: requer US$ 200 bilhões em novos gastos -boa parte dos quais em coisas das quais necessitamos de qualquer maneira, tais como reparos nas escolas e redes de transporte, e medidas para evitar a demissão de professores - e US$ 240 bilhões em cortes de impostos.
O montante pode parecer muito elevado, mas não é. O efeito persistente do estouro da bolha na habitação e a dívida domiciliar remanescente criam um rombo anual de cerca de US$ 1 trilhão na economia dos EUA, e o novo plano -que não concretizaria todos os seus benefícios no primeiro ano - só supriria em parte essa lacuna. E não está claro até que ponto os cortes de impostos seriam efetivos como estímulo ao consumo e investimento.
Ainda assim, o plano seria muito melhor que nada, e parte de suas medidas, especialmente as destinadas a promover incentivos à contratação de pessoal, poderiam produzir resultado alto em termos de empregos gerados.
O cabelo de Obama talvez não esteja em chamas, mas certamente está soltando fumaça e devemos ser gratos por ele perceber até que ponto a situação é desesperada.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A autonomia do Banco Central está em “cheque”


É isso mesmo, o Banco Central o tempo todo tem que checar nossa economia, saber o que é melhor para torná-la mais forte, buscar contribuir para que a sociedade seja beneficiada pelas ações econômicas. Está lá em destaque no seu site qual é a missão: “Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro forte e eficiente”. Ou seja, tem que controlar a inflação, com certeza, mas não pode esquecer que não existe “sistema financeiro forte e eficiente” sem princípios sociais. Pode parecer meio tatibitate, mas essa é que é a verdade. A autonomia do Banco Central só ficará em jogo se ele se desviar da missão que tem e entrar no jogo do cassino financeiro. O resto é blefe oposicionista.
O Banco Central mostrou que, como todo o Governo, está sintonizado não apenas na economia brasileira, mas também no momento da economia mundial. Temos que ficar de olho na inflação sem perder de vista a retração de Estados Unidos/Europa. Para nos proteger, temos que valorizar o mercado interno, evitar os países “chupa-cabra” e proteger nossa moeda para aumentar as exportações. Quem não pode ficar em xeque é o País.
Gostei da análise feita ontem pelo colunista da Folha, Vinicius Torres Freire, na contramão dos analistas convencionais:

JURO DESPENCAVA NO MERCADO DESDE JULHO
BC será criticado por "falta de autonomia", mas finança também previa piora grave na economia mundial

Hoje será dia da divulgação de notas de falecimento da autonomia do Banco Central e de diagnósticos sobre o enlouquecimento de seus diretores. O motivo, claro, terá sido a decisão do BC de baixar a taxa "básica" de juros de 12,5% para 12%, como que atendendo a pedido quase explícito de Dilma Rousseff.
Para juntar insulto à injúria, o talho nos juros ocorre quando a inflação ainda anda pela casa dos 7% anuais.
Mas, antes de assistir ao teatro das reações estereotipadas, é preciso prestar atenção a uns fatos da vida.
Primeiro, lembre-se que a taxa "básica" de juros futuros no mercado começou a desabar no início de agosto.
Em termos reais, descontada a inflação, caiu de 6,9% no final de julho para 5,9% em 19 de agosto. Ontem, estava em 5,5%. No pico da campanha de juros do BC, fora a 7,2% (início de julho).
O que houve no início de agosto? O tumulto da dívida dos EUA. Medo de calote de governos e quebra de bancos na Europa. Histeria no mercado financeiro. Ficou claro que a economia do mundo rico voltaria ao vinagre.
O mercado ajusta sua taxa "básica" com um olho na economia real e outro na política de juros do BC.
Em agosto, o governo começou a falar em novo "mix" de política econômica para enfrentar a crise mundial rediviva: menos gasto ajudaria o BC a reduzir juros; o BC insinuou ter gostado da ideia.
No mundo rico, ficou claro que não haveria gasto público adicional para estimular economias em quase coma. A recaída recessiva mundial bateria no Brasil, que também cresceria menos e, assim, teria menos inflação.
Logo, a tendência dos juros seria, em tese, de queda. O BC usou ontem esse argumento para justificar o corte dos juros. Mas o mercado vinha na mesma toada.
Segundo, note-se que, se o BC está louco, não é de agora. Desde o início do ano diz que a fraqueza da economia mundial levaria preços importantes para baixo, como os de commodities (petróleo, comida, minérios). Nessa campanha de alta de juros, forçou bem menos a mão que a diretoria do BC anterior, nas altas de 2008.
O Banco Central está certo? A prova do pudim será comê-lo. Pela nota divulgada ontem, o BC pinta um quadro muito ruim para a economia mundial e, mais importante, acha que o Brasil será contaminado de modo relevante, o que não é consensual.
Antes mesmo do corte de ontem, BC e mercado já divergiam sobre a inflação. Com Selic a 12,5%, o BC previa inflação de 4,8% em abril de 2012. O pessoal mais certeiro do mercado previa pelo menos 5,6%.
Pode ser que dê errado. Ainda assim, não haverá "descontrole inflacionário". Enfim, os problemas econômicos do Brasil estão muito além de meio ponto para cá ou para lá na taxa de juros.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Prêmio Nobel de Economia critica nossa alta de juros: agora me sinto menos maluco


Terça-feira passada fiz uma postagem (Enigma do Copom: decifra-me ou aumento os juros) criticando a provável alta de juros. No dia seguinte, o Banco Central, seguindo o seu dever de casa, aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto. O que me surpreendeu foi ver pouca repercussão contrária à elevação, em comparação com o que acontecia no passado. O Globo chegou a colocar em sua primeira página manchete ridícula: "BC de Dilma aumenta juros para conter inflação de Lula". Nas páginas internas, reações contrárias de empresários e sindicalistas sem qualquer destaque. A Folha deu a notícia em segundo plano, na primeira página: "Pressão inflacionária faz BC de Dilma estrear com alta de juro". Nas páginas internas, a Folha valorizou a opinião do mercado financeiro, que exigia aumento ainda maior(!) e meio que desprezou opinião do setor produtivo, colocando apenas a voz contra do Presidente da Firjan, que lembrava que "a alta de juros impõe perda de competitividade à indústria nacional".
Na minha postagem, escrevi: "Os motivos inflacionários do final do ano passado já não parecem os mesmos e Guido Mantega está claramente empenhado em cortar gastos - mesmo mantendo a política de desenvolvimento. Os juros altos agora prejudicariam fortemente nossa moeda e nossa posição no mercado internacional, acabaria sendo ruim para nosso mercado interno". Mas fiquei me sentindo um peixe fora d'água. As medidas corretas tomadas nos últimos anos pelo Banco Central pareciam justificar qualquer coisa. Por isso foi com prazer que li a entrevista publicada ontem no Globo Online, dada à correspondente Déborah Berlinck, com o prêmio Nobel  de Economia, Joseph Stiglitz. Disse ele: "As pessoas têm que tomar cuidado para distinguir as fontes de inflação.Tem inflação importada, por exemplo, devido ao aumento dos preços dos alimentos ou energia. Isso tem que ser levado em consideração, mas não pense que se pode lidar com isso simplesmente através da elevação da taxa de juros. O pobre vai sofrer com o aumento dos preços (dos alimentos). Fazê-lo perder o emprego (como consequência do aumento de juros) não vai resolver o problema da sociedade". Ufa! Que bom saber que eu não tinha perdido o juízo. Leia a entrevista completa aqui.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dívida pública e reservas brasileiras: mais uma dor de cabeça para o "marketing cabeça" da Oposição

O Plantão Globo acaba de publicar notícia ("Meirelles diz que reservas do Brasil subiram e dívida pública diminuiu") sobre depoimento do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nesta quarta-feira em audiência pública na Câmara. Meirelles afirmou que as reservas internacionais do Brasil estão maiores do que no início da crise global. Em setembro do ano passado, segundo ele, as reservas eram de 205,1 bilhões de dólares, e no último dia 1º eram de 205,4 bilhões de dólares. A dívida pública do Brasil,antes da crise, correspondia a 40,5% do PIB, e hoje corresponde a 38%. No fim do ano que vem, esse percentual deverá cair para 37,5%. Para o presidente do BC, o aumento das reservas internacionais, associado à redução da dívida pública em relação ao PIB, fará com que o Brasil saia mais fortalecido da crise global. Esse, segundo ele, é o motivo da "euforia" do mercado internacional em relação ao Brasil. E conclui: "O Brasil deve ser o único país do G-20 que deverá sair da crise com um percentual da dívida menor em relação ao PIB e com reservas internacionais maiores". São notícias assim que fazem o "marketing cabeça" da Oposição perder a cabeça completamente.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Cuidado, estão querendo apagar o fogo!

Anos atrás, visitei o Museu do Dinheiro (Museu de Valores do Banco Central, em Brasília) e gostei muito. Mas o que mais impressionou foi a descrição que me fizeram do sistema antiincêndio. Tratava-se de um sistema especial com uma substância que apaga o fogo sem prejudicar as moedas raras que estão expostas. Simplesmente jogar água não daria certo, porque as "obras" seriam danificadas. O único problema, me explicaram, é que, por esse sistema, as pessoas presentes na hora do incêndio... morreriam! Eu várias vezes pensei sobre o assunto, imaginando se daria tempo de avisar e retirar as pessoas. Ontem tive resposta com esse exemplo do submarino russo que teve problemas com o sistema antiincêndio. O gás freon retira rapidamente o oxigênio impedindo a propagação do fogo, mas intoxicando as pessoas. 10% dos tripulantes morreram.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

O impossível acontece: Banco Central brasileiro vira exemplo para Fed americano

Meninos, eu li. Está lá no site da BBC: "Fed deveria se inspirar no BC do Brasil, diz Le Monde". Trata-se de um artigo publicado nesta terça no jornal francê Le Monde dizendo que o presidente do Fed (Banco Central Americano), Ben Bernanke, deveria inspirar-se na política monetária brasileira. Leiam o resto da notícia:
O jornal destaca o recente aumento da taxa de juros de 11,75% para 12,25% imposto pelo Banco Central brasileiro e opina que a “política de juros altos saneou a economia brasileira”.
“A taxa de poupança no Brasil é o dobro da dos Estados Unidos, o déficit da balança de pagamentos é moderado, os brasileiros consomem menos do que os americanos e economizam mais. A taxa de crescimento do país deverá ultrapassar os 4% este ano.”
“Ben Bernanke, presidente do Fed, deveria se inspirar na política monetária brasileira”, afirma o diário francês.
Remédio brasileiro
Segundo o Le Monde, a alta taxa de juros no Brasil serviu durante muito tempo para bancar investimentos em uma economia de riscos.
“Hoje já não é mais o caso”, diz. “A dívida externa do Brasil é inferior a 50% de seu Produto Interno Bruto, as contas correntes estão perto do equilíbrio e o déficit público é baixo, mesmo que os juros altos aumentem a dívida do governo”.
O jornal diz que o Brasil não está mais na lista dos países de risco desde que a agência de avaliação de risco Standard & Poor’s concedeu o grau de investimento.
“Os Estados Unidos estampam um grande déficit em sua balança de pagamentos e está com a moeda fraca. A taxa de poupança é baixa, às vezes negativa; o governo está mergulhado em déficits mesmo mantendo o crescimento do país”.
“Uma política monetária à brasileira poderia remediar esses problemas”, conclui o Le Monde.