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sábado, 22 de agosto de 2009

PT no Rio: Deputado Luiz Sérgio dá demonstração de força

Muitas vezes acho que o PT, em vez da estrela, deveria ter como símbolo uma interrogação. O que não deixa de ser bom, pode significar um partido sempre em transformação, superação. Mas no dia-a-dia isso parece representar eternas dores de cabeça, porque para quem está de fora é difícil entender o que está acontecendo. Veja agora esse caso do Rio de Janeiro, onde se decide ao mesmo tempo a nova direção partidária e fazer ou não fazer aliança com a candidatura peemedebista do Governador Sérgio Cabral. O Prefeito Lindberg, que tenta impor sua própria candidatura, mobiliza mundos e fundos para tentar derrotar a proposta de aliança da Direção Nacional do PT. Apesar dos mundos e fundos, não será uma tarefa fácil para o Prefeito de Nova Iguaçu. Ocupa a mídia diariamente apregoando que sua candidatura ao Governo do Rio é "irrevogável" (epa!) e bate de frente com os nomes eleitoral e politicamente mais viáveis da sigla petista. Contra a proposta de aliança da atual direção, decidiu apoiar alguns nomes para enfrentar a candidatura do Deputado Federal Luiz Sérgio à Presidência Regional do partido. O PED (Processo de Eleição Direta) do PT ocorrerá em novembro e, no Rio, os diversos grupos se unem e se separam basicamente em torno de 5 candidatos a Presidente. Pelo que apurei, entrevistando e conversando com representantes de diversas tendências, o Deputado Luiz Sérgio já deve contar com algo entre 50% e 55% do eleitorado. Outros 45%-40% estão distribuídos entre as candidaturas de Lourival Casula, Bismark Alcântara, Vereador (de Niterói) Waldeck Carneiro e Vereador (de Mesquita) Taffarel. O curioso é que, a acreditar no que alega Lindberg, 65% dos futuros congressistas já teriam abraçado sua proposta de não-aliança - mas o seu candidato preferido, Casula, parece estar longe de chegar aos 30%. Ontem fui convidado para o lançamento da candidatura Luiz Sérgio. Não gosto de comparecer a eventos partidários, mas dessa vez fiquei bastante interessado em ir ao auditório da ABI - Associação Brasileira de Imprensa. Infelizmente não foi possível. Recebi relato do evento que me deixou muito impressionado pela grandeza e demonstração de força do Deputado Luiz Sérgio. Entre os presentes no vai-vem da mesa, além do candidato, foi possível identificar Gilberto Palmares (Deputado Estadual), Inês Pandeló (Deputada Estadual), Benedita da Silva (Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio), Arthur Garcia (Prefeito de Santa Maria Madalena), Alberto Cantalice (Pres. do PT-RJ), Darby Igayara (pres. CUT-RJ), Jorge Mario (Prefeito de Teresópolis), Reimont (Vereador da cidade do Rio), Paulo Mustrangi (Prefeito de Petrópolis), Jorge Bittar (Secretário de Habitação da cidade do Rio), José Eduardo Dutra (candidato a Presidente Nacional do PT), Alberes Lima (Presidente do PT da cidade do Rio), Marcelo Zelão (Prefeito de Silva Jardim), Professor Tarcísio (Prefeito de Paracambi), Marilene Ramos (Secretária Estadual de Ambiente), José Mentor (Deputado Federal-SP), João Paulo Cunha (Deputado Federal-SP e ex-Presidente da Câmara dos Deputados), Paulo Rocha (Deputado Federal-PA), Marco Maia (Deputado Federal-RS e Vice-Presidente da Câmara dos Deputados), Marcelo Costa (Secretário de Desenvolvimento Econômico Solidário da cidade do Rio), Graça Foster (Diretora de Gás e Energia da Petrobras).

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Da série "Alberto Dines pensa que a imprensa tem o dom de buscar a verdade"

Essa tal "busca da verdade" de nossa imprensa está me deixando nervoso. A verdade encontrada agora foi a de que o ex-Deputado Federal José Dirceu saiu derrotado do 3º Congresso Nacional do PT, realizado no último fim de semana em São Paulo. Disse Tereza Cruvinel na sua coluna de hoje: "(...) o encontro explicitou ainda uma ascendência maior de Lula sobre o partido, e, para dentro, o fim da era Dirceu (...) fim da hegemonia do antigo Campo Majoritário de Dirceu". Não consigo entender exatamente essas verdades, porque o que vi, na própria mídia, foram sinais que apontam da direção contrária. 1) Antes do Congresso, José Dirceu já falava em candidatura própria para apresentar aos aliados - tese vencedora; 2) se em outros Congressos e Encontros José Dirceu era muito aplaudido pelos militantes do Campo Majoritário, neste 3º Congresso, já no primeiro dia, ele foi ovacionado por todas as correntes presentes; 3) as teses do "Construindo um Novo Brasil" (CNB, antigo Campo Majoritário) foram aprovadas por maioria absoluta; 4) A ascendência de Lula sobre o partido já é tão imensa, que é difícil imaginar que ela fique maior - ele continua sendo o grande líder petista. Agora pergunto: em qual Congresso essas "verdades" foram encontradas? Talvez seja o caso de providenciar uma lanterna, para que nossa imprensa, à maneira de Diógenes, tenha mais luz na sua busca da verdade...
Li agora no Blog de José Dirceu, que ele escreve algo próximo do que escrevi aqui. Destaco trechos:
A Folha de hoje vem com uma matéria surrealista e bem ao estilo da nossa mídia. Quer decidir o que foi deliberado no Congresso do PT e estabelecer que houve derrotados e vencedores, mesmo que a matemática e as decisões digam o contrário. Danem-se os fatos. O que vale é a notícia, que o título da matéria expressa bem - "Derrotas de direção atual abrem disputa no PT” (só para assinantes).
O jornal dá a entender que Lula, Berzoini e Zé Dirceu foram derrotados. Atribui vitórias à minoria, ou seja, à tese que ficou conhecida como Mensagem. Na prática, o Congresso aprovou a candidatura própria, vinculada à coalizão e a um programa de governo, e não como uma imposição do PT. Teses que defendi em entrevistas e aqui no blog. Logo, não sei como fui derrotado.
Essa matéria, como tantas outras, é apenas mais uma tentativa de nossa mídia de influir nos destinos do PT, mesmo às custas de deixar de lado os fatos, as votações e a realidade interna do PT.

Todos os partidos do Brasil têm candidato próprio à Presidência da República

Não entendo toda essa quizumba em torno da candidatura própria do PT para as eleições presidenciais de 2010. Ou melhor, entendo, sim. A oposição, com apoio da grande imprensa, quer acabar de vez com o PT e, para isso, busca pêlo em casca de ovo. É natural que o maior partido, que elegeu o Presidente atual, coloque a sua alternativa de candidato para seus aliados - e os aliados fazem o mesmo. Além disso, é mais do que natural que qualquer partido tenha candidato em todas as instâncias, para todos os cargos. Um partido existe para ter voto. Ou - concluindo acacianamente - sem voto, um partido não existe. E a candidatura própria majoritária é importante para os cargos majoritários, evidente, mas também é importante para fortalecer bancadas parlamentares. É claro que, verificando que não dispõe da maioria dos votos para eleger seu candidato, um partido procure se aliar a outro para, juntos, terem uma candidatura vitoriosa. De qual dos partidos sairá o nome do candidato, é uma decisão conjunta, fruto de muito debate, muita negociação e medição de força eleitoral. Isso se chama jogo da democracia. Quem, por exemplo, é o nome eleitoralmente mais forte para 2010 na base governista? Ciro (Bloco de Esquerda), Nelson Jobim (PMDB) ou Dilma (PT)? Hoje, provavelmente seria o nome de Ciro. Mas ainda estamos muito distante da hora certa para definir o candidato comum e nem sabemos ao certo se são esses os pré-candidatos. Provavelmente muita coisa vai mudar e as negociações estão apenas começando. Vejamos o exemplo das eleições municipais do próximo ano - a indefinição de nomes ainda é imensa. Em São Paulo, por exemplo, a aliança conservadora vai de Kassab ou de Alckmin? Ou dois serão candidatos, deixando a aliança para um possível 2º turno? E no Rio, qual será o candidato dos partidos que compõem a base governista (nacional)? O PT ainda não se decidiu se terá um nome e qual será: Benedita? Edson Santos? Molon? Vladimir? Minc? O PMDB é a sigla mais forte elelitoralmente, mas está sem nome próprio capaz de disputar. O PRB tem Crivella liderando as pesquisas. O PCdoB tem o nome forte de Jandira Feghali. O PDT tem o nome forte do Deputado Federal Miro Teixeira. O PSB poderia voltar a experimentar o Deputado Federal Alexandre Cardoso. O PHS teria quem - Esdras Macedo? E o PMN - o Deputado Estadual Christino Áureo? Tudo é possível, todos podem ter candidato próprio - a eleição já é no próximo ano. Faltam menos de 13 meses e ainda não decidiram sobre candidatura única ou comum a todos ou comum a alguns! Por favor, mais juízo no noticiário. A imprensa pode escrever o que quiser, mas precisa tomar mais cuidado com as historinhas que anda inventando.

sábado, 1 de setembro de 2007

3º Congresso do PT: a recuperação da auto-estima

O PT cometeu erros. Ninguém discute mais isso. Erros primários, de principiantes, talvez próprios de um partido ainda jovem, que teria chegado à Presidência da República muito cedo. Mas o seu grande erro político foi ter deixado aberto um flanco tão imenso para o ataque adversário. Por dois motivos principais: 1) a questão ética sempre foi uma bandeira forte do partido, que não poderia ter sido arrebatada como foi; 2) o PT é o partido que mais valoriza a organização partidária, e assim o possível erro de um indivíduo passa a ser visto como erro de todo o PT (bem diferente do que ocorre com qualquer outro partido). Somemos a isso uma oposição aguerrida, disposta a recuperar a qualquer custo o poder que detinha, com dinheiro na mão, controle da mídia e no comando da classe média dos principais centros urbanos - e teremos um ataque adversário poderoso, praticamente imbatível. Diante dessa situação, o que se via nos últimos meses era um PT acuado, cauteloso, desculpando-se por existir e apoiado unicamente na figura de Lula e da política social do seu governo. Com os ataques da crise aérea, parecia que o fim do partido estava próximo. Mas o julgamento do mensalão, ao contrário do que se esperava, deu novo ânimo ao PT. Primeiro porque deixou claro que as acusações contra seus antigos dirigentes fundamentam-se em quase nada. Segundo, porque deixou evidente o jogo da oposição - com apoio na grande imprensa - para usar o julgamento com o objetivo único de destruir o partido. O importante não era encontrar a verdade, mas, sim, acabar com o PT. Nesse 3º Congresso em São Paulo, os petistas voltaram a se encontrar com orgulho. Ovacionaram o seu líder José Dirceu e, acima de tudo, voltaram a ter um contato direto com Lula, livre da intermediação de notícias distorcidas. Ninguém chegou lá com a cabeça baixa que a oposição esperava. Nem o partido caiu na armadilha de abrir mão de candidatura própria para 2010. Ora, se outros partidos da aliança têm candidatos próprios, por que o PT não pode ter? Isso faz parte do jogo político. Não é imposição, é parte de qualquer negociação de aliados que querem, juntos, encontrar o melhor caminho da vitória. Outro aspecto importante foi a vitória das teses da CNB (Construindo um Novo Brasil, novo nome para o Campo Majoritário). Foi vitória por maioria absoluta, mostrando que o partido não se curvou à mídia. Houve alguns vacilos, desnecessários, de algumas propostas (derrotadas) ingenuamente anti-José Dirceu. Foram propostas que poderiam fazer algum sentido há dois anos atrás, quando o partido estava inteiramente nas cordas. Aprová-las agora significaria cair de joelhos. E não é isso que o 3 º Congresso quer. O ambiente está carregado de energia positiva, e a sensação que se tem é que os petistas estão saindo de alma lavada.