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domingo, 29 de abril de 2012

O marketing da baixaria, um mal sem fim da política




Em 98, logo após a campanha vitoriosa de Garotinho para governador do estado do Rio de Janeiro, escrevi um “Diário de Campanha” (que você pode ler na íntegra, clicando na foto da capa, aqui ao lado), e um de seus capítulos foi sobre “O Marketing da Baixaria”. Meu alvo principal era a campanha do terror que Cesar Maia desenvolveu na época, principalmente contra Brizola e Garotinho. Começo dizendo: “A baixaria, infelizmente, está incorporada às campanhas políticas. De tal maneira, que virou regra”.
Marketing, como diz Al Ries, é guerra de percepções, e o marketing político não é diferente. Talvez até seja mais intenso. O problema é que há uma linha de pensamento entre políticos e marqueteiros políticos que acredita que construir uma percepção negativa do adversário é mais importante do que construir (ou fortalecer) a sua própria imagem positiva. Nessa campanha de 98, foi assim. Cesar Maia tinha grandes realizações para mostrar, sua administração como prefeito era bem avaliada – mas o complexo de escorpião falou mais alto e ele preferiu atacar Brizola e associá-lo com o adversário Garotinho.
“César diz que Brizola criou a Fetranscoca”, noticiava o jornal Extra. Ou “Cesar quer a cabeça de Marcello” (jornal O Dia). Ou “César fará vídeo-denúncia” (JB). Nada disso adiantou. Ou melhor, funcionou ao contrário: Cesar Maia acabou personificando todo o noticiário negativo, sua imagem virou sinônimo de trevas. É verdade que em 92 tinha dado certo. Ele conseguiu associar Benedita aos arrastões que, misteriosamente, surgiram na praia e foram bem documentados. Apropriou-se também de uma história de um filho da Benedita que teria comprado um diploma escolar (só muitos anos depois a Benedita teve conhecimento da história verdadeira e completa). Mas a situação era outra. A campanha petista era extremamente ingênua, ainda despreparada para um enfrentamento mais pesado, e tinha feito a bobagem de levantar a bandeira da honestidade. Lembro até a história de um irmão do Cesar Maia que teria ido à produtora petista disposto a “revelar os podres de Cesar Maia”, mas a Coordenação não achou correto divulgar, porque não existiam provas concretas. Se fosse o contrário, bem provavelmente o depoimento teria ido ao ar, dentro da lógica de que “em campanha política a única coisa que não se pode fazer é perder”.
Quando vejo os ataques de baixo nível que Garotinho faz agora contra o Sérgio Cabral, lembro de todos esses momentos, e me impressiono. Ou talvez nem tanto. Afinal, esse tipo de ataque é típico do desespero. Garotinho e Cesar Maia – hoje, aliados – estão sem alternativas, com imagem em queda, não veem outro caminho que não seja o de desqualificar o principal adversário regional. Procuraram pegar carona no escândalo de Cachoeira (que obviamente deve ser noticiado e investigado) para tentar envolver Sérgio Cabral (de certa forma, até contribuindo para desvio do foco principal) e para isso divulgaram cenas que – independentes do que realmente representam – podem causar grande imagem negativa. O maior prejudicado, no entanto, é o eleitor, que fica perdido nesse tiroteio da guerra de percepções. Talvez seja o caso de recuperar a reportagem da Tribuna de 22 de julho de 1998 que manchetava: “Garotinho pede a César para elevar o nível da campanha”.


sexta-feira, 2 de abril de 2010

Eleições, 2010: os rachas do Rio pelo Senado


A disputa pelas duas vagas no Senado está abalando a política no Rio como poucas vezes foi visto. O primeiro arranca-rabo foi dentro do próprio PT, entre Benedita da Silva e Lindberg Farias, com vitória do prefeito petista através de prévia eleitoral. Instantaneamente, o racha se espalhou dentro da base aliada do Governo, com um arranca-rabo ainda maior entre Lindberg e o cacicão peemedebista Jorge Picciani – que por sua vez resolveu partir também para cima de Marcelo Crivella (PRB), o preferido de Lula.
Na Oposição o abismo entre aliados não é menor – embora até há pouco tempo parecesse um mar de tranquilidade. A resistência ao nome de Cesar Maia (DEM) para disputar a vaga começou com o que parecia “implicância” do presidente do PV, Alfredo Sirkys, sem endosso do candidato verde ao Governo, Fernando Gabeira. Mas a coisa foi ganhando outro contorno. O perfil do eleitorado do PV e de parte do PSDB (Andrea Gouvêa Vieira, Marcio Fortes, etc.) não combina com o perfil do eleitorado de Cesar Maia e da outra parte do PSDB (Zito, por exemplo). Junto à classe média da Zona Sul, a rejeição a Cesar Maia é alta. Mas junto à classe média mais conservadora ele é pule de 10. Tudo começou a parecer incontornável com a nova posição de Gabeira anti-Cesar Maia. O candidato “demo” (que não depende tanto dos votos dos eleitores de Gabeira) lembra a todos que, sem ele, o a re-eleição de Sérgio Cabral pode se confirmar ainda no primeiro turno. Gabeira no entanto parece não estar nem aí para a disputa estadual. Talvez ele sonhe apenas com a Embaixada de Paris, que uma hipotética vitória de Serra poderia lhe garantir...
Enquanto isso, os rachas continuam.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Os movimentos com o Bispo que Lula faz no tabuleiro fluminense



Lula tem como objetivos eleitorais principais no Rio re-eleger Sérgio Cabral Governador e re-eleger Marcelo Crivella Senador. São objetivos óbvios (já que o estado do Rio de Janeiro, como terceiro colégio eleitoral do Brasil, é fundamental para alcançar o objetivo estratégico de eleger Dilma), mas que exigem muito conhecimento do jogo eleitoral. É verdade que fechar a parceria do PT local com o peemedebista Sérgio Cabral acabou sendo mais fácil do que aparentava inicialmente (o alarido de resistência feito por Lindberg acabou ficando pra trás em um belo en passant). Mas a eleição de Marcelo Crivella ainda cobra muita concentração de Lula. Os movimentos requerem precisão, por tratar-se de uma candidatura considerada estratégica em muitos aspectos. Crivella, afinal, representa o poder evangélico da Igreja Universal com sua Rede Record – espécie de fianchetto duplo (ou uma abertura Larsen) na proteção do Governo Lula de ataques frontais do Império Global.
Acontece que, apesar de sua liderança incontestável nas pesquisas, Crivella conta com altíssima taxa de rejeição, principalmente na Capital – e isso já lhe custou três derrotas para Prefeito e Governador. Seu partido, o PRB, é nanico e deve lhe garantir apenas algo em torno de ½ minuto por programa eleitoral de Rádio e TV, o que é insignificante. É necessário, portanto, que Crivella seja acomodado em uma aliança vencedora, que lhe dê tempo no Horário Eleitoral e abra espaço privilegiado em todas as regiões. E é aí que mora o problema.
Garotinho poderia ser uma alternativa, mas também está em partido nanico e ainda insiste em campanha de ataques-suicidas a Sérgio Cabral.  E a aliança principal em torno do PMDB e do PT já conta com seus próprios candidatos, Picciani e Lindberg (aliás Crivella acaba de ter grande avanço nesse campo, com o afastamento de Benedita da Silva, sua maior ameaça na conquista do eleitorado de perfil popular). Picciani, cacicão do PMDB, mesmo estando em posição difícil nas pesquisas, não recua nenhuma casa na decisão de candidatar-se ao Senado. E Lindberg, espécie de enfant terrible do momento, faz grande alvoroço, tornando complicado qualquer acordo.
O tempo está correndo e o Grande Mestre Presidente já fez uso de todas as táticas possíveis, sem sucesso. Trocou peão... fez roque... usou os cavalos... avançou a rainha... mas ainda não conseguiu efetuar o sonhado xeque-mate. Vai acabar tendo que virar o tabuleiro...

A título de curiosidade, lembro que “estratégico” é mesmo um adjetivo bastante colado em Crivella, já que os nomes para a pasta de Assuntos Estratégicos têm sido indicação sua. Temos como exemplo Mangabeira Unger e o atual titular, Samuel Pinheiro Guimarães (que, em seu ótimo livro “Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes”, faz dedicatória a Lula e Celso Amorim, e não deixa de agradecer a contribuição de Crivella). Vai ver que foi por isso que Lindberg andou insinuando que convidaria Celso Amorim para ser seu suplente na chapa para o Senado. Lula que não é bobo vetou.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Vox Populi, RJ: Crivella, Benedita e Cesar Maia lideram para o Senado


Pesquisa quantitativa realizada pelo Instituto Vox Populi no estado do Rio de Janeiro, entre os dias 20 e 22 de março de 2010, com 1.000 entrevistas, margem de erro máxima de 3,1 pontos percentuais. Clique nos gráficos para ampliar.

Crivella (PRB), Benedita (PT) e Cesar Maia (DEM) têm empate técnico, com mais do dobro de pontos, cada um, à frente do quarto colocado, Lindberg Farias (PT).
Quando Lindberg sai de cena, Benedita avança, com ligeira vantagem sobre Cesar.

Quando é Benedita que sai de cena, Crivella e Cesar ficam inteiramente isolados na liderança.


quinta-feira, 11 de março de 2010

Eleição 2010, RJ: avaliação dos números de Cesar Maia


No seu Ex-Blog de hoje, Cesar Maia divulga números de Pré-Campanha no Rio de Janeiro. Vou comparar, em negrito, com outras informações que tenho recebido, abaixo de cada item do Ex-Blog:

OBSERVAÇÕES SOBRE A PRÉ-CAMPANHA DA ELEIÇÃO DE 2010, NO ESTADO DO RIO!

GOVERNO
Ex-Blog: Continua dando segundo turno. Ou seja, a soma de Garotinho e Gabeira é maior que Cabral, que está na frente.
Dentro da margem de erro, tanto pode dar segundo turno quanto primeiro. É melhor considerar que os votos válidos estariam mais ou menos em 50% para Sérgio Cabral.
Ex-Blog: A intenção de voto espontânea para governador dá a Cabral menos da metade do que tem na induzida. É um resultado muito ruim. Em outros estados, os governadores na espontânea têm pelo menos 70% dos votos que têm na induzida. Garotinho e Gabeira vêm empatados na espontânea.
Cesar Maia precisa conversar melhor com o pessoal do GPP...
Ex-Blog: Na pesquisa de intenção de voto induzida, Cabral lidera na faixa dos 35%, Garotinho tem 25%, e Gabeira está próximo a 20%.
A avaliação de Cabral está na faixa de 40% de ótimo e bom.
Disponho de 39, 21 e 20. O “ótimo+bom” deve ser por aí mesmo, mas a aprovação do Governo está em 65.

Ex-Blog: Mas um dado importante: são 55% os que querem mudar o governo e 40% os que querem continuidade.
Natural, nada demais.

PRESIDÊNCIA
Ex-Blog: Dilma se aproximou de Serra e estão em empate técnico. Serra abre no Interior e empata na capital e municípios metropolitanos. Num segundo turno Serra vence na margem.
É verdade que há empate técnico, mas quando Dilma é identificada como candidata de Lula pula mais de 21 pontos à frente – e portanto vence fácil também no segundo turno.

SENADO
Ex-Blog: Para Senador tanto no primeiro como nos dois votos, Crivella e Cesar Maia lideram com vantagem para Crivella dentro da margem de erro. Na alternativa com Benedita ela tem performance melhor que na alternativa com Lindberg: praticamente o dobro.
Crivella, Cesar Maia e Benedita estão com empate técnico em primeiro lugar. Comparada com Lindberg, é verdade, Benedita tem o dobro.
 
LULA
Ex-Blog: Lula atingiu seu melhor momento na avaliação ótimo+bom no Estado do Rio: cerca de 75%.
Aprovação já está 84.

terça-feira, 9 de março de 2010

Eleições 2010, RJ: Dilma (Presidência), Cabral (Governo), Crivella, Cesar Maia e Benedita (Senado) lideram

As pesquisas (das antigas às recentíssimas) de intenção de voto no Rio de Janeiro são bem claras.
Quando se trata da candidatura à Presidência, a candidata de Lula dispara na frente, chegando a ter o dobro das intenções de voto de Serra. Em outras palavras, Dilma é pule de 10, desde que esteja associada a Lula.
Quando se trata da candidatura ao Governo, a grande dúvida é se Sérgio Cabral ganha no primeiro ou no segundo turno.
Quando se trata da candidatura ao Senado (com duas vagas), Crivella, Cesar Maia e Benedita destacam-se na liderança, mas há alguns complicadores:
  • Crivella, além de enfrentar forte rejeição junto à classe média, está sem aliança com candidaturas ao Governo e sem tempo no Horário Eleitoral Gratuito.
  • Cesar Maia está bem, principalmente porque se trata do único candidato da oposição, ou seja, navega em águas tranquilas. Mas isso é até agora, porque quando a campanha começar terá que enfrentar a oposição de Lula e Sérgio Cabral.
  • Benedita surpreende a todos, porque desde 2002 não participa de nenhuma campanha. O problema aqui é Lindberg, prefeito petista de Nova Iguaçu, que agora quer porque quer candidatar-se ao Senado, apesar de estar bem atrás. Vai haver prévias internas do PT para decidir qual dos dois será o candidato, talvez com vantagem para Benedita. Acontece que, se for derrotado, Lindberg tenderá a fazer corpo mole, porque anda bem obcecado com a candidatura. E no caso de Benedita derrotada - ela fazendo ou não fazendo corpo mole - dificilmente Lindberg terá condições de alcançar Crivella e Cesar Maia.
Assim, apesar das candidaturas à Presidência e ao Governo no Rio de Janeiro estarem praticamente definidas, as duas vagas ao Senado estão incertas graças à disputa interna do PT.
 

quinta-feira, 4 de março de 2010

PT versus PT?


O PT é um partido curioso. Adora um debate - o que é extremamente positivo -, mas, às vezes, quando não tem debate à vista, trata logo de inventar um. É o que está acontecendo, por exemplo, nessa questão da escolha do candidato do partido ao Senado, disputa entre Benedita da Silva e Lindberg Farias. Até outro dia, dizia-se que a decisão seria no âmbito do Congresso Estadual, com cerca de 400 delegados (eu mesmo acreditei nisso) – mas aí alguém resolveu ler o Estatuto e percebeu que, quando há mais de um postulante a cargos majoritários, a decisão deve ser feita por eleições diretas entre todos os filiados, as chamadas “prévias”. A postulante Benedita assumiu imediatamente a lei partidária, mas Lindberg, que supõe contar com o apoio da maioria dos Delegados, chiou. Pronto, estava iniciada mais uma temporada de bate-bocas! Os que são contra as prévias alegam que a disputa acirraria os ânimos internos e prejudicaria a campanha da Dilma – o que não me parece fazer muito sentido, já que o debate interno é a própria essência do PT e já que a escolha para o Senado de dois candidatos petistas não se choca com o objetivo estratégico de eleger Dilma. Também parece que alegam que o problema poderia se alastrar por diversos pontos chaves do país, o que não justifica. Do lado dos que defendem as prévias, exibe-se o Estatuto e recorda-se a tradição democrática do partido - mas obviamente as coisas não são aceitas com tanta simplicidade. Recebi artigo dos petistas Val Carvalho e Manoel Severino defendendo as prévias. Através do Twitter, vi o Deputado Gilberto Palmares defendendo, Flávio Loureiro e o Vereador Elton sendo contra, e  ontem recebi cópia de e-mail de Marcelo Sereno respondendo a Elton. Está tudo aí embaixo. E abro espaço para quem mais quiser debater.
NOTA: Acrescentei agora resposta do Vereador Elton Teixeira lá no final.

Em defesa da prévia
Val Carvalho e Manoel Severino

No PT do estado do Rio de Janeiro, a realização de prévia eleitoral para o Senado não representa apenas o cumprimento do direito democrático assegurado pelo Art. 135 do Estatuto do partido, que determina o seguinte: “Havendo mais de um pré-candidato às eleições majoritárias, será realizada Prévia Eleitoral”. Em nosso caso a prévia responde a uma necessidade política do partido como um todo e de cada filiado em particular. O fato é que o PED que acabamos de realizar não discutiu a questão da disputa para o Senado. Em nenhum momento dos debates o companheiro Lindberg afirmou que queria ser candidato ao Senado. Ao contrário, os seus apoiadores só defendiam a candidatura de Lindberg para o governo do estado. Portanto, tanto as novas direções eleitas quanto os delegados ao Encontro estadual não avaliaram uma questão tão importante quanto a do Senado. Sabemos que é no Senado que a direita vem freando e sabotando as iniciativas do governo Lula. Alguns setores dessa direita, descrentes da vitória do PSDB para presidente, já defendem como tática eleitoral a eleição da maioria do Senado e da Câmara dos Deputados para paralisar o futuro governo da companheira Dilma.
Ao reivindicar a prévia para o Senado, a companheira Benedita não está tão somente exercendo o seu direito estatutário. Sim, ela está recorrendo à democracia interna do partido, mas é para levantar a questão política da disputa majoritária para o Senado. Como não há consenso sobre esse importante assunto, ouvir a opinião independente dos filiados, manifestada na prévia pelo voto secreto, é o mínimo que se pode esperar de um partido com tradição democrática como o nosso. Não há porque se temer, portanto, o debate mais amplo e absolutamente legítimo da prévia. A unidade do PT conquistada com brilhantismo no nosso IV Congresso não será comprometida pela manifestação democrática dos filiados numa prévia prevista no Estatuto. Na realidade, a unidade em torno da candidata Dilma para presidente e da política de alianças, aprovadas nacionalmente, seriam reafirmadas na prévia para o Senado. Os debates promovidos deixariam claros os compromissos reais dos pré-candidatos ao Senado com a construção partidária, a política de alianças e a campanha de Dilma. Está no DNA do PT que a unidade do partido depende do respeito ao pluralismo interno e da solução democrática do contraditório. Aquele que perder na consulta democrática aos filiados do partido terá o compromisso de apoiar quem vencer a prévia.

Tweet de Gilberto Palmares
  • Regra antiga no PT: decisão candidatos a cargos majoritários é por prévias. Benedita respeita a regra . Já Lindbergh foge das prévias.

Tweets de Elton
  • Prévias p/ escolher o cand a senador servirá p/ expor ainda mais o PT. Ñ basta termos passado por um PED fratricida como o de 2009?
  • Aos defensores das prévias, quero que me citem ao menos um caso no RJ em que o candidato a senador foi definido por prévias.
  • Lembro bem que em 2002 a vaga do senado foi definida no encontro estadual. Havia dois postulantes: Edson Santos e Milton Temer.
  • E o Encontro Estadual definiu pelo Edson, abrindo a segunda vaga p/ o Gusmão do PC do B.
  • Engraçado que aqueles que tinham maioria em 2002, hj defendem prévias ao invés do Encontro p/ definir o cand a senador.

Tweet de Flávio Loureiro
  • Há um parecer na Sorg nacional que diz que para o senado não há realização automática de prévias.

Resposta de Marcelo Sereno


Caro companheiro Elton,
O debate democrático não é engraçado. Ele é a alma do nosso Partido.
As prévias para o Senado se impõem como a garantia desse debate. Você sabe que no PED debatemos a política de alianças. Esse era o significado da disputa entre os candidatos. E a vitória do deputado Luis Sérgio foi a vitória de uma ampla política de alianças. Não foi à toa que o prefeito Lindberg desistiu da postulação ao governo estadual.
A candidatura ao Senado vai ser o 13 em outubro no Rio. Qual o perfil go candidato? Como ele pode alavancar o resultado da lista petista federal e estadual? Como ele pode ajudar na eleição presidencial? Eu talvez já tenha uma resposta: Benedita, nossa guerreira. É a cara do PT e vai junto com a Dilma reforçar o peso das mulheres no poder. Mas essa é a minha opinião, que eu quero ter o direito de expor à massa dos nossos filiados.
Benedita e Lindberg precisam falar e escutar a base petista. Essa é a condição da nossa vitória.
Viva o PT!
Dilma Presidenta!


Prévias ou Encontro Estadual para escolher entre Benedita e Lindberg?
Abaixo, minha carta ao companheiro publicitário e referência na questão, Hayle Gadelha.

Prezado Gadelha,

Não pude me conter ao analisar os argumentos dos companheiros que defendem a realização de prévias para escolha do (a) candidato (a) do PT ao Senado nas eleições de 2010.
Os argumentos, sempre muito bem embasados, pois tratam-se de companheiros com grande e brilhante história na construção do PT no Brasil, primam pela bandeira da democracia interna do PT e assumem um contorno legalista do processo político. No papel, tudo muito bonito. Já na realidade, a coisa é diferente.
Assistimos durante metade do ano de 2009 a uma disputa sem precedentes na história do PT/RJ (ao menos que me lembre dada minha pouca idade). O PED foi realizado sob forte clima de tensão entre as diversas chapas concorrentes temperado com condimentos de abuso do poder econômico, denúncias de fraudes de ordens diversas, dentre outras ilegalidades constantes no Estatuto e no Código de Ética do PT. Negar que o PT se expôs de maneira ímpar e esgarçou ao extremo as relações entre os campos internos é, no mínimo, virar as costas para a realidade interna. E o que querem os defensores das prévias? Que voltemos a este estágio de exposição e disputa que estabelece vencedores e vencidos. Cabe lembrar que o processo de eleições diretas, bem como outras ferramentas de escolha de candidatos/direção, deve sofrer modificações para o próximo período dada a contestação geral do último PED feito por a ampla maioria das correntes. Não à toa, o IV Congresso do PT criou uma comissão coordenada pelo deputado Ricardo Berzoini para reforma do estatuto.
Outro dado interessante do argumento dos democratas radicais trata do ineditismo desta proposta. Não há um caso sequer no Rio de Janeiro em que o candidato a senador foi escolhido por meio de prévias. Inclusive este grupo defensor deste processo de escolha deve se lembrar que em 2002 a escolha do candidato a senador foi no Encontro Estadual realizado na Convenção do Partido realizada na UERJ. Havia dois candidatos, o então vereador da capital Edson Santos e o ex- deputado federal Milton Temer. Naquele espaço, o PT sabia das pretensões de ambos. Optou por apenas uma vaga, destinando outra ao PC do B, tendo o atual ministro Edson Santos como candidato.
Defendo que a escolha do candidato a senador seja feita no Encontro Estadual porque acredito que este é o melhor espaço para se aprofundar o debate sobre o perfil de candidato que teremos. No entanto, o Encontro Estadual não deve servir apenas para vermos quem ganha mais esse Fla-Flu interno. Temos a obrigação de apresentar uma proposta de Programa de Governo à frente de partidos que será composta para reeleição do Governador Sérgio Cabral, além de discutir nossa política de alianças e tática eleitoral.
Acredito que definir no dia 21/03 nosso representante ao senado significa ganhar tempo para a disputa eleitoral além de botar o bloco na rua para eleição de nossos deputados, do (a) senador (a) e de nossa Presidente Dilma.
Um forte abraço,
Elton Teixeira
Vereador de Queimados pelo PT 

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Eleições 2010: quantos palanques o Rio precisa para ter um bom resultado?


Não é na base da matemática que vão ser decididos os números de palanques para Dilma. Às vezes serão necessários mais de um, às vezes não dá para ter dois por hipótese alguma. Em Minas, por exemplo, o bom senso político deixa claro que o palanque tem que ser um só. Minas é importante não apenas para a eleição de Dilma, mas também para o pós-Dilma. PTs e PMDB que tratem de dar um jeito nisso. Acredito (mas não estou inteiramente seguro) que na Bahia e no Rio Grande do Sul os problemas serão mais facilmente superados, com um ou dois palanques.
No Rio de Janeiro é que o “dois pra lá, dois pra cá” dos palanques me parece mais complicado. Começa pelos palanques dos candidatos ao Senado. São pelo menos 5 candidatos de partidos da base do Governo disputando duas vagas: Marcelo Crivella (PRB), Benedita da Silva (PT), Lindberg Farias (PT), Jorge Picciani (PMDB) e Manoel Ferreira (PR). Crivella (talvez o que exige mais atenção de Lula) lidera tranquilamente em todas as pesquisas, mas tem contra ele o tempo na TV (provavelmente menos de 1 minuto) e a rejeição junto à classe média (por ser da Universal) e junto à Globo (por ser ligado à Record). Lula está empenhado em apoiá-lo, mas está difícil. Busca-se uma solução do tipo aliança para o Senado entre PRB e PMDB e chapa independente do PT com Benedita e Lindberg (que no momento travam luta ferrenha pela indicação única do PT, visando aliança com o PMDB) – o que também está difícil. Picciani teme a concorrência de Crivella (o que é uma bobagem: na rabeira das pesquisas, ele só teria a ganhar) e Sérgio Cabral – embora não declare – talvez também tenha resistência, já que poderiam respingar em sua própria candidatura as rejeições a Crivella. Também Benedita e Lindberg não aceitam essa solução, temendo serem os mais prejudicados. E Manoel Ferreira, o fenômeno de 2002, não tem nada a dizer – depende basicamente de Garotinho.
Esse imbróglio de palanques para o Senado salpica nos palanques para o Governo. Sérgio Cabral, que tem chance de ser re-eleito no primeiro turno, poderia, quem sabe, concordar com a aliança do PMDB com Crivella, se Garotinho retirasse sua candidatura, o que lhe daria certeza de re-eleição imediata. Essa solução agradaria ao Planalto, desde que ela não signifique re-aproximação entre Garotinho e tucanos. E aí surge outra questão: em um cenário de segundo turno tanto entre Dilma e Serra quanto entre Sérgio Cabral e Gabeira (embora difícil), em qual palanque Garotinho (que odeia Sérgio Cabral) pisaria? Enquanto essa discussão sobre os palanques aliados se estende eternamente, a candidatura ao Senado de Cesar Maia tende a crescer, como único nome da oposição. Da mesma forma, a dubiedade do palanque de Garotinho prejudica a campanha do super-aliado Cabral e pode ajudar a campanha (ainda bem fraca) do adversário Gabeira. Enfim, as contas dos palanques por enquanto não batem – e o pior é que em política a prova dos nove só acontece depois da eleição...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Eleições 2010, Baixada Fluminense – PARTE 3: Crivella, Cesar Maia e Benedita lideram


Crivella repete na Baixada o que tem obtido em todas as pesquisas no cenário estadual – liderança destacada. A surpresa foi Cesar Maia estar à frente de Benedita (o que não tem se repetido nas pesquisas considerando o estado inteiro). Mas por outro lado é Cesar Maia que lidera nos índices de rejeição, seguido de perto por Lindberg e Gabeira.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Quadro eleitoral do Rio: qual a tendência?


Como se sabe, as nuvens são como os quadros políticos: você olha, é surrealismo; olha de novo, é construtivismo... As eleições 2010 no Rio de Janeiro (como em boa parte do país) são uma obra em processo. Até outro dia estava tudo definido. Para Governador, seriam candidatos Sérgio Cabral (PMDB), Garotinho (PR) e um ou outro, talvez Gabeira (PV) – que acabou se firmando. Para o Senado, Crivella (PRB), Benedita (e/ou Lindberg, ambos do PT), Cesar Maia, (do DEM, e/ou Gabeira e/ou Aspásia, do PV), Picciani (PMDB), além de Manoel Ferreira (PR), Waguinho (PSC), ou Miro Teixeira (PDT). Quando parecia que o toque final seria a definição de Benedita ou Lindberg na indicação petista para o Senado, percebemos que o quadro estava longe de ser concluído. Para Governador, articula-se agora a saída de Garotinho da exposição, o que praticamente garantiria a vitória de Sérgio Cabral já no primeiro turno (Cesar Maia já chiou no twitter). A questão ficaria por conta da disputa entre o PR e o PMDB no Amazonas, que talvez não seja difícil de equacionar. Dilma só teria a crescer com isso. Mas o problema maior passou a ser o Senado: onde colocar Crivella, que lidera todas as pesquisas e é aliadíssimo de Lula, mas que ficaria isolado, com pouco tempo na TV? A chapa principal de apoio a Dilma para o Senado já estava fechada com PT e PMDB. Picciani não abre mão da candidatura de forma alguma; Benedita e Lindberg, também não. Grupos petistas aproveitam a situação e já pincelam chapa independente, sem aliança formal com o PMDB, com Benedita e Lindberg unidos. Será? Ou tudo não passa de um quadro impressionista? Não há crítico da arte política que tenha resposta.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Os disparates numéricos de Cesar Maia


O Ex-Blog de hoje de Cesar Maia me deu a certeza do total desespero da oposição. Citando “as pesquisas de final de dezembro e os recortes das pesquisas nacionais de janeiro publicadas”, ele traça um quadro pré-eleitoral no Rio de Janeiro recheado de fantasias. O objetivo, evidente, é procurar despertar alguma esperança entre seus aliados atônitos. Vamos ver o que ele diz, com alguns comentários que faço em negrito:

2. Para presidente, Serra continua bem na frente, no patamar de 40%, Dilma no de 25% e Marina no de 15%. Serra cai um pouco na periferia metropolitana e dispara no interior. Num mano a mano daria Serra no nível de 50% e Dilma 30%. O voto de Marina é distribuído em porcentagens iguais.
LOUCURA TOTAL. Se nacionalmente Serra patina e Dilma sobe, mantendo diferença de apenas 5% (com Ciro) e de 12% (sem Ciro), como é que o tucano pode estar 15% à frente de Dilma no RIO DE JANEIRO?!?!?! Certo perdeste o senso – e o censo... Pode escrever: Dilma já está à frente, principalmente quando é identificada com Lula.


3. Para governador, Cabral está no patamar de 35% e Garotinho e Gabeira empatados em 20%. Cabral tem certa estabilidade na capital, periferia e interior. Garotinho parte do interior com 30%, na periferia está no nível de 25% e na capital um pouco acima de 10%. Gabeira faz caminho inverso. Uns 30% na capital, uns 15% na periferia e um pouco acima de 10% no interior.
Aqui ele exagera menos. Mas o mais natural seria dizer que Sérgio Cabral tem 40% e a soma de Garotinho e Gabeira também seja 40% (ou algo próximo). Não dá para afirmar categoricamente que não haverá segundo turno – mas a vitória de Cabral no primeiro turno é bastante possível.


4. Para senador em 2 votos, Crivella está quase no patamar de 40%, Cesar Maia no de 35%, Benedita no de 30%, Manoel Ferreira e Picciani no de 10% e os demais de 5% para baixo. Cesar Maia se mantém neste patamar nas 3 grandes regiões. Crivella fica acima de seu patamar na periferia e um pouco abaixo na capital e interior. Benedita apenas oscila em seu patamar dos 30%.
Aqui Cesar Maia ficou mais perto do real, mas, como ele é candidato, tratou de puxar umas sardinhas para a sua brasa. Está correto quanto a Crivella, mas exagerou no segundo lugar em que se colocou. Cesar e Benedita estão praticamente empatados, ela um pouco à frente. Em algumas regiões ele estará à frente, em outras será ela. Tem contra ele rejeição altíssima. O resto é isso mesmo, lá atrás. Picciani... Manoel Ferreira... talvez Waguinho...

5. Uma garantia: teremos segundo turno no Estado do Rio. Como há um só ator na imprensa nessa pré-campanha, Cabral, seu patamar hoje deve ser também seu teto. Com outros times em campo, deve apontar para baixo, quem sabe perto de 30%, ou menos. Gabeira e Garotinho vão crescer, talvez para um nível de 25%. O segundo turno fica indefinido com leve vantagem para Cabral. Em 2006, Cabral entrou no segundo turno com a vantagem de 37% a 22% (Denise Frossard). Agora, mesmo que possa vencer o primeiro turno, a vantagem neste será estreita, ficando indefinido o segundo turno.
Cesar Maia não pode garantir nada. Pode ser que haja segundo turno, mas isso está longe de ser garantido. Com outros times em campo, deve apontar para cima – principalmente com o time de Lula a seu lado. Pode até acontecer um efeito gangorra entre Gabeira e Garotinho, apesar de parecerem tão diferentes.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Lindberg, o pragmatismo e o metamorfismo


Estava me contendo para não escrever sobre essa paixão súbita entre o Prefeito Lindberg (PT, Nova Iguaçu, RJ) e o Governador Sérgio Cabral (PMDB, RJ). Alguns amigos petistas comentaram que eu estava sendo muito rigoroso com ele, mas quero dizer que minha relação pessoal com Lindberg sempre foi extremamente simpática. A nota de hoje no Panorama Político do Globo, acusando-o de “metamorfose ambulante” por ter-se transformado de uma hora para outra em “melhor amigo” do ex-“inimigo mortal” Sérgio Cabral, foi que me fez sentar diante de minha Lettera 22.
Assim como Benedita, “mulher, negra e favelada”, é até hoje o grande acontecimento petista na área popular, Lindberg, “o Lindinho”, tornou-se (junto com Molon, “o ético radical”, e Minc, “o doidaço do meio ambiente”) o grande acontecimento midiático do PT do Rio de Janeiro. Sua desenvoltura no espaço político e seu ar muito simpático garantiram projeção rápida. Mas a velocidade, embora seja muito útil à política, longe de lhe garantir infalibilidade, traz também muitos tropeços. Um deles é esse causado por confundir pragmatismo com metamorfose. O pragmatismo é inerente à política, porque representa o não-dogmatismo. Sem pragmatismo, não há como avançar politicamente. Mas se, para avançar, um político resolve se metamorfosear, transformando-se no que não é, ele pode até dar um passo à frente, mas em um nível conflitante – sem nem ao menos gerar efeito borboleta.
Lindberg ganhou simpatia no eleitorado petista por ser um defensor radical de candidatura independente ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, utilizando como trampolim os ataques frontais ao peemedebista Sérgio Cabral. Acabou percebendo a necessidade da aliança (pragmatismo), mas não poderia, como fez, metamorfosear-se instantaneamente em cabralino de primeira hora. Isso deixa a sua base atônita e cria desconforto e desconfiança para seu comando. Ao mesmo tempo em que admiram sua grande capacidade de voo nos meios de comunicação, todos perguntam sobre o novo Lindberg: “É um pássaro? É um avião? É um super-homem? É um borboletra?”
Nota: alô, internautas, a história da Lettera 22 é brincadeira; tive uma que esqueci no Sindicato dos Jornalistas na madrugada de uma Greve Geral e nunca voltei para pegar.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Eleições 2010, RJ: Crivella e Benedita lideram todos os cenários para o Senado


Chegaram às minhas mãos resultados de pesquisa que teria sido feita neste fim de semana no Rio de Janeiro, com 1200 questionários. Crivella (PRB), Benedita (PT), Gabeira (do PV, fica em terceiro, mas chega a empatar tecnicamente com Benedita em segundo lugar) e Cesar Maia formam o primeiro bloco. Lindberg (PT), Miro (PDT), Picciani (PMDB) e Waguinho (PSC) formam o segundo. Na rabeira, Manoel Ferreira (PR). (Clique no gráfico para ampliar)



sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Eleições 2010: Lindberg dá com os burros n’água?

O Prefeito Lindberg Farias, de Nova Iguaçu (RJ), empolgou boa parte da militância petista do Rio de Janeiro com a proposta de candidatura própria para o Governo e repúdio total ao governo peemedebista de Sérgio Cabral. Com isso, contabilizou vitória certa no PED – Processo de eleições diretas do PT, mas o cálculo deu errado. Foi derrotado e teve que afastar completamente a bandeira da candidatura própria, porque os vitoriosos defendem aliança com o PMDB, dentro do objetivo estratégico de eleger Dilma em 2010. Lindberg, abatido pela derrota, afastou-se da mídia e a coluna de Jorge Bastos Moreno do dia 26 chegou a dizer que o “leão” tinha virado apenas o “gatinho” da Baixada. Considerei exagero do colunista. Imaginei que Lindberg estaria planejando o que fazer para dar a volta por cima, transformar sua derrota em grande avanço político. Mas o que poderia ser o seu pulo do gato mostrou-se pulo de gatinho: ele decidiu que agora ia bater o pé para ser candidato ao Senado. E ao invés de voltar-se para uma discussão dentro do seu partido, foi pedir apoio logo a quem – ao Governador Sérgio Cabral, que ele tanto repudiou, agrediu e usou como trampolim para apresentar-se como petista independente e rebelde!!! Declarou que fez um acordo com o governo peemedebista, desistindo de ser candidato a Governador, desde que fosse candidato ao Senado. Quando achou que estava tudo resolvido, veio o desmentido dos termos do “acordo”, feito por Cabral através do Vice Pezão, que ainda ensinou o beabá a Lindberg: “(...) não houve garantia de que ele seria o candidato do PT ao Senado. Isso ele vai disputar no PT, com a Benedita, internamente”. Ainda pior foi a reação dentro do PT, que se sentiu tratado com escárnio por Lindberg. Diz reportagem de hoje do Globo: “Irritado com a articulação de Lindberg, o presidente eleito do diretório do PT no Rio, Luiz Sérgio, critica o acordo com o PMDB e afirma que, até o momento, a direção do partido não foi informada de nada: — Se ele fez uma combinação, fez com a pessoa errada, porque primeiro devia ter discutido dentro do partido”. Talvez o pior de tudo ainda seja a reação entre aqueles que se iludiram com a proposta de independência e purismo petista usada como isca. Dependendo da intensidade dessa reação, nem leão, nem gato, nem gatinho – Lindberg corre sério de virar um peixe fora d’água.



domingo, 6 de dezembro de 2009

Ora, direis, ouvir a estrela... certo perdeste o "censo"



A política se move pela emoção, certo? E se consolida pela razão, certo? Talvez essa questão não seja política. Mas com certeza é uma questão do marketing político (se é que existe diferença). E é isso que está mobilizando milhares de eleitores petistas neste domingo, principalmente no Rio de Janeiro. O que é mais importante: garantir a continuidade do PT no poder nacional, mesmo que isso signifique fazer alianças com partidos “malvistos”? Ou defender a pureza partidária, mesmo que isso signifique perder o poder nacional duramente conquistado? Os defensores do Prefeito Lindberg, de Nova Iguaçu, argumentam que o PT não pode continuar se submetendo aos desmandos do PMDB fluminense. Outras lideranças locais (Bittar, Benedita, Molon, Cida, Gilberto Palmares, Adilson Pires, Waldeck, por exemplo) mais sintonizadas com o PT nacional argumentam que a aliança com o PMDB fluminense pode decidir a eleição de Dilma Roussef para a Presidência da República (o Rio de Janeiro tem o terceiro maior eleitorado do país). Colocada a questão dessa forma, parece que tudo se resume a uma luta de emoção contra razão. Mas a razão tem emoções que a própria emoção desconhece. O que há de fato é uma luta ardorosa pelo poder local, com vista à disputa pelo poder petista em nível nacional. Lindberg (ou Lindbergh) Farias de certa forma ainda é um outsider no PT. Projetou-se na UNE, filiou-se ao PCdoB (elegeu-se em 94 como o Deputado Federal mais votado da esquerda), passou (97) para o trotskista PSTU, sendo derrotado nas eleições de 2000, e apenas em 2001 aderiu à estrela. Em 2002, reelegeu-se Deputado. Em 2004, em aliança com o PSB, o PCdoB, o PSDB e o PFL (atual DEM), elegeu-se Prefeito de Nova Iguaçu (Baixada Fluminense) e reelegeu-se em 2008, em aliança com PDT, PSB, PV, PCdoB, PTdoB, PR, PTB, PTN, PRB e DEM. Como se vê, o seu critério de aliança está longe de ser ideológico – o que está certo, do ponto de vista puramente eleitoral. Apesar de sua garra ter sido sempre bem-vinda no partido, sua ambição política criou certo desconforto entre os “petistas de origem”. Desconfia-se que ele esteja mais interessado em se fortalecer localmente (passando por cima de todos) para ganhar respeito e tornar-se estrela nacional. Não está inteiramente errado. Resta ao eleitor petista decidir se o projeto de Lindberg está ou não identificado com o projeto da estrela. É preciso definir o bom senso.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Cesar Maia não tira a Benedita da cabeça

Ontem, quando li o Ex-Blog de Cesar Maia cobrando a presença de Benedita na questão do combate ao “crack”, liguei pra ela. Primeiro quis saber se ela estava se recuperando bem da cirurgia no joelho e passei logo para a pergunta: “O que você achou da notinha do Cesar Maia?” Ela não tinha lido, claro. Li a nota e perguntei o que achava. Ela mudou de assunto, mas tenho certeza que falaria algo como “ou ele está desinformado ou está apenas fazendo política”. A Secretaria conduzida por Benedita esteve bastante presente nos últimos dias esclarecendo e apresentando o que tem sido feito sobre a assistência a dependentes de crack. Portanto, quero ir mais longe: certamente Cesar Maia também dispõe de novas pesquisas que apontam Benedita muito bem avaliada para o Senado. Por isso ele procura fixar uma imagem negativa nela para uso futuro, na batalha eleitoral. Benedita faz bem em não responder. Como sempre digo, quem está na frente não olha pra trás.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lindberg x Dilma

Lindberg, Prefeito de Nova Iguaçu e que acena com candidatura petista a Governador em 2010, não deve ter gostado nada da foto de Dilma Roussef abraçada aos peemedebistas Sérgio Cabral e Pezão (Governador e Vice-Governador RJ, pré-candidatos à re-eleição) e à petista Benedita da Silva, pré-candidata ao Senado (ver dois posts abaixo). Por outro lado, o Planalto não deve ter gostado nada da decisão da Executiva do PT do Rio, que aprovou proposta do grupo de Lindberg transferindo inserções de Dilma e dos deputados petistas para o Prefeito de Nova Iguaçu. Já foi feito recurso ao Diretório Estadual, onde a proposta deve ser derrubada. Se Lindberg continuar nesse ritmo, Dilma vai acabar fazendo declaração explícita contra ele.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Eleições no Rio: a ilusão dos 3 palanques

O Prefeito Lindberg Farias, do PT de Nova Iguaçu (RJ), publica hoje no jornal O Dia um artigo intitulado “Por que três palanques”, onde, fundamentalmente, ataca a aliança com o PMDB do Governador Sérgio Cabral e defende a sua própria candidatura ao Governo. Ele pergunta se o palanque único seria bom para Dilma, e responde: “Não. Teríamos Fernando Gabeira apoiando José Serra com força na capital e Anthony Garotinho, no interior e na região metropolitana, como segundo palanque tucano. E Dilma, imprensada no palanque único de Cabral”. Mas essa resposta serve também para o caso de Lindberg ser candidato, já que ele é fraquíssimo na capital (não tiraria um único voto de Gabeira) e , no interior e região metropolitana, tiraria dois ou três votos do Garotinho (que teria se tornado segundo palanque). Em seguida ele afirma que “a tese do palanque único começou a ser desmontada com a filiação de Garotinho ao PR. Dilma ganhou o apoio de Garotinho e tirou o palanque de Serra”. Essa é outra grande ilusão. Supondo que Garotinho apoie Dilma no primeiro turno, isso seria praticamente impossível na hipótese de um segundo turno. No caso de um confronto direto com Sérgio Cabral, adivinha onde Garotinho iria buscar apoio e quem apoiaria na disputa presidencial (na hipótese de também aí haver segundo turno)? Bingo!!! Garotinho seria unha e carne com a Oposição. No caso de confronto Sérgio Cabral X Gabeira, Garotinho também penderia para a Oposição. A entrada de Garotinho só tira palanque de Serra no primeiro turno. Outra ilusão de Lindberg: “A minha pré-candidatura pelo PT é outro importante reforço para Dilma. Além de mobilizar a militância de esquerda — não vai ser a máquina do PMDB em seus escritórios que agitará as ruas por Dilma —, a nossa candidatura ajudará na disputa com Gabeira pelos votos entre jovens e eleitores que têm na esquerda uma referência”. Quem disse que a poderosa máquina peemedebista não agitará as ruas por Dilma? Ela terá o maior interesse nisso, porque Dilma significa Lula e Lula tem aprovação recorde no estado. Além disso, a aliança PT-PMDB significará tempo em dobro no Horário Eleitoral Gratuito. Temos a considerar ainda que Lindberg não é tão forte entre jovens como pensa nem Gabeira tem tantos votos de esquerda. Lindberg alega que, na “relação Cabral-Lula, é o governador quem deve ao presidente, não o contrário. Pedir ao PT para não ter candidato é inaceitável. Significa diminuir nossa bancada de deputados e deixar o governo de Dilma refém do velho PMDB”. Ora, a questão não é de quem deve a quem. A relação entre os dois é fortíssima, mas Lula está sendo pragmático e buscando a melhor forma de eleger Dilma, uma questão estratégica para o PT. O argumento do tamanho da bancada de deputados petistas – que é importante – está mal colocada. Em 98, quando preferiu apoiar Garotinho a lançar Vladimir, o PT conquistou 7 vagas de deputados estaduais; já em 2006, quando lançou Vladimir, conquistou apenas 6. É verdade que para deputados federais o resultado foi diferente: 4 eleitos em 98 e 6 em 2006. Mas o fato é que o argumento não se sustenta. É preciso que os candidatos e a situação sejam viáveis. Em 2002, quando Benedita (principal nome petista eleitoralmente falando) estava Governadora e tentou nova eleição, o PT elegeu 8 deputados estaduais e 7 federais. Lindberg – orientado por Vladimir – está longe de oferecer desempenho semelhante. Por fim, Lindberg oferece o argumento dos seus 9% a 10% na pesquisa telefônica do IBPS – o que é um argumento pífio. Resta, assim, voltar ao começo do artigo de Lindberg e refazer o pensamento: “O Rio de Janeiro será palco decisivo nas eleições de 2010. Aqui, há os que defendem três palanques para Dilma Rousseff. Seria bom para Lindberg. Mas seria bom para Dilma? Não”.

terça-feira, 14 de julho de 2009

A segurança das pesquisas

As pesquisas são seguras? Claro que são. Sendo bem feitas, sem segundas intenções e dentro das margens de erro estabelecidas, sempre são seguras. Esse mês, vi (no Blog do PV e no Ex-Blog de César Maia) os resultados de uma pesquisa do Instituto GPP que não me convenceram muito – apesar do GPP, preferido do César Maia, me parecer um instituto respeitável. Foram 2.000 entrevistas (margem de erro de 2,2%) com avaliações do governo estadual e com intenções de voto para Governador e Senador em 2010. Achei exagerado o índice atribuído a César Maia (35%) na intenção de voto para Senador, já que na maioria das pesquisas que vi até agora seus índices eram reduzidos (NOTA: na verdade, algumas pesquisas tinham índices bem inferiores, outras semelhantes aos do GPP). Mas notei também que no cenário apresentado não apareciam nem Benedita nem Denise Frossard, o que talvez justifique a distorção. Senti estranheza também na avaliação do governo e nas intenções de votos e, com dados que recebi de uma pesquisa do Instituto Mapear (3.600 entrevistas, margem de erro de 1,6% e 7.200 entrevistas, margem de erro de 1,2%), resolvi fazer uma comparação. Há uma diferença de duas semanas no campo, mas ainda assim é possível comparar. Vejam as tabelas abaixo. Notem que pelos números do Mapear, sem Wagner Montes, Sérgio Cabral vence no primeiro turno. Amanhã falarei sobre segurança.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Senado RJ: índices

Atendendo a pedidos, selecionei 17 cenários da disputa para o Senado no Rio de Janeiro, entre as informações de que disponho. Eles vêm de duas fontes diferentes. Os candidatos estão dispostos por ordem alfabética, sendo que Crivella, Picciani e Lupi são os únicos que participam de todos os cenários. Quero lembrar que dificilmente Jandira e Edson Santos disputarão; que Lindberg é dúvida; e que, entre César, Denise e Gabeira, um deles deverá estar fora.