A disputa pelas duas vagas no Senado está abalando a política no Rio como poucas vezes foi visto. O primeiro arranca-rabo foi dentro do próprio PT, entre Benedita da Silva e Lindberg Farias, com vitória do prefeito petista através de prévia eleitoral. Instantaneamente, o racha se espalhou dentro da base aliada do Governo, com um arranca-rabo ainda maior entre Lindberg e o cacicão peemedebista Jorge Picciani – que por sua vez resolveu partir também para cima de Marcelo Crivella (PRB), o preferido de Lula.
Na Oposição o abismo entre aliados não é menor – embora até há pouco tempo parecesse um mar de tranquilidade. A resistência ao nome de Cesar Maia (DEM) para disputar a vaga começou com o que parecia “implicância” do presidente do PV, Alfredo Sirkys, sem endosso do candidato verde ao Governo, Fernando Gabeira. Mas a coisa foi ganhando outro contorno. O perfil do eleitorado do PV e de parte do PSDB (Andrea Gouvêa Vieira, Marcio Fortes, etc.) não combina com o perfil do eleitorado de Cesar Maia e da outra parte do PSDB (Zito, por exemplo). Junto à classe média da Zona Sul, a rejeição a Cesar Maia é alta. Mas junto à classe média mais conservadora ele é pule de 10. Tudo começou a parecer incontornável com a nova posição de Gabeira anti-Cesar Maia. O candidato “demo” (que não depende tanto dos votos dos eleitores de Gabeira) lembra a todos que, sem ele, o a re-eleição de Sérgio Cabral pode se confirmar ainda no primeiro turno. Gabeira no entanto parece não estar nem aí para a disputa estadual. Talvez ele sonhe apenas com a Embaixada de Paris, que uma hipotética vitória de Serra poderia lhe garantir...
Enquanto isso, os rachas continuam.