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Saiu o Datafolha que os tucanos esperavam: Serra 38%, Dilma 28%. Uma grande diferença para o Sensus que os petistas comemoraram: Serra 32,7%, Dilma 32,3%. Estão erradas? Estão certas? Qual delas? Na minha opinião uma delas pode estar induzindo ao erro. Eles usam métodos diferentes (Sensus, domiciliar; Datafolha, fluxo), foram feitas em períodos mais ou menos próximos (Sensus, de 5 a 9 de abril; Datafolha, de 15 a 16 de abril), com números de entrevistados também próximos (Sensus, 2.000 entrevistas; Datafolha, 2.600 entrevistas). A diferença principal entre os métodos está na abordagem feita aos entrevistados: enquanto o Sensus faz as entrevistas nos locais de moradia, o Datafolha faz a abordagem em pontos de fluxo das microrregiões. Mas nada justificaria diferenças tão grandes, a não ser as margens de erro vistas por seus extremos. A margem de erro máxima do Sensus (2.000 entrevistas) é de 2,2%, enquanto a do Datafolha (2.600 entrevistas) é de 2,0% (mais correto seria dizer 1,9%, mas o instituto arredondou). Assim, no Sensus, Serra poderia ter entre 30,5% e 34,9% enquanto no Datafolha poderia ter entre 36% e 40%. A variação máxima de um (34,9%) encosta na variação mínima do outro (36,0%). Dilma teria, no Sensus, entre 30,1% e 34,5% enquanto no Datafolha teria entre 26% e 30%. A variação mínima de um (30,1%) é a mesma da variação máxima do outro (30,0%). Se pensarmos assim, pelos extremos das margens de erro, as duas pesquisas estão semelhantes. É correto pensar sempre assim? Não. É possível acontecer? Sim. Os institutos forçam resultados pelos extremos das margens de erro? Isso ninguém pode afirmar.