terça-feira, 6 de abril de 2010

Gabeira e Cesar Maia, qual a diferença?


Foi-se o tempo em que se podia pensar em traçar linha divisória bem nítida entre os perfis do Deputado Fernando Gabeira (PV) e do ex-Prefeito Cesar Maia (DEM). Aliás, os dois são extremamente parecidos em suas trajetórias da esquerda para a direita.
Cesar Maia começou na esquerda estudantil como militante do PCB. Com o golpe militar, foi pro exílio no Chile e na volta entrou no PDT de Brizola. Depois, PMDB, PFL, PTB, e PFL novamente, que agora se chama DEM.
Gabeira, como militante do MR-8, fez parte da luta armada contra o golpe militar. Foi pro exílio e na volta entrou no PT, depois PV, PT novamente e PV novamente.
Cesar Maia deu sua guinada para a direita quando largou Brizola. Gabeira demorou mais na viagem, fez um estágio ecológico (com destaque para a maconha) e depois usou o ex-Deputado Severino Cavalcanti como trampolim para alcançar os apetitosos votos conservadores com um discurso ético bem ao estilo de Cesar “Lacerda” Maia.
Unidos pelo discurso, trataram de se opor ao Governo Lula e, na esfera do Estado do Rio, ao Governo Sérgio Cabral. Foi assim que se lançaram candidatos a Governador (Gabeira) e a Senador (Cesar), em uma grande aliança de apoio ao tucano Serra (que inclui ainda a “alternativa” Marina). Tudo bem lógico. Mas parece que toda essa lógica desandou com as águas de março. Trazendo pesquisas debaixo do braço, Gabeira, depois de elogios ao neo-aliado, decidiu alegar que a aproximação de Cesar Maia afasta 17% de seus eleitores. E por incrível que pareça ele tem alguma razão.
O voto conservador de Gabeira tem tonalidade Zona Sul, mais festiva do que a Zona Norte, que tipifica o voto conservador de Cesar Maia (que, além disso, conquistou também largas fatias de voto popular). Como todo esse imbroglio acontece unicamente na Capital – que é onde Gabeira tem voto – podemos concluir que esses olhos verdes estão mirando apenas 2012, quando acontecerão as eleições municipais.
Diferenças profundas não existem mais – unidos pela esquerda no passado, os dois estão cada vez mais firmes na curva para a direita.