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segunda-feira, 3 de março de 2008

Marta Suplicy: a vida imita a arte

Ontem, no canal Cult, estava passando o filme "Forasteiros em Nova York" (The Out of Towners), comédia de Arthur Hiller, com Jack Lemmon. Peguei exatamente a cena em que Jack Lemmon, passageiro de um avião, estava desesperado com a demora para pousar por causa do mau tempo. Na poltrona ao lado, outro passageiro tenta acalmá-lo: "É sempre assim. Quando não é neblina, é chuva ou é neve ou é problema sindical na torre. É melhor relaxar". Não faltou quase nada para dizer "relaxa e goza", imitando, com anos de antecedência, a nossa Ministra. Como comprovamos, a Marta Suplicy não inventou nada. Faz anos que os americanos tinham inventado tanto o "caos aéreo" quanto a solução...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Renan, PNAD, FGV, CPMF, cenário internacional... isso tudo está deixando a Oposição sem posição

A Oposição parece mais atônita do que na época do segundo turno da eleição passada. Achava que tinha encurralado o Governo Lula com a história mal contada de Renan Calheiros, mas perdeu. E perdeu feio, graças ao envolvimento secreto de vários senadores saídos de suas hostes. Pensou também que herdaria a cobiçada Presidência do Senado, mas Renan decidiu mais uma vez que não ia dar mole. Acreditou (ou fez o populacho de classe média acreditar) que acabaria com o CPMF e já perdeu a primeira batalha na Câmara, com altíssima possibilidade de perder também no Senado. Como se tudo isso não bastasse, vieram as pesquisas e novas confirmações sobre o excelente desempenho da política econômica atual. O país passou ao largo da crise internacional (que, aliás, está terminando, graças à queda dos juros americanos), bateu recordes de redução da pobreza e de diminuição do abismo entre pobres e ricos. Ah, sim, a crise aérea também já aterrissou. O que resta à Oposição é cabalar votos juntos aos setores mais atrasados da clsse média brasileira, contando com apoio integral do seu principal instrumento de agitação e propaganda (agitprop), que é a grande imprensa. Mas até agora isso tem-se mostrado insuficiente na conquista do poder central. O que mais a Oposição vai inventar? Depois de tantas defecções, em que posição vai ficar?

sábado, 1 de setembro de 2007

3º Congresso do PT: a recuperação da auto-estima

O PT cometeu erros. Ninguém discute mais isso. Erros primários, de principiantes, talvez próprios de um partido ainda jovem, que teria chegado à Presidência da República muito cedo. Mas o seu grande erro político foi ter deixado aberto um flanco tão imenso para o ataque adversário. Por dois motivos principais: 1) a questão ética sempre foi uma bandeira forte do partido, que não poderia ter sido arrebatada como foi; 2) o PT é o partido que mais valoriza a organização partidária, e assim o possível erro de um indivíduo passa a ser visto como erro de todo o PT (bem diferente do que ocorre com qualquer outro partido). Somemos a isso uma oposição aguerrida, disposta a recuperar a qualquer custo o poder que detinha, com dinheiro na mão, controle da mídia e no comando da classe média dos principais centros urbanos - e teremos um ataque adversário poderoso, praticamente imbatível. Diante dessa situação, o que se via nos últimos meses era um PT acuado, cauteloso, desculpando-se por existir e apoiado unicamente na figura de Lula e da política social do seu governo. Com os ataques da crise aérea, parecia que o fim do partido estava próximo. Mas o julgamento do mensalão, ao contrário do que se esperava, deu novo ânimo ao PT. Primeiro porque deixou claro que as acusações contra seus antigos dirigentes fundamentam-se em quase nada. Segundo, porque deixou evidente o jogo da oposição - com apoio na grande imprensa - para usar o julgamento com o objetivo único de destruir o partido. O importante não era encontrar a verdade, mas, sim, acabar com o PT. Nesse 3º Congresso em São Paulo, os petistas voltaram a se encontrar com orgulho. Ovacionaram o seu líder José Dirceu e, acima de tudo, voltaram a ter um contato direto com Lula, livre da intermediação de notícias distorcidas. Ninguém chegou lá com a cabeça baixa que a oposição esperava. Nem o partido caiu na armadilha de abrir mão de candidatura própria para 2010. Ora, se outros partidos da aliança têm candidatos próprios, por que o PT não pode ter? Isso faz parte do jogo político. Não é imposição, é parte de qualquer negociação de aliados que querem, juntos, encontrar o melhor caminho da vitória. Outro aspecto importante foi a vitória das teses da CNB (Construindo um Novo Brasil, novo nome para o Campo Majoritário). Foi vitória por maioria absoluta, mostrando que o partido não se curvou à mídia. Houve alguns vacilos, desnecessários, de algumas propostas (derrotadas) ingenuamente anti-José Dirceu. Foram propostas que poderiam fazer algum sentido há dois anos atrás, quando o partido estava inteiramente nas cordas. Aprová-las agora significaria cair de joelhos. E não é isso que o 3 º Congresso quer. O ambiente está carregado de energia positiva, e a sensação que se tem é que os petistas estão saindo de alma lavada.

domingo, 19 de agosto de 2007

Sugestão para enfrentar a crise aérea: vamos trocar Congonhas por Heathrow...

Enquanto nós aqui lutamos para que o Aeroporto de Congonhas tenha as pistas ampliadas e, com isso, possa oferecer mais segurança, na Inglaterra faz uma semana que os ambientalistas fazem protesto contra a ampliação do Aeroporto de Heathrow, o mais movimentado da Europa. Alegam os ambientalistas que o aumento do tráfego aéreo de Heathrow aumentaria também a emissão de CO2 - o que é prejudicial ao planeta. Aliados aos ambientalistas, estavam também os moradores locais, que não querem conviver com o tumulto das obras e do possível aumento do tráfego aéreo ensurdecedor. Minha sugestão é simples. A gente pega o Congonhas, do jeito que está, empacota e despacha para a Inglaterra. Aproveita a viagem de volta para trazer o Heathrow - também do jeito que está, sem precisar aumentar nem mesmo um centímetro. Talvez falte um pouco de espaço aqui em São Paulo. Mas empurrando um pouquinho pra lá, outro pra cá, a gente dá um jeito... Leia mais: The Independent, Financial Times, El País.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Respeito à dor

Folha Se tem alguém que demonstrou dor (além dos parentes das vítimas, claro) com as tragédias aéreas ocorridas recentemente, foi o brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). Demonstrou competência, coragem e sentimento de dor.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Crise aérea: alô, classe média, queremos oferecer alguns aeroportos com atrasos acima de 45 minutos

Os telejornais de hoje relataram um grande problema que está assolando os Estados Unidos: atrasos nos vôos. O site da Federal Aviation Administration, hoje, mostra o mapa acima apontando com bolas laranjas os aeroportos que apresentam atrasos acima 45 minutos. A justificativa certamente foi copiada do Ministro Guido Mantega: excesso de demanda. Para quem tem dinheiro em caixa e não agüenta mais os atrasos nos aeroportos brasileiros, essa é uma boa sugestão: apertem os cintos, e boa viagem...

domingo, 5 de agosto de 2007

Pesquisa Datafolha: a inacreditável mídia

Eliane Catanhêde escreve hoje na Folha um artigo sobre a mais nova pesquisa Datafolha (realizada nos dias 1 e 2 de agosto, com 2.096 pessoas) mostrando a inabalável aprovação de Lula e o título é "O inacreditável Lula". É um título que já diz tudo. Fala da confusão mental que tomou conta da oposição, de diversos analistas políticos e da mídia diante dos altos índices de aprovação a Lula, apesar de todo o noticiário negativo dos últimos tempos ("Cai avião, sobe avião; vem crise, vai crise; tem vaia, não tem vaia, e algo continua imutável: a popularidade de Lula"). Inacreditável, para mim, é a falta de percepção política da mídia classe média. Vejamos alguns trechos da reportagem da Folha, de Fernando Canzian, explicando o "inexplicável" contido na pesquisa:
48% acham governo bom ou ótimo, mesmo índice de março
Queda se dá apenas entre os mais ricos e os que viajam de avião; economia e Bolsa Família também ajudam a explicar o bom resultado
Entre março e agora, a taxa de ruim/péssimo do governo apenas oscilou, de 14% para 15%. Em outubro passado era maior: 17%.
Entre as explicações para a não-alteração da popularidade do presidente no período estão o fato de que a grande maioria dos brasileiros é pobre (59,5% têm renda familiar mensal de só até três salários mínimos por mês, ou R$ 1.050) e a constatação de que apenas uma minoria viaja de avião (8%).
Além disso, a situação econômica do país permanece boa, com estimativa de crescimento em torno de 4,5% em 2007. O programa Bolsa Família, que atende cerca de 11,1 milhões de famílias, também ajuda a entender a manutenção da alta popularidade de Lula.
Entre os 8% que costumam andar de avião, o percentual dos que consideram o presidente ótimo ou bom é de 29%, ou seja, 19 pontos inferior à media nacional. Os que definem o governo como ruim ou péssimo chegam a 30%, o dobro da média nacional (15%).
Entre os mais ricos, com renda familiar mensal acima de dez mínimos (R$ 3.500), a avaliação do presidente Lula despencou sete pontos entre março e agora. Mas entre os que ganham só até cinco mínimos (R$ 1.750), ela oscilou positivamente dois pontos - dentro da margem de erro do levantamento. Como a maioria dos brasileiros é pobre, a queda da avaliação entre os ricos (a minoria), não chega a afetar os resultados gerais. No Brasil, segundo a pesquisa, apenas 7,5% da população tem renda familiar mensal maior do que R$ 3.500.
Há uma coisa elementar em política: as questões imediatas - aquelas que são menos genéricas, que atingem concretamente a população, seja positivamente ou seja negativamente - falam mais alto. E quais são as nossas grandes questões imediatas? A chamada crise aérea é uma delas, claro, mas relacionada apenas à minoria da população. A redução da pobreza é outra e atinge a grande maioria da população brasileira.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Pergunta que não quer calar sobre o acidente do Airbus: as empresas aéreas não temiam a ANAC?

Está nos jornais: O item 5 da instrução da Anac, editada em 31 de janeiro de 2007, determinava que, " em caso de pista molhada, a tripulação deve certificar-se de que o avião esteja com todos os sistemas operando, notadamente o reverso". Mas as empresas (TAM) preferiam a saída alternativa do fabricante do Airbus que concede 10 dias para o conserto do reverso. Ora, se precisa de conserto, a alternativa não é segura. Portanto, a instrução da ANAC deveria ser seguida à risca.

Crise aérea: as empresas aéreas fazem tudo para promover Nelson Jobim

Parece combinado. Nelson Jobim toma uma medida de bom senso, e logo as empresas aéreas reagem contra a medida, propondo o reverso (com trocadilho...). É mais uma oportunidade para Nelson Jobim voltar a mídia, rearfirmar o que disse e firmar-se ainda mais como sério, decidido, competente. Se ele diz que vai acaba rcom o hub de Congonhas, as empresas aéreas dizem que não têm aviões suficientes. Se ele decide descentralizar o tráfego aéreo, elas dizem que a passagem vai ficar mais cara. Aí Nelson Jobim aparece para dizer que acima de tudo está a segurança, que se houver preço abusivo Governo vai intervir, etc. Elas estão colaborando intensamente pelo marketing pessoal do Ministro. Se continuar assim, nem precisa contratar consultor de marketing eleitoral...

sábado, 21 de julho de 2007

Sugestão para as próximas manchetes: "Lula é o culpado pelos problemas de Heathrow"

O jornal inglês The Independent fez matéria de primeira página com o título "Heathrow: The world's least favourite airport", onde relata alguns dos problemas do aeroporto internacional mais movimentado do mundo. Logo no primeiro parágrafo fala de "tempestade de atrasos, falta de investimentos e protesto ecológico" como ingredientes explosivos do momento no Aeroporto de Heathrow, em Londres, na Inglaterra. O jornas alerta para o início da próxima temporada de 8 semanas, com cerca de 10 milhões de passageiros circulando, atormentados pelos atrasos causados "pelas checagens de segurança e pela lentidão da modernização do aeroporto". Diz um alto executivo do setor que o aeroporto está prestes a não cumprir mais sua finalidade e "são os passageiros, as linhas aéreas e a economia britânica que pagam por isso". Heathrow está recebendo 68 milhões de passageiros por ano, mas sua capacidade é de apenas 45 milhões. A reportagem fala também que ontem, sexta-feira 20, o aeroporto esteve caótico, com 141 vôos cancelados por causa da chuva torrencial. Eu pergunto: será que isso é realmente na Inglaterra? Será que não é mais um dos pecados do Governo Lula, o bode expiatório preferido de nossa mídia? Em toda parte do mundo crescem os problemas de infraestrutura - que precisam ser resolvidos, mas não com chantagem política. Se a imprensa quer cobrar seriedade - e está certa, agindo assim -, deve começar sendo ela mesma mais séria.

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Controladores de vôo: o recuo que deu certo

Parece que o vai-vem da crise aérea está chegando ao fim. Aliás, mais do que o fim da crise, vislumbra-se o fim de de toda uma política equivocada para o controle do tráfego aéreo imposta na ditadura. Claro que ainda poderemos testemunhar alguns vai-vens, mas o problema central foi localizado e as medidas certas podem ser tomadas. Como disse um amigo com algum trânsito em círculos militares, "o erro dessa crise começou com o comando militar; era dever dele - e não do Ministério da Defesa - resolver essa pendenga com os sargentos. Os comandantes militares largaram na mão do Lula um abacaxi que era deles". Segundo avaliação de meu amigo, o Lula teve que tomar uma decisão que quebrava a hierarquia militar e que caiu como um presente no colo de toda a oposição, desde a direita radical até a mídia conservadora (sempre golpista). Lula teve que recuar. Mas, no final, o conjunto de suas decisões acabou dando certo. Permitiu que caísse a ficha para os militares, tanto os comandantes quanto os insubordinados. Os dois lados começam a entender melhor suas responsabilidades e também os danos e punições por suas ações. Torna-se importante agora o que fazer. Desmilitarização, sem dúvida. Mas, antes, é preciso contratar profissionais estrangeiros e treinar novos profissionais (como fez muito bem o CIA para o Governo Reagan). Ensinar línguas estrangeiras muito bem: além do português e do inglês, outra língua. Comprar novos equipamentos e separar claramente a área de manutenção da área de operação para aumentar a segurança contra tentativas de sabotagem. Depois de tudo isso, que pode levar de 1 ano a 1 ano e meio, talvez fosse recomendável devolver alguns desses controladores para a carreira estritamente militar.