quinta-feira, 5 de abril de 2007
Controladores de vôo: o recuo que deu certo
Parece que o vai-vem da crise aérea está chegando ao fim. Aliás, mais do que o fim da crise, vislumbra-se o fim de de toda uma política equivocada para o controle do tráfego aéreo imposta na ditadura. Claro que ainda poderemos testemunhar alguns vai-vens, mas o problema central foi localizado e as medidas certas podem ser tomadas. Como disse um amigo com algum trânsito em círculos militares, "o erro dessa crise começou com o comando militar; era dever dele - e não do Ministério da Defesa - resolver essa pendenga com os sargentos. Os comandantes militares largaram na mão do Lula um abacaxi que era deles". Segundo avaliação de meu amigo, o Lula teve que tomar uma decisão que quebrava a hierarquia militar e que caiu como um presente no colo de toda a oposição, desde a direita radical até a mídia conservadora (sempre golpista). Lula teve que recuar. Mas, no final, o conjunto de suas decisões acabou dando certo. Permitiu que caísse a ficha para os militares, tanto os comandantes quanto os insubordinados. Os dois lados começam a entender melhor suas responsabilidades e também os danos e punições por suas ações. Torna-se importante agora o que fazer. Desmilitarização, sem dúvida. Mas, antes, é preciso contratar profissionais estrangeiros e treinar novos profissionais (como fez muito bem o CIA para o Governo Reagan). Ensinar línguas estrangeiras muito bem: além do português e do inglês, outra língua. Comprar novos equipamentos e separar claramente a área de manutenção da área de operação para aumentar a segurança contra tentativas de sabotagem. Depois de tudo isso, que pode levar de 1 ano a 1 ano e meio, talvez fosse recomendável devolver alguns desses controladores para a carreira estritamente militar.
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