terça-feira, 17 de abril de 2007
Violência sem fim
Estava lendo as notícias de hoje sobre a tragédia do Instituto Politécnico da Virgínia, Estados Unidos, onde morreram 32 estudantes vítimas de um alucinado armado, quando recebi um telefonema de uma amiga, desesperada. Estava dentro de um ônibus que passava nas proximidades do Morro da Mineira, Rio de Janeiro, onde ocorria forte tiroteio. No ônibus ao lado, um homem já tinha sido atingido. Poderia dizer, vendo os dois casos, que vivemos a era da violência gratuita, mas não é bem assim. Aliás, de gratuita não tem nada. O site de Michael Moore, autor do documentário-denúncia que tem como ponto de partida a tragédia americana de Columbine, 8 anos atrás, dá destaque para a tragédia de ontem, inclusive reproduzindo um artigo de John Nichols, da The Nation ("A Tragedy... of Monumental Proportions"). John Nichols escreve que todo mundo já deve estar cheio de respostas para a mais nova tragédia, que a NRA (National Rifle Association, ou Associação Nacional do "Tiroteio", em tradução livre...) já deve ter feito seus press releases dizendo que a tragédia não tem nada a ver com armas. Mas, continua ele, ninguém consegue dar a resposta mais simples para o que aconteceu: os Estados Unidos são um país violento. Aqui no Brasil - que não pode ser qualificado da mesma forma - também é necessária a compreensão de que a nossa violência é causada pela combinação de miséria e corrupção. Acabar com a miséria e a corrupção deveria ser a meta de todos nossos governantes, razão de ser de qualquer político. Enquanto não houver essa compreensão, não tem exército que dê jeito.
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