quinta-feira, 5 de abril de 2007

Ahmadinejad X Blair: a humilhação atingiu seu ponto máximo.

Há 2 ou 3 dias atrás, o jornalista Robert Fisk, do jornal inglês The Independent, publicou um artigo (que O Globo traduziu) chamado "A guerra da humilhação". "Nossos fuzileiros navais são reféns. Podem ser levados a julgamento. Coquetéis-molotov explodem dentro dos muros da embaixada britânica em Teerã. Mas isso, definitivamente, não é a guerra ao terror. É a guerra da humilhação. A humilhação do Reino Unido, a humilhação de Tony Blair, dos militares britânicos, de George W. Bush e tudo o que acontece no Iraque. E o mestre da humilhação — mesmo que Tony Blair não perceba isso — é o Irã, um país que se sente eternamente humilhado pelo Ocidente", começa ele. Fisk lembra "os anos da ocupação aliada na Segunda Guerra Mundial, a deposição do xá (que era pró-alemão) e então, a humilhação das humilhações, a derrubada do democrático premier Mohamed Mossadeq, arquitetada pela CIA, com poucas armas e uma pilha de dólares. E os iranianos lembram bem como o xá voltou e violentou a resistência nas câmaras de tortura da Savak". A oposição que se opunha ao xá e que acabou vitoriosa talvez não imaginasse que o país caísse no xiitismo que caiu, mas com certeza todos sabiam muito bem o que era a humilhação daquela época. Quando Mahmoud Ahmadinejad, presidente iraniano, humilha, como humilhou, Tony Blair e todo o Ocidente bushiano, devolvendo os marinheiros ingleses flagrados em águas iranianas, ele provavelmente tem em mente todas as humilhações que seu povo sofreu. Pior: ele deu o troco de modo sutil, sorridente, com mensagens de paz e sabedoria, sem xiitismo. Essa, sim, foi a humilhação das humilhações.