domingo, 22 de abril de 2007
2º turno na França: as chances de cada um
À primeira vista, o candidato da direita, Nicolas Sarkozy (UMP - União para um Movimento Popular), saiu desse 1º turno mais fortalecido do que sua adversária direta, a socialista Ségolène Royal (PS - Partido Socialista). Sarkozy teve mais de 30% dos votos, índice próximo ao de Giscard d'Estaing em 1974 (32,6 %) e superior ao de Jacques Chirac em 1981 (18 %) e em 1988 (19,9 %). Foi o resultado de uma estratégia bem elaborada, movimentando-se mais para a direita, conseguindo, com isso, barrar o avanço do ultra-direitista Jean-Marie Le Pen (FN - Frente Nacional). Correu o risco de perder votos mais ao centro para François Bayrou (UDF - União para a Democracia Francesa), mas foi um risco calculado, que lhe garantiu um excelente primeiro lugar no 1º turno. Mas a estratégia de Ségolène Royal também foi muito boa. Ela deslocou seu discurso mais para o centro, impedindo maior crescimento de Bayrou, que tirou muitos votos da esquerda. Ségolène Royal, pessoalmente, teve o melhor desempenho das esquerdas nos últimos tempos. Com 25% dos votos no 1º turno, ela "fez melhor do que Jospin, Chevènement et Taubira juntos em 2002, melhor do que os 23 % de Lionel Jospin em 1995 e empatou com François Mitterrand, vencedor da eleição presidencial de 1981 (25,8 %)". Direita e esquerda não terão dificuldades em garantir seus votos no 2º turno. A luta desesperada será pelos votos do centro. É verdade que o centro tem uma tendência a caminhar para a direita, mas pode ser que Sarkozy tenha se afastado um pouco demais do centro, o que pode beneficiar Ségolène. Leia mais no Le Monde.