quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Tucanos: ser ou não ser Sarney

A disputa pelas Presidências da Câmara e do Senado, obviamente, têm fortes conotações fisiológicas. Afinal, disputam-se orçamentos astronômicos (3,5 bilhões na Câmara e 1,5 bilhão no Senado – algo assim) e uma imensidão de cargos, poder que não acaba mais. Mas é 2010 que está na pauta principal. As Presidências das duas Casas serão decisivas na agenda dos próximos meses pré-eleitorais e tudo isso terá influência determinante nas alianças nos estados e para a Presidência da República. Sarney na Presidência, os tucanos sabem, fortalece a aproximação entre Lula e o PMDB, dá maior envergadura à candidatura de Dilma, o que exaspera tucanos de todas as plumagens. Por outro lado, apoiar Tião Vianna não prejudica tanto a aproximação Lula-PMDB. Muito ao contrário, pode irritar profundamente os peemedebistas contra a oposiçaõ e – pior – deixará os tucanos sem os almejados cargos na mesa. Tenta-se melar o jogo com a ameaça de traição na até aqui eleição tranquila de Michel Temer para a Presidência da Câmara. Mas tudo isso parece que já são favas contadas. Em vez de viver o drama de ser ou não ser Sarney, os tucanos devem tratar de buscar outra sarna pra se coçar.