domingo, 18 de janeiro de 2009
O governo de Israel já alcançou o seu objetivo: vitória eleitoral
O grupo que está no poder em Israel fez uma equação bem simples. Bastam 1.000 mortes (incluindo 300 crianças), milhares de feridos e desabrigados, destruição de alguns hospitais, algumas escolas, inúmeras residências e, de quebra, representações da ONU e de jornalistas. Pronto, o resultado só pode ser um: vitória da coligação que está no poder nas eleições parlamentares do próximo dia 10. No começo do mês a BBC divulgou depoimento de Mouin Rabbani, analista-sênior para o Oriente Médio do International Crisis Group, baseado na Jordânia: "A política interna israelense certamente foi um dos fatores para os ataques. Um dos maiores desafios para Barak (Ministro da Defesa, do Partido Trabalhista) e Livni (Ministra da Política Externa, possível primeira-ministra com a vitória do Kadima) era o fato de que Netanyahu (do oposicionista Likud, que defendia uma posição mais dura contra os palestinos) estava à frente nas pesquisas. A popularidade de Barak (antes dos ataques) estava tão baixa que ele se tornou uma não-entidade". Israel não contava com o nível de reação que o Hamas apresentou, demonstrando firmeza e mais preparo do que era contabilizado. É curioso também do histórico das relações de Israel com o Hamas. Assim como os Estados Unidos inventaram Saddam Hussein para enfrentar o Irã e depois tiveram que destruí-lo, Israel inventou o Hamas (junto com Arábia Saudita e a Síria) para enfrentar o Al-Fatah de Arafat. Como a criatura obviamente voltou-se contra o criador, agora eles tentam destruí-lo - e com isso ganhar uns votos a mais. Mas se a "criatura" conseguir manter-se viva, os votos podem mudar de lado...
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