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Lula e a alternativa à esquerda para 2010
Todo mundo sabe que as eleições municipais de 2008 são em larga medida movidas pelo espírito de 2010. Nesse ponto o PMDB é craque, e está em movimento acelerado, preparando-se para ser mais uma vez o infiel da balança. Não é que o PMDB esteja insatisfeito com o Governo Lula, muito ao contrário. Mas é que faz parte da natureza do partido a ameaça pendular de infidelidade. E é isso que ele indica nos três grandes centros com o apoio a Serra e, de certo modo, com a aproximação de Aécio e o rompimento da aliança com o PT no Rio. Claro que há fatores locais com força específica, como é o caso do Rio de Janeiro, onde o fracasso da candidatura Molon estava levando o governo peemedebista de Sérgio Cabral a um beco sem saída. Já não tinha argumentos para segurar os outros caciques do partido e, por seu lado, estava correndo o risco de ficar alijado da disputa do segundo turno, diante do provável confronto entre Crivella (PRB) e Jandira (PCdoB). Seja por questões estritamente locais, seja pela ameaça genérica de infidelidade, Lula e o PT já perceberam que não podem se prender unicamente à opção PMDB. Assim, correm para fortalecer laços mais à esquerda, como o que está sendo tentado em São Paulo e agora também no Rio, junto ao PCdoB. Contra a ameaça da infidelidade, é fundamental contar com outros fiéis – ou outra balança...