segunda-feira, 15 de setembro de 2014
15/09: mais 41 dias (ou apenas 20?) para a provável reeleição de Dilma
A não ser que aconteça outro desastre que jogue tudo pelos ares, a eleição caminha para vitória de Dilma sobre Marina no segundo turno. E há até quem aposte em vitória absoluta já no primeiro turno. Depois dos sacolejões em todas as campanhas, trazendo à tona o nome de Marina como candidata aparentemente viável eleitoralmente, o Horário Eleitoral, com alguma ajuda do noticiário, deu uma rearrumada nas preferências eleitorais.
O programa do PT, conduzido por João Santana, fez bem a Dilma. Com seus quase 11 minutos e meio, Dilma deitou e rolou (e agora até dá passos de funk!!!). Pôde mostrar tudo que fez, pôde mostrar tudo que ainda vai fazer, pôde falar à vontade – até com certa naturalidade – e ainda pôde desconstruir Marina.
Aliás, acusam o PT por seu trabalho de desconstrução da Marina (algo absolutamente natural em marketing eleitoral, desde que não haja golpe baixo), mas ninguém fala do maior desconstrutor de todos, que está sendo o Aécio – conseguiu desconstruir ele mesmo... No começo do Horário Eleitoral, achei estranhíssimo, na TV tucana, a opção por predomínio da câmera lateral, colocando o candidato falando só Deus sabe pra quem. Depois, quando notei a câmera frontal, entendi tudo: as características histriônicas de Aécio são perturbadoras. Fala com rosto trincado, olhos espantados, sorriso forçado, passa muita insegurança. É verdade que melhorou muito nos últimos programas. A qualidade da produção é outra. Mas definitivamente Aécio não passa a imagem que a oposição esperava tanto dele, não é aquele político forte e entusiasmante que poderia enfrentar o PT de Lula.
Marina não foi favorecida pelo Horário Eleitoral. Primeiro, porque o tempo é curto (2 minutos), comparado com o latifúndio de minutos que os adversários têm. O tempo também foi curto para refazer a estrutura do programa (estruturado para Eduardo Campos). E o desempenho de Marina foi abaixo da crítica. Seu discurso é rancoroso, sem motivar ninguém. A sua biografia ficou minguada. Não apresentou nada tcham e seus apoios até agora não convenceram. Gostei do bate-palmas contra Dilma, mas rendeu pouco.
Em um possível segundo turno o programa de Marina pode melhorar bem. Primeiro, porque todo programa eleitoral que sai de 2 minutos no primeiro turno para os 10 minutos do segundo turno ganha ares de vitorioso. Segundo, ganharia também planejamento dos programas. Falta apoio qualificado. Fala-se agora em trazer o Paulo de Tarso para reviver o clima “lulalá” (ele trabalhou na campanha petista de 89), o que significaria um clipão de artistas mais ou menos famosos, etc. Marina poderia repensar o que disse e tentar dizer algo positivamente consistente. Poderia contar (será?) com apoio de Aécio no segundo turno, mas não sei se isso seria positivo ou negativo (quem vai avaliar é Alckmin, o candidato tucano de 2018). Muita coisa poderá ser feita, para reverter o andar da carruagem. Mas, desculpe, Marina morena, parece que o eleitor ficou de mal – de mal com você...