sexta-feira, 2 de maio de 2008
Eleições britânicas e o problema dos "sucessores"
Todo político, quando se afasta do poder, quer fazer o seu sucessor. Mas de preferência que seja um sucessor sem condições de obter sucesso independente do "padrinho". Mesmo porque, muitas vezes, esse "padrinho" tem planos de voltar ao poder e não pode ser atrapalhado pelo sucesso do "apadrinhado". Quando o "apadrinhado" tenta ganhar vôo próprio, ofuscando o seu "padrinho", costumamos testemunhar batalhas políticas sanguinárias. O sucessor bom é o sucessor sem brilho, raciocinam os grande líderes políticos. O Brasil está cheio de exemplos desse tipo, mas isso acontece no mundo inteiro. Esse premier britânico, Gordon Brown, o "escolhido" de Tony Blair, é um grande exemplo. Sem carisma algum, Brown teve que suceder o "padrinho" super carismático levando a tiracolo a herança maldita da Guerra do Iraque e da crise econômica (diga-se de passagem que ele era o responsável pela política econômica britânica desde o Governo Blair). O resultado disso foi traduzido pelas eleições municipais desta quinta-feira. O seu Partido Trabalhista está tendo os piores resultados dos últimos 40 anos, com risco humilhante de ficar atrás até dos Liberais-Democratas. Com mais de dois terços das urnas apuradas, os Trabalhistas já tinham perdido 184 cadeiras (enquanto os Conservadores ganhavam 166 e os os Liberais-democratas ganhavam 17). Esse presente britânico que Tony Blair deixou deve ser primo próximo do presente de grego...