sexta-feira, 23 de maio de 2008
Panorama Político mistura eleições
O Panorama Político de hoje, no jornal O Globo, dá uma nota ("Trajetória") sobre os resultados eleitorais do Senador Bispo Marcello Crivella nas últimas três eleições no município do Rio de Janeiro bastante equivocada. Diz a nota: "Os resultados eleitorais no município do Rio não têm sido favoráveis ao líder nas pesquisas para a prefeitura, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). Sua votação tem caído a cada eleição: 1,1 milhão em 2002, 753 mil em 2004 e 549 mil em 2006". Provavelmente foi motivada por algum assessor de candidato adversário de Crivella e, apesar de estar correta nos números que apresenta, na verdade engana o leitor comum. Estou longe de querer aqui defender Crivella, mas o fato é que os dados misturam três tipos de eleição: para Senador, em 2002, com duas vagas em disputa, quando Crivella (eleito) teve no município 1.106.161 dos 3.243.289 votos que o elegeram; para Prefeito, em 2004, quando o Senador-Bispo perdeu para o então todo-poderoso César Maia que estava em reeleição e teve 743.189 votos; e para Governador em 2006, quando ficou em terceiro e teve no município 549.890 dos 1.531.431 votos. Quem lê sem pensar acredita que Crivella só fez cair. Mas as eleições são absolutamente diferentes e devem ser antes de tudo comparadas pelos percentuais. Em 2002, para Senador, Crivella teve 17,432% dos votos; em 2004, para Prefeito, subiu para 21,830% dos votos; e em 2006, para Governador, praticamente voltou ao patamar de 2002 com 16,263% dos votos. O importante, portanto, é observar que em 2004, para Prefeito, Crivella teve 21,83% dos votos e que agora está perto dos 30% nas intenções de votos. Os marqueteiros têm que fazer muito mais do que soltar informações enganosas. Se continuarem assim, ele acaba vencendo por W.O. Não é tão difícil derrotar Crivella com a alta rejeição que tem no Rio. Mas os adversários precisam saber sair da inércia.