sábado, 4 de outubro de 2008
A margem de erro dos voto indecisos
Finalmente, hoje tive um pouquito mais de tempo para me dedicar ao Blog. Peço até desculpas por alguma análise ligeira demais. Acho que em novembro será possível mais dedicação. Mas quero dizer que me incomoda muito os eternos erros da mídia sobre margem de erro (já falei aqui sobre isso) e recentemente também sobre projeções sobre o que são "votos válidos". Hoje até o César Maia cometeu a sua barbaridade quando escreveu "vamos supor que os indecisos somados aos que dizem que vão anular o voto coincidam com o que no dia da eleição será a soma de abstenção + brancos + nulos que anda aí na casa de 23% (chamemos de não-voto) e que com os ajustes de cadastro, sejam 20%. Ou seja, sempre que houver coincidência se supõe que os dados de intenção de voto se aproximarão dos das urnas. E sempre que houver diferenças, as urnas corrigirão as intenções de voto. Claro desde que a pesquisa tenha sido feita com os critérios mais adequados". Também vi um noticiário da Globo juntar os índices de "não sabe/não responde" aos votos "não válidos". O justo é considerar "não sabe/não responde" como "indecisos" - o que significa que o eleitor está pensando em votar em alguém, mas não sabe quem. Muito provavelmente será, portanto, um "voto válido". O "voto não-válido" corresponde à soma "abstenção + brancos + nulos", como disse César Maia, mas não tem a menor chance de participar das elucubrações estatísticas que ele lançou. Os "indecisos" dificilmente participarão de "abstenções". Mais provavelmente estarão dando voto (útil) aos candidatos que lideram. O correto, assim, nas projeções de segundo turno é considerar como "voto não-válido" apenas as intenções de "brancos" e "nulos". As "abstenções" serão mais facilmente encontradas entre os que têm intenção de votar em um candidato sem chances.