quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Churrasquinho grego



O neoliberalismo, à moda dos generais, conseguiu acabar com a democracia grega. O tal acordo comemorado, que garante 130 bilhões de euros para supostamente fortalecer a economia do país, trata-se de uma intervenção descarada para garantir os lucros de bancos alemães e franceses. O premier grego, Lucas Papademos, feliz por estar momentaneamente salvando o couro, delirou:  “Agora seremos capazes de progredir com estabilidade, limitar a incerteza e aumentar a confiança na economia grega”. Que progresso será esse que prevê que até 2020 a dívida será de “apenas” 120,5% do PIB? Muito mais lúcido do que o premier é o vendedor de frutas Raptis Michalis, de 67 anos, que declarou à Reuters: “É como se não tivéssemos na Grécia pessoas capazes de governar o país”. Ele sabe que as altas taxas de desemprego que estão sendo impostas eliminarão os clientes de seu mirrado negócio. E deve perceber também que dificilmente esse governo se manterá por muito tempo, principalmente porque haverá eleições agora em abril. O povo irá para as ruas protestar, defender seus direitos e seus empregos. Os políticos tentarão fazer média para conquistar votos. O calote da dívida certamente acontecerá. Talvez a Grécia saia da Zona do Euro. Seja como for, o futuro grego será espeto.