Esse Plano de Sustentabilidade de Marina mostrou-se uma sucessão de intrigas e trapalhadas, tornando-se quase insustentável. A jogada final de aliança com o PSB do C foi muito boa, apesar da pressão do desespero. O maior beneficiado, evidentemente, foi Eduardo Campos, que deu um chega pra lá no seu principal adversário (Aécio Neves), ganhou prestígio e melhores condições para atrair o grande capital e a classe média conservadora do Sudeste. Outro que se deu bem foi o PMDB, que ganhou voz mais forte dentro da aliança com o PT. Poderá falar mais grosso tanto na distribuição de ministérios quanto nas disputas regionais. O PSDB, não precisa nem falar, foi o maior prejudicado, caiu de plano e agora corre o sério risco de inviabilizar-se completamente, depois de 2014. Marina, que estava prestes a entrar em 2014 com uma mão na frente e outra atrás, ganhou sobrevida. Firma-se como principal nome da oposição conservadora e poderá até mesmo ser a cabeça da chapa de Campos. Cesar Maia já chegou a dizer que ela seria bom nome para o governo do Rio, mas isso é difícil. As pesquisas vão ajudar a saber se esse será um Plano de C ou um Plano de M.Ainda acho que o Plano D, de Dilma, deve dar certo logo no primeiro turno.
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Pergunta que não quer calar: afinal, qual era o Plano de Syrkis? Por que as cobras e lagartos que andou soltando? Alguém leva a sério os seus disparates? Por mais que o meio político já conheça bem o seu estilo, foram surpreendentes suas declarações sobre Marina. “Populista”, “evangélica de direita”, “caótica”, etc, etc. Mal viu ruírem suas esperanças de candidatura pelo Rede Sustentabilidade, Syrkis saiu atirando no prato que comeu. Pior: no prato que ele ajudou a fazer e do qual era um dos mais fervorosos defensores. A Marina não me agrada, é conservadora, aparentemente bem despreparada para cargo executivo, mas atacá-la como ele fez ficou no plano da traição, apenas uma facada pelas costas.
Mas o Plano de Marina serve principalmente como demonstração da necessidade de uma reforma política séria. Não dá para continuar convivendo com essa enxurrada de partidos frutos do oportunismo e das pinimbas regionais. Ou pior: na maioria das vezes são frutos de jogadas comerciais. Lembro do telefonema que recebi (2004) de um empresário recém-apaixonado por “política eleitoral”. Ele queria saber os preços de veiculação de comerciais nas emissoras de TV do Rio. Dei uma ligeira noção e perguntei o que ele pretendia. Resposta: “É que estou querendo comprar um partido político”. Esse desistiu do “negócio” e da política, mas acredito que a maioria continua negociando partidos para ganhar dinheiro com os tempos de TV e os apoios. Lembro também que há cerca de um ano presenciei por acaso parte de uma reunião onde já se discutia a criação de um partido alternativo para Marina – seria o verdadeiro Plano de M?