O movimento dos 20 centavos parece chegar ao final. Exatamente
ontem, quando colocou nas ruas um número fenomenal de simpatizantes, deu sinais de que está nos estertores. O jovem que estava pondo pra fora o seu grito de
rebeldia e exibia a proposta de um mundo renovado, percebido através das redes
sociais, parece chegar ao seu limite. O vandalismo falou mais forte, tomou conta das
ruas. Os jovens estão intimidados, mas não estão derrotados. Lançaram um alerta
fundamental: as transformações têm que avançar. O Governo tem que abrir o olho
e evitar com todas as forças o lenga-lenga das relações políticas do atraso. O
governo perdeu muito. Mas a oposição e a mídia perderam mais. Apostaram na
derrota do Governo Dilma e do PT. Mas também foram surpreendidos pelos vândalos
e amarelaram. Os tucanos acreditaram ter chegado a vez de ganhar votos, mas
ficaram acuados. O não-partido de Marina, que poderia ter sido o maior dos
beneficiários, encolheu. O PT, que tinha muitos dos seus quadros acomodados nas
poltronas do poder, percebeu que precisa de sangue novo. Não pode apenas se
vangloriar com o que fez – tem que fazer mais. E os nossos jovens, eternos guardiães
da ousadia, podem estar aprendendo a mais importante das lições: onde não há organização
não há vida. Acabou chorare. Mas não acabou a força desse novo tempo.