segunda-feira, 14 de abril de 2014

A oposição em busca do tempo perdido


Há exatamente 3 anos (14/04/2011)  postei no meu Blog: “Povão ou Classe Média: em defesa de Fernando Henrique". Comentei um texto de Fernando Henrique onde ele defendia que a oposição deveria conquistar a classe média. No meu Blog, concordei: “Poucas vezes Fernando Henrique – historicamente confuso – foi tão preciso como foi agora em seu artigo O Papel da Oposição. Ele simplesmente defendeu a definição de um foco para o discurso da oposição desnorteada. E na busca do seu norte não adianta inventar muito – tem que ter afinidade, sintonia, precisão. Nem adianta a aventura de assumir o foco que o adversário já consolidou. Todos sabemos que o foco povão está nas mãos de Lula e seu PT. Fernando Henrique percebeu isso e tratou de fortalecer o foco diferencial, da classe média, mais sintonizada com tucanos e demos”. Aécio, Álvaro Dias, Roberto Freire e todo o grupo majoritário da oposição foi contra. Achavam que tinha que insistir no “povão”, onde o PT predominava – e predomina. A comentarista de política da Folha, Eliane Cantanhêde, que na época nem tratou do assunto, escreveu ontem um artigo, “Oposição mostra sua cara”, onde diz que Aécio e Eduardo Campos agora se pautam “por um discurso de Fernando Henrique, em 2011, apontando o foco das campanhas: a nova classe média, filha da estabilização da economia de FHC e da inclusão social de Lula”.
Estão chegando tarde. Deixaram um bom tempo Dilma navegar tranquilamente, com seu PAC e a imagem de gerentona (obviamente, não é nada fácil agradar a “dois senhores”, e Dilma acabou voltando atrás na conquista da classe média). Mas a oposição ficou em situação pior, como aquela pessoa que viaja para os Estados Unidos, não aprende falar inglês e esquece o português...