sexta-feira, 8 de maio de 2009

César Maia e o quadro eleitoral do Rio

No seu Ex-Blog de ontem, César Maia fez mais uma de suas análises sobre pesquisas eleitorais. Como sempre, puxa a sardinha para a brasa dele. Fala de pesquisas genericamente, mas certamente fala a partir de pesquisas que ele mesmo faz. Vou comentar sua análise em negrito, junto com o seu texto:
O QUADRO ELEITORAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO!
1. Os partidos – nacional e regionalmente – e pré-candidatos começam a fazer pesquisas para governador (ERJ) em 2010. Hoje se tem um quadro de partida muito interessante pela incerteza generalizada. Nenhum dos nomes pode garantir que é favorito para ir ao segundo turno. Atenção: não é para ganhar, mas simplesmente passar para o segundo turno.
Comentário. Ele sabe que não é verdade. O Governador Sérgio Cabral (PMDB) não apenas é favorito para passar ao segundo turno como pode ganhar no primeiro. A não ser que ele esteja considerando que Sérgio Cabral vai se tornar Vice de Dilma.
2. O PSDB, o DEM e o PPS estarão juntos em nível nacional e, no ERJ também o PV, todos em apoio ao Serra, candidato a presidente (supondo ser ele). A experiência de várias eleições mostra que uma forte candidatura a presidente alavanca a candidatura a governador. Em 1990 a eleição de governador foi solta. Em 1994 venceu FHC e no ERJ Marcello Alencar de seu partido. Em 1998 venceu FHC, mas sua base (PFL e PSDB) foi separada e com isso no primeiro turno a vinculação com o PSDB, em um candidato a governador que estava fora da disputa, prejudicou a ambos. Em 2002, Lula e Rosinha. Em 2006, Lula e Cabral.
Comentário. É verdade. Em 2010, a aliança forte no Rio de Janeiro promete ser Lula, Dilma e Sérgio Cabral.
3. Essa vinculação alavancadora impõe que a coligação no ERJ em torno de Serra não se divida e tenha um só candidato a governador. O presidente nacional do DEM já informou ao governador José Serra que o DEM deixa à vontade a coligação para escolher o candidato a governador e que só oferecerá um nome em última instância, quando e se solicitado pelos demais. Com isso as pesquisas devem trazer um nome só desta coligação (Gabeira, Denise e Maia) e oferecer listas alternativas.
Comentário. Pode ser. Mas pode ser que não. Gabeira, chamuscado pelas passagens, talvez prefira garantir um lugar no Senado – praticamente inviabilizando tanto César Maia quanto Denise Frossard, tanto para o Senado quanto para o Governo. Qualquer um dos três nomes, pelo que se vê no momento, teria imensas dificuldades candidatando-se a Governador.
4. A novidade é a queda do governador Cabral entre os eleitores de menor renda. Provavelmente pelo efeito combinado muro/truculência urbana/mortes em comunidades, com ênfase na capital. Garotinho ressurgiu e já é mais forte que Cabral no Interior e seu nome passou a existir na capital, nas áreas mais carentes. Alternando César Maia e Gabeira vemos que a soma dos dois nas pesquisas anteriores se transforma em intenção de voto com um nome só nas atuais. Gabeira vai melhor que Maia na Capital, mas este vai melhor que aquele fora da Capital. No final a soma é a mesma.
Comentário. Isso depende da pesquisa. Pelo que estou informado, Sérgio Cabral tem crescido na faixa popular e Garotinho até agora não reapareceu para valer.
5. A dúvida fica quanto à candidatura de Lindberg, do PT. Hoje ele tem uns 7%, mas se chegar a 10% antes de junho do ano que vem, será provavelmente candidato a governador. Com esses 4 nomes, Cabral terá muita dificuldade de ir para o segundo turno. A publicidade na TV mostra sua ansiedade. Comentário. Lindberg dificilmente será candidato a Governador. A aliança PT-PMDB é uma questão é nacional, e todos sabem disso – inclusive César Maia e Lindberg.
6. Os resultados surpreendem. Para uma expectativa de 20% de abstenção, brancos e nulos, dos 80% restantes, quando se apresentam 3 nomes: Cabral, Garotinho e Gabeira (ou Maia), o jogo está empatado em torno de 26%. Com Lindberg a troca é inteira com Cabral e ficam Garotinho e Gabeira (Maia) com 26%, Cabral com 19% e Lindberg com 7%. A coligação PSDB/DEM/PPS e PV avalia que, com a puxada de Serra, seu candidato garante o patamar nestes 26% e pode crescer uns 5 a 7 pontos contra Cabral e Garotinho. Ou seja, 31% e Cabral e Garotinho entre 23% e 24%. Comentário. O problema de César Maia com os números é mágica que tem que fazer para atingir o ponto que considera ideal. Ele sabe que se trata de um truque, longe de retratar a realidade.
7. Esses são números ainda pré-grid de largada, mas que mostram que a eleição no ERJ será sem favorito e que a performance em campanha e a vinculação nacional serão decisivas.
Comentário. Na próxima semana, certamente surgirão novos números...