É sempre assim, basta o candidato começa a cair nas pesquisas para sumirem os aliados e surgirem as críticas. No caso do Serra é mais do que óbvio que isso ia acontecer. Há meses que ele estava estacionado e Dilma crescendo. Com os debates e o Horário Eleitoral, estava na cara que a vantagem de Dilma cresceria. Como sempre falei, o conceito da campanha Dilma é “Lula”. Um conceito em alta, consolidado, amplo, inabalável. Qualquer um que soubesse fazer o Programa Eleitoral associando Dilma a Lula (e vice-versa) com um mínimo de competência teria sucesso.
Do lado da Oposição – quer queira, quer não – o conceito natural, consolidado e irrecorrível é o de “anti-Lula”. Não há como escapar disso. Como fazer o Programa, então? Tentando esconder o dilema (na verdade, tapar o sol com a peneira...) e buscando uma realidade virtual para inserir o seu candidato. E foi o que a campanha Serra fez. Deu tapinhas amigáveis nas costas de Lula e procurou mostrar um Serra mais experiente e competente do que Dilma. Como atestado, apresentou sua atuação na área da saúde e em São Paulo (que deverá ser reforçada). Não adianta culpar o González, que até está se saindo bem. Os erros aconteceram, sim, mas foram antes, nos movimentos políticos de Serra e de toda a Oposição.
Agora só resta fazer o que já está sendo feito: torcer para que a campanha petista erre.