quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Programas eleitorais do Rio: sem grandes novidades para o Governo, surpresas para o Senado


Sem dúvida, há uma grande diferença entre o programa eleitoral de Sérgio Cabral, PMDB, e os outros. É mais objetivo, mais informativo e ao mesmo tempo mais emocionante. Muito bem feito, tem o que mostrar. Desnecessária a velha viagem de van, semelhante à que foi usada em 2006, com Sérgio Cabral falando com o olhar perdido.
O programa de Gabeira, PV, é bonitinho, mas ordinário. Nada de concreto e objetivo para mostrar. As cenas de valas a céu aberto meio que “sujam” seu programa clean. O slogan “Gabeira é outra história” parece que deseja apresentar o Ex-Gabeira. As imagens com Gabeira atacando Renan Calheiros estão bem feitas, mas pra quê? Esse dedo em riste deu certo contra Severino Cavalcanti, mas depois ficou desmoralizado com o “escorregão ético” das passagens. Aliás, na época Severino Cavalcanti deu entrevista para o Blog do Mello: “Sabe o que acontece? Eu não gosto de pisar em ninguém que está por baixo. Ele agora está sendo humilhado por ele mesmo. Eu vou preferir deixar passar a pose dele, ele repor o dinheiro que recebeu...”
Fernando Peregrino, PR, candidato de Garotinho, fez um bom programa apresentando sua biografia, ao lado de figuras ilustres e em momentos importantes do nosso país. Mostrou que tem história e que não é apenas um pau mandado de Garotinho.
Jefferson Moura, do PSOL, foi melhor no debate da Band. A apresentação feita por Heloísa Helena era inteiramente dispensável.
Na disputa pelo Senado, de um lado estão os programas dos líderes nas pesquisas (Crivella, Cesar Maia, Lindberg e Picciani), do outro lado estão os outros.
Crivella, PRB, que já conta com o apoio da Record e da Igreja Universal, no programa (bem curto) conta com o apoio explícito e decisivo de Lula. Não é à toa que seu adversário peemedebista entrou na Justiça para impedir a participação lulista no programa peerrebista.
Cesar Maia, DEM, fez programa bonito, didático e com elementos visuais associados a elementos da internet – paixão do candidato.
Lindberg, PT, fez um programa bem cuidado, com um jeito bom de falar, com apoio explícito de Lula, mostrou a família – mas deixou a sensação de que ainda não começou. Deve melhorar bem.
Picciani, PMDB, foi o que mais surpreendeu. Programa bem feito, dinâmico, informativo, mostrando um Picciani atuante, desenvolto e contando com o forte apoio de Sérgio Cabral. Parecia programa de candidato executivo.
Ah, sim, teve também o programa de Marcelo Cerqueira, PPS, horroroso. Cheio de erros, inclusive de português, e com a cena lamentável do apoio de Fernando Henrique.